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ARQUITETURA DOS SISTEMAS DE

DISTRIBUIÇÃO
Tensões de conexão padronizadas
As tensões de conexão padronizadas para alta tensão (AT)
e média tensão (MT) do sistema de distribuição são:
130 kV (AT);
69 kV (AT);
34,5 kV (MT);
13,8 kV (MT).

As tensões nominais padronizadas em baixa tensão são mostradas na


seguinte tabela (Tensões Nominais Padronizadas de Baixa Tensão –
Prodist Módulo 3).
Estrutura dos sistemas de distribuição

O sistema de distribuição está estruturado


nos seguintes componentes:
 Sistema de Subtransmissão;
 Subestações de Distribuição;
 Sistema de Distribuição Primário (Alimentadores
de Distribuição);
 Transformadores de Distribuição;
 Sistema de Distribuição Secundário;
 Ramais de ligação.
Estrutura dos sistemas de distribuição

Diagrama Unifilar de um Sistema de Distribuição


Sistema de subtransmissão
O sistema de Subtransmissão faze parte do Sistema de
Distribuição.

Localiza-se entre os Sistemas de Transmissão e as


Subestações de Distribuição. A maioria desses sistemas
utiliza tensões entre 69 e 138 kV.

As topologias utilizadas na subtransmissão são:


 Radial
 Radial com recurso
 Anel
 Reticulado.
Subtransmissão - Sistema Radial
Diagrama unifilar de um sistema de subtransmissão radial.
Subtransmissão – Sistema radial com Recurso
Diagrama unifilar de um sistema de subtransmissão radial com recurso.
Subtransmissão – Sistema em Anel
Diagrama unifilar de um sistema de subtransmissão em anel.
Subtransmissão – Sistema em Reticulado

Diagrama unifilar de um sistema de subtransmissão em Reticulado.


Subestações
Conjunto de instalações elétricas em média ou alta tensão que
agrupa os equipamentos, condutores e acessórios, destinados à
proteção, medição, manobra e transformação de grandezas
elétricas.

As subestações (SE) são pontos de convergência, entrada e


saída, de linhas de transmissão ou distribuição.

CLASSIFICAÇÃO DAS SUBESTAÇÕES


Quanto à função;
Quanto ao nível de tensão;
Quanto ao tipo de instalação;
Quanto à forma de operação;
Subestações – classificação

1. QUANTO À FUNÇÃO

1.1 SE de Manobra
Permite manobrar partes do sistema, inserindo ou retirando-as de
serviço, em um mesmo nível de tensão. 

1.2 SE de Transformação
 Elevadora
Localizadas na saída das usinas geradoras.
Elevam a tensão para níveis de transmissão e sub-transmissão
(transporte econômico da energia).
 Abaixadora
Localizadas na periferia das cidades.
Diminuem os níveis de tensão evitando inconvenientes para a
população como: rádio-interferência, campos magnéticos intensos, e
faixas de passagem muito largas.
Arquitetura dos SD

1.3 SE de Distribuição
Diminuem a tensão para o nível de distribuição primária (13,8kV
– 34,5kV).
Podem pertencer à concessionária ou a grandes consumidores.

1.4 SE de Regulação de Tensão


Trabalham com equipamentos de compensação tais como
reatores, capacitores, compensadores estáticos, etc.

1.5 SE Conversoras
Associadas a sistemas de transmissão em C.C (SE Retificadora
e SE Inversora)
Subestações - classificação

2. QUANTO AO NÍVEL DE TENSÃO


2.1 SE de Alta Tensão – tensão nominal abaixo de 230kV.
2.2 SE de Extra Alta Tensão - tensão nominal acima de 230kV.

3. QUANTO AO TIPO DE INSTALAÇÃO


3.1 S/E Desabrigadas
Construídas a céu aberto em locais amplos ao ar livre.
Subestações – classificação

3.2 Subestações Abrigadas


Construídas em locais interiores abrigados.
Subestações - classificação
3.3 Subestações Blindadas (encapsuladas)
Construídas em locais abrigados.
Os equipamentos são completamente protegidos e isolados em
óleo ou em gás (ar comprimido ou SF6).
Subestações - classificação
3.4 S/Es compactas
Utilizam gás isolante, ou SF6 (hexafluoreto de enxofre) em
seus dispositivos de manobra, conferido-as um elevado grau
de compactação, seu tamanho pode chegar até 10% de uma
SE convencional. (Ex. Subestação de Itaipu).
Subestações - classificação
4. Quanto à forma de operação
4.1 Subestações com Operador
 Exige alto nível de treinamento de pessoal;
 Uso de computadores na supervisão e operação local só
se justifica para instalações de maior porte.

