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CONCEITO:

“De quem é a responsabilidade?


Esta frase, tão proferida no nosso cotidiano, demonstra a
importância do tema. Antes de saber de quem é a
A
responsabilidade, é preciso entender o que é a
responsabilidade. A palavra “responsabilidade” tem sua
OBRIGAÇÃ
origem no verbo latino respondere, significando a obrigação
que alguém tem de assumir com as consequências jurídicas
O
de sua atividade, contendo, ainda, a raiz latina de spondeo,
fórmula através da qual se vinculava, no Direito Romano, o DE
devedor nos contratos verbais.
REPARAR
A acepção que se faz de responsabilidade, portanto, está
ligada ao surgimento de uma obrigação derivada, ou seja, O DANO
um dever jurídico sucessivo, em função da ocorrência de um
fato jurídico lato sensu.
RESPONSABILIDADE JURÍDICA
Responsabilidade, para o Direito, nada mais é, portanto, que uma obrigação
derivada — um dever jurídico sucessivo — de assumir as consequências
jurídicas de um fato, consequências essas que podem variar (reparação dos
danos e/ou punição pessoal do agente lesionante) de acordo com os interesses
lesados.
A responsabilidade civil é a obrigação que:
1- pode incumbir uma pessoa a reparar o prejuízo causado a outra,
2- por fato próprio, ou
3- por fato de pessoas ou coisas que dela dependam.
DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA

A doutrina discute se a natureza da responsabilidade obrigacional e da


extraobrigacional são diferentes ou se têm apenas fontes
diferentes...Para alguns autores...só a responsabilidade extracontratual
ou delitual é verdadeira fonte das obrigações, porque gera
primariamente uma relação obrigacional, enquanto a obrigacional gera
deveres secundários de prestação.
Para outros...as duas são fontes das obrigações, porque o fundamento
da responsabilidade obrigacional é distinto do fundamento da
prestacional.
RESPONSABILIDADE JURÍDICA X RESPONSABILIDADE MORAL

Até no âmbito da moral, a noção de responsabilidade


desponta, embora sem a coercitividade característica da
responsabilidade decorrente da violação de uma norma
jurídica. De fato, se o católico fervoroso comete um pecado,
descumprindo um mandamento religioso (norma moral), será
punido apenas no campo psicológico, arcando com as
consequências do seu ato (terá de rezar dez pais-nossos, por
ex.). A diferença mais relevante reside realmente na ausência
de coercitividade institucionalizada da norma moral, não
havendo a utilização da força organizada para exigir o
cumprimento, uma vez que esta é monopólio do Estado.
RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL
• Existem dois tipos de responsabilidade, a responsabilidade civil e a
responsabilidade penal. Ambas são caracterizadas pela contrariedade
à lei, porém a forma de responsabilização é diferente.
• Um mesmo fato pode ensejar as duas responsabilizações, não havendo
bis in idem em tal circunstância, justamente pelo sentido de cada uma
delas e das repercussões da violação do bem jurídico tutelado.
• A reparação representa meio indireto de devolver-se o equilíbrio às
relações privadas, obrigando-se o responsável a agir, ou a dispor de seu
patrimônio para a satisfação dos direitos do prejudicado.
• A pena corresponde à submissão do agente, para restauração da
normalidade social violada com o delito.
RESPONSABILIDADE PENAL
• Responsabilidade penal é uma variante da responsabilidade social e
ocorre quando o agente, pessoalmente ou não (como mandante, por
exemplo), comete um delito ou um crime. Ele pode, em virtude disso,
ser levado ao Poder Judiciário e não tem como o dano ser reparado.
• Ambos os casos (responsabilidade civil e responsabilidade criminal)
decorrem de um fato juridicamente qualificado como ilícito ou como
não desejado pelo Direito, pois praticado em ofensa à ordem jurídica.
NOÇÃO JURÍDICA
• A noção jurídica de responsabilidade pressupõe a atividade danosa de
alguém que, atuando a priori ilicitamente, viola uma norma jurídica
preexistente (legal ou contratual), subordinando-se, dessa forma, às
consequências do seu ato (obrigação de reparar) (Pablo Stolze).
• Em direito, a teoria da responsabilidade civil, busca fixar a obrigação
de reparar o dano e determinar em que condições uma pessoa pode
ser considerada responsável pelo dano sofrido por outra pessoa e em
que medida está obrigada a repará-lo.
• A reparação do dano é feita , que é quase sempre pecuniária. O dano
pode ser à integridade física, aos sentimentos ou aos bens de uma
pessoa.
OBRIGAÇÃO DE REPARAR
• A responsabilidade civil deriva da agressão a um interesse
eminentemente particular, impondo, assim, o infrator, a obrigação de
efetuar o pagamento de uma compensação pecuniária à vítima, caso
não possa repor in natura o estado anterior de coisas. Decompõe-se,
pois, nos seguintes elementos:
• a) conduta (positiva ou negativa);
• b) dano;
• c) nexo de causalidade.
O OBRIGAÇÃO DE REPARAR OS DANOS CAUSADOS

