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Erros inatos do

metabolismo
Jane Danielly Teixeira
 Os erros inatos do metabolismo (EIM) são
distúrbios de natureza genética que
geralmente correspondem a um defeito
enzimatico capaz de acarretar a
interrupção de uma via metabólica
bloqueio de uma determinada rota
metabólica
Grupos Características Doenças
1- defeito de síntese Sinais e sintomas Doença lisossomais e
ou catabolismo de permanente e peroxissomias
moléculas complexas progressivos
2- defeito no Intoxicação aguda e Aminoacidopatias;
metabolismo crônica;intervalo livre acidurias orgâncias;
intermediário de sintomas; relação defeitos do ciclo da
com ingestão uréia e intolerância
alimentar aos açúcares
3- defeito na Metabolismo Doenças de depósito
produção ou intermediário de de glicogênio;
utilização de energia fígado, músculo ou defeitos de ß-
cérebro oxidação de A.G.;
doenças
mitocondriasis e
hiperlacticemias
enzim
a
NORMAL

substrato produto

DEFEITO enzim
ENZIMÁTICO a
produto
substrato
produto
rota alternativo
alternativa
 Quadro clínico consequencia do acúmulo
 Depende do tamanho da molécula
 Pequena se difunde
 Grande acúmula
Características
 Diminuiu o número de doenças infecciosas
 doenças genéticas são 50% dos leitos
pediátricos ( Hem. Norte).
 10% das doenças genéticas são EIM
Herança
 Autossômica recessiva
 Algumas ligadas ao X
 Mitocondrias ( 100%)
 Sozinhas são raras, mas em conjunto têm
um incidência de 1:5000.
Homologia fenotípica

 As características freqüentemente
compartilhadas
 enzimas diferentes funcionam na mesma área
de metabolismo
 doenças diferentes originam-se por defeitos de
uma mesma enzima
enzimas diferentes funcionam na
mesma área de metabolismo

•As enzimas 1, 2 , 3 e
Enzima 1
4 atuam
conjuntamente para
gerar o Produto final. Enzima 2
•Na ausência de
qualquer uma destas
Enzima 3
enzimas o defeito será
o mesmo: falta do
Produto final Enzima 4 Produto final
•Logo a clínica será a
mesma!
doenças diferentes originam-se
por defeitos de uma mesma enzima
Produto 1

•A enzima Y atua em
4 rotas metabólicas,
que produzem Produto 2
produtos diferentes Enzima Y
•Logo, na ausência Produto 3
da enzima Y todos os
4 produtos estarão
ausentes, o que
Produto 4
resulta numa mesma
clínica
Manifestações clínicas
 Variadas, desde assintomáticos(glicosúria
renal) até fatais ( defeitos no ciclo da
uréia)
 Parecem com doenças comuns
(septicemia)
 Podem aparecer ao nascimento ou na
infância
 Pode ter qualquer sintoma
Achados clínicos precoses em 90
erros metabólicos
Achado N° de doenças
Retardo ou regressão 31
neurológicas
Hepatomegalia 27

Retardo do crescimento 25

Convulsões 24

Vômitos, letargia 20
Diagnóstico
 Efetivo feito pela determinação da
atividade enzimática caro só
quando há suspeita
 Diversidade de efeitos- dificuldade
 Usa-se testes de triagem (urina, sangue)-
falso positivo
Teste do
pezinho

