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VANGUARDAS CULTURAIS EUROPEIAS

CUBISMO: MULTIPLICAÇÃO DA PERSPECTIVA; A AGRESSIVIDADE QUE DEFINE O FUTURISMO; COMO A


REALIDADE É VISTA PELO EXPRESSIONISMO; UMA DEFINIÇÃO PELA FALTA DE LÓGICA: DADAÍSMO; AS
PESQUISAS SOBRE O INCONSCIENTE HUMANO E AS PROPOSTAS DO SURREALISMO.
A RENOVAÇÃO
TOMA CONTA DA
ARTE NO INÍCIO
DO SÉCULO XX
No agitado cenário europeu
do começo do século XX, a
arte se renova em
diferentes movimentos. Em
comum, todos pretendem
criar referências estéticas
mais adequadas ao
dinamismo dos novos
tempos.

BOCCIONI, U. Carga de lanceiros. 1914-


1915. Têmpera e colagem sobre papelão,
32 x 50 cm.
O PROJETO
ARTÍSTICO DAS
VANGUARDAS
EUROPEIAS
O novo século precisava
criar as próprias referências
estéticas. É nesse contexto
histórico-cultural que
nascem os vários “ismos”:
Cubismo, Futurismo,
Expressionismo, Dadaísmo
e Surrealismo.

BALLA, G. A velocidade do automóvel.


1913. Óleo sobre cartão, 60 x 98 cm
FUTURISMO: UMA LITERATURA AGRESSIVA E
PROVOCADORA
O grande estardalhaço do Futurismo é provocado pela polêmica figura de
Marinetti, que lança mais de 30 manifestos definindo diversos aspectos
da nova vanguarda. Em todos, a mesma proposta violenta de destruição
total do passado; o mesmo fascínio pela guerra que promove a
aniquilação dos símbolos do passado; a mesma exaltação pelas formas do
mundo moderno: automóveis, aviões, em um eterno culto à velocidade
que Marinetti, fascinado pelas novas tecnologias, vê como uma força
mística.
O lado sombrio do Futurismo surge, na Itália, com a chegada de
Mussolini ao poder. O fascínio de Marinetti pela violência e pela guerra,
aliado a um patriotismo exacerbado, faz com que transforme o
movimento em uma espécie de porta-voz do regime fascista, a partir de
1919.

BALLA, G. A velocidade do automóvel. 1913. Óleo sobre cartão, 60 x 98 cm


OS LEITORES DO CONSERVADOR JORNAL FRANCÊS LE FIGARO FORAM SURPREENDIDOS, NO
DIA 20 DE FEVEREIRO DE 1909, POR UM TEXTO DE FILIPPO TOMMASO MARINETTI. LEIA.

O Futurismo

“[...] — Vamos, meus amigos! disse eu. Partamos! Enfim a Mitologia e o Ideal místico estão
ultrapassados. Vamos assistir ao nascimento do Centauro e veremos logo voarem os primeiros Anjos.
— É preciso abalar as portas da vida para nela experimentar os gonzos e os ferrolhos!... Partamos! Eis
o primeiro sol nascendo sobre a terra!... Nada é igual ao esplendor de sua espada vermelha que se
esgrima pela primeira vez nas nossas trevas milenares.

[...] com o rosto mascarado pela boa lama das usinas, cheio de escórias de metal, de suores inúteis e
de fuligem celeste, [...] nós ditamos nossas primeiras vontades a todos os homens vivos da terra [...].”

MARINETTI, F. T. In: TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda europeia e modernismo brasileiro. 9. ed.
Rio de Janeiro: Vozes, 1986. p. 89-92. (Fragmento)
Manifesto do Futurismo

1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito à energia e à temeridade.


MARINETTI, F. T. In: TELES, Gilberto Mendonça.
Vanguarda europeia e modernismo brasileiro. 9. ed.
Rio de Janeiro: Vozes, 1986. p. 89-92. (Fragmento)

2. Os elementos essenciais de nossa poesia serão a coragem, a audácia e a revolta.


3. Tendo a literatura até aqui enaltecido a imobilidade pensativa, o êxtase e o sono, nós queremos
exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo ginástico, o salto mortal, a bofetada e o soco.
4. Nós declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma beleza nova: a beleza da
velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre adornado de grossos tubos como serpentes de
fôlego explosivo... um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais belo que a
Vitória de Samotrácia. [...]
7. Não há mais beleza senão na luta. Nada de obra-prima sem um caráter agressivo. A poesia deve ser
um assalto violento contra as forças desconhecidas, para intimá-las a deitar-se diante do homem.
Manifesto do Futurismo

