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HIPERTENSÃO

ARTERIAL
O que é pressão
•A pressãoarterial
arterial é a pressão que o sangue exerce na parede
das artérias. E é medida em milímetros de mercúrio.
O coração trabalha em dois momentos:

Graças a esses movimentos de contração e dilatação o sangue


circula permanentemente pelos vasos sanguíneos (artérias e
veias).
Definição de
HASbrasileira de hipertensão, a hipertensão
•Segundo as diretrizes
arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial
caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão
arterial (PA).

•Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou


estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos
sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente
aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não
fatais.
DIAGNÓSTICO
Medida da pressão arterial:
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é diagnosticada pela
detecção de níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA) pela
medida casual.
Classificação:
Fisiopatologia da
Hipertensão
A pressão arterial sistólica é determinada pelo volume
sanguíneo ejetado em cada sístole (débito sistólico) e pela
elasticidade das grandes artérias.

A pressão arterial diastólica depende da resistência periférica e


da frequência cardíaca que ira determinar a duração da diástole
e do tempo disponível para o escoamento diastólico.
Sinais e Sintomas da Hipertensão
arterial
Cefaléia occipital (Dor de cabeça na região nucal);
Lipotimia (Tontura, sensação desagradável);
Escotomos cintilantes (Ver tudo escuro com estrelinhas);
Náuseas (Enjôos);
Diminuição da libido sexual (prazer);
Cansaço nos médios e grandes esforços;
Palpitações (arritmias cardíacas);
Palidez de mucosa;
•Taquipnéia (Aumento da frequência
respiratória);
•Taquicardia (Aumento da frequência
cardíaca);
•Pressão diastólica > 90 mmHg.
Fatores
risco
Tabagismo – A nicotina causa o “enrijecimento” perda
elasticidade da parede dos vasos sanguíneos;
Diabete - idade acima de 60 anos;
Sexo: homens ou mulheres pós-menopausa;
Com história familiar de doença cardiovascular em:
- Mulheres com menos de 65 anos.
- Homens com menos de 55 anos.
Prevenção
As mudanças no Primaria:
estilo de vida são entusiasticamente recomendadas na
prevenção primaria da HAS. Mudanças de estilo de vida reduzem a PA, bem
como a mortalidade cardiovascular.

As principais recomendações não medicamentosas para prevenção primaria


da HAS são: alimentação saudável, consumo controlado de sódio e de
álcool, ingestão de potássio e combate ao sedentarismo e ao tabagismo.
Tratamento medicamentos:

O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial e a redução da


morbidade e da mortalidade cardiovasculares.

Assim, os anti-hipertensivos devem não só reduzir a pressão arterial (PA),


mas também os eventos cardiovasculares fatais e não fatais, e, se possível,
a taxa de mortalidade.
HIPERTENSÃO
ARTERIAL
Complicações História Natural
Frequência
da Doença Sobrevida após início
Cardíacas (em anos)
Hipertrofia (RX) 74% 8
Hipertrofia (ECG) 59% 6
ICC 50% 4
Angina 16% 5
Cerebrais
Encefalopatia 2% 1
AVC 12% 4
Renais
Proteinúria 42% 5
Elevação uréia 18% 1
HA acelerada 7% 1
Mecanismos de Regulação da Pressão
Arterial

Pressão Arterial =
Débito cardíaco X Resistência
Periférica
Mecanismos de Regulação da Pressão
Arterial Fatores que influem no Débito
Cardíaco
Fatores cardíacos
Frequência cardíaca
Contratilidade
Fatores volêmicos
Excreção de Sódio
Prostaglandinas
Dopamina
Fator natriurético atrial
Retenção de sódio
Aldosterona Angiotensina II
Arginina-vasopressina Noradrenalina
Mecanismos de Regulação da Pressão
Arterial
Fatores que influem na Resistência
Periférica
Hipertrofia Vascular
Fatores locais
Iônicos (sódio e cálcio)
Auto-regulatórios
Neurais simpáticos
Ação constritora (alfa)
Ação dilatadora
(beta)
Vasodilatadore Vasoconstritore
Humorais
s PGI2, PGE2 s Angiotensina II
Dopamina Noradr
Bradicinina enalina
FNA PGF2
ADH
HIPERTENSÃO
ARTERIAL
ÓRGÃO ALVO COMPLICAÇÕES
Hipertensivas Ateroscleróticas
Cérebro AVC hemorrágico AVC isquêmico
Coração Hipertrofia, ICC Doença coronariana
Rins Nefrosclerose Ateromatose A Renal
Vasos Dissecção aórtica Aneurisma arterial
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Complicações Cardíacas