4.2 Subestações Semi-Automáticas


 Possuem computadores locais ou intertravamentos
eletro-mecânicos que impedem operações indevidas por
parte do operador local.

4.3 Subestações Automatizadas


 São supervisionadas à distância por intermédio de
computadores e através da rede SCADA (Supervisory
Control and Data Acquisiton).
Subestações - Localização
LOCALIZAÇÃO DAS SUBESTAÇÕES

Sua localização está associada à redução das perdas elétricas,


redução dos investimentos (por equipamentos e por terreno de
construção).
Deve facilitar o acesso para manutenção e manobras e, caso exista
geração, deve estar num local de fácil acesso aos combustíveis.
São levadas em conta as seguintes considerações:
 Localização ideal: centro de carga;
 Facilidade de acesso para linhas de subtransmissão (entradas)
e linhas de distribuição (saídas) existentes e futuras;
 Espaço para expansão;
 Regras de uso e ocupação do solo;
 Minimização do número de consumidores afetados por
descontinuidade de serviço.
Equipamentos de uma S/E
EQUIPAMENTOS DE UMA SUBESTAÇÃO
 Barramentos;
 Linhas e alimentadores;
 Equipamentos de abertura: disjuntores, religadores, chaves
seccionadoras;
 Equipamentos de transformação: transformadores de potência,
transformadores de instrumentos – transformador de potencial
e de corrente, e transformador de serviço;
 Equipamentos de proteção: relés (primário, retaguarda e
auxiliar), fusíveis, para-raios e malha de terra;
 Equipamentos de compensação: reatores, capacitores,
compensadores síncronos, compensadores estáticos.

Em uma subestação cada equipamento ESTÁ identificado por


um código que identifica o tipo de equipamento, faixa de
tensão, e a posição dentro da subestação.
Código de identificação dos equipamentos nas S/Es

A nomenclatura mais usual utilizada nos diagramas unifilares, em


geral é constituída de quatro dígitos XYZW.

O primeiro dígito X indica o tipo de equipamento como descrito na


Tabela seguinte:

CÓDIGO CÓDIGO PARA TIPO DE EQUIPAMENTO


EQUIPAMENTO
0 Equipamento não interruptor (trafo, reator, linha, gerador, etc).
1 Disjuntor
2 Religador
3 Chave seccionadora
4 Chave fusível
5 Chave a óleo
6 Chave de aterramento rápido
7 Para-raio
8 Transformador de potencial (TP)
9 Transformador de corrente (TC)
Código de identificação dos equipamentos nas S/Es

O dígito Y, define a tensão de operação do equipamento.


No caso de transformadores será considerada a maior tensão de
operação.

Código da Tensão de operação do equipamento


Código de identificação dos equipamentos nas S/Es

O terceiro dígito Z, indica o tipo de equipamento. Já o


quarto dígito W indica a seqüência ou posição do
equipamento.
Código de identificação dos equipamentos nas S/Es

As letras (C, F, I, J, L, M, N, P, S, V e Y) são utilizadas para


nomear linhas de transmissão ou de distribuição.
Código de identificação dos equipamentos nas S/Es

O quinto caractere é um traço de união (-).

Quando existirem dois equipamentos


similares na mesma tensão de operação
conectados a um terceiro equipamento
estes serão identificados através do 6°
caractere.
Subestações – Vãos (bays)

As subestações são compostas por vãos (bays).


Permitem a composição da subestação em
módulos.

As SEs distribuidoras, possuem os seguintes


vãos:
 Entrada de linha (EL);
 Saída de linha (SL);
 Barramentos de alta e média tensão (B2 e B1);
 Vão de transformação (TR);
 Banco de capacitor ou vão de regulação (BC)
 Saída de alimentador (AL).
Subestações - Barramentos
São condutores reforçados, geralmente sólidos e de impedância
desprezível, que servem como centros comuns de coleta e
redistribuição de corrente.

