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ISOTONICIDADE –

PREPARAÇÕES OFTALMICAS,
NASAIS E OTOLÓGICAS

Helineide Cristina Campos


ISOTONICIDADE
 Se administro uma solução no interior ou atrás de
uma membrana que permeável apenas as
moléculas do solvente (memb. semipermeável)
ocorre o fenômeno de osmose, ou seja, as
moléculas do solvente atravessam a membrana.

 Se a membrana semipermeável estiver separando


2 soluções de concentrações diferentes, o
solvente permeará, atravessará, a membrana na
direção da solução menos concentrada.
 MAIS CONCENTRADO ► MENOS
CONCENTRADO

 O fluxo ocorrerá até que a concentração em


ambos os lados se equilibrem. Isto é chamado
“Pressão Osmótica”
 A pressão osmótica de uma solução relaciona-se
com o número de partículas do soluto em
solução. (para não eletrólitos como sacarose)

 Se o soluto for um eletrólito (NaCl) o número de


partículas que contribui para pressão osmótica
dependerá da concentração das moléculas
presentes e do grau de ionização

 Quanto mais ionizada for à substância química,


maior será o número de partículas em solução
 Os fluidos corporais, sangue e líquido lacrimal,
muco nasal, têm pressão osmótica
correspondente a uma solução de NaCl a 0,9% .
Dizemos que solução de NaCl 0,9% é
isosmótica ( têm pressão osmótica igual a dos
fluidos fisiológicos)

 Usa-se também a denominação isotônica


 Hipotônica – Solução com pressão osmótica
inferior a dos fluidos corporais ou a da solução de
NaCl 0,9%. Uma solução hipotônica induz a
hemólise dos eritrócitos.

 Hipertônica - Solução com pressão osmótica


maior que a dos fluidos corporais ou a da solução
de NaCl 0,9%. Solução hipertônica tende a
direcionar o fluxo da água dos tecidos orgânicos
para a solução tentando diluir e estabelecer
equilíbrio de concentração. Uma injeção
hipertônica pode ocasionar crenação (plasmólise)
PROCESSOS FÍSICOS PARA A
ISOTONISAÇÃO
 Propriedades coligativas – Conjunto de fenômenos físicos
que dependem do número de partículas, moléculas ou íons
dissolvidas num determinado volume de solvente

 Pressão osmótica (x)


 Abaixamento do ponto de congelamento ou abaixamento
crioscópico (∆Tc)
 Aumento do ponto de ebulição (∆Te)

 Princípio : Qualquer solução que apresente as mesmas


propriedades coligativas que os líquidos orgânicos (soro,
líquido lacrimal, muco nasal) será isotônica com os mesmos.
ISOTONISAÇÃO PELA LEI DE
RAOULT
1) Para moléculas (não eletrólitos – glicose, dextrose)

 x = 0,0279 . M%

 x = Massa do soluto necessária para


preparar 100 mL de uma solução isotônica
com os líquidos orgânicos

 M = Peso molecular do soluto


2) Para íons (eletrólitos – NaCl)
 x = 0,0279 . M%
i

 x = Massa do soluto necessária para preparar 100


mL de uma solução isotônica com os líquidos
orgânicos

 M = Peso molecular do soluto

 i= Grau de dissociação do soluto


Valores tabelados para i

 Não eletrólitos e substâncias de baixa dissociação --1,0

 Substâncias que se dissociam em 2 íons----------------1,8

 Substâncias que se dissociam em 3 íons----------------2,6

 Substâncias que se dissociam em 4 íons----------------3,4

 Substâncias que se dissociam em 5 íons----------------4,2


3) Isotonisação pelo abaixamento do ponto de
congelamento /abaixamento crioscópico (∆Tc 1%)
 O ∆Tc 1% corresponde ao abaixamento
crioscópico das soluções a 1% p/v em relação ao
solvente puro

