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A arte Românica

Deus, fortaleza da humanidade

Tânia costa
Nº 26
A arquitetura românica
 A arquitetura românica representa três Edifícios com funções
distintas:
 Igrejas paras os sacerdotes e os fiéis;
 Mosteiros para os monges e abades;
 Castelos para os senhores feudais.
A hegemonia da arquitetura religiosa

 A arquitetura românica, de linhas sóbrias e com uma forte carga


simbólica, pretendia acima de tudo manifestar o poder absoluto de
Deus. A igreja constitui, neste contexto, a representação de toda a
Criação divina sobre a Terra. A planta de cruz latina (alusão
simbólica à imagem de Cristo na cruz), a cobertura em abóbadas e
as naves laterais em arcadas, constituem os elementos principais,
com a cabeceira (lugar do altar) e o portal (espaço para esculturas
e baixos-relevos).
 Principais características que definem o estilo
românico:

- edifícios de aspeto pesado, muros maciços, pequenas janelas,


contrafortes;
- preocupação com aspeto defensivo (torres, merlões e ameias...);
- uso de arcos de volta perfeita e de abóbadas de berço;
- plantas de esquema longitudinal (planta de cruz latina), basilical,
com cabeceiras complexas e transepto desenvolvido;
- 3 ou 5 naves (se forem grandes igrejas de peregrinação).
As igrejas

O papel das igrejas

• Após as invasões, a Igreja apresentava-se como único fator de


unidade numa Europa fragmentada por inúmeros reinos bárbaros.
• Apoiava e protegia as populações, aproveitando as estruturas
administrativas centrais e locais dos romanos para congregarem
os fiéis.
• A sua ação ultrapassou em muito as obrigações religiosas,
assumindo um importante papel civilizacional, ensinando técnicas
agrícolas, suavizando os costumes e conservando e
desenvolvendo as artes e letras.
• O clero gozava de um grande poder e riqueza:
- possuía grandes propriedades;
- recebia a dízima de todos os flés;
- não pagava impostos;
- beneficiava de doações feitas por alguns desses fiéis que, na hora
da morte, deixavam bens à Igreja para que lhes fossem perdoados os
pecados e, assim, salvarem a alma do Inferno.
Sistemas de cobertura e suporte
Abóbada de Berço
 As igrejas românicas usavam como cobertura Abóbadas de pedra,
para evitar os tetos de madeira sujeitos a incêndios.
 O arco estruturante das abóbadas românicas foi o arco romano ou
o arco de volta inteira ou perfeito, que corresponde
geometricamente a metade de uma circunferência, a abóbada por
ele formada é denominada abóbada de meio canhão, de pleno
cintro ou de berço e é a cobertura mais vulgar da nave principal
destas igrejas.
Abóbada de aresta
 Para as naves laterais mais baixas, utilizavam-se
abóbadas de aresta, conseguidas pelo cruzamento
ortogonal de duas abóbadas de berço da mesma
dimensão e ao mesmo nível.
 Nas igrejas sob influência oriental, as abóbadas foram,
por vezes, substituídas por sucessões de cúpulas.
Alçado interno da nave central
 O alçado interno da nave possui uma organização
vertical, tri ou quadripartida que é constituída por:
• Arcada principal: Separa a nave central das laterais e
é formada usualmente por pilares ou colunas.
• Tribuna: É uma espécie de galeria semiabobada
sobre a nave lateral aberta para a nave central, que faz
a descarga das forças para a parede exterior. Este
destinava-se ás mulheres que iam sozinha à igreja.
• Trifório: É um corredor estreito que abre para a nave central
com um conjunto de dois, três ou mais arcos por tramo. Se não
existir um corredor, o trifório torna-se uma arcada cega apenas
com valor decorativo.
A iluminação do edifício
 O sistema de iluminação é constituído por:
• Clerestório;
• Janelas e frestas que são estreitas, chanfradas pela
qual obtém uma luz rasante e difusa, propícia à
concentração e elevação espiritual.
• A torre lanterna que tem várias aberturas que difundem
a luz para a nave principal a partir do cruzamento com
o transepto.
• Os janelões da fachada é um elemento da nave
principal. E a rosácea nas igrejas italianas.
Clerestório

Torre lanterna

janelões

Frestas
Configuração e decoração exterior
• As pedras da estrutura são esculpidas em Chanfro, moldura ou em
medalhão.

• A decoração arquitetónica, herdada dos mundos bárbaros e bizantino,


ornamental e figurativa, distribui-se em interna e externamente. Tem um
caracter decorativo e didático.

• No exterior do edifícios a decoração esculpida está limitada aos locai-


base: cornijas, rosáceas e portais.

• Abaixo das cornijas a decoração faz-se em arcos cegos e cachorradas.

