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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - Escola de Música

Convivendo, conversando, criando e fazendo música:


a educação musical no Corpo Cidadão

Artigo de Evandro Carvalho de Menezes

Robert Willian Gomes


Do artigo

Objetivo: investigar o processo pedagógico da ONG belorizontina Corpo cidadão.


Metodologia: Estudo de caso com observação participante em oficinas de quatro
educadores
Principal referencial teórico: Koellreutter - educação musical objetiva a formação
completa do ser humano e Kleber - O processo pedagógico musical é um fato
social.
Conclusões principais: O desenvolvimento pedagógico da Ong está em
constante negociação com os contextos nos quais ocorrem, tendo como fio
condutor do ensino e aprendizagem musical a performance.
A ONG CORPO CIDADÃO

- Surgida em 1998 como Projeto Sambalelê, derivada do Grupo Corpo


- Lugares de atuação (2008): Unidade Nossa Casa no aglomerado da Serra
(BH); Em Ibirité na sede da CEPE - Clube de empregados da Petrobrás
(empresa patrocinadora a partir de 2004); No Centro Cultural Vila de Fátima
e na Escola Municipal Vila Fazendinha.
- Forma de ensino; sob o formato de oficinas e Grupos experimentais.
5 Pilares do trabalho na ONG

● A Construção de um ambiente socioeducativo musical


● A vontade do estudante de aprender
● O Lúdico e as brincadeiras
● A construção de conhecimentos musicais
● A preparação para espetáculos
Pressupostos Teóricos

H.J. Koellreutter - Para o pensador o processo pedagógico musical deve propiciar o


exercício da cidadania e o desenvolvimento de habilidades humanas - de formar o
ser humano de maneira totalizada. Colocando a arte como “Arte funcional”, onde a
arte tem o poder de potencializar conhecimentos e saberes exteriores a si mesma.

Kleber - O processo pedagógico musical é um fato social, devido a sua


complexidade, estrutura e sistematização. O autor defende que a música não possui
estruturas próprias mas é estruturada socialmente e por isso a compreensão
musical passa pela compreensão da sociedade e do contexto na qual está inserida.
Ações concretas da ONG e os pressupostos

Prof. Maurício - Processo metodológico:

- Inicia os encontros em roda e decide juntamente aos alunos as atividades do dia;


- Divisão de grupos instrumentais para ensaios (nem sempre os alunos ensaiam o
repertório escolhido - composto de criações e canções populares- escolhendo as próprias
músicas e dedicando-se a elas;
- Reunião para ensaio geral e acordos ( ou montagem da partitura)
- O estranhamento dos alunos não é uma barreira didática, mas um caminho.
- Tanto Maurício quanto Koellreutter concordam que a intervenção é preferencialmente
evitável na maioria das vezes. Maurício e Kleber estão em consonância quando
reconhecem o uso social extra-musical da música.
Profª Silvia:
- Cria um ambiente de propício à socialização e ao ensino por meio de jogos e
brincadeiras musicais.
- Divide a turma em grupos instrumentais melódicos e harmônicos x
Percussivos (os alunos podem flutuar entre os dois grupos)
- Definição do repertório a abordagem dos problemas; delimitação de
caminhos a serem seguidos e soluções; desenvolvimento de atividades com
conteúdos trabalhados nos jogos; uso dos aprendizados em repertório
sugerido.
- Silvia criava os arranjos e definia o repertório junto aos alunos, a partir das
idéias por eles apresentadas, que faziam parte do mundo deles.
- A autonomia dos alunos nas escolhas é diretamente proporcial ao tempo
deles no projeto.
CONCLUSÃO

“A complexidade que envolve a educação musical nesse contexto interdisciplinar


e pluridimensional remete à proposta de Kleber (2006) de se pensar o processo
pedagógico musical na ONG como um ‘fato social total’.”

Remete também a proposta de Koellreutter, principalmente no que se refere ao


conceito de “Arte-ambiental”, aplicado fortemente na ONG, e à função de
formação dos seres humanos para o exercício da cidadania e do desenvolvimento
de suas capacidades.

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