 1g do soluto corresponde ao ∆Tc 1%

 Xg do soluto irá corresponder ao ∆Tc 1% dos


líquidos orgânicos e é = -0,52º
 x = - 0,52__
∆Tc 1%

 x = Concentração em que um dado soluto será isotônico


com os líquidos orgânicos

 - 0,52 = Abaixamento crioscópico dos líquidos orgânicos

 ∆Tc 1% = Abaixamento crioscópico do soluto em solução


1% (tabelado)
4) Isotonisação pelo equilavente em NaCl

 O Eq.NaCl consiste na comparação entre a


quantidade de NaCl que provoca o mesmo
abaixamento crioscópico das soluções 1% p/v ,
em relação ao solvente puro

 1g do soluto corresponde ao Eq1% NaCl

 xg do soluto corresponde à 0,9%


 x = _0,9___
EqNaCl

 x = Concentração em que um dado soluto será isotônico


com os líquidos orgânicos

 0,9% = Concentração isotônia de NaCl em relação aos


líquidos orgânicos

 EqNaCl = Equivalente em NaCl das soluções a 1%


(tabelado)
EXEMPLOS:
1) Calcular a concentração isotônica da dextrose.
PM = 198,2 (Lei de Raoult – molécula)

 x = 0,0279 . PM

 x = 0,0279 . 198,2

 x = 5,5 %
2) Calcular a concentração isotônica do NaCl.
PM = 58,45 i = 1,8 (Lei de Raoult – íons )

 x = 0,0279 . M%
i

 x = 0,0279 . 58,45
1,8

 x = 0,9 %
3) Calcular a concentração isotônica da dextrose.
∆Tc 1% = 0,10º (Abaixamento Crioscópico)

 x = - 0,52__
∆Tc 1%

 x = - 0,52
- 0,10

 x=5%
4) Calcular a concentração isotônica do NaCl.
∆Tc 1% = 0,576º (Abaixamento Crioscópico)

 x = - 0,52__
∆Tc 1%

 x = - 0,52
- 0,576

 x = 0,9%
5) Calcular a concentração isotônica da dextrose.
EqNaCl 1% = 0,18g (Equivalente em NaCl)

 x = _0,9___
EqNaCl

 x = 0,9
0,18

 x=5%
6) Calcular a quantidade de NaCl para isotonisar o
seguinte colírio:

Colírio de Dexametasona

Fosfato de sódio e dexametasona.......0,02 g


Fosfato dissódico.................................0,03 g
Edetato dissódico................................0,001g
Agente isotonisante ........................... qs
Água destilada ......................qsp........10 mL
Dados:

Fosfato de sódio e dexametasona........ (∆Tc 1% = 0,095 )

Fosfato dissódico................................. (∆Tc 1% = 0,126 )

Edetato dissódico................................ (∆Tc 1% = 0,132 )


Passos:
 1) Transformar a fórmula para centesimal, utilizando
sempre a unidade grama
( 10 mL ► 100 mL só multiplicar por 10 )

 2) Multiplicar a quantidade dos fármacos pelos


respectivos ∆Tc 1% (tabelado)

 3) Somar os valores de ∆Tc 1% encontrados, o


total corresponde ao ∆Tc 1% da solução
Obs:

 ∆Tc Líquidos orgânicos = - 0,52

 ∆Tc = 0,52 ( solução isotônica)


 ∆Tc ≤ 0,52 (solução hipotônica)
 ∆Tc ≥ 0,52 (solução hipertônica)
Cálculos:
Fosfato de sódio e dexametasona........0,02 g . 10 . 0,095 = 0,019

Fosfato dissódico.................................0,03 g . 10 . 0,126 = 0,0375

Edetato dissódico................................0,001g . 10 . 0,132 = 0,00132

0,019 + 0,0375 + 0,00132 = 0,05782


 No exemplo 0,05782 é uma solução hipotônica,
logo preciso adiciona agente isotonizante.
Quanto???