8. Nós estamos sobre o promontório extremo dos séculos!... [...] O Tempo e o Espaço morreram
MARINETTI, F. T. In: TELES, Gilberto Mendonça.
Vanguarda europeia e modernismo brasileiro. 9. ed.
Rio de Janeiro: Vozes, 1986. p. 89-92. (Fragmento)

ontem. Nós vivemos já no absoluto, já que nós criamos a eterna velocidade onipresente.
9. Nós queremos glorificar a guerra — única higiene do mundo — o militarismo, o patriotismo, o
gesto destrutor dos anarquistas, as belas ideias que matam, e o menosprezo à mulher.
10. Nós queremos demolir os museus, as bibliotecas, combater o moralismo, o feminismo e todas as
covardias oportunistas e utilitárias.
11. Nós cantaremos as grandes multidões movimentadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela revolta;
[...] os navios aventureiros farejando o horizonte; as locomotivas de grande peito, que escoucinham
os trilhos, como enormes cavalos de aço freados por longos tubos, e o voo deslizante dos
aeroplanos, cuja hélice tem os estalos da bandeira e os aplausos da multidão entusiasta.
BALLA, G. Dinamismo de um cão na coleira. 1964. Óleo sobre tela, 95,5 × 115,5 cm.

• De origem latina e alemã, o termo


vanguarda aparece, já no século XII,
associado a uma posição avançada de
ataque, por oposição a retaguarda. No século
XVIII, aparecem os primeiros registros de
emprego metafórico da palavra para indicar
aquilo que está em “primeiro lugar”, que
tem “precedência”. A partir da Primeira
Guerra Mundial, o termo voltou a ser usado
com frequência para designar, nas letras
francesas, a parte mais radical dos
movimentos literários e estéticos, as
propostas artísticas mais inovadoras.
• O novo século precisava criar as próprias
referências estéticas. É nesse contexto
histórico-cultural que nascem os vários
“ismos”: Futurismo, Dadaísmo,
Expressionismo, Cubismo, e Surrealismo.
Ode triunfal. PESSOA, Fernando. Poesia de Álvaro de Campos.

À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas das fábricas Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Tenho febre e escrevo. Ser completo como uma máquina!
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto. Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. [...]
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno! Engenhos, brocas, máquinas rotativas!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Eia! eia! eia!
[...] Eia eletricidade, nervos doentes da Matéria!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do Inconsciente!
De vos ouvir demasiadamente de perto, Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez!
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso Eia todo o passado dentro do presente!
De expressão de todas as minhas sensações, Eia todo o futuro já dentro de nós! eia!
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas! Eia! eia! eia!
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical — Frutos de ferro e útil da árvore-fábrica cosmopolita!
Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força — Eia! eia! eia, eia-hô-ô-ô!
Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro, Nem sei que existo para dentro. Giro, rodeia,
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro... engenho-me.
Engatam-me em todos os comboios.
Içam-me em todos os cais.
Giro dentro das hélices de todos os navios [...].
DADAÍSMO: A MAIS RADICAL E A MENOS
COMPREENSÍVEL DE TODAS AS VANGUARDAS
Em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, o romeno Tristan Tzara
espanta o mundo com mais uma vanguarda: o Dadaísmo, ou Dadá.
O Dadá vem para abolir de vez a lógica, a organização, o olhar
racional, dando à arte um caráter de espontaneidade total. A falta de
sentido já é anunciada no nome escolhido para a vanguarda. Segundo o
próprio Tzara: “Dadá não significa nada”.
O principal problema de todas as manifestações artísticas está,
segundo os dadaístas, em almejar algo impossível: explicar o ser
humano.

HAUSMANN, R. O espírito do nosso tempo. 1909. Técnica mista.


Literatura dadaísta: a negação de todos os princípios e relações
A falta de lógica e a espontaneidade alcançam na literatura sua expressão máxima. Em seu último manifesto, Tzara diz
que o grande segredo da poesia é que “o pensamento se faz na boca”. Para orientar melhor seus seguidores, cria uma
receita para fazer um poema dadaísta.


Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa,
ainda que incompreendido do público.
” TZARA, Tristan. In: TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda europeia e
modernismo brasileiro. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 1986. p. 132. (Fragmento).
DADAÍSMO: A MAIS RADICAL E A MENOS
COMPREENSÍVEL DE TODAS AS VANGUARDAS

Embora muitas das propostas dadaístas pareçam infantis aos

olhos contemporâneos, é preciso levar em consideração o

momento em que surgiram. Em uma Europa caótica e em

guerra, insistir na falta de lógica e na gratuidade dos

acontecimentos talvez não fosse um absurdo, mas o espelho

crítico de uma realidade incômoda.