Hipertrofia
Ventricular esquerda
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Complicações Vasculares
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Complicações Renais
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Complicações Encefálicas

Hemorragia
no Cerebelo
HIPERTENSÃO
ARTERIALEtiologia
1.HA sistólica e diastólica
Primária ou essencial
Secundária

2. HA sistólica
Débito cardíaco
aumentado
IAo, estados hipercinéticos, fistulas artério-venosas
Rigidez da aorta
Arteriosclerose
HIPERTENSÃO ARTERIAL
PRIMÁRIA Patogenia
1. Ingesta excessiva de sódio: aumenta volemia

2. Estresse : aumenta atividade simpática

3. Obesidade : hiperinsulinemia

4. Genética: retenção de sódio


diminuição filtração renal
alteração membrana celular

5. Fatores derivados do endotélio:


endotelina
HIPERTENSÃO ARTERIAL
SECUNDÁRIA Patogeni
a
1.Supra
Endócrina
renal: Córtex - S. Cushing
Hiperaldosteronismo primário
Hiperplasia congênita
Medula - Feocromocitoma
Acromegalia
Hipo/Hipertireoidism
o
Hiperparatireoidismo (hipercalcemia)
Exógena
Anticoncepcionais, corticóides e
simpatomiméticos
HIPERTENSÃO ARTERIAL
SECUNDÁRIA Patogenia
2.Renal
Parênquima
GNA, nefrite crônica, rim policístico, nefropatia
diabética, hidronefrose e colagenoses
Doença renovascular
Tumores produtores de renina
3. Coarctação da aorta
4.Neurogênica
Psicogênica
Hipertensão
intracraniana
5. Policitemia
6. Eclâmpsia
AFERIÇÃO DA PRESSÃO
ARTERIAL
Ambiente, posições e número de medidas
Equipamento
Manguito
Manômetr
o
Método palpatório e auscultatório
Primeiro batimento
1° Korotkoff
Sons de
2° Batimentos suaves
3° Batimentos fortes
4° Ruídos abafados
5° Ruídos desaparecem
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Avaliação do Hipertenso
Objetivos
1. Avaliar repercussão hemodinâmica
2. Detectar formas secundárias
3. Determinar condições associadas
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Avaliação do Hipertenso
Anamnese
Sintomas (em geral ausentes)
Da própria elevação da PA:
Cefaléia, nucalgia, zumbido e tontura
Das causas secundárias:
Renal, feocromocitoma
Das repercussões hemodinâmicas:
Angina, dispnéia e AVC
Doenças pregressas
História Familiar (essencial)
Medicamentos
HIPERTENSÃO
Avaliação do Hipertenso
ARTERIAL
Exame Físico
Causas secundárias
Renovascular
Coarctação da
aorta
Acromegalia,
hipotireoidismo

Avaliação da
repercussão
Hipertrofia
cardíaca ICC
Sequelas neurológicas
Aneurismas
HIPERTENSÃO
Avaliação do Hipertenso
ARTERIAL
Fundoscopia

Grau I : Estreitamento arteriolar (relação A-V 1:2)


Grau II : Estreitamento arteriolar 1:3
Grau III : Hemorragia, exsudatos
Grau Edema de papila
IV :
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Fundoscopia
HIPERTENSÃO
ARTERIAL
ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL

Ações comuns à equipe


Atividades educativas individuais e/ou em grupos
Capacitação de profissionais
Encaminhamentos
Ações assistenciais
Participação em projetos de pesquisa
OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DO HIPERTENSO

 Confirmar a elevação da PA.

Identificar outros fatores de risco ou problemas de saúde que possam


orientar o tratamento.

 Orientar mudança no estilo de vida.

Avaliar a presença ou ausência de danos aos órgãos-alvo e DCV,


extensão da doença.