 0,52 – 0,05782 = 0,46218º

 0,46218 é o que falta para isotonisar o colírio


 Faço a correção adicionando NaCl como agente
isotonisante

 ∆Tc 1% do NaCl = 0,576º

 1 g NaCl................... 0,576º
x g ...........................0,46218º

 x = 0,8 g (100 mL)


 x = 0,8 g (100 mL)

 Estou preparando 10 mL de colírio , logo

 0,8g.......................100 mL
x.............................10 mL

 x = 0,08 g / 10mL

 Resposta: Preciso de 0,08g de NaCl para isotonisar 10


mL do colírio de dexametasona proposto
PREPARAÇÕES OFTALMICAS
 Colírio – Forma farmacêutica destinada à aplicação no
globo ocular, pálpebras, conjuntiva e córnea.

 Fisiologia do olho
Os 3 elementos anatômicos importantes no olho humano:
córnea, câmara anterior e conjuntiva

 1) Córnea – membrana transparente, inervada, mas não


vascularizada. Muito sensitiva. Constituída de Epitélio,
Endotélio e Estroma. O epitélio apresenta características
aquosas enquanto o endotélio e estroma apresentam
características liposas. Por esta razão o colírio deve ser
oleoso/aquoso para ter uma melhor absorção.
 2) Câmara anterior – onde ocorre o depósito do
colírio. Por um período de tempo curto (15 – 25
min)

 3) Conjuntiva - é bastante vascularizada, porém


pouco inervada.

 Abaixo da córnea temos o saco conjuntival onde


se encontram as lágrimas (0,7 mL). Lágrimas
têm função de limpeza e proteção do olho.
Biodisponibilidade ocular
 Existe fatores fisiológicos que podem afetar a
biodisponibilidade de um fármaco ocular, entre
eles, ligação a proteína, metabolismo do fármaco
e drenagem lacrimal

 Fármacos ligados a proteínas são incapazes de


penetrar no epitélio corneano (devido ao tamanho
das partículas fármaco – proteína). Por esta
dificuldade de absorção o efeito terapêutico é
diminuído
 Lágrima contém enzimas capazes de promover
degradação metabólica de alguns fármacos.

 Córnea é composta de uma camada lipofílica e hidrofílica


por isso é permeada com maior eficiência para fármacos
com estas 2 características

 Fármacos em suspensão, pomadas oftálmicas ou


soluções com viscosidade aumentada, permanecem no
fundo do saco lacrimal por mais tempo , ampliando a
biodisponibilidade da substância
Características de um colírio
 Estéreis – 100% de pureza bacteriana (uso de conservantes,
esterilização)

 Isotônicos – Mesma tonicidade com a lágrima (0,9 % de NaCl) para que


não irrite a mucosa ocular

 Isohídrico – Mesmo pH que a lágrima (7,2 – 7,4). O pH pode ser


diferente para manter a estabilidade, neste caso devo usar tampões
(Borato e Fostato). Os tampões são usados para reduzir o desconforto
do paciente, garantir a estabilidade do fármaco, controlar a atividade
terapêutica do medicamento.

 Viscosidade – Uma viscosidade adequada permite que o colírio


permaneça mais tempo em contato com o globo ocular (melhor
atividade terapêutica. Viscosidade deve estar entre 15 – 25 cp. Os
agentes viscosificantes normalmente utilizados CMC e álcool polivinílico
Adjuvantes
 Conservantes – Mantem a esterilidade. Os mais usados
são Catiônicos (Sais de amônio quaternário e cloreto de
benzalcônio)

 Corretivo de pH – Acidificante como ácido bórico ou


alcalinizantes como hidróxido de sódio. Muitas vezes é
necessário utilizar os tamponantes como
Fosfato e Borato

 Isotonizante – Mantem a isotonia da solução. Sulfato de


Zinco, Sulfato de Sódio, Ácido Bórico, Cloreto de Sódio
Preparação
PA + Adjuvantes + Veículos (esterilizar, isotonizar, ajustar pH) ► acondicionar