A denominação arranjo ou topologia de uma SE é usada para indicar a


forma de conectar entre si as linhas, transformadores e cargas de uma
subestação.

Arranjos mais comuns para as Subestações:


• Barramento simples
• Duplo barramento simples
• Barramento simples seccionado
• Barramento principal e de transferência
• Barramento duplo com um disjuntor
• Barramento duplo com disjuntor duplo
• Barramento duplo de disjuntor e meio
• Barramento em anel
Subestações - Barramentos
 Barramento Simples

É a configuração simples, fácil de operar e menos onerosa, com um único


disjuntor manobrando um único circuito. Todos os circuitos se conectam a
uma mesma barra.
Barramento simples
Características:
 Mais simples, mais econômico, e menos seguro;
 A subestação possui um barramento só de AT e/ou BT;
 Utilizado em SEs de pequena potência;
 Todos os circuitos são conectados a uma única barra
com um disjuntor para cada circuito;
 Recomendável apenas para o caso de se admitir cortes
de fornecimento.

Vantagens:
 Instalações simples;
 Manobras simples, normalmente ligar e desligar circuitos
alimentadores;
 Custo reduzido.
Barramento simples
Desvantagens:

 Baixa confiabilidade;
 Falha ou manutenção no barramento. Desligamento da
subestação;
 Falha ou manutenção nos dispositivos do sistema.
Desenergização das linhas ligadas a ele;
 Ampliação do barramento não pode ser realizada sem a
completa desenergização da subestação;
 Pode ser usado apenas quando cargas podem ser
interrompidas ou se tem outras fontes durante uma interrupção;
 A manutenção de disjuntor de alimentadores interrompe
totalmente o fornecimento de energia para os consumidores
correspondentes.
Barramentos - Duplo barramento simples
 Duplo Barramento Simples
É indicado para instalações consumidoras com grupos de carga essenciais e não prioritárias.
Barramentos – Duplo Barramento simples
Características:
 Indicado para instalações consumidoras que requerem alta
confiabilidade para cargas essenciais;
 Aceitam desligamentos rotineiros para cargas não essenciais;
 Encontradas nas subestações consumidoras do tipo hospital, hotel e
muitos tipos de indústria.

Vantagens:
 Flexibilidade de conexão de circuitos para a outra barra;
 Qualquer disjuntor pode ser retirado de serviço para manutenção;
 Fácil recomposição.

Desvantagens:
 Custo mais elevado;
 Falha no disjuntor de linha ou no barramento a ele ligado implica em
perda das cargas não prioritárias devido à presença de disjuntor de
intertravamento.
Barramentos – Simples Seccionado
Barramento Simples Seccionado
Barramento simples com disjuntor de junção ou barra seccionada, secciona o
barramento para evitar que uma falha provoque a sua completa paralisação, de
forma a isolar apenas o elemento com falha da subestação.
Quando está sendo feita a manutenção em um disjuntor o circuito fica desligado.
Barramentos – Simples seccionado

Características:
Presença de um disjuntor de barra;
Flexibilidade para manobras no ato da manutenção;
Este arranjo é indicado para funcionar com duas ou mais fontes
de energia.

Vantagens:
Maior continuidade no fornecimento;
Maior facilidade de execução dos serviços de manutenção;
Em caso de falha na barra, somente são desligados os
consumidores ligados à seção afetada.

Desvantagens:
A manutenção de um disjuntor deixa fora de serviço a linha
correspondente;
Esquema de proteção é mais complexo.
Barramentos – Principal e de Transferência
Barramento Principal e de Transferência
O barramento principal da subestação é ligado a um barramento auxiliar
através de um disjuntor de transferência.
O disjuntor de transferência garante a proteção de um vão (entrada de linha
ou saída de linha) quando o equipamento de disjunção principal (disjuntor ou
religador) associado a este vão é retirado de serviço para manutenção.

Disjuntor
principal

Chave
Chaves Seccionadora
seccionadoras de By-pass
Principa
l

Transferência
Barramentos – Principal e de Transferência

Em condições normais de operação, o vão de entrada


de linha supre a barra principal através do disjuntor
principal e das chaves seccionadoras associadas a
este disjuntor, que se encontram normalmente fechadas.

