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Morfologia

Portuguesa

Aula 3

Rozangela Nogueira
de Moraes
Objetivos de aprendizagem

• Reconhecer os elementos estruturais de


uma palavra.

• Aprofundar seus conhecimentos sobre


morfemas, conhecendo os seus tipos e
identificando-os como unidades que
constituem a estrutura da língua
portuguesa.

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Conceito de morfema na língua
portuguesa
Morfema

“Uma forma (significativa) recorrente que não


pode, por sua vez, ser analisada novamente
em formas significativas recorrentes menores”
(BLOOMFIELD, 1926, P.27), as quais mantém
o mesmo traço semântico em todas as
estruturas nas quais ocorre.

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Vejamos alguns exemplos:

Pedras Pedreiro
Livros Livreiro
Jardins Jardineiro
Barba Barbeiro

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Morfemas
Podemos observar formas mínimas que se
repetem com o mesmo significado:
s: indicando o plural de nomes

eiro: indicando agente, profissão

pedr(a) livr(o) jardim barb(a)

com sentidos lexicais próprios..


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Tipos de morfemas e tipos de morfes

Segundo Laroca (2005, p. 31) as duas


grandes classes de morfemas,
tradicionalmente reconhecidas pelos
linguistas são as RAIZES e os AFIXOS que
se representam por morfes que tem uma
distribuição própria.

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Os morfes raízes
Constituem o núcleo mínimo de uma
construção morfológica, o qual pode ser livre
ou preso.
Racionalização

Racion al iz a ção

Morfe raiz, preso, que representa o


morfema raiz [ razão ]. 7
FELIZ

Morfe Raiz
Infelizmente
Cruzeiro

CRUZ

Morfe Raiz

© Andres Rodriguez | Dreamstime.com;© Starblue | Dreamstime.com


Morfemas afixos

• São representados por morfes presos que


podem ocorrer precedendo ou seguindo o
morfe raiz.
Depois
Sufixos
da RAIZ

Prefixos Antes da
RAIZ

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Descongelamento

DES CON MENTO

Morfes Morfe
PREFIXOS SUFIXO

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Estrutura hierárquica

Gelar – congelar – descongelar-


descongelamento

O verbo congelar se formou da adição do


prefixo com- a gelar; por sua vez,
descongelar foi formado do prefixo des - +
congelar, e finalmente descongelamento
formou-se da adição do sufixo Derivacional
-mento ao verbo descongelar.
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Morfema e alomorfe
• Morfema é uma classe de morfes.

• Morfe é um segmento de enunciado, uma


sequência fônica a que é possível atribuir
significado e que será posteriormente
classificado num morfema.

• Alomorfes são as diferentes


representações físicas de um mesmo
morfema.
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Alomorfia

Ao observarmos substantivos no singular e no


plural, vemos que a ocorrência do “s” é
regular para marcar o plural das palavras.

Porém observamos a ausência do -s em


alguns casos como:
o pires / os pires
o lápis / os lápis

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Morfema

http://youtu.be/zCZBW0Or83U
UNISEB INTERATIVO

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Funções dos Morfemas

• Enfeixar a significação básica


(semantemas).
• Derivar novas palavras (afixos).
• Flexionar palavras (desinências).
• Distribuir as palavras em categorias (vogais
temáticas).
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Morfema zero

• Consiste na ausência de uma marca de


oposição em relação a outro termo
marcado.

• É um fenômeno de caráter flexional


observado, por exemplo, em substantivos e
verbos.

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Condições em que esse fenômeno
ocorre
1. Constatarmos que o morfema
corresponde a um espaço vazio.
2. O espaço vazio deve opor-se a um ou
mais segmentos (observação através de
pares comparativos).
Ex.: amava / amávamos.
O vazio final em “amava” contrapõe-se ao
-mos em amávamos.
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3) A noção expressa pelo morfema zero
deve ser inerente à classe gramatical do
vocábulo examinado.

Ex.: se observarmos quaisquer flexões


verbais, obrigatoriamente ocorrerão nelas
referências de número e pessoa (podendo ser
o morfema zero, a referência encontrada).

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Ocorrência de morfema zero na flexão
nominal e verbal.

Gênero a Feminino Menina


Flexão
Nominal Número s Plural Meninas

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• Em relação à flexão de gênero existe uma
forma marcada –a (feminina) e em
oposição, uma forma não marcada Ø
(Masculino).

• Em relação à flexão de número existe uma


forma marcada -s (plural) e uma não
marcada Ø (singular).

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• No par alto/altos, a noção de número
plural, inerente à classe dos nomes, acha-
se marcada pelo pluralizador -s, enquanto a
noção de singular está marcada pela
ausência de uma marca.

• Bechara (2009) considera esse como


exemplo de um verdadeiro morfema zero Ø.

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c) Em palavras paroxítonas terminadas em -s
(simples, lápis, ourives) permanecem
invariáveis no singular e no plural e a
identificação de número só acontece
mediante à concordância.
• Ex.: lápis preto / lápis pretos.

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Morfema zero na flexão verbal

A ocorrência do morfema zero na flexão


verbal se dá pela falta de marca em relação
às outras do mesmo paradigma.
escrevo
escreves
escreve Morfema
escrevemos ZERO
escreveis Falta de desinência em
escrevem relação às outras pessoas
verbais.
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Morfologia
Portuguesa

Atividade 3

Rozangela Nogueira
de Moraes
Atividade
Leia o poema a seguir e responda às questões de 1
a 3.

durassolado solumano
petrifincado corpumano
amargamado fardumano
agrusurado servumano
capitalienado gadumano
massamorfado desumano

(José Lino Grünewald. In: Poesia concreta. São Paulo: Abril Educação, 1982.
Literatura Comentada.)
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Atividade

1) Nesse poema, o eu lírico monta palavras


combinando alguns radicais e prefixos.
Da forma como estão estruturados, com
exceção da palavra desumano, todas as
outras não existem na língua. Apesar
disso, podemos depreender significados a
partir de seus radicais, por exemplo, no 1º
verso, dura, solo, sol, (h)umano.
Releia o poema e identifique outros radicais.

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Atividade

2) A que áreas semânticas se relaciona a


maioria dos radicais do poema?
a) Lazer e cultura
b) Trabalho e capital
c) Família e amigos

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Atividade

3) O poema também pode ser lido na vertical.


Nesse caso, ele apresenta duas colunas.
Observe a coluna da direita.
a) Qual é o radical que se repete em todas as
palavras dessa coluna?
b) Observe os radicais que se unem ao radical que
se repete. Note que de uma palavra para outra
ocorre gradação. Que ponto de chegada é
sugerido por essa gradação?

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