Você está na página 1de 36

CONTABILIDADE DE

CUSTOS
8ª AULA Prof.ª Vanessa Natalie Baniski dos Santos
Sumário
 Critério de rateio dos custos indiretos:
 Análise dos critérios de rateio – custos comuns;
 Rateio dos custos dos departamentos;
 Influência dos custos fixos e variáveis;

 Departamentalização
 Porque departamentalizar, o que é departamento e como se classifica;
 Departamento e centro de custos;
 Custos dos departamentos de serviços;
 Contabilização dos custos indiretos de produção.
Análise dos critérios de rateio – custos comuns
 Todos os custos indiretos só podem ser apropriados de forma
indireta aos produtos mediante estimativas, critérios de rateio,
previsão de comportamentos de custos etc.;

 Subjetivismo x arbitrariedade nas alocações;


Exemplo para reflexão
 Suponhamos que a empresa tenha seus prédios e instalações todos alugados sob um
único contrato e que se veja ela agora obrigada a separar a parte que cabe à
produção (Custo) e aos setores administrativos e de vendas (despesa);

 O critério de rateio que vai ser primeiramente lembrado será o de área ocupada por
cada um. Entretanto, um problema poderá ocorrer caso haja, por exemplo, um silo
vertical na produção; será necessário trabalhar com outro critério se esse silo for de
grande volume e funcionar como fator importante no próprio preço do aluguel;

 Talvez haja necessidade de fazer a distribuição com base então em volume (m3), e
não em área (m2), para se obter um número considerado mais justo para cada parte;
Exemplo para reflexão
 Ainda com relação ao aluguel, outro problema pode ser levantado: suponhamos que o
imóvel todo compreenda um quarteirão e que a frente da empresa dê para uma via de
grande importância e alto valor comercial locativo e os fundos para uma via secundária de
mínimo valor comercial;

 Na frente, com certeza, estarão colocadas a exposição de vendas, a diretoria etc., e nos
fundos talvez estejam as instalações fabris. Em função dessas vias, o valor locativo da
frente pode ser várias vezes o valor locativo da outra via; se dividirmos o aluguel inteiro
com base em área ocupada, estaremos atribuindo o mesmo montante por metro quadrado à
fábrica e à exposição de vendas;

 Talvez houvesse necessidade então de se fazer uma ponderação baseada num valor
estimado de locação de cada setor para se proceder a uma distribuição “menos injusta”.
Etapas - Custeio RKW
 Separação entre custos e despesas;
 Apropriação dos custos identificáveis aos produtos;
 Apropriação dos custos indiretos aos objetos de custeio,
utilizando os critérios de rateio;
 Apuração dos custos dos produtos acabados;
 Adição da Margem de Lucro esperada;
 Apuração do preço de venda;
 Apuração do custo dos produtos vendidos;
 Apuração do resultado.
Etapas - Custeio RKW
Custeio RKW
 O risco de tomada de decisão sobre o custo dado pelo RKW é alto;
 No exemplo, se não houver demanda suficiente para o produto B pelo
preço estipulado, uma decisão poderia ser a extinção do produto, mesmo
que a margem de contribuição seja positiva.
 Para a formação do preço de produzir e vender, adicionava-se a margem
de lucro estabelecida pelo Governo, para se ter o preço final do bem;
 Em uma economia capitalista, são as forças do mercado que definem o
preço, bem como a possibilidade de produzir determinado bem;
 Os governos, em regime de livre iniciativa, não interferem na quantidade
ofertada, pois quem a regula é o mercado.
Custeio ideal e a Empresa Moderna
 O maior desperdício é fazer eficientemente aquilo que não é necessário;
 Para aumentar a produtividade, deve-se eliminar tudo que não agrega valor
aos produtos;
 As empresas devem constantemente reduzir seus desperdícios, afim de
permanecerem competitivas no mercado moderno, onde a concorrência é
cada vez mais acirrada;
 Para se reduzir os desperdícios, primeiramente é necessário conhecê-los;
 A mensuração dos desperdícios indica quanto pode potencialmente ser
reduzido e onde agir corretivamente;
Exemplo: Custeio Integral

Total ($) Unitário ($/un)


Preço 1.600.000,00 20,00
Custo 1.400.000,00 17,50
Lucro 200.000,00 2,50
Exemplo: Custeio Ideal

Total ($) Unitário ($/un)


Preço 1.600.000,00 20,00
Custo 1.200.000,00 15,00
Lucro Potencial 400.000,00 5,00
Desperdício 200.000,00 2,50
Lucro 200.000,00 2,50
Desperdícios
 Gestores das empresas modernas estão preocupados em
reduzir os desperdícios e aumentar a eficiência do
processo produtivo;

 Os desperdícios podem ser decompostos, fim de auxiliar


as empresas nas decisões sobre ações de combate aos
desperdícios;
Análise de custo-volume-lucro
 Ferramenta utilizada nas decisões gerenciais;
 Visa demonstrar as inter-relações existentes entre as
vendas, os custos, o nível de atividade desenvolvido e o
lucro alcançado ou desejado;
 Importante no planejamento em curto prazo, pois explora
o relacionamento entre as variáveis: custo, receita, volume
de saída e lucro;
Análise de custo-volume-lucro

Fonte: (SOUZA; SCHNORR; FERREIRA; 2011, p. 5)


Margem de contribuição
 Mostra como cada produto contribui para amortizar os custos e despesas fixas e
posteriormente, formar o lucro;

 A margem de contribuição unitária é o preço de venda do produtos menos os


custos variáveis e despesas variáveis.