 Para os hipertensos que já iniciaram tratamento avaliar a adesão


ea
resposta ao tratamento.

 Solicitar exames complementares mínimos, quando possível.

 Agendar consulta com o médico da equipe, quando necessário.


FATORES DE
RISCO A SEREM
PESQUISADOS
PELA
ENFERMEIRA NA
CONSULTA
LESÕES EM ÓRGÃOS-ALVO OU DOENÇAS
CARDIOVASCULARES A SEREM PESQUISADOS
 Doenças cardíacas:
 hipertrofia de ventrículo esquerdo;
 angina ou infarto prévio do miocárdio;
 revascularização miocárdica prévia;
 insuficiência cardíaca.
 Episódio isquêmico ou acidente vascular encefálico
 Nefropatia
 Doença vascular arterial periférica
 Retinopatia hipertensiva
POR QUE CONTROLAR OS FATORES DE RISCO?

 Controlar o colesterol = -33% de risco de infarto, -25% risco


de morte e -20% risco de derrame.
 Controle da PA = -15% de risco de infarto e -42% o risco
de derrame
 Parar de fumar = -50% de risco de infarto e -70% de risco
de morte.
 Perder peso e exercícios = -25% de risco de diabetes

 Importante: quem tem diabetes apresenta um risco


cerca de 4 vezes maior de morrer de doença
cardiovascular
TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO DA HAS

I - Medidas com maior eficácia a serem recomendadas


 Redução do peso corpóreo, se sobrepeso ou
obesidade presentes
 Redução da ingestão de sódio (ingestão salina abaixo
de 100 mEq/dia -6 g de sal)
 Maior ingestão de alimentos ricos em Ca, Mg e K+
 Redução do consumo de bebidas alcoólicas - limitar a ingestão
de álcool a 30 ml de etanol/dia para o homem (que corresponde a
720 ml de cerveja ou 300 ml de vinho ou 60 ml de whisky) e 15 ml
de etanol para mulheres e indivíduos de baixo peso
 Estimular exercícios físicos regulares
TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO DA HAS

II - Medidas associadas
 Abandono do tabagismo
 Controle das dislipidemias (diminuir ingestão de colesterol
e gorduras saturadas)
 Controle do diabetes mellitus
 Evitar drogas potencialmente hipertensoras
FATORES IMPORTANTES PARA SEREM
OBSERVADOS NA ADESÃO AO TRATAMENTO

1) Relacionados ao profissional da saúde


Relação profissional-paciente difícil 2) Relacionados às medidas
Imposição de esquemas terapêuticos no estilo de vida
complexos
Dieta hipossódica Redução
do peso corporal
3) Relacionados ao medicamento: A prática diária de exercício
A importância da tranquilidade
Número exagerado de medicamentos O uso discreto do álcool
Número exagerado de comprimidos
Necessidade de tratamento prolongado
Existência de efeitos colaterais
Preço elevado do medicamento
FATORES IMPORTANTES PARA SEREM
OBSERVADOS NA ADESÃO AO TRATAMENTO

4) Relacionados à doença
Ausência de sintomas nas hiper-
tensões limítrofe, leve a moderada 5) Relacionados à instituição
Ausência de conseqüências a curto
Grande distância do domicílio
prazo
Longo intervalo entre as consultas
Mudança freqüente de médico
6) Relacionados ao paciente Esperas muito prolongadas
Baixo padrão cultural e de educação Mau atendimento
Ignorância sobre as conseqüências
da hipertensão
Ausência de apoio familiar
Impressão de já estar curado
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DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Conceituação
Hipertensão Arterial
“É uma doença crônica, não transmissível, de
natureza multifatorial, assintomática (na grande
maioria dos
casos) que compromete fundamentalmente o equilíbrio
dos mecanismos vasodilatadores e vasoconstritores,
levando a um aumento da tensão sanguínea nos
vasos, capaz de comprometer a irrigação tecidual e
provocar
danos aos órgãos por eles irrigados.”
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DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
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Prevalência da Hipertensão Arterial


Estudos Brasileiros

35

30
24,9
25
Percentagem

25,5
20 19,8

15
11,8 12,9 12,6
10,1
10

0
Porto Alegre Volta Redonda Araraquara Porto Alegre Pelotas Ilha do Governador Porto Alegre
1978 1985 1990 1992 1992 1992 1994
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Pressão Arterial e Risco Cardiovascular

