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Professora: Francimara Sousa

• Helmintos são parasitas grandes, alguns helmintos


podem chegar a metros de comprimento. Temos, então,
os sanguíneos; os extra-intestinais e os intestinais.

• Podemos encontrá-los em duas morfologias:

• Ovos: Essa é a morfologia de resistência dos helmintos,


assim como os cistos, não se multiplicam e apresentam
uma membrana, o que os diferenciam é que são maiores
e mais resistentes que os cistos.
• Larvas: Morfologia de multiplicação, podemos
encontrá-las no habitat e no hospedeiro definitivo.
 Ascaridíase
• A ascaridíase é o resultado da infestação do nematelminto
Ascaris lumbricoides no organismo, sendo mais
frequentemente encontrado no organismo.

• Cerca de 65% da população brasileira possui este parasita,


sendo tais ocorrências típicas de regiões nas quais o
saneamento básico é precário.
População Brasileira
• É mais frequente em crianças.
Pessoas
35% contaminadas
Pessoas não
65% contaminadas
 Agente Etiológico

• Ascaris lumbricoides.

• Mede de 10 a 30 centímetros.

• Apresenta um único hospedeiro.

• Dimorfismo sexual, sendo a fêmea maior que o macho.

• Vive no intestino delgado humano.


 Ciclo Biológico
• (bolo de Ascaris lumbricoides no intestino de uma
pessoa - notar dobras na parede do intestino para maior
absorção).
 Sinais e Sintomas

• Dor abdominal, diarreia, náuseas e anorexia.

• Quando há grande número de parasitas, pode ocorrer quadro


de obstrução intestinal.

• Em virtude do ciclo pulmonar da larva, alguns pacientes


apresentam manifestações pulmonares, com broncoespasmo,
hemoptise e pneumonite, caracterizando a síndrome de
Löefler, que cursa com eosinofilia importante.

• Quando há grande número de parasitas, pode ocorrer quadro


de obstrução intestinal.
Diagnóstico
• O quadro clínico apenas a de outras
verminoses,
não havendo, portanto, necessidade de
distingue
confirmação do achado de ovos nos exames
parasitológicos de fezes.

• (ovos e infértil, respectivamente, de Ascaris


fértil
lumbricoides).
 Tratamento

• Albendazol (ovocida, larvicida e vermicida), 400 mg/dia,


em dose única para adultos; em crianças, 10 mg/kg, dose
única; Mebendazol, 100 mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias
consecutivos. Não é recomendado seu uso em gestantes.
Essa dose independe do peso corporal e da idade.
Levamizol, 150 mg, VO, em dose única para adultos;
crianças abaixo de 8 anos, 40 mg; acima de 8 anos, 80mg,
também em dose única. Tratamento da obstrução
intestinal: Piperazina, 100 mg/kg/dia + óleo mineral, 40 a
60 ml/dia + antiespasmódicos + hidratação. Nesse caso,
estão indicados sonda nasogástrica e jejum + Mebendazol,
200 mg ao dia, dividido em 2 tomadas, por 3 dias.
Profilaxia

• Tratamento dos portadores da doença.

• Medidas de saneamento básico adequadas.

• Lavar bem os alimentos.

• Combater os insetos para evitar contato com os alimento.


 Teníase/Cisticercose
• A teníaseé uma doença
causada pela tênia, um
parasita intestinal que
platelminto,
possuem não
absorvendo sistema
nutrientes
digeridos pelo
digestório,
hospedeiro.

• A teníase é popularmente
conhecida como “solitária”, visto
que é mais comum encontrar
apenas um parasita por indivíduo.
• Há duas espécies de tênias: a Taenia
solium, que parasita suínos e a Taenia
saginata, parasita de bovinos.

• Ambas possuem corpo dividido em


vários anéis denominados proglótides e
na extremidade anterior, denominada
escólex, há presença de ventosas que
auxiliam na fixação do animal.

• A Taenia solium, possui nesta região,


ainda, ganchos auxiliando também na
fixação.

• As tênias são hermafroditas, cada


proglótides possui sistema reprodutor
masculino e feminino.
• O complexo teníase/cisticercose constitui-se de duas
entidades mórbidas distintas, causadas pela mesma
espécie de cestódio, em fases diferentes do seu ciclo de
vida.

• A teníase é provocada pela presença da forma adulta da


Taenia solium ou da Taenia saginata, no intestino
delgado do homem.

• A cisticercose é causada pela larva da Taenia solium nos


tecidos, ou seja, é uma enfermidade somática.
 Ciclo Biológico
 Sinais e Sintomas
• Dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de peso,
flatulência, diarreia ou constipação.

• Quando o parasita permanece na luz intestinal, o


parasitismo pode ser considerado benigno e só,
excepcionalmente, requer intervenção cirúrgica por
penetração em apêndice, colédoco ou ducto pancreático,
devido ao crescimento exagerado do parasita.

