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Dor Torácica

MR1 CM: CANDICE ESMERALDO


Caso Clínico

Paciente do sexo feminino, 55 anos procurou a emergência, queixando-se de


importante dor epigástrica e precordial. A dor tinha se iniciado no meio da
noite anterior, em aperto, sem irradiar e, a princípio, sem fatores de alívio ou
de piora. Queixava-se também de náuseas e vômitos associados, além de
prostração, que já vinha do dia anterior. Negou febre. Era acompanhada pelo
serviço de clínica médica do hospital por hipertensão resistente e diabetes
mellitus tipo II, para os quais fazia uso regular de Furosemida 80mg,
Nifedipina Retard 120mg, Captopril 150mg, Hidralazina 150mg, Atenolol
50mg, Metildopa 1500mg, AAS 100mg, Insulina NPH 54U + 34U.
Uma revisão de prontuário revelou uma disfunção renal crônica, estágio IV.
Usava carbonato de cálcio e, para anemia crônica, Hemax 3x/semana.
Ao exame estava orientada, discretamente bradipsíquica, taquipneica sem
esforço importante e hipocorada +/+4. Sinais vitais com FC 92 bpm, PA
160/60 mmHg e FR 24 irpm. Sem alterações ao exame do tórax e precórdio,
abdome com peristalse, sem piora da dor à palpação. MMII sem alterações.
Epidemiologia e Objetivos

3º causa mais frequente de queixas no PS


 5-10% dos atendimentos nos EUA
 10-25%  SCA
 2-3% SCA liberados da sala de emergência por não ter a sua
doença reconhecida (11% em alguns hospitais)
Objetivo
 Diminuir perda diagnóstica
 Início de tratamento adequado e precoce
 Evitar internações desnecessária
História clinica

Inicio
Caracterização
Intensidade
Localização
Fatores desencadeantes
Tempo
Quadros prévios
Sintomas associados
Classificação Cass

Tipo A – Definitivamente anginosa


 Certeza do diagnóstico de SCA independente dos resultados de
exames complementares
Tipo B – Provavelmente anginosa
 As características fazem a SCA a principal hipótese  exames
complementares
Tipo C – Provavelmente não anginosa
 As características não fazem a SCA a principal hipótese 
exames complementares para a exclusão
Tipo D – Definitivamente não anginosa
 As características não incluem a SCA como hipótese diagnóstica
 1/3 dos pacientes com SCA  não apresentam
desconforto precordial típico
 Dispneia, hipotensão, diaforese, dor epigástrica
 Idosos, diabéticos, DRC, mulheres

As chamadas apresentações “atípicas”


 frequência
 Má interpretação  ↑ risco de diagnóstico errado e desfechos
adversos
Avaliação Complementar

Realizar exame físico detalhado


 Inspeção
 Pulsos periféricos e medição de PA nos MMSS
 ACV
 Atrito pericárdico
 Sopro
 Palpação
 Enfisema subcutâneo
 Dor a palpação
Fatores de risco
Antecedentes pessoais
Exames Complementares

ECG
 Sensibilidade : 45%-60% (supra-ST)
 50% pacientes com infarto agudo do miocárdio não são diagnosticados
com um único ECG realizado à admissão.
 ↑ 70%-90%  Infradesnível de ST e/ou alterações isquêmicas de onda T
 ↑ 95%  ECGs seriados com intervalos de 3-4h nas primeiras 12h pós-
chegada ao hospital
 TEP
 Taqui sinusal
 S1Q3T3  inespecífico e <20%
 Pericardite
 Supra + Infra PR
 SAA  Alterações isquêmicas em 15%
Exames Complementares

Biomarcadores cardíacos

Rx de tórax
 Todos Dor torácica + instabilidade

USG à beira do leito


 Recomendação atual disponibilidade ampla
Pericardite

5% dos casos


Sinais e sintomas de infecção
1/3 apresentam envolvimento miocárdico
 Elevação de troponina
Tamponamento
 Mais grave complicação
 Tríade de beck  pouco sensível e casos avançados
 USG
Síndrome Aórtica Aguda
DA 80-90% // Hematoma intramural 10-20% // Úlcera aterosclerótica
penetrante 2-7%
DA tipo A  67%
Fatores de risco: HAS, tabagismo, Marfan, intoxicação por catecolaminas
Achados clínicos DA:
 Iao 32%
 Alteração de pulso 15%
 Síncope 19%
 Choque ou tamponamento 8%
Rx normal: Tipo A 11% // Tipo B 16%
 Não pode ser usado para descartar

Dor classica + Rx  83%


Dor classica +alteração de pulso ou PA 92%
Exames complementares
 TC 98% (S)
 ETE 94% (S) 95%(E)
Pneumotórax

Primário ou secundário
Súbito e em repouso
Dor torácica e/ou dispneia 95%
Rx de torax 40-50% (S)
USG até 90% (S)
Caso Clínico

Apresentava CK-MB e troponina aumentadas


Caso Clínico

HD: Pericardite urêmica


 Hemodiálise de urgência 
Os marcadores de necrose elevados poderiam ser
explicados pela doença renal crônica agudizada e uma
curva foi realizada acompanhamento dos marcadores
não revelou padrão típico de infarto.
ECG  pericardite + hipercalemia
ECOTT do dia seguinte revelou função sistólica preservada
de ventrículo esquerdo, hipertrofia parietal concêntrica,
com septo e parede posterior de 13 mm e disfunção
diastólica grau II. Não foi visualizado derrame pericárdico. 
Obrigada!

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