IV e V Joint National Committee (EUA)


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HIPERTENSÃO ARTERIAL E
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ASSOCIAÇÃO ENTRE HA, DIABETES E


MORTE CARDIOVASCULAR
250
N
ã
o

D
i
Cardiovascular/10.000

a
b
é
pessoas/ano
Mortalidade

t
i
c
o
s
225
D
i
a
b
é
t
i
c
o
s
200 < 120 120-139 140-159 160-179 180-199  200

175 Pressão arterial sistólica mmHg


150
Stamler J et al. Diabetes Care. 1993;16:434-444.
125
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HIPERTENSÃO ARTERIAL E
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Objetivos da avaliação do hipertenso

Confirmar a elevação da PA

Identificar as causas da pressão sangüínea elevada

Avaliar a presença ou ausência de danos aos órgãos-alvo


e DCV, extensão da doença e resposta
ao tratamento

Identificar outros fatores de risco ou distúrbios que possam


orientar o tratamento

Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002


VI Joint National Committee - 1997.
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HIPERTENSÃO ARTERIAL E
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Verificação da Pressão Arterial(1)


Anexo 1 Manual de HA e DM pg 91

Verificar se o equipamento está em boas condições de uso


Explicar o procedimento de verificação da pressão ao paciente
Deixar o paciente descansar de 05 a 10’
Certificar-se de que ele:

não está com a bexiga cheia


não praticou exercícios físicos
não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos ou fumou
até 30’ antes da medida
Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão Arterial, 2002
VI Joint National Committee - 1997.
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Verificação da Pressão Arterial(2)


Anexo 1 Manual de HA e DM pg 91
Colocar o paciente em posição confortável.
Localizar a artéria braquial por palpação.
Colocar o manguito adequado firmemente, cerca de 2 a 3 cm acima da
fossa ante-cubital, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria
braquial.
Manter o braço do paciente na altura do coração.
Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio ou do
mostrador do manômetro aneróide.
Palpar o pulso radial, inflar o manguito até o desaparecimento do pulso
e estimar o nível da pressão sistólica, desinflar rapidamente e
aguardar 1 minuto antes de inflar novamente.
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MEDIDA INDIRETA CASUAL DA PRESSÃO ARTERIAL


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MEDIDA INDIRETA CASUAL DA PRESSÃO ARTERIAL


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MEDIDA INDIRETA CASUAL DA PRESSÃO ARTERIAL


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MEDIDA INDIRETA CASUAL DA PRESSÃO ARTERIAL


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Verificação da Pressão Arterial(3)


Anexo 1 Manual HA e DM pg 91
Colocar o estetoscópio no ouvido com a curvatura voltada
para frente.

Posicionar a campânula do estetoscópio sobre a artéria, na fossa ante-


cubital, evitando compressão excessiva.

Solicitar ao paciente que não fale durante o procedimento.

Inflar rapidamente o manguito, de 10 em 10 mmHg, até ultrapassar 20 a


30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica.

Proceder a deflação na velocidade de 2 a 4 mmHg por segundo.

Determinar a pressão sistólica no aparecimento do 1º som, que é um som


fraco seguido de batidas regulares.
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MEDIDA INDIRETA CASUAL DA PRESSÃO ARTERIAL


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Verificação da Pressão Arterial(4)


Anexo 1 Manual de HA e DM pg 91

Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som.


Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som
para confirmar seu desaparecimento e depois proceder a
deflação rápida e completa.

Registrar os valores da pressão sistólica e diastólica,


complementando com a posição do paciente, tamanho do
manguito usado e braço em que foi feita a medida.

Registrar o valor real obtido na escala evitando arredondamentos


para valores terminados em zero ou cinco.

Esperar 1 a 2’ antes de realizar nova medida.


