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Desastres e Sofrimento Mental
Desastres e Sofrimento Mental
No episódio pandêmico, uma das características únicas de resposta é o lapso de tempo entre a
modelagem da pandemia, que diferentemente de um desastre, tem modelos epidemiológicos
previsíveis, que permitem um tempo limitado porém, valioso para o prognóstico, planejamento e
preparo conforme a pandemia se aproxima e progride.
DESASTRES E SOFRIMENTO MENTAL
A avaliação das consequências do evento pode ser iniciada por pessoas de saúde local ou externo
(voluntários, profissionais de outras localidades, especialistas).
A pessoa local, caso resida no mesmo espaço geográfico, responde imediatamente se deslocando
de maneira rápida; em geral conhecem a situação prévia ao desastre e dispõem de mais elementos para
julgar o verdadeiro impacto do evento. MAS, O vínculo emocional e o comprometimento pessoal dos
locais podem comprometer a objetividade da avaliação.
DESASTRES E SOFRIMENTO MENTAL
Para minimizar o efeito da implicação emocional dos trabalhadores locais é importante que existam
instrumentos de medida préviamente establecidos e que o pessoal externo especializado atue nos
processos de avaliação, de maneira conjunta e de forma coordenada com o pessoal local.
É preciso considerar, a carga de saúde mental dos trabalhadores de saúde, devido aos
traumas provocados pela condição de pandemia, pois estão expostos aos riscos,
infeccioso e psicológico, enquanto cuidam dos pacientes infectados, com taxas de
adoecimento entre o pessoal de saúde alcançando 20%, como se observou durante o
episódio de pandemia da SARS ( Chan, Huak, 2004 ).
Efeitos semelhantes podem ser observados em trabalhadores da saúde, que pela sua
exposição, são colocados em isolamento.
ETAPAS NO PROCESO:
Para a avaliação da saúde mental tomam-se como período de referência os primeros 30 dias, a partir da
ocorrência do evento (periodos crítico e pós-crítico imediato). Este tempo pode ser variável segundo a
magnitude do desastre e as circunstâncias específicas (no caso de uma doença infecciosa pode se
prolongar por mais tempo).
No início é importante evidenciar quais fatores podem influenciar de manera positiva ou negativa a
saúde mental da população, o grau de atenção às necessidades básicas e os recursos disponíveis
para isso.
Auxiliam nas avaliações das Fases Inicial e Intermediária os Documentos sobre a situação de saúde
mental local anterior ao desastre :
(os dados servem de base para comparação com as informações coletadas pós evento).
Informação vigentes nos sistemas do setor saúde:
Na fase inicial permitem um conhecimento preliminar do impacto do desastre e identificar as
necessidades mais imediatas.
DESASTRES E SOFRIMENTO MENTAL
No primero momento, os serviços de saúde mental devem preparar a mobilização das pessoas
especializadas e listar os mecanismos de coleta de informação mais detalhada(locais
específicos,utilização de pessoas chave, etc)
Uma lista de fatores de risco aos quais está exposta a comunidade afetada, os fatores
protetores de que dispõe, um inventário de recursos e o grau de resolução das necessidades
básicas, psicossociais e institucionais.
DESASTRES E SOFRIMENTO MENTAL
Nas primeras 72 horas será difícil ou quase impossível compilar informações quantitativas de
morbilidade relacionada com a saúde mental.
CONTEÚDOS DA AVALIAÇÃO INICIAL
• Descrição da situação existente em consequência do evento adverso, con ênfase no impacto
humano.
• Outros comentarios: zonas geográficas de risco, localização de grupos da população com maior
vulnerabilidade psicossocial; formas de expressão das emoções e mecanismos de enfrentamento dos
problemas; como estão lidando com a violência, mortes e perdas, formas de luto; a quem e como se
solicita ajuda ou apoio psicológico.
Após primeiras 72 horas até os 30 días, continudade do seguimento da situação descrita na avaliação
inicial.
Fase de análise dos danos à saúde mental, as necessidades psicossociais e os fatores de risco já
identificados, e as ações que estão sendo realizadas.
DESASTRES E SOFRIMENTO MENTAL
Condutas violentas -- Agressões, maltrato a membros da família, ira, cólera, desprezo, raiva; o
comportamento violento pode se dar no contexto de grupos delinquentes.
DESASTRES E SOFRIMENTO MENTAL
Atividades grupais:
a. psicoeducativas ou de apoio emocional: número de sessões e participantes.
b. terapéuticas oferecidas por pessoal especializado ou não: número de sessões e participantes.
LEVANTAMENTO DE ATIVIDADES REALIZADAS
c. Atenção à população infantil com uso de atividades grupais (com pais e menores, ou através dos
professores): número de sessões e participantes.
e. Atenção aos membros das equipes envolvidas através do apoio de pessoal especializado: casos
atendidos individualmente e atividades grupais.
.
DESASTRES E SOFRIMENTO MENTAL
LEVANTAMENTO DE ATIVIDADES REALIZADAS
f. Identificação de grupos da população em risco ou que requeren maior atenção de saúde mental.
Inclui uma análise qualitativa da situação de saúde mental (atitudes e práticas da população,
mecanismos de enfrentamento, vivência do luto, soluções de conflitos, fortalezas e vulnerabilidades da
comunidade; fatores de risco e de proteção, grau de satisfação das principais necessidades da
população que vão sendo atingidas).
Permite analisar a situação de saúde mental depois do período pós-crítico, e verificar uma evolução
das apreciações realizadas. Deve oferecer uma visão global com um aprofundamento especializado que
facilite planejar as linhas de ação para a fase subsequente de recuperação.
O informe final deverá ser divulgado e discutido com os responsáveis e tomadores de decisões
do setor saúde.
DESASTRES E SOFRIMENTO MENTAL
RECOMENDAÇÕES
• Este procedimento pode ser útil para detectar problemas como: níveis altos e mantidos de estresse que
podem ser indicativos de complicações futuras; depressão, abuso de álcool ou drogas e disfunção
importante na vida cotidiana.
• Nesta fase, não se deve fazer, uma padronização dos casos antes das primeiras quatro semanas,
pois as possibilidades de recuperação espontânea são muito altas e corre-se o risco de
superestimar a problemática existente.
•Aplicar medidas terapéuticas específicas sómente em grupos de risco muito bem seleccionados, que
tenham sofrido grandes traumas ou nos quais se anticipam elevados índices de trastornos psíquicos.
OBSTÁCULOS E PROBLEMAS MAIS FREQUENTES
• Existe o risco da informação coletada ser irrelevante ou não confiável, ou estar influenciada por opiniões
políticas, de grupos particulares ou por informações da mídia .
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Evidências mostram que não se dá a devida atenção a saúde mental em
termos de comportamentos e sentimentos que acompanham episódios
inesperados e massivos, que irrompem de forma abrupta.