 Deve ser asséptica ( semelhante a sala de


injetáveis)

 PA utilizado deve ser puro química e


microbiologicamente
 Deve seguir as regras de preparação da forma
farmacêutica usada (colírio, pomada, solução,
suspensão)

 Esterilização ( pode ser feita antes ou depois do


envase)

 Acondicionamento adequado em vidro ou


polietileno. Normalmente 5 – 10mL
Suspensão oftálmica

 Podem ser usadas para aumentar o tempo de


contato do fármaco com a mucosa ocular,
proporcionando uma ação prolongada.

 Suspensões podem ser necessárias quando o PA


for insolúvel no veículo desejado ou instável como
solução.
 Além da esterilidade (imprescindível) deve-se
observar também as características e tamanho
das partículas. Partículas suspensas não podem
se aglomerar durante o armazenamento e devem
suspender-se uniformemente quando agitadas.

 O farmacêutico deve instruir o paciente a agitar


bem as suspensões oftálmica
Administração de colírio e/ou suspensão oftálmica

 A pessoa que vai aplicar o produto deve lavar bem


as mãos

 Verificar o conta gotas

 Se suspensão deve agitar bem por ± 10 segundos

 Puxar a pálpebra para baixo (formando uma bolsa)


e adicionar o número de gotas prescrito
 Não encostar o conta gotas no olho

 Pressionar com o dedo o ângulo interno do olho


do 1 segundo para que a medicação permaneça
no olho sem ser expulsa pelo ducto lacrimal,
impedindo assim a absorção sistêmica

 Atenção a posologia ( número de gotas,


freqüência e tempo do tratamento) e também
cuidado com armazenamento do produto
Pomadas oftálmicas
 Fabricadas com componentes esterilizados e sobre rígidas
condições de assepsia ou esterilizadas depois de envasadas.

 A base de uma pomada oftálmica deve ser não irritante para o


olho e permitir difusão do fármaco. Utiliza-se como base
Vaselina, Vaselina líquida e lanolina. O Ponto de fusão da
pomada deve ser próximo da temperatura corporal

 Depois de prontas são acondicionadas em tubos de metal de ±


3,5 g com bico comprido que facilite a aplicação, sem encostar
no olho

 Vantagem Maior tempo de contato com o olho


 Desvantagem Borra a visão
Administração de pomadas oftálmicas
 Lavar bem as mãos

 Administrar o mais próximo possível da pálpebra, sem tocá-la

 O paciente deve piscar para eliminar o excesso. Remover este


excesso com papel

 O paciente deve ser avisado que a visão vai ficar borrada

 Orientar também quanto a posologia e conservação


Inserções oftálmicas
 Ocusert, Lacrisert

 Sistema de liberação de medicamento, inserido na


mucosa ocular, com velocidade pré determinada.

 Discos flexíveis ( lentes, confete, elípticas ), são


estéreis. Usadas por 7 dias e depois trocadas.
Muito comum no tratamento do Glaucoma
Principais fármacos usados no olho
 Anti inflamatórios – Conjutivites alérgicas. Hidrocortisona,
Dexametasona, Prednisolona

 Antibióticos – Gentamicina, Sulfacetamidas, Tetraciclinas,


Ciprofloxacina, Eritromicina, Polimixina B, Trobamicina

 Anti virais – Infecções virais como herpes simples. Trifluridina,


Vidarabine

 Bloqueadores B adrenérgicos – diminui a pressão intra


ocular (glaucoma ) Cloridrato de Betaxolol e Maleato de Timolol

 Anestésicos locais – Alívio da dor no pré e pós operatório,


depois de trauma ou em exames dolorosos. Benoxinato,
Roparacaína
 Miótico – Terapia do glaucoma, Estrabismo convergente.
Pilocarpina, Brometo de Demecário