Pelo SUS:
fenilcetonúria,
hipertiroidismo
congênito,
homoglobinopatias
CLASSIFICAÇÃO
Grupo I- doenças lisossomais
 MUCOPOLISSACARIDOSES  Hurler
 Huler- Sacheie
 Scheie
 Tay- Sachs
 ESFINGOLIPIDOSES  Doença de
Fabry
 doença de
Gaucher
 Nieman-Pick
 MUCOPOLISSACARID  ESFINGOLIPIDOSES
OSES  Acúmulo de algum
 acúmulo de lipídio
glicosaminoglicanos  Membranas celulares
leva a desorganização ( tecido nervoso)
do tecido  clínica
conjuuntivo(fígado,
ossos, córnea)
MPS tipo I ou doença de
Hurler
Grupo I- mucolipidoses
 GLICOPROTEINOSE  Fucosidose
 manosidose
 Sialidose
 Aspartilglicosaminúrias
 DISTÚRBIOS DO
TRANSPORTE DA  doença do depósito do
MEMBRANA ác. Siálico
 Cistinose
 Doença de salla
Grupo I- mucolipidoses
 DOENÇAS DOS  Síndrome de
PEROXISSOMOS Zellweger
 Adrenoleucodistrofia
(óleo de Lorenzo)
 Doença de Fersum
 Hiperoxaluria tipo I
Grupo II- metabolismo
intermediário
 Intervalos livres de sintomas
 Ingesta da alimento nocivo causa crise
Grupo II- doenças
 AMINOACIDOPATIAS  Cistinúria
 Fenilcetonúria
 Tirosinemia
 Homocistinúria
 Hiperglicemia não-
cetótica
 Doença da urina do
xarope de bordo ou
leucinose
Grupo II- doenças
 ACIDÚRIAS  Acidemia isovalérica
ORGÂNICAS  Deficiência da 3-
metilcrotonil CoA
carboxilase
 Acidemia 3- metilglutárica
 Acidemia proprionica
 Acidemia metilmalônica
 Defiencia múltipla da
carboxilase
 Acidemia glutâmica tipo I
Acidurias orgânicas
 Acúmulo de ácidos orgânicos em tecidos e
fluídos corpóreos
 1:15.000
 Acidose metabólica grave, vômitos,
letargia, dificuldade de crescimento
 Correção da acidose, diminuir ingesta de
proteínas
Grupo II- doenças
 DEFEITOS DO CICLO DA  Deficiencia da carbomoil
URÉIA fosfato sintetase
 Deficiencia da ornitina
transcarbamilase
 Citrulinemia
 Acidúria arginosuccínica
 Argininemia
 Intolerância lisinúrica á
proteína
Grupo II- doenças
 INTOLERÂNCIA AOS  Galactosemia clássica
AÇÚCARES  Deficiência de
galactoquinase
 Deficiência da
epimerase
 Intolerância
hereditária a frutose
Aminoacidopatias-
fenilcetonuria
 Mutações fenilalanina-hidroxilase (converte a fenilalanina em
tirosina)

 A fenilalanina (acúmulo do substrato) é desviada para


fenilpiruvato, fenilacetato e fenilactato (produtos alternativos) –
tóxicos

 Causa desmielinização

 A falta de tirosina (ausência de produto) pertuba a produção de


melanina

 Incidência de 1:5.000 a 1:16.000 RN


fenilcetonuria

Proteina da dieta Proteínas


teciduais
melanina
Proteinas fenilalani tirosina
teciduais na tiroxina

Acido Fenilalanina
hidroxilase catecolami
fenolpirúvico nas
Hiperfenilalaninemias
fenilcetonúria

 Tratamento: retirada, não total, da


fenilalanina
 Grávidas que tem FNC, devem ter cuidado
rigoroso com a dieta
Aminioacidopatias- homocistinúria
 cistationina ß- sitase ( enzima da via metabólica
da metionina)
 Incidência: 1:58.000- 1:1.000.0000
 Diagnóstico: níveis elevados de metionina e
homocisteína
 Quadro clínico: luxação de cristalino em 97%
dos pacientes, miopia, osteoporose, escoliose,
reatrdo mental, distúrbios do comportamento e
fenomenos tromboembólicos.
Relações entre FH4, B12 e SAM
homocistinúria
 Tratamento: um grupo responde a
piridoxina (B6), outro a betaína e o
restante só a dieta pobre em metionina.
Todos se beneficiam com o uso do ácido
fólico
 Resposta variável ao tratamento. Até 6
meses de vida diminui risco de
complicações
Doença da urina do xarope de
bordo ou leucinose
 Enzima deficiente:α-cetoácido desidrogenase de
cadeia ramificada
 Incidencia: 1:200.000
 Diagnóstico: elevação dos níveis plamáticos de
leucina, isoleucina e valina
 Existem quatro variantes
 Odor na urina característico de caramelo
 Evolução rápida, grave cetoacidose
 Tratamento: medidas de urgência (diálise)
Metabolismo de aminoacidos
ramificados