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Hipertensão Arterial - HA
Classificação Diagnóstica: adultos (maiores de 18 anos)
(PAD mmHg) (PAS mm Hg) Classificação

< 80 < 120 Ótimo

< 85 < 130 Normal

85 – 89 130 – 139 Limítrofe

90 – 99 140 – 159 Hipertensão Leve (estágio 1)

100 – 109 160 – 179 Hipertensão Moderada (estágio 2)

110 180 Hipertensão Grave (estágio 3)

< 90  140 Hipertensão Sistólica Isolada


Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002
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Componentes de estratificação do
risco cardiovascular em pacientes com HA
Fatores de Risco Lesões de órgãos-alvo
Doenças cardíacas
Fumo Hipertrofia VE
Dislipidemia Angina / IM prévio
Diabetes Mellitus Revascularização coronária prévia
Insuficiência cardíaca
Idade acima de
60 anos Episódio isquêmico ou AVC
Sexo masculino e mulheres Nefropatia
após a menopausa Doença vascular arterial periférica
História familiar de DCV: Retinopatia hipertensiva
mulheres < 65 anos ou Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002
homens < 55 anos VI Joint National Committee - 1997.
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Estratificação do risco CV e decisão de tratamento


Grupo de Risco B ( 1 Grupo de Risco C
Estágios da PA Grupo de Risco A (Sem fator de risco, sem (LOA/DCV e/ou
(sistólica/ fatores de risco, sem incluir diabetes: sem diabetes sem outros
diastólica, mmHg) LOA/DCV) LOA/DCV) fatores de risco)

Limítrofe Terapia
Modificação do estilo de vida
(130 - 139/85 - 89) medicamentosa*

Estágio 1 Modificação do estilo Modificação do estilo Terapia


(140 - 159/90 - 99) de vida (até 12 meses) de vida † (até 6 meses) medicamentosa

Estágios 2 e 3
Terapia medicamentosa
( 160/  100)
* Para aqueles com insuficiência cardíaca, insuficiência renal ou diabetes.
† Para aqueles com múltiplos fatores de risco, considerar terapia medicamentosa inicial,
mais modificações no estilo de vida LOA/DCV = lesão de órgãos-alvo/doença cardiovascular.

Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002


VI Joint National Committee - 1997.
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Tratamento não medicamentoso da


Hipertensão Arterial

Promoção de Hábitos
Saudáveis de Vida
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HIPERTENSÃO ARTERIAL E
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Tratamento não medicamentoso da HA

Modificações do Estilo de Vida

I - Medidas com maior eficácia

Redução do peso corpóreo

Redução da ingestão de sódio

Maior ingestão de alimentos ricos em K+

Redução do consumo de bebidas alcoólicas

Exercícios físicos isotônicos regulares


PLANO DE REORGANIZAÇÃO
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Tratamento não medicamentoso da HA


Modificações do Estilo de Vida

II - Medidas associadas

Abandono do tabagismo

Controle das dislipidemias

Controle do diabetes mellitus

Evitar drogas
potencialmente
hipertensoras
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Sobrepeso e Obesidade
IMC=peso/altura2 : Kg/m2 *

Normal 18,5 – 24,9

Sobrepeso 25,0 – 29,9

Obesidade 30,0 – 34,9

Obesidade mórbida >35

* OMS
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Sobrepeso, Obesidade e Hipertensão


Arterial

IMC : Kg/m2 Prevalência HA : %

18,5–24,9 (normal) 17,5

25,0–29,9 23,9

30,0–34,9 35,3

NIDDK. INT. Statistics related to overweight and obesity- http://www.niddk.nih/gov/health/nutrit/pubs/statobes.htm


PLANO DE REORGANIZAÇÃO
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HIPERTENSÃO ARTERIAL E
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Obesidade Andróide

RELAÇÃO CINTURA/ CIRCUNFERÊNCIA


QUADRIL: ABDOMINAL:

Homens > 0,95 Homens > 102 cm


Mulheres > 0,85 Mulheres > 88 cm

HANS, TS; van LEER, EM; SEIDELL, JC; LEAN, ME.