• Os algeroses (caldeiras) são destinadas a escoar a água das chuvas e


também aproveitados para a espécie de exorcização do próprio edifício.
Cornijas

Portais
Rosácea
O românico em Portugal
 A arquitetura religiosa
- A arquitetura religiosa, assenta essencialmente nos edifícios de
funções sagradas, as igrejas.
- A sua aparência exterior ganhava importância alegórica, equivalendo
ou ultrapassando a do interior.
- Constituindo os templos verdadeiros índices das comunidades que
os patrocinam e em que se integram: a nível económico, a nível
cultural, a nível social e político; ou mesmo nos planos mental e
militar.
Igreja de São Pedro de Rates
 A Igreja de São Pedro de Rates foi construída nos séculos XII/XIII,
sendo considerada uma das mais importantes na arquitetura
românica portuguesa. A igreja foi mandada construir pelos Condes
D. Henrique e D. Teresa, pais do primeiro rei de Portugal (D.
Afonso Henriques).

 Inicialmente com uma planta de três naves, cinco tramos e


transepto, foi ajustada aos cânones das igrejas beneditinas
portuguesas, uma transformação que não terá sido concluída
resultando num cruzamento das duas plantas. Anomalias e
irregularidades na estrutura dos pilares, na distribuição das
colunas, na colocação das frestas e nos contrafortes e a falta de
uniformidade dos alçados são ainda os traços visíveis aos
visitantes dessa adaptação.
 Destacam-se os portais de linguagem românica. O principal,
sobrepujado por uma rosácea, apresenta no tímpano a figura de
Cristo Pantocrator, ladeado por duas figuras. Nas arquivoltas estão
representados os apóstolos e anjos e nos capitéis podem ver-se
animais míticos, sereias, figuras humanas disformes, máscaras e
outros motivos. Na fachada lateral Sul, de referir o baixo-relevo do
Agnus Dei que se pode ver no tímpano.
O mosteiro
 O mosteiro medieval compunha-se de varias dependências: igreja,
sacristia, locutório, dormitório, refeitório, cozinha, oficinas,
enfermaria, hospedaria, etc.
 Eram distribuídas por três alas arquitetónicas com funções
distintas, dispostas em galeria de arcadas redondas, em torno de
um espaço quadrangular descoberto- o claustro.
 O claustro era o centro organizador do mosteiro, pela sua
importância na vida dos monges- passeios, rezas individuais,
meditação.
 Possuía uma cuidada decoração escultória de sentido doutrinal.

Abadia cisterciense
de Fontefroide
A arquitetura militar e civil

 Surgiu numa época de instabilidade político-militar (guerras de


reconquista crista e da independência nacional), o românico
deixou no território português três tipos de fortificações: castelos
de refúgio, torres de atalaia e os castelos de residência.

Castelo Moreira de igreja de são salvador Castelo de Guimarães


Rei, em Trancoso de travanca
A escultura Românica

 Relevo
O relevo é trabalhado na pedra, no metal ou no marfim, apresenta a
partir do século XI, uma unidade temática, formal, expressiva e
técnica criando um estilo próprio.
- Figura humana: Foi gravada e pouco modelada, encontrando-se
sempre de frente, com pouco realismo anatómico, de cabeça e olhos
grandes, verticalidade, posição e gestos formais e vestes pregueadas,
mas com pouca plasticidade; e nu raramente era apresentado.
 Composição: Seguia as regras da decoração
geométrica: as personagens era colocadas em simetria
ou em alinhamento rítmico feito pela isocefalia (isto é,
pela colocação á mesma altura das cabeças das
figuras) e as cenas eram tratadas em poucos planos
sem respetiva, sobre cenários espaciais mal definidos.
 Temas: Eram essencialmente religiosos, relatam
histórias sagradas e cenas dos ofícios (trabalhos do
quotidiano). As figuras sagradas começaram a adquirir
tipologias próprias como, como de Cristo, um homem
maduro, de cabelo comprido e barba.
 Portal: Na conceção simbólica do templo românico,
representa o acesso à casa de deus, ao paraíso, a
proteção. Isto explica a especificidade dos temas, dos
programas e da concentração decorativa que apresenta.
Capitel da igreja de S. Pedro de Tímpano do portal central do nártex da igreja de
Chauvigny, vienne, França Santa Madalena em Vázelay