Existe mais uma chave associada ao disjuntor de


entrada de linha que é a de “by-pass” que se encontra
normalmente aberta.
Barramentos – Principal e de Transferência

Numa emergência ou manutenção o disjuntor


principal é retirado de serviço, a entrada de linha
é conectada à barra auxiliar através do
fechamento da chave seccionadora de “by-pass”
e do disjuntor de transferência.

A transferência da proteção do disjuntor principal


do vão para o disjuntor de transferência pode ser
realizada através de uma função da transferência
da proteção (função 43) ou através de mudança
no ajuste do relé associado ao disjuntor de
transferência.
Barramentos – Principal e de Transferência

Vantagens:
 Qualquer disjuntor pode ser retirado de serviço para
manutenção.

Desvantagens:
 Requer um disjuntor extra para conexão com a outra barra.
 Falha no barramento principal resulta no desligamento da
subestação.
 As manobras são relativamente complicadas quando se deseja
colocar um disjuntor em manutenção.
Barramentos - Duplo com um Disjuntor

Este arranjo é utilizado para instalações de grande porte e importância.

Normalmente o disjuntor (Disj.) entre barras é fechado mantendo


a barra 2 com tensão e a carga dividida entre as barras.
Barramentos - Duplo com um Disjuntor
CARACTERÍSTICAS:
 A manutenção é feita sem a perda dos circuitos de linha de saída.
 Cada linha pode ser conectada a qualquer barra.
 Em caso de falta na barra 1, os disjuntores de linha de entrada
abrem isolando a falta.
O disjuntor de interligação de barras é então aberto e as chaves comandadas
adequadamente de modo a transferir suprimento e carga para a barra 2. Se a falta
ocorre na barra 2, o disjuntor de interligação de barras abre isolando a falta.

VANTAGENS:
 Permite alguma flexibilidade com ambas as barras em operação.
 Qualquer uma das barras poderá ser isolada para manutenção.
 Facilidade de transferência dos circuitos de uma barra para a
outra com o uso de um único disjuntor de transferência e
manobras com chaves.
Barramentos - Duplo com um Disjuntor

DESVANTAGENS:
 Requer um disjuntor extra de transferência para conexão com a
outra barra;
 São necessárias quatro chaves por circuito;
 Falha no disjuntor de transferência pode colocar a subestação
fora de serviço.
Barramentos - Duplo com Disjuntor Duplo

Cada circuito é protegido por dois disjuntores separados. Isto significa


que a operação de qualquer disjuntor não afetará mais de um circuito.
Barramentos - Duplo com Disjuntor Duplo
Características
oTem alta confiabilidade, é muita cara;
o A SE é suprida por linhas de subtransmissão que alimentam a SE
através de um transformador com disjuntor de alta tensão;
o Há duas barras nesse arranjo de SE;
o O alimentador pode ser suprido por qualquer uma das barras;
o A barra principal é energizada durante operação normal e a barra
de reserva é usada durante situações de manutenção e emergência;
o O disjuntor normalmente fechado do alimentador primário ligado
à barra principal é então manualmente aberto pela equipe de
campo;
oO serviço é interrompido durante o tempo em que é realizada a
manobra manual;
o Aplica-se em instalações de grande potência;
o Continuidade de fornecimento;
o Utilizado em subestações de EHV (extra-alta tensão).
Barramentos - Duplo com Disjuntor Duplo

Vantagens:
 Arranjo mais completo;
 Muito mais flexível;
 Maior confiabilidade;
 Qualquer uma das barras pode ser retirada de serviço a
qualquer tempo para manutenção sem retirada de
circuitos de serviço.

Desvantagem:
 Alto custo.
Barramento de Disjuntor e Meio
São usados três disjuntores em série, ligando uma barra dupla, sendo que
cada dois circuitos são ligados de um lado e outro do disjuntor central de um
grupo.
Três disjuntores protegem dois circuitos (isto é, existem 1 ½ disjuntores por
circuito) em uma configuração com dois barramentos. Neste caso, como
existem duas barras, a ocorrência de uma falha em uma delas não provocará
o desligamento de equipamento, mas apenas retirará de operação a barra
defeituosa.
Barramento de Disjuntor e Meio

A vantagem deste esquema é que qualquer disjuntor ou qualquer uma das duas
barras pode ser colocado fora de operação sem interrupção do fornecimento.