• RESPONSABILIDADE CONTRATUAL X RESPONSABILIDADE CIVIL


EXTRACONTRATUAL OU AQUILIANA.
• Se o prejuízo decorre diretamente da violação de um mandamento legal,
por força da atuação ilícita do agente infrator (caso do sujeito que bate
em um carro), estamos diante da responsabilidade extracontratual.
• Por outro lado, se, entre as partes envolvidas, já existia norma jurídica
contratual que as vinculava, e o dano decorre justamente do
descumprimento de obrigação fixada neste contrato, estaremos diante
de uma situação de responsabilidade contratual.
• 1-Inadimplemento da obrigação prevista no contrato (violação de norma
contratual anteriormente fixada pelas partes);
• 2- Extracontratual ou Aquiliana violação direta de uma norma legal.
INADIMPLEMENTO DERIVADO DE OBRIGAÇÃO CONTRATUAL

CONTRATUAL: Quando a obrigação deriva diretamente de


uma relação jurídica criada pela vontade das partes, dirigida
para o efeito exato de produzir aquele vínculo obrigacional.
É a responsabilidade que decorre e uma relação jurídica
obrigacional existente. Nesse tipo de responsabilidade,
configura-se o dano em decorrência da celebração ou da
execução de um contrato. O dever violado é oriundo ou de
um contrato ou de um negócio jurídico, pois se celebram um
contrato, tornam-se responsáveis por cumprir as obrigações
que convencionaram.
OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO NA FORMA EXTRACONTRATUAL

EXTRACONTRATUAL: Quando a obrigação deriva de um


desatendimento a um direito preexistente do ofendido, sem que exista
qualquer vínculo.
É quando a ofensa ocorre contra um preceito legal de direito. Tem por
fonte deveres jurídicos originados da lei ou do ordenamento jurídico
considerado como um todo.  O dever jurídico violado não está
previsto em nenhum contrato e sem existir qualquer relação jurídica
anterior entre o agente que causa o dano e a vítima. O exemplo mais
comum na doutrina é o clássico caso da obrigação de reparar os danos
oriundos de acidente entre veículos.
FUNDAMENTO LEGAL

• O fundamento legal da obrigação de reparar danos por


responsabilidade extracontratual está nos artigos 927 em diante do
Código Civil.
• Art. 927. Aquele que(arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
• Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA

Outra forma de classificar a responsabilidade civil é através da culpa.


Assim, conforme esse requisito, a responsabilidade pode ser objetiva
ou subjetiva.
Responsabilidade civil subjetiva: existe a necessidade da culpa da
pessoa, que atingiu o resultado por ter agido com negligência,
imperícia ou imprudência.
É a decorrente de dano causado em função de ato doloso ou culposo.=
obrigação de indenizar pelos danos causados.
RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA

A noção básica da responsabilidade civil subjetiva, é o princípio segundo


o qual cada um responde pela própria culpa — unuscuique sua culpa
nocet.
Pretensão reparatória - caberá ao autor, sempre, o ônus da prova de tal
culpa do réu.
Responsabilidade civil indireta - o elemento culpa não é desprezado, mas
sim presumido, em função do dever geral de vigilância a que está
obrigado o réu. Situações em que o ordenamento jurídico atribui a
responsabilidade civil a alguém por dano que não foi causado
diretamente por ele, mas sim por um terceiro com quem mantém algum
tipo de relação jurídica.
RESPONSABILIDADE CIVIL
INDIRETA
• A responsabilidade civil direta , também chamada de simples ou por ato próprio, é aquela que o
agente do dano é o responsável por sua reparação. Deriva de fato causado diretamente pelo agente
que gerou o dano.
• A responsabilidade civil indireta ou complexa ocorre quando o responsável pela reparação do dano é
pessoa distinta da causadora direta da lesão.
• É a que decorre de ato de terceiro, com o qual o agente tem vínculo legal de responsabilidade, além
das situações de fato de animal ou fato da coisa.
• Veja como o tema está disposto no Código Civil:
• Responsabilidade por ato de terceiro:
• Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
• I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
• II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
• III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho
que lhes competir, ou em razão dele;
• IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro,
mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
RESPONSABILIDADE CIVIL
INDIRETA
• Responsabilidade pelo fato do animal: (lesão causada pelo animal)
• Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este
causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
• Responsabilidade pelo fato da coisa: ( lesão causada pela coisa)
• Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que
resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja
necessidade fosse manifesta.
• Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo
dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em
lugar indevido.
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
Há hipóteses em que não é necessário sequer ser caracterizada a culpa.
Nesses casos, estaremos diante do que se convencionou chamar de
“responsabilidade civil objetiva”. Segundo tal espécie de
responsabilidade, o dolo ou culpa na conduta do agente causador do
dano é irrelevante juridicamente, haja vista que somente será
necessária a existência do nexo de causalidade entre o dano e a
conduta do agente responsável para que surja o dever de indenizar.
As teorias objetivistas da responsabilidade civil

As teorias objetivistas da responsabilidade civil procuram


encará-la como mera questão de reparação de danos,
fundada diretamente no risco da atividade exercida pelo
agente. Código Civil de 2002, no parágrafo único do seu
art. 927, estabelece que “Haverá obrigação de reparar o
dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar,
por sua natureza, risco para os direitos de outrem”.
A FUNÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO

A ofensa aos bens jurídicos pode gerar responsabilização em


dois graus, quando o ordenamento visa à
prevenção/repreensão pelo Direito Público (Direito Penal) ou
quando busca uma reparação dos danos causados pelo autor
(responsabilidade Civil).
Assim, três funções podem ser facilmente visualizadas no
instituto da reparação civil: compensatória do dano à vítima;
punitiva do ofensor; e desmotivação social da conduta lesiva.
DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
culpa lato sensu

A RESPONSABILIDADE CIVIL deriva de conduta humana antijurídica: É


necessário ser uma conduta humana podendo ser uma conduta positiva
(ação) ou uma conduta negativa (omissão).
A conduta deve ser antijurídica, o que significa dizer que ela deve contrariar
um dever jurídico, ocasionando ofensa ao princípio neminem leadere, ou
seja, a ninguém é dado o direito de lesar a outrem.
Culpa lato sensu: A culpa não é definida e nem conceituada na legislação
pátria. A regra geral do Código Civil Brasileiro para caracterizar o ato ilícito,
contida no artigo 186, estabelece que este somente se materializará se o
comportamento for culposo. Neste artigo está presente a culpa lato sensu,
que abrande tanto a dolo quanto a culpa stricto sensu.
DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
Culpa stricto sensu

A culpa stricto sensu decorre da inobservância de um dever de cuidado.


Nessa hipótese, não há a intenção de provocar o dano. O que o agente
quer é a conduta e não o resultado alcançado.
Os elementos causadores da culpa stricto sensu são:
- Negligência: falta de cuidado necessário.
- Imperícia: ausência de habilidade técnica daquele que pratica o ato,
mas que, em tese, deveria ter.
- Imprudência: o agente assume um risco desnecessário.
DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
O dolo

• Dolo: Em síntese, a conduta intencional, na qual o agente


atua conscientemente de forma que deseja que ocorra o
resultado antijurídico ou assume o risco de produzi-lo.
• OBS 01: para o Direito Civil, não existe a nítida separação
entre o dolo e a culpa stricto sensu. Os dois são espécies de
culpa lato sensu.
• OBS 02: não importa se o agente agiu com dolo ou culpa, o
resultado será o mesmo: nasceu a obrigação de reparar ou
indenizar pelo dano.
DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
O nexo causal e a Teoria da equivalência das condições ou condição sine qua non