 MCU = PV – (CV +DV)

 Representa a parcela do preço que está disponível para a cobertura dos custos
fixos e para a geração do lucro.
Exemplo:
Ponto de Equilíbrio
 Indica uma situação econômica para determinado nível de
produção e período.
 Pode ocorrer de forma contábil, econômica e financeira;
 A diferença fundamental entre os três são os custos fixos
considerados;
 Contábil: Custos contábeis;
 Econômico: São adicionados os custos de oportunidades e outros
de gênero;
 Financeiro: Consideram-se apenas os custos desembolsados;
Ponto de Equilíbrio
Ponto de Equilíbrio
 O lucro é igual a zero então, a quantidade no ponto de
equilíbrio é igual a:

PEC = Gastos Fixos


Preço Unitário – Gastos Variáveis Unitários

 Receita de equilíbrio = preço unitário x quantidade no ponto de


equilíbrio
Exemplo
 A Cia XYZ possui os seguintes dados:
Exemplo
Pede-se:
Determine o ponto de equilíbrio em quantidade e em valor.
Ponto de equilíbrio contábil
 É o ponto de equilíbrio que estamos vendo até agora, ou
seja, quantidade que equilibra a receita total com a soma
dos custos e despesas relativos aos produtos vendidos;
Ponto de Equilíbrio Econômico
 Quantidade que iguala a Receita Total com a soma dos
custos e despesas acrescida da remuneração mínima sobre
o capital investido pela empresa;

 Custo de Oportunidade representa a remuneração que a


empresa obteria se aplicasse seu capital no mercado
financeiro, ao invés de no seu próprio negócio.
Ponto de Equilíbrio Econômico

PEE = Gastos Fixos + Custos de Oportunidade


Preço Unitário – Gastos Variáveis Unitários
Ponto de Equilíbrio Financeiro
 Quantidade que iguala a Receita Total com a soma dos
custos e despesas que representam desembolso financeiro
para a empresa;

 Os encargos de depreciação são excluídos no cálculo do


PEF por não representarem desembolso para a empresa.
Ponto de Equilíbrio Financeiro

PEF = Gastos Fixos - Depreciação


Preço Unitário – Gastos Variáveis Unitários
Exemplo – Ponto de Equilíbrio
 A CIA XYZ Ltda apresenta um preço de venda unitário para seu produto
de R$ 15,00. Apresenta, também gastos fixos no valor de R$100,00 e
gastos variáveis por unidade de R$10,00. Considerando ainda a empresa
XYZ, suponhamos que:

 Capital empregado pela empresa: R$400,00


 Taxa de juros do mercado: 15%
 Custo de oportunidade: R$400,00 x 15% - R$60,00
 Encargos de depreciação = R$20,00 (estão incluídos nos CF apresentados
no valor de R$100,00
Exemplo – Ponto de Equilíbrio
 A seguir, calcule:
 Ponto de Equilíbrio Econômico;
 Ponto de Equilíbrio Contábil;
 Ponto de Equilíbrio Financeiro.
Ponto de fechamento
 É o nível de produção abaixo do qual é vantajoso para a
empresa o encerramento temporário de suas atividades.

Qf = CF elim
mc

Qf = ponto de fechamento (unidades físicas)


Mc = margem de contribuição unitária
Cfelim = custos fixos elimináveis
Exemplo – Ponto de fechamento
 Mc = R$2,00 / unidade
 Custos fixos = R$ 14.000,00 / ano
 CF elimináveis = R$ 6.000,00 / ano
 CF não elimináveis = R$ 8.000,00 / ano
Considerações sobre P.E
 Não há sentido no rateio de custos indiretos fixos aos
produtos para a obtenção do ponto de equilíbrio;

 Cada produto deve cobrir seus custos diretos e a margem


de contribuição que sobra propicia a cobertura dos custos
indiretos fixos e a geração de lucro.
Margem de segurança
 Excedente de vendas que representam o ponto de
equilíbrio;

 Representa quanto as vendas podem cair, sem que haja


prejuízo para a empresa.

 Espaço que a empresa pode operar sem risco de prejuízo.


Margem de segurança
Fórmula:
Margem de segurança =
Vendas efetivas em valor – Vendas no PE
Grau de alavancagem operacional
 Lucro Operacional resulta das atividades normais de produção, não considerando outras
receitas e despesas que venham ocorrer.

 Grau de alavancagem operacional são os efeitos causados nos lucros pelas alterações
ocorridas nas vendas.

 À medida que ocorre o aumento da margem de segurança decresce a alavancagem


operacional.

 A variação a ser obtida pode-se simular aumento nas unidades vendidas, obtendo então
o grau de alavancagem operacional.
Grau de alavancagem operacional
Referências bibliográficas
 BORNIA, A. Análise gerencial de custos: aplicação em
empresas modernas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
 MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São
Paulo: Atlas, 2010.

Você também pode gostar