Características:
 Equivalente ao barramento duplo anterior, mas com uma importante
simplificação;
 Utilização de um disjuntor e meio para cada entrada e saída, ao
contrário de dois disjuntores por circuito no arranjo anterior;
 Mais econômico e tem praticamente a mesma confiabilidade;
 É mais utilizado no Brasil nos sistemas de 500 kV e 765 kV.

Vantagens
 Maior flexibilidade de manobra;
 Rápida recomposição;
 Alta confiabilidade;
 Falha em um dos barramentos não retira os circuitos de serviço.
Barramento de Disjuntor e Meio

Desvantagens:
 Demasiado número de operações envolvidas no ato de
chaveamento e religamento dos equipamentos evolvidos;
 Sua construção é muito cara;
 Sistema de controle muito complexo.
Barramento em Anel
Barramento que forma um circuito fechado por meio de dispositivos de
manobras.
O custo é aproximadamente o mesmo que a de barramento simples e é mais
confiável, embora sua operação seja mais complicada.
Cada equipamento (linha, alimentador, transformador) é alimentado por dois
disjuntores separados. Em caso de falha, somente o segmento em que a falha
ocorre ficara isolado.
Cada circuito de saída tem dois caminhos de alimentação, o tornado mais
flexível.
Barramento em Anel

Vantagens:
 Flexibilidade na manutenção dos disjuntores, podendo
qualquer disjuntor ser removido para manutenção sem
interrupção da carga;
 Necessita apenas um disjuntor por circuito;
 Não utiliza conceito de barra principal;
 Grande confiabilidade.

Desvantagens:
 Se uma falta ocorre durante a manutenção de um disjuntor o
anel pode ser separado em duas seções;
 Religamento automático e circuitos de proteção são
relativamente complexos.
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA EM TENSÃO SECUNDÁRIA

As normas para ligações de consumidores a redes secundárias de distribuição seguem o livro


“Fornecimento de Energia Elétrica em tensão secundária de Distribuição” - Nota Técnica Unificada -
NTU.01.
 A norma NTU.01 se aplica aos consumidores secundários com carga instalada até 75 kW.
 As carga superiores a este valor são atendidas na tensão primaria de distribuição (nível 13,2 kV ou
13,8 kV).

TENSÕES DE FORNECIMENTO
Tipos de Atendimento ao Consumidor Secundário

 Modalidade A: Uma fase e neutro – 2 fios;


 Modalidade B: Duas fases e neutro – 2 ou três fios.
 Modalidade C: Três fases e neutro – 3 ou 4 fios.

Características da Modalidade A

a) No sistema estrela com neutro


 Aplicado a instalações com carga instalada ate 12 kW para
tensão de fornecimento de 127- 220 V, e até 15 kW para tensão
de fornecimento 220-380V .
 Não é permitida, neste tipo de atendimento a instalação de
aparelhos de raio X e máquinas de solda a transformador.
b) No sistema delta com neutro
 Aplicado a instalações com carga instalada até 5 kW.
Tipos de Atendimento ao Consumidor Secundário

Características da Modalidade B

a) No sistema estrela com neutro


 Aplicado a instalações com carga instalada acima 12 kW
até 25 kW para tensão de fornecimento de 127-220 V, e
acima 15 kW até 25 kW para tensão de fornecimento
220-380 V.
 Não é permitida, a instalação de aparelhos de raio X da
classe de 220 V com potência superior a 1.500 W e
máquinas de solda a transformador classe 127 V com
mais de 2 kVA ou da classe 220 V com mais de 10 kVA.
b) No sistema delta com neutro
 Aplicado a instalação com carga instalada acima de 5
kW.
Tipos de Atendimento ao Consumidor Secundário

Características da Modalidade C

a) No sistema estrela com neutro


 Aplicado a instalação com carga instalada acima 25 kW até 75
kW para tensão de fornecimento de 127-220 V, e acima de 25
kW ate 75 kW para tensão de fornecimento 220-380 V.
 Não é permitida, a instalação de aparelhos de raio X da classe
de 220 V com potência superior a 1.500 W ou trifásicos com
potência superior a 20 kVA e máquinas de solda a transformador
classe 127 V com mais de 2kVA, da classe 220 V com mais de
10 kVA ou máquina de solda trifásica com retificação em ponte,
com potência superior a 30 kVA.