PICABIA, Francis. Olho cacodilato. 1921. Óleo sobre tela, 146 × 114 cm.
CUBISMO: A MULTIPLICAÇÃO DOS
PONTOS DE VISTA
Em 1907, a exposição da tela As senhoras de Avignon
provoca comoção na cena artística parisiense. O quadro
revela um modo revolucionário de representar a
realidade, rompendo com os conceitos tradicionais de
harmonia, proporção, beleza e perspectiva. Com essa
obra nasce a pintura cubista, e o seu criador, Pablo
Picasso, será o grande mestre do Cubismo, que marcou a
arte do século XX. Além dele, também se destacarão
Georges Braque e Juan Gris.

PICASSO, Pablo. As senhoras de Avignon. Óleo sobre tela,1907.


CUBISMO:
A MULTIPLICAÇÃO DOS PONTOS DE VISTA
Os artistas desejam, agora, apresentar relações e não formas
acabadas. Para enfatizar essas relações, propõem diferentes
pontos de vista a partir dos quais um determinado objeto pode ser
observado. É por isso que essa vanguarda se define pela
sobreposição de diferentes planos.
Com essa técnica, os cubistas pretendem forçar o observador a
questionar a realidade, não aceitando uma interpretação única,
linear.

BRAQUE, G. Natureza-morta, harpa e violino. 1911. Óleo e carvão sobre tela,


Em alguns casos, a pintura cubista produzia uma multiplicação de planos tão grande que se tornava difícil
identificar as formas básicas que deram origem ao quadro.
A LITERATURA CUBISTA
hípica
• O primeiro manifesto da literatura cubista, de autoria do poeta francês
Guillaume Apollinaire, só surge em 1913, bem depois das primeiras
exposições das obras de Picasso e Braque. No texto, Apollinaire procura aliar a Saltos records
visão destruidora dos futuristas à ideia de construção de algo novo.
Cavalos da Penha
• É na poesia que a literatura cubista ganha forma. Explorando a associação
entre ilogismo, simultaneidade, instantaneísmo e humor, os poetas cubistas Correm jóqueis de Higienópolis

buscam criar novas perspectivas e afirmar a necessidade de manter as coisas Os magnatas


em permanente relação.
As meninas
• No Brasil, a influência dessa vanguarda aparece na obra de diversos autores.
Observe como ela está presente no poema de Oswald de Andrade. E a orquestra toca

Chá

Na sala de cocktails
EXPRESSIONISMO:
A PERDA DO CONTROLE CONSCIENTE
Contemporâneo do Cubismo e do Futurismo, a base do
Expressionismo é o resultado de um processo criativo que supõe a
perda do controle consciente durante a produção da obra de arte. A
realidade não deve mais ser percebida em planos distintos (físico,
psíquico, etc.), mas sim transformada em expressão.
O movimento expressionista é bastante influenciado pela Primeira
Guerra Mundial, e seus quadros ressaltam um lado obscuro da
humanidade, retratando faces marcadas pela angústia e pelo medo. A
mais conhecida tela expressionista é O grito, de Edvard Munch.

MUNCH, E. O grito. 1893. Óleo, têmpera e pastel em cartão, 91 x 73,5 cm.


Literatura expressionista: a tradução das vivências humanas
O único manifesto expressionista surge em 1918. Seu autor, Kasimir Edschmid, procura estabelecer os rumos
que a nova visão impunha à literatura.

“ [...] o universo total do artista expressionista torna-se visão. Ele não vê, mas percebe. Ele não descreve,
acumula vivências. Ele não reproduz, ele estrutura. Ele não colhe, ele procura. Agora não existe mais a
cadeia dos fatos: fábricas, casas, doença, prostitutas, gritaria e fome. Agora existe a visão disso. Os fatos têm
significado somente até o ponto em que a mão do artista os atravessa para agarrar o que se encontra além
deles. [...]

EDSCHMID, Kasimir. In: TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda europeia e modernismo brasileiro.