 Midriático e Cicloplégico – Dilata a pupila permitindo o


exame de fundo de olho. Os mais fortes com ação
prolongada são cicloplégico. Atropina, Escopolamina,
Homatropina, Nafazolina, Fenilefrina, Cocaína

 Protetores tópicos – Lágrima artificial ou líquido para lentes


de contato. Metilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose

 Vaso constritores – Aliviar, refresca e remove vermelhidão


ocular menos intenso. Nafazolina, Oximetazolina, Tetra
hidrozolina
PREPARAÇÕES NASAIS
(ERRINOS)

 Errinos : Forma farmacêutica destinada ao


tratamento da mucosa nasal. Usualmente busca-
se uma ação tópica. Por ser uma mucosa muito
vascularizada eventualmente pode-se visar ação
sistêmica.
Histologia e Fisiologia
 Cavidade nasal se divide, de fora para dentro em
4 partes:

1) Abertura exterior das fossas nasais - coberta por


pele, com grande quantidade de glândulas
sebáceas e pêlos (para filtrar o ar)

2) Área de transição – muito vascularizada, não


tem queratina, não tem pelo e nem glândulas
sebáceas. Mantém o ar aquecido.
3) Mucosa nasal respiratória ou pituitária – altamente
vascularizada. Responsável pelo sangramento do nariz
(epistaxes).

Quando estes vasos intumescem levam ao congestionamento


nasal. Nesta região tenho células ciliadas recobertas por muco.
Os cílios se movimentam no sentido da laringe. Os errinos não
devem alterar a viscosidade deste muco.

4) Rino faringe – Onde o fármaco atua.


 Muco nasal - Formado por células glandulares,
contém água, sal e mucina. Sua função é proteger
a mucosa nasal contra agressões externas. Deve
ser preservado

 Viscosidade – Média a moderada. Deve ser


preservada para que os cílios possam lançar o
medicamento na faringe. Deve-se lembrar que
viscosidade natural do muco altera-se
normalmente por temperatura, poeira, fungos e
medicamentos.
 pH – O muco nasal tem pH 5,5 – 6,5 para adulto e 5,0 – 6,7
para crianças. Para que este pH se mantenha, normalmente
associa-se aos errinos solução tampão.

Ar frio, resfriado, sinusite, renite alérgica, promovem uma


alcalinização do muco, fica fluido, coriza. Ar quente promove
acidificação tornando o muco espesso e sensação de nariz
seco.

 Isotonia – O movimento ciliar é perfeito quando o errino está


0,9% NaCl. Solução hipotônica prejudica este movimento.
Tipos de forma farmacêutica
 Os errinos podem ser veiculados com solução
aquosa, solução oleosa e pomadas.

 Maioria das soluções nasais são preparações


aquosas, isotônicas e tamponadas para manter a
estabilidade.

 As soluções oleosas mantém o PA por mais tempo


em contato com a mucosa e ainda protege do
ressecamento porém, alteram a viscosidade
dificultando o movimento ciliar
 Pomadas apresentam alta viscosidade, prejudicando o
movimento ciliar. Se forem usadas preferir pomadas
hidromiscíveis.

 Certos descongestionantes nasais podem ser


administrados na forma de inalantes. O PA volátil é
colocado junto com inalante que se volatiliza lentamente a
temperatura ambiente liberando o PA

 ( Os constituintes da forma farmacêutica utilizada não


devem alterar muco nasal e nem movimento ciliar)
Requisitos para o veículo das preparações nasais

 Devem respeitar o pH do muco nasal (3,5 – 5,5)


 Viscosidade moderada
 Isotonia
 Compatível com PA
 Estável
 Esterilidade
Fármacos usados na mucosa nasal
 Os errinos podem ser usados visando uma ação tópica ou sistêmica

 Ação sistêmica – Pela grande vascularização alguns fármacos utilizam


esta via. Ex Oxitocina, Vit B12, Progesterona, Calcitocina, Insulina

 Ação tópica – Mais usados são os descongestionantes (VC). Indicada


no tratamento de renites por resfriados comuns, renites vasomotoras e
alérgicas, febre do feno e sinusite.