Metabolismo de AA de C.R.
Defeitos do ciclo da uréia
 Via metabólica que metaboliza a amônia pela
síntese de arginina e uréia
 Incidência: 1:30.000
 Diagnóstico: hiperamonemia, níveis elavados
plasmáticos de glutamina e alanina e a presença
de ácido orótico e oritidina na urina
 Quadro clínico: encefalopatia, alcalose
respiratória e hiperamonemia
 Mais frequente deficiência da transcarbamilase,
menos arginase
Deficiência das enzimas do Ciclo da Uréia
Defeitos do ciclo da uréia
 Sintomas têm inicio após 24h de vida:
diminuição da aceitação alimentar, letargia
que progride para coma
 Tratamento( aguda): evitar efeitos tóxicos
da amônia( hemodiálise, benzoato e
fenilacetato)
 Tratamento:restrição protéica, fórmulas
Intolerância aos açúcares-
galactosemia clássica
Grupo III- defeito na produção ou
utilização de energia
 Manifestações clínicas:
 Hipoglicemia
 Hipotonia
 Hepatomegalia
 Miopatia
 Hiperlacticemia
 entre outros
Grupo III- doenças
 DEFEITO DE ß-  Deficiência da Acil-
OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS CoA desidrogenase de
GRAXOS cadeia média ( MACD)
 LCAD, SCAD
 Defeito do transporte
plasmático de
carnitina
 Deficiência de
carnitina palmitoil
transferase
Grupo III- doenças
 DOENÇAS  Defeitos da
MITOCONDRIAS E fosforilação oxidativa
HIPERLACTICEMIAS  Deficiência da
CONGÊNITAS carboxiquinase
fosfoenolpiruvato
 Deficiência do
comlexo da piruvato
desidrogenase
 Deficiência da
piruvato carboxilase
Grupo III- doenças
 DOENÇAS DE  Formas hepáticas
DEPÓSITO DE  Formas musculares
GLICOGÊNIO
Quando suspeitar de EIM?
SINAIS DE DEGENERAÇÃO DO SNC
 Desaceleração e parada do desenvolvimento
psicomotor
 Ocorrência de sinais neurológicos anormais
(ataxia, espasticidades, convulsões)
 Progressão de piora inexorável
Estratégias de tratamento
dos EIM
 Restrição alimentar
Reposição

Desvio
Restrição alimentar

 não ingerir o substrato


 altamente eficaz
 Requer o cumprimento vitalício de uma
dieta restrita, artificial e cara
 Exemplo : hiperfenilalaninemia (PKU),
Reposição
 administrar a enzima ausente
 É a forma que tem mais êxito no
tratamento
 Mas existem poucas doenças tratáveis
por este mecanismo
 Exemplo : Doença de Gaucher tipo I e
mucopolissacaridoses
Desvio
 Consiste em desviar a rota metabólica
alterada para uma rota alternativa desde
que o produto da rota alternativa não
seja tóxico
 Exemplo : distúrbios do ciclo da uréia
 benzoato de sódio+amônia=hipurato.
bibliografia
 Cohn, m. Robert; Roth, Kape . Biochemistry and
disease. Ed. Williams e Wilkins, 1996.
 Martins, Ana Maria. Erros Inatos do
metabolismo-abrodagem clínica.
 Giugliani, Roberto. Erros inatos do
metabolismo:uma visão panorâmica
 Marshall, William J.. Clinical Chemistry. 1995, Ed.
Mosby
 www.fleury.com.br
 www.nlm.nih.gov/medlineplus

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