b) No sistema delta com neutro


 Aplicado a instalação com carga instalada acima de 5 kW.
Carga instalada
O cálculo da carga instalada do consumidor secundário é
realizado pela Concessionária.
Determina-se o tipo de fornecimento, (A, B, ou C),
relacionando o número de fases e neutro, e permite que se
dimensione a demanda da instalação.
São considerados os seguintes aspectos:
a. Cargas de tomadas;
b. Pontos de luz;
c. Aparelhos com potência média definida pela
Concessionária: torneira elétrica; chuveiro elétrico;
máquina de lavar louça; máquina de secar roupa; forno
de microondas; forno elétrico e ferro elétrico;
Carga instalada
d. Aparelhos com potência definida pelo fabricante:
aquecedor elétrico de acumulação (boiler); fogão
elétrico; condicionador de ar; hidromassagem;
aquecedor de água de passagem; aquecedor elétrico
central; outros com potência superior a 1000 W;

e. Motores e equipamentos especiais: motores e máquinas


de solda a motor; aparelhos de raio X; máquinas de
solda a transformador; fornos elétricos a arco; fornos
elétricos de indução; retificadores e equipamentos de
eletrólise; etc. A carga instalada deve ser dado de placa
do fabricante.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO DO CÁLCULO DA DEMANDA

Considerar uma residência de 180 m2 de construção,


possuindo 12 cômodos e contendo os seguintes
aparelhos (com potência fornecida pelo fabricante):
 2 aparelhos de ar condicionado de 14000 Btu: 2 x
1900W = 3800 W.
 4 chuveiros elétricos de 3500 W cada um.
 1 ferro elétrico de 1000 W.
 2 motores trifásicos de 1.5 CV cada um.
Carga instalada

Cálculo da Carga Total Instalada


- O cálculo de tomadas instaladas segue a tabela 4
(extraída da NTU.01):
Conforme a referida tabela ter-se-ia 12 x 100 W + 3
x 600 W = 3000 W.
- A carga instalada de iluminação residencial,
conforme a NTU.01, deve ser de no mínimo 1
ponto de luz por cômodo, que resulta em 12 x
100W = 1200W.
Carga instalada
Número mínimo de tomadas em função da área construída
a) Cálculo da carga instalada
A carga instalada de aparelhos fixos é de:
 2 aparelhos de ar condicionado: 2 x 1900 = 3800 W.
 4 chuveiros elétricos: 4 x 3500 W = 14.000 W.
 1 ferro elétrico: 1000 W.
 2 motores elétricos de 1.5 CV (ver tabela): 2 x 1540 =
3080 W.

A carga instalada total é de:


 3000W + 1200W + (3800W + 14000W + 1000W +
3080W) = 26080 ou 26,1 kW
b) Cálculo da Demanda
Calcula-se a demanda referente a cada componente específico da
instalação elétrica. Utiliza-se o fator de demanda que indica a relação
entre a demanda do conjunto e a potência instalada.

Demanda Referente a Tomadas e Iluminação


Utiliza-se pare este propósito a seguinte tabela
Cálculo da demanda
FATORES DE DEMANDA DE
CHUVEIROS, TORNEIRAS,
Com carga instalada de 3000W (tomadas) AQUECEDORES DE ÁGUA DE
+ 1200W (iluminação) = 4200W PASSAGEM E FERROS
ELÉTRICOS

A demanda será de: 0,52 (fator de


demanda) x 4200W = 2184W ou 2,18 kVA
(fator de potência unitário).

Demanda referente a chuveiros,


torneiras elétricas, aquecedores de
Água de Passagem e Ferros Elétricos.

Carga instalada 4 x 3500W (chuveiros)+ 1


x 1000W (ferro) = 15000W

Para o cálculo da demanda destes


aparelhos, deve-se usar o fator de
demanda associados a estes de acordo
com a seguinte tabela:
Cálculo da demanda
Conforme a Tabela anterior, considerando 5 aparelhos tem-se a
demanda de 0,7 (fator de demanda) x 15000 = 10500W ou 10,5
kVA (fator de potência unitário).
Demanda Referente aos Condicionadores de Ar Tipo Janela
Para este fim utiliza-se a seguinte tabela:
Cálculo da demanda
 Conforme a Tabela verifica-se que o aparelho de 14.000 BTU
consome 1.900W ou 2,1 kVA.