• A infestação pode ser percebida pela eliminação


espontânea de proglotes do verme, nas fezes.
• As manifestações clínicas da cisticercose (larvas da Taenia
solium) dependem da localização, tipo morfológico, número
de larvas que infectam o indivíduo, da fase de
desenvolvimento dos cisticercos e da resposta imunológica
do hospedeiro.
• As formas graves estão localizadas no sistema nervoso
central e apresentam sintomas neuro-psiquiátricos
(convulsões, distúrbio de comportamento, hipertensão
intracraniana) e oftálmicos.
 Diagnóstico

• Clínico, epidemiológico e laboratorial. Como a maioria dos


casos de Teníase é oligossintomático, o diagnóstico
comumente é feito pela observação do paciente ou,
quando crianças, pelos familiares. Em geral, para se fazer
o diagnóstico da espécie, coleta-se material da região anal
e, através do microscópio, diferencia-se morfologicamente
os ovos da tênia dos demais parasitas.

• Na neurocisticercose, tem-se que fazer diagnóstico


diferencial com distúrbios psiquiátricos e neurológicos.
 Tratamento

• Teníase: mebendazol: 200mg, 2 vezes ao dia, por 3 dias,


VO; Niclosamida ou Clorossalicilamida: adulto e criança
com 8 anos ou mais, 2g, e crianças de 2 a 8 anos, 1g, VO,
dividida em 2 tomadas; Praziquantel, VO, dose única, 5 a
10mg/kg de peso corporal; Albendazol, 400mg/dia,
durante 3 dias.
Tratamento

• Neurocisticercose: praziquantel, na dose de 50mg/kg/dia,


durante 21 dias, associado à dexametasona para reduzir a
resposta inflamatória, consequente à morte dos
cisticercos. Pode-se usar também albendazol, 15mg/dia,
durante 30 dias, dividido em 3 tomadas diárias, associado
a 100mg de metilpredinisolona, no primeiro dia de
tratamento, a partir do qual se mantém 20mg/dia,
durante os 30 dias. O uso de anticonvulsivos, às vezes, se
impõe, pois cerca de 62% dos pacientes são portadores de
epilepsia associada.
 Profilaxia

• Trabalho educativo para a população.

• Bloqueio de foco do complexo Teníase/Cisticercose.

• Fiscalização da carne.

• Fiscalização de produtos de origem vegetal.

• Cuidados na suinocultura.
 Enterobiose

• A enterobíase, enterobiose ou
oxiurose, é a verminose intestinal
devido ao Enterobius vermicularis.
Mais conhecido popularmente como
oxiúrus. A infecção costuma ser
benigna, mas incômoda, pelo
intenso prurido anal que produz e
por suas complicações, sobretudo
em crianças.
 Sinais e Sintomas

• Pode cursar assintomática ou apresentar, como


característica principal, o prurido retal, frequentemente
noturno, causando a irritabilidade, desassossego e
desconforto.

• Sintomas inespecíficos do aparelho digestivo são


registrado , como vômitos, dores abdominais, tenesmo,
puxo e, raramente, fezes sanguinolentas.

• Outras manifestações, como vulvovaginites, salpingites,


ooforite e granulomas pelvianos ou hepáticos, têm sido
registradas esporadicamente.
 Diagnóstico

• Em geral, clínico, devido ao prurido característico. O


diagnóstico laboratorial reside no encontro do parasito e
de seus ovos. Como dificilmente é conseguido nos
parasitológicos de fezes de rotina, sendo achado casual
quando o parasitismo é muito intenso, deve-se pesquisar
diretamente na região perianal, o que deve ser feito pelos
métodos de Hall (swab anal) ou de Graham (fita
gomada), cuja colheita é feita na região anal, seguida de
leitura em microscópio. Também podem ser pesquisados
em material retirado de unhas de crianças infectadas,
que oferecem alto índice de positividade.
 Tratamento

• Pamoato de Pirvínio, 10 mg/kg/VO, dose única;


Pamoato de Pirantel, 10 mg/kg/VO, dose única.
Mebendazol, 100 mg, VO, 2 vezes ao dia, durante 3 dias
consecutivos. Essa dose independe do peso corporal e da
idade. Albendazol, 10 mg/kg, VO, dose única, até o
máximo de 400 mg. Todas essas drogas são
contraindicadas em gestantes.
 Profilaxia
• Orientar a população quanto a hábitos de higiene
pessoal.

• Eliminar as fontes de infecção através do


tratamento do paciente e de todos os membros da
família.

• Troca de roupas de cama, de roupa interna e toalhas


de banho, diariamente, para evitar a aquisição de
novas infecções pelos ovos depositados nos tecidos.

• Manter limpas as instalações sanitárias.


Ancilostomíase

• Infecção intestinal causada por nematódeos, que nos casos


de infecções leves, pode apresentar-se assintomática.

• A Ancilostomíase, Ancilostomose ou Necatoríase são nomes


de doenças causadas pelos Ancilostomídeos das espécies
Ancylostoma duodenale ou Necator americanus.