O uso freqüente ou prolongado pode levar edema crônico da mucosa


nasal, isto é, renite medicamentosa. Usar estas soluções por pequenos
períodos ( 3 - 5 dias)

 Grupos mais utilizados: Anti histamínico, Antibióticos, Antissépticos,


Anestésicos locais
Administração de errinos
 Paciente deve assoar o nariz antes do uso do
errino

 Cabeça inclinada ou deitar

 Colocar o número de gotas prescrito. Cuidado


para não tocar o gotejador no nariz

 Para forma de spray o paciente não deve deitar-se


(aumenta a dose)
Ensaios para errinos
 Inocuidade (Específico) – Pega-se um pedaço de
traquéia ciliada de cobaio, aplica-se o errino e
observa ao microscópio. O errino será inócuo se o
movimento ciliar se mantiver por 20 minutos.

 pH
 Viscosidade
 Esterilidade
 Tonicidade
 Identificação e Dosagem
PREPARAÇÕES AURICULARES
(OTOFÁRMACOS)

 Preparações auriculares – São formas


farmacêuticas aplicadas no canal auditivo visando
um efeito tópico.
Anatomia
 Ouvido externo – Composto pelo pavilhão e canal
auditivo. Canal auditivo possui glândulas sebáceas
e ceruminosas que juntas formam o cerume (para
proteção). É no ouvido externo que aplico o
medicamento.

 Ouvido médio – Onde se encontra o tímpano


(responsável pela audição) e trompas de Eustáquio

 Ouvido interno – Labirinto (função de controle e


equilíbrio)
Fármacos usados
 Antibacterianos – Infecções de maior ocorrência são por
Pseudomonas. Cloranfenicol, Neomicina, Polimixina B,
Nistatina.

Fatores que pré dispõem à infecção: traumatismo, alcalinidade


e umidade.
Quando a infecção é aguda pode perfurar tímpano.

 Antinflamatórios – Corticóides são bastante usados para


inflamações no ouvido médio. Hidrocortisona, dexametasona.

 Anestésicos – Benzocaína, Lidocaína, Dibucaína.

 Analgésicos – Antipirina
 Antissépticos – Ácido Bórico, Timol

 Removedor de cerúmen – Soluções de tensoativos com


atividade cerumenolítica. Ex Oleato condensado de
Trietanolamina, Peróxido de Carbamida.

Cerúmen é uma combinação das secreções das glândulas


sudoríporas e sebáceas do meato acústico externo. As
secreções quando ressecam formam uma massa semi sólida e
pegajosa contendo células epiteliais, poeiras, pelo e outros
corpos estranhos. O acúmulo do cerúmen pode causar coceira,
dor e audição deficiente.
Formas farmacêuticas usadas

 As preparações auriculares são dispensados na


forma de solução, suspensão, pomada e otocone
Preparação
 As preparações auriculares devem ter pH entre 5 – 7,8.
Preferir as preparações mais ácidas por as alcalinas
predispõem a infecções.

 Evitar preparações aquosas

 Preparações mais viscosas permanecem mais tempo no


local. Utiliza-se veículos voláteis para que o medicamento
não escorra

 Deveriam ser estéreis, porém admite-se bactérias


saprófitas.
Administração
 Instruir o paciente a aquecer o frasco, na mão por
alguns minutos antes da aplicação
 Virar a cabeça para o lado ou deitar-se
 Puxar o lóbulo da orelha para cima e aplicar o nº
de gotas prescrito
 Espere ± 5 min e faça procedimento no outro
ouvido
 Se for removedor de cerúmen as gotas devem ser
instigadas e removidas
Ensaios

 Identificação e dosagem
 pH
 Viscosidade
 Esterilidade

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