Mosteiro de São Domingos


de silos, Baixo –relevo de
um pilar do claustro

portal principal da abadia de saintefoy


de conques
A estatuária
 É semelhante ao relevo na representação formal
geometrizada e na gramática decorativa, as imagens
de vulto redondo ou estatuária, nomeadamente as
virgens românicas, tem um cariz mais popular
 Eram objetos de veneração, concretizados em
composições simples e esquemáticas
 Posições muito rígidas
 Concebidas em função do plano muram onde
estavam encostadas (e por isso são trabalhadas na
frente e nos lados)
 Feitas em metal precioso, em madeira, gesso ou
pedra estucada e depois policromadas.
Virgem com o menino, século XII, de
madeira policromada
Pintura
A pintura é uma das formas artísticas que melhor
documenta o modo de vida e de ser dos Romanos. Sofreu
grande influência dos Etruscos que decoravam as paredes
com pinturas a fresco. As origens da pintura Romana
tinham o hábito de revestir as paredes dos túmulos, e mais
tarde, as das suas casas.
Nessa civilização, a pintura teve duas funções: a de
proteção e a de embelezamento.
Características da pintura romana
 Atenção ao pormenor e ao detalhe;
 Noção da perspetiva;
 Contrastes de claro-escuro;
 Composições plenas de vivacidade, delicadeza e
harmonia;
 Realismo;
 Naturalismo

Perseu libertando Andrómeda,


fresco de Pompeia
 Pintura mural: Era feita a fresco, revestia as paredes
interiores dos edifícios.
 O afresco é bastante utilizado em igrejas e edifícios
públicos, e costuma ocupar grandes extensões.
 Pintura móvel: Era realizada a encáustica (técnica
pictórica que se aplica sobre suportes de madeira,
marfim, pedra ou metal, em que o aglutinante dos
pigmentos de cor é a cera quente, diluída), geralmente
sobre painéis de madeira.
 Pintura triunfal- Incidia sobre cenas históricas como:

 Batalhas, episódios políticos e militares; possuía


funções políticas, documentais e comemorativas;
 Semelhante ao relevo, recorre à narrativa contínua,
onde a figura principal é repetida e as secundárias são
colocadas lado a lado;
 A representação é exata, quer em pormenores, quer
nas inscrições que identificam os protagonistas.
Pintura mitológica:
- incidia sobre os mitos e mistérios da vida dos deuses e
na representação das suas figuras;
-possuíam composições muito fantasistas, imaginativas e
ricas em personagens
 Pintura de paisagem -
inspirava-se diretamente na Natureza e revestia-se de
um grande sentido poético e bucólico;
-a representação era tanto
sonhadora e fantasista como podia ser fiel ao
observado, não perdendo, contudo, a sua poesia;
 Naturezas-mortas: -
pequenas obras-primas plenas de realismo nas formas,
cores e brilhos e de grande atenção ao detalhe;
 Retratos- muito abundantes nas casas dos romanos.
-Feitos a fresco
nas paredes ou pintadas a encáustica sobre painéis de
madeira ou metal;
-eram admiráveis pelo verismo quase fotográfico e
pela sugestão psicológica que provocam no espectador.
O mosaico
 Intimamente ligado á pintura, o mosaico vai buscar a
essa arte o estilo e o colorido;

 - Era feito com pequenas tesselas de materiais


coloridos como mármores, pedras e vidro, aplicadas
sobre a argamassa fresca que cobria variadíssimos
locais de suporte - no início apenas o chão e depois
também as paredes exteriores e interiores e os tetos de
pequenas cúpulas;
 - Os seus temas foram os mesmos da pintura romana e
desenvolveram-se em composições figurativas: episódios
mitológicos, cenas de caça, jogos, cenas de género,
naturezas-mortas e, por vezes, passagens humorísticas,
com particular evidência para cenas em trompe-l'oeil
(ilusão de perspectiva);

 A mais típica decoração em mosaico é formada por uma


espécie de "tapetes" que cobrem parcial ou totalmente o
chão de algumas divisões, com composições complexas
de motivos geométricos que serviam de moldura a
pequenos motivos figurativos como pessoas, animais e
deuses;

 - Atingiu o seu apogeu no séc. IV, sendo posteriormente


continuado nas artes paleocristã e bizantina.
Mosaico de carácter mitológico representando a
Deusa Diana, encontrado na antiga cidade
romana de Volubilis, Marrocos

“Canem", mosaico-tapete de uma casa de


Pompeia

Mosaicos decorativos da Casa dos


Repuxos em Conímbriga
A arte Moçárabe
 É uma arte produzida por cristãos peninsulares que
viviam em território muçulmano.
 A Arte Moçárabe compreende o período entre os
séculos IX e XI.
 Na escultura predominam os relevos, que se encontram
nos modilhões dos beirais dos telhados, nos capiteis e
nas aras de altar.
 Quanto à pintura, a que está mais bem documentada é
a das miniaturas, base da tradição românica.
Conclusão
 Com este trabalho posso concluir que a arquitetura
românica é muito antiga e mesmo assim ainda
permanece na atualidade, como por exemplo: nas
igrejas, mosteiros, castelos, etc.
Bibliografia
 https://
pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_rom%C3%A2
nica
 https://
pt.slideshare.net/bolotinha73/mdulo-3-arquitetura
-romnica
 https://
pt.slideshare.net/abaj/escultura-e-pintura-romnica
 http://
nevespvzblogger.blogspot.com/2010/12/pintura-r
omana-e-o-mosaico.html

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