Inspirados por essas palavras, os poetas expressionistas abordam, em suas obras, a derrocada do
mundo burguês e capitalista, denunciando um universo em crise e a sensação de impotência do homem
preso em um mundo “sem alma”.
Para traduzir as vivências humanas, os textos expressionistas têm um forte caráter negativista, fazendo
com que muitas vezes a representação do objeto se faça de forma subjetiva, sem que com isso haja um
distanciamento em relação ao mundo.
Expressionismo: Ecos da vanguarda na literatura modernista brasileira

A literatura expressionista cria também imagens


distorcidas da realidade para traduzir as vivências
humanas. No romance Amar, verbo intransitivo, Mário
de Andrade flagra o impacto da Floresta da Tijuca em
Fräulein Elza.

“[...] A luz delirava, apressada a um vago aviso de tarde.


Era tal e tanta que embaçava de ouro a amplidão. Se via
tudo longe num halo que divinizava e afastava as coisas
mais. Lassitude. No quiriri tecido de ruidinhos abafados,
a cidade se movia pesada, lerda. O mar parara azul. [...]”
ANDRADE, Mário de. Amar, verbo intransitivo.

KIRCHNER, E. L. Noite de inverno enluarada. 1919. Xilogravura,


SURREALISMO: A VALORIZAÇÃO E
A LIBERTAÇÃO PELO INCONSCIENTE
Os surrealistas acreditam que a razão não é o melhor
instrumento para essas descobertas, porque ela ignora nosso
universo inconsciente. Por isso, as manifestações artísticas que
produzem são um desafio evidente à organização racional do
mundo.
Explorando os limites do real, estudando a loucura, os sonhos,
os estados alucinatórios e outras manifestações do inconsciente,
os surrealistas produzem uma arte de impacto, que chega até
nossos dias nas telas de Salvador Dalí, Juan Miró, Giorgio de
Chirico e René Magritte, entre outros.

CHIRICO, G. O som do amor. 1914. Óleo sobre tela, 73 x 59,1 cm. Ele a
chamou de pintura metafísica. A atmosfera fragmentada e melancólica resultante
dessas associações evoca, segundo o autor, o absurdo de um mundo dividido pela
Primeira Guerra Mundial.
LITERATURA SURREALISTA:
DIMENSÕES ONÍRICAS


[...] Mandem trazer algo com que escrever, depois de se haverem
estabelecido em um lugar tão favorável quanto possível à
concentração do espírito sobre si mesmo. Ponham-se no estado mais
passivo, ou receptivo que puderem. Façam abstração de seu gênio, de
seus talentos e dos de todos os outros. Digam a si mesmos que a
literatura é um dos mais tristes caminhos que levam a tudo. Escrevam
depressa, sem um assunto preconcebido, bastante depressa para não se
conterem e não serem tentados a reler. A primeira frase virá sozinha,
tanto é verdade que a cada segundo é uma frase estranha a nosso
pensamento consciente que só pede para se exteriorizar. [...]

” BRETON, André. In: TELES, Gilberto Mendonça.


Vanguarda europeia e modernismo brasileiro.

DALÍ, S. O toureiro alucinógeno. 1968-1980. Óleo sobre tela.


A HERANÇA BRASILEIRA DAS
VANGUARDAS

A principal herança das vanguardas europeias para a literatura


brasileira é o impulso de destruir os modelos arcaicos, desafiar o
gosto estabelecido e propor um olhar inovador para o mundo.
Ruptura e transformação são os dois termos que definem bem o
espírito da primeira geração modernista. Com suas propostas
agressivas, iconoclastas, desafiadoras, as vanguardas libertaram a
arte dos modelos que, durante séculos, dominaram o olhar dos
artistas para a realidade. Criaram uma nova arte para um novo
mundo e uma nova humanidade.

NERY, I. Composição surrealista. 1928. Óleo sobre cartão.


A herança brasileira das vanguardas

O pastor pianista
Uma estranha situação é apresentada neste poema: pianos são “pastoreados”.

Soltaram os pianos na planície deserta


Onde as sombras dos pássaros vêm beber.
Eu sou o pastor pianista,
Vejo ao longe com alegria meus pianos
Recortarem os vultos monumentais
Contra a lua.

Acompanhado pelas rosas migradoras


Apascento os pianos: gritam
E transmitem o antigo clamor do homem

Que reclamando a contemplação,


Sonha e provoca a harmonia,
Trabalha mesmo à força,
E pelo vento nas folhagens,
Pelos planetas, pelo andar das mulheres, MENDES, Murilo. Poesia liberdade.
In: Picchio, Luciana Stegagno (Org.).
Pelo amor e seus contrastes, Poesia completa e prosa.
Comunica-se com os deuses. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. v. 1, p. 343.

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