Waist circunference in the identification of cardiovascular risk factors:
Prevalence study in a randon sample. BJM, 1955; 311: 1401-5.
PLANO DE REORGANIZAÇÃO
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Consumo máximo diário de


álcool / etanol
Álcool/etanol
30 ml - homens
15 ml - mulheres

720 ml cerveja
240 ml vinho
60 ml bebidas
destiladas

Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002


PLANO DE REORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
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Exercício físico e HA

Estudos epidemiológicos têm demonstrado


relação inversa entre PA e
atividade física habitual ou nível de
condicionamento físico

World Hypertension League. J. Hypert, 1991


PLANO DE REORGANIZAÇÃO
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HIPERTENSÃO ARTERIAL E
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Exercício físico e HA

EXERCÍCIO FÍSICO AGUDO

Reduz a PA de indivíduos hipertensos


Não modifica a PA de normotensos

TREINAMENTO FÍSICO CONTINUADO

Reduz a PA independentemente da diminuição do peso


Não modifica a PA em normotensos
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Controla o
Peso Corporal Melhora
Diminui Mobilidade
PA Articular

Diminui BENEFÍCIOS Melhora


Resistência DA ATIVIDADE Perfil
à Insulina Lipídico
FÍSICA
Melhora Melhora
Força Resistência
Muscular Aumenta Física
Densidade
Óssea
AGITA São Paulo
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Aumenta Aumenta desempenho


Freqüência às Acadêmico / vocacional
aulas

Melhora BENEFÍCIOS Aumenta


relação com
os pais
NA FASE responsabilidad
ESCOLAR e
Diminui Reduz
delinqüência distúrbios de
e reincidência comportamento
Diminui abuso
de substâncias e
aumenta
abstinência
PLANO DE REORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Exercício físico e HA

Freqüência e duração do exercício

3 a 5 sessões por semana com duração


de 15 a 60 minutos
PLANO DE REORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Modificação no Estilo de Vida


Reduzir o peso se obesidade presente
Limitar a ingestão de álcool a 30 ml de etanol/dia para o homem
(que corresponde a 720 ml de cerveja ou 300 ml de vinho ou
60 ml de whisky) e 15 ml de etanol para mulheres e indivíduos
de baixo peso
Estimular atividade física
Reduzir ingestão salina abaixo de 100 mEq/dia (6 g de sal)
Manter ingestão de potássio, Ca e Mg
Abolir o fumo
Diminuir ingestão de colesterol e gorduras saturadas
PLANO DE REORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E

Tratamento medicamentoso da HA
AO DIABETES MELLITUS

Princípios Gerais do Medicamento


Ser eficaz por via oral
Ser bem tolerado
Se possível tomada única diária
Iniciar com menores doses efetivas e aumentá-las gradativamente
e/ou associar outra classe farmacológica
Quanto maior a dose, maiores as probabilidades de efeitos
indesejáveis
Mínimo de 4 semanas para o aumento da dose e/ou a associação
de medicamento de outra classe, salvo em situações especiais
Esclarecer o paciente sobre a doença, efeitos colaterais dos
medicamentos, planificação e objetivos terapêuticos
Considerar custo e condições socio-econômicas
Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002
PLANO DE REORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Classes de anti-hipertensivos

Diuréticos

Inibidores adrenérgicos

Vasodilatadores arteriais diretos

Inibidores da enzima de conversão (IECA)

Antagonistas dos canais de cálcio (ACC)

Antagonistas do receptor AT1 da angiotensina II (ARAII)

Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002


PLANO DE REORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Benefícios de menores níveis pressóricos


Estudos
Prevenção de AVC
Du, X. et al.; BMJ, 314, 1997

Preservação de função renal


Em diabéticos: Lewis, J. et al.; NEJM
Em nefropatas: Peterson, J.C. et al.; MDRD Study, Ann Intern Med, 123, 1995

Prevenção e redução de progressão de ICC


Krumholz, H.M. et al.; Arch Intern Med, 157, 1977
Singer, et al.; Hypertension, 25, 1995

Redução de mortalidade
Em diabéticos: HOT Study, Hannson, L.; et al.; Lancet, 351, 1998
UKPDS, BMJ, 317, 1998
PLANO DE REORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E

Diabetes Tipo 2 Impacto do controle pressórico


AO DIABETES MELLITUS

Controle pressórico intensivo (n=1.148): 144 / 82 vs 154 / 87


reduz
mmHgrisco de:
Qualquer evento final relacionado ao diabetes 24% p = 0,005
Eventos microvasculares finais 37% p = 0,009
Infarto do miocárdio 21% p = 0,130
Mortes relacionadas ao diabetes 32% p = 0,017
Acidente vascular cerebral 44% p = 0,013