 A demanda será de 2 x 2,1 kVA x 1 (fator de demanda) = 4,2 kVA.

 Os fatores de demanda para os aparelhos de ar condicionado


constam na seguinte tabela:
Cálculo da demanda

Demanda referente aos motores


A demanda dos motores é obtida através da seguinte tabela, e considerando
o fator de demanda de acordo aos seguintes critérios:

FD = 1,0 para o maior motor e FD = 0,5 para os restantes.


Cálculo da demanda
Cálculo da demanda
Como os 2 motores são iguais a demanda é calculada como:
1 (fator de demanda) x 2,17 kVA + 1 (fator de demanda)x 2,17 kVA = 4,34
kVA
A demanda total é portanto de: 2,18 kVA + 10,50 kVA + 4,2 kVA + 4,34 kVA
= 21,22 kVA
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA EM
TENSÃO PRIMÁRIA
As portarias de fornecimento de energia determinam que se utilize a
seguinte norma brasileira ABNT, para a execução de instalações elétricas
em tensão primária de distribuição:
NB-79 - Execução de instalações elétricas de Alta tensão (0,6 a 15 kV).
Limites de Fornecimento
 Consumidor com carga instalada > 75 kW e demanda ≤ 2500 kW, o
fornecimento será feito em tensão primária.
 Se 2500 kW < demanda ≤ 5000 kW a Concessionária analisará a
viabilidade do fornecimento ainda em distribuição primária ou em
tensão de subtransmissão (69 kV, 138 kV ou eventualmente 34,5 kV).

Condições não Permitidas pelas concessionárias


 Não é permitido o paralelismo de geradores particulares com a rede da
Concessionária.
 Não é permitida alteração na potência instalada, sem análise da
Concessionária.
Fornecimento - Tensão primária
Equipamentos Especiais
Fornos a arco; fornos elétricos de indução; motores com potência ≥ 50 CV;
retificadores e equipamentos de eletrólise e máquinas de solda.

Principais Materiais e Equipamentos Padronizados


 Todos os materiais padronizados devem atender as normas ABNT e
suportar os níveis de isolamento a impulso (NBI) conforme tabela abaixo:

Níveis de isolamento a impulso na distribuição primária


Fornecimento – tensão primária
Especificações dos isoladores das redes primárias de distribuição

Os isoladores utilizados são do tipo pino, suspensão ou roldana.


Elementos da distribuição

Para-raios
Os para-raios são do tipo válvula ou de óxido de zinco com características
mínimas para cada tensão nominal (3,8 kV a 23 kV) da ABNT.
São em geral localizados nas entradas e saídas de linha e na extremidade
de algumas barras de média tensão de subestações, para proteção contra
sobretensões promovidas por chaveamentos (manobras operativas) e
descargas atmosféricas no sistema. Os para-raios são também localizados
nos transformadores de distribuição.
Para-raios e supressores de surtos de tensão são ambos dispositivos para
proteção de equipamentos contra sobre-tensões transitórias. Os
supressores de surtos (TVSS – Transient Voltage Surge Suppressors) são
em geral dispositivos usados na carga.

Disjuntores
O disjuntor deve ser tripolar trifásico e deve ter as seguintes capacidades
mínimas de interrupção.
 250 MVA até 13.8 kV
 500 MVA para 23 kV
Detalhes dos para-raios
Características dos para-raios
Os para-raios eram constituídos por espaçamentos (gaps)
preenchidos por ar ou um gás especial.
Posteriormente resistores não lineares de SiC (silicon carbide)
foram introduzidos em série aos espaçamentos dos para-raios
como elementos dissipadores de energia.
Os resistores não-lineares diminuem rapidamente sua
impedância com o aumento da tensão. O uso de resistores
não-lineares melhorou o desempenho dos para-raios limitando
a tensão.
Um para-raios em geral tem maior capacidade de energia.
O desenvolvimento da tecnologia MOV (Metal Oxide Varistor)
permitiu melhorar as características da descarga sem o
desenvolvimento de transitórios impulsivos que levava à falha
da isolação dos equipamentos. A vantagem dos MOV sobre os
dispositivos baseados em gaps é que a tensão não é reduzida
abaixo do nível de condução quando se inicia a condução da
corrente de surto (ex. Óxido de Zinco)
Para-raios nos transformadores de poste
Distancia máxima do para-raios ao transformador

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