• Também conhecidas como “amarelão” têm grande


prevalência em regiões quentes e úmidas, de solo arenoso.
• Os vermes causadores destas helmintose têm o
peridomicilio como o principal foco de contaminação da
população. Isto se deve, pelo seguinte fato de que o único
hospedeiro para esses parasitas é a espécie humana.
 Ciclo Biológico
 Sinais e Sintomas

• Quadro gastrointestinal agudo caracterizado por


náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal e flatulência,
também podem ocorrer.

• Em crianças com parasitismo intenso, pode ocorrer


hipoproteinemia e atraso no desenvolvimento físico e
mental.

• Com frequência, dependendo da intensidade da infecção,


acarreta anemia ferropriva.
 Diagnóstico

• Em clínico, devido ao prurido


geral
característico. O diagnóstico laboratorial
é realizado pelo achado de ovos no
exame parasitológico de fezes, por meio
dos métodos de Lutz, Willis ou Faust,
realizando-se, também, a contagem de
ovos pelo Kato-Katz.
 Tratamento

• Mebendazol, 100 mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias


consecutivos. Não é recomendado seu uso em gestantes.
Essa dose independe do peso corporal e da idade. Pode
ser usado Albendazol, 2 comprimidos, VO, em dose
única (1 comprimido=200 mg), ou 10 ml de suspensão (5
ml=200 mg). O Pamoato de Pirantel pode ser usado na
dose de 20-30 mg/kg/dia, durante 3 dias. O controle de
cura é realizado no 7º, 14º e 21º dias após o tratamento,
mediante exame parasitológico de fezes.
 Profilaxia

• Desenvolver atividades de educação em saúde.

• Evitar a contaminação do solo mediante a instalação de


sistemas sanitários para eliminação das fezes,
especialmente nas zonas rurais (saneamento).

• Tratamento das pessoas infectadas.


 Esquistossomose

• Esquistossomose é uma
doença causada pelo Schistosoma
mansoni,
parasita que tem no homem seu
hospedeiro definitivo, mas que
necessita de caramujos de água doce
como hospedeiros intermediários
para desenvolver seu ciclo evolutivo.
• A esquistossomose chegou às Américas
Central e do Sul provavelmente com os
escravos africanos e ainda hoje atinge
vários estados brasileiros, principalmente
os do Nordeste.

• A transmissão desse parasita se dá pela


liberação de seus ovos através das fezes do
homem infectado. Em contato com a água,
os ovos eclodem e libertam larvas que
morrem se não encontrarem os caramujos
para se alojar. Se os encontram, porém,
dão continuidade ao ciclo e liberam novas
larvas que infectam as águas e
posteriormente os homens penetrando em
sua pele ou mucosas.
 Ciclo Biológico
 Sinais e Sintomas
• Na fase aguda, pode apresentar manifestações clínicas
como coceiras e dermatites, febre, inapetência, tosse,
diarreia, enjôos, vômitos e emagrecimento.

• Na fase crônica, geralmente assintomática, episódios de


diarreia podem alternar-se com períodos de obstipação
(prisão de ventre) e a doença pode evoluir para um
quadro mais grave com aumento do fígado
(hepatomegalia) e cirrose, aumento do baço
(esplenomegalia), hemorragias provocadas por
rompimento de veias do esôfago, e ascite ou barriga
d’água, isto é, o abdômen fica dilatado e proeminente
porque escapa plasma do sangue.
 Diagnóstico

• Deve ser realizado exame parasitológico de fezes, através


do método de Kato-Kats. Ultrassonografia hepática
auxilia o diagnóstico da fibrose de Symmers.
 Tratamento

• Oxamniquine, em adultos, recomenda-se 15mg/kg, em


dose única. Para crianças até 15 anos, recomenda-se
oxamniquine na dose de 20mg/kg. Como segunda
escolha, tem-se o praziquantel 60mg/kg, em crianças até
15 anos, e 50mg/kg, VO, em adultos, dose única.
Tratamento de suporte deve ser instituído para as
diversas alterações.
Profilaxia

• Esteja atento às normas básicas de higiene e saneamento


ambiental. Evite contato com a água represada ou de
enxurrada que pode estar infestada pelo parasita;

• Saiba que os caramujos podem ser combatidos de várias


maneiras diferentes: por controle biológico, químico e das
condições do meio ambiente;

• Use roupas adequadas, botas e luvas de borracha se tiver


que entrar em contato com águas supostamente infectadas;
Importante!
• Educação sanitária consiste:

• Orientar as pessoas para a identificação de sinais de doenças


parasitárias. Por exemplo: saberem identificar proglótides de
tênias ou vermes (áscaris) que estejam sendo eliminados nas
fezes;

• Incentivar o tratamento;

• Orientar como prevenir as principais infecções;

• Orientar quanto aos hábitos de higiene.

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