Controle glicêmico intensivo (n=3.887): HbA1C 7,0% vs 7,9%


reduz risco de:
Qualquer evento final relacionado ao diabetes 12% p = 0,030
Eventos microvasculares finais 25% p = 0,010
Infarto do miocárdio 16% p = 0,052
Mortes relacionadas ao diabetes 10% p = 0,340
UKPDS
PLANO DE REORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

ESTRUTURAÇÃO DO ATENDIMENTO
AO HIPERTENSO E/OU DIABÉTICO
PLANO DE REORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Abordagem Multiprofissional

Geralmente
Multifatorial
Assintomática

Baixa Adesão
ao Tratamento

Equipe
Multiprofissional

Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002


PLANO DE REORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Abordagem Multiprofissional
A equipe ideal
Médicos Psicólogos
Enfermeiros Farmacêuticos
Auxiliares de enfermagem Odontólogos
Assistentes sociais Agentes administrativos
Nutricionistas Agentes comunitários
Profissionais da Atividade Física
PSF
Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002
PLANO DE REORGANIZAÇÃO
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HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Abordagem Multiprofissional

Ações comuns à equipe:

Atividades educativas individuais e/ou em grupos

Capacitação de profissionais

Encaminhamentos

Ações assistenciais

Participação em projetos de pesquisa

Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002


PLANO DE REORGANIZAÇÃO
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HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Abordagem Multiprofissional

Ações específicas individuais:


Atribuições e competências próprias de cada profissional
(Manual de HA e DM pg 85)

Atividades comuns

Uniformidade de linguagem

Uniformidade de conduta

Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002


PLANO DE REORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Abordagem Multiprofissional
do Paciente Hipertenso

Ações em grupo:
Reuniões com os pacientes

Reuniões da equipe

Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002


PLANO DE REORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Abordagem Multiprofissional

Equipe
Multiprofissional

Comunidade Sociedade
Civil
Associações de
Portadores de
Hipertensão e/ou
Diabetes

Políticas
de Saúde
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DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Fluxograma de atendimento na rede pública


PLANO DE REORGANIZAÇÃO
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HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Nível Primário – Atendimento Básico

Objetivos

Detectar precocemente DM e/ou HA

Acompanhar os hipertensos nos estágios I e II e os diabéticos


tipo 2 controláveis com dieta + hipoglicemiantes orais e sem
complicações

Acompanhar população de risco


PLANO DE REORGANIZAÇÃO
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HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Agendamento de consultas e avaliação

Pacientes Hipertensos: Retornos mensais até controle pressórico


adequado. Uma vez com a PA controlada, os retornos serão
trimestrais

Pacientes DM2:

em uso de dieta e atividade física: retornos semestrais

dieta, atividade física e drogas (hipoglicemiantes orais ou


insulina): compensados, retornos trimestrais; se
descompensados, quinzenais ou semanais
PLANO DE REORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Critérios de encaminhamentos para


referência e contra-referência
Com a finalidade de garantir a atenção integral ao portador de DM
e/ou HA, faz-se necessária uma normatização para
acompanhamento, mesmo na Unidade Básica de Saúde.

Em algumas situações, haverá necessidade de uma consulta


especializada em Unidades de Referência Secundária ou
Terciária, devendo-se, nesses casos, ser estabelecida uma rede
de referência e contra-referência.
PLANO DE REORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Critérios de encaminhamentos para


Unidades de Referência
Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)

Insuficiência Renal Crônica (IRC)

Suspeita de HA e Diabetes secundários

HA resistente, grave ou acelerada

HA e DM em gestantes

HA em crianças e adolescentes

Edema agudo de pulmão prévio


PLANO DE REORGANIZAÇÃO
DA ATENÇÃO À
HIPERTENSÃO ARTERIAL E
AO DIABETES MELLITUS

Critérios de encaminhamentos para


Unidades de Referência
Complicações oculares

Lesões vasculares das extremidades, incluindo o pé diabético

AVE prévio com déficit sensitivo e/ou motor

Infarto Agudo do Miocárdio prévio

Diabéticos de difícil controle

Diabéticos, para rastreamento de complicações crônicas (se


isso não for possível na Unidade Básica)

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