• Nexo Causal: para que haja responsabilização pela prática do ato ilícito, é
necessária uma violação de um dever de conduta e mais, que ocorra uma
relação de causa e efeito entre a violação do dever jurídico e o dano. Este
é o nexo causal: a relação entre a conduta do agente e o dano.
• Teorias explicativas do nexo causal:
• Teoria da equivalência das condições ou condição sine qua non: essa
teoria diz que toda e qualquer circunstância envolvida no desenrolar dos
fatos é considerada causa. Essa teoria é muito criticada pela doutrina,
pois, ela se traduz naquilo que se chama regressus ad infinitum, isto é,
regressarmos em todas as causas que deram origem ao evento danoso,
caminhando em direção ao infinito, o que é, obviamente, um absurdo.
DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
O nexo causal e a Teoria da causalidade adequada

Teoria da causalidade adequada : a causa responsável pelo evento danoso será


aquela que melhor se adequar ao resultado. O que significa dizer que a pessoa só
será obrigada a indenizar se o dano ocorrer adequadamente de sua conduta.
OBS 01: a causa é o antecedente não só necessário, mas também adequando à
produção do resultado.
OBS 02: se várias condições concorrerem para determinado resultado, nem todas
serão consideradas como causa, mas somente aquela que for a mais adequada
para a produção do evento.
Culpa concorrente: é preciso questionar a causa adequada que ensejou o
resultado para que haja a correta responsabilização. Nessa seara, o artigo 954 do
Código Civil diz que “se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento
danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua
culpa em confronto com a do autor do dano”.
DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
Teoria dos danos diretos e imediatos e Excludentes do nexo causal

• Teoria dos danos diretos e imediatos: para esta teoria, só serão indenizados os danos decorrentes da
conduta do agente, não cabendo indenização pelos danos remotos oriundos de outras causas, as
chamadas concausas.
• “concausas” a pluralidade de causas que concorrem para um mesmo evento ou resultado, mas que,
nem sempre são diretamente vinculadas ou, em outras palavras, nem sempre são dependentes da
conduta inicial.
• Excludentes do nexo causal: existem quatro excludentes do nexo causal:
• 1-caso fortuito e a força maior;
• 2-fato ou culpa exclusiva da vítima;
• 3-fato de terceiro ou culpa exclusiva de terceiro.
• 1-Caso fortuito ou força maior: entende-se como caso fortuito os eventos inevitáveis e imprevisíveis
que levam ao fato. Já força maior são eventos inevitáveis, mas previsíveis. Essas excludentes devem ser
levadas em conta quando o dano ocorre por obra de pessoas comuns, nas relações entre particulares.
• Artigo 393, § único: O caso fortuito ou de força maior verifica se no fato necessário, cujos efeitos não
era possível evitar ou impedir. Deve-se atentar para o fato de que o Código Civil não faz distinção de
caso fortuito e de força maior. Para esse dispositivo, os dois são a mesma coisa.
DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
Excludentes do nexo causal: caso fortuito interno e externo
Caso fortuito interno e externo: as hipóteses de caso fortuito interno e externo
servem para excluir o nexo causal nas relações empresariais.
Caso fortuito interno: o fato imprevisível está conexo com a organização e a
atuação da empresa. Exemplo: um motorista de ônibus que, durante o trabalho,
passa mal e bate com o veiculo em um outro que estava estacionado.
OBS: é importante para aferir a responsabilização do transportador, pois se for
provado que o caso fortuito é interno, ele não será usado como excludente do
nexo causal.
Caso fortuito externo: há a imprevisibilidade do fato. Neste caso, não há ligação
com a organização ou com a atuação da empresa. O caso fortuito externo está
mais relacionado com os fenômenos da natureza. Exemplo: um raio cai em uma
árvore e essa cai em cima de um ônibus, causando ferimentos nos passageiros.
RESPONSABILIDADE NO CÓDIGO
CIVIL
• Continua em regra como subjetiva, excepcionando-se,
entre outras, a hipótese da atividade exercida
normalmente pelo autor do dano com risco para os
direitos de outrem, quando então a obrigação de
reparar ocorrerá independentemente de culpa.
OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR NO PRÉ-CONTRATO:
• Configura a responsabilidade pré-contratual:

a) responsabilidade pela ruptura das negociações preliminares;


b) responsabilidade por danos causados à pessoa ou aos bens do outro
contraente durante as negociações preliminares;
c) responsabilidade pela constituição de contrato inexistente, nulo ou
anulável;
d) responsabilidade por danos causados por fatos ocorridos na fase de
negociações.
OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR NO PRÉ-CONTRATUAL:

Os princípios estabelecidos pelo Código


de Defesa do Consumidor e o interesse
social que deve preponderar em todos os
negócios;– o “dano de confiança”, dentro
do que se entende por “interesse
negativo”, no mundo negocial .
OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR POR RECUSA DE
CONTRATAR :
• Recusa de contratar:
• – A recusa pura e simplesmente, ou injustificadamente, após iniciar
eficientes tratativas.
OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR POR RECUSA DE CUMPRIR
A OFERTA :

• o Código de Defesa do Consumidor concede direitos


contra o fornecedor de produtos ou serviços que se
recusa a cumprir a oferta (art. 35); o art. 39, II,
considera “prática abusiva o fornecedor recusar
atendimento às demandas dos consumidores, na exata
medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda,
de conformidade com os usos e costumes”
OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR POR
ROMPIMENTO DE NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES :

•  Rompimento de negociações preliminares:


• A possibilidade de responsabilidade fora do contrato com o
rompimento abusivo e arbitrário das tratativas ou negociações
preliminares;
• – a necessidade de que o estágio das preliminares da contratação já
tenha imbuído o espírito dos postulantes da verdadeira existência do
futuro contrato.
OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR NO PRÉ-CONTRATO:
• Responsabilidade pós-contratual:

Os reflexos residuais do contrato já cumprido;


– como expressa o art. 422 do atual Código, os contratantes devem
guardar, tanto na conclusão do contrato como em sua execução, os
princípios da boa-fé;
A responsabilidade pós-contratual, ou culpa post factum finitum,
decorre primordialmente do complexo geral da boa-fé objetiva em
torno dos negócios jurídico.
BOA FÉ OBJETIVA

• A caracterização da boa-fé objetiva como a disposição


de deveres de conduta que as partes devem guardar
difere frontalmente daquela concepção clássica de boa-
fé subjetiva, ligada a um estado psicológico do agente.
BOA FÉ OBJETIVA

• Os deveres secundários impostos pelo art. 422 foram gradativamente


sendo construídos pela doutrina e pela jurisprudência, podendo-se
mesmo falar em quatro deveres básicos: • • • •
(i) dever de informação e esclarecimento;
(ii) dever de cooperação e lealdade;
(iii) deveres de proteção e cuidado;
(iv) dever de segredo ou sigilo.
BOA FÉ OBJETIVA
•  Exemplos:
• Os deveres de cuidado, previdência e segurança, como o dever do
depositário de não apenas guardar a coisa, mas também de bem
acondicionar o objeto deixado em depósito.
••••
• Os deveres de aviso e esclarecimento, como o do advogado, de aconselhar
o seu cliente acerca das melhores possibilidades de cada via judicial passível
de escolha para a satisfação de seu desideratum.
• Os deveres de informação, de exponencial relevância no âmbito das
relações jurídicas de consumo, seja por expressa disposição legal (CDC, arts.
12, in fine, 14, 18, 20, 30 e 31, entre outros), seja em atenção ao
mandamento da boa-fé objetiva.
BOA FÉ OBJETIVA
•  O enquadramento legal da boa-fé objetiva sempre se mostrará
atrelada à tutela da confiança, sobretudo no que diz respeito à
aplicação desse princípio aos casos de responsabilidade pré-
contratual.
BOA FÉ OBJETIVA
• Antô+nio Junqueira de Azevedo afirma que a redação do art. 422 se
mostra insuficiente, deficiente e desatualizada perante às exigências
da prática contratual moderna.
• Segundo o autor, o artigo seria insuficiente em sua redação pois não
deixa claro se os seus dispositivos constituem norma cogente ou
meramente dispositiva, além de não mencionar as fases pré e pós-
contratuais para fins de responsabilização.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão
do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-
fé.
BOA FÉ OBJETIVA
• O artigo seria ainda deficiente por não prever de forma explícita quais
são os chamados deveres anexos. • o dispositivo seria desatualizado
pois confere poderes desmesurados ao juiz para interferir nas
relações contratuais, abrindo possibilidade para se incrementar a
sobrecarga de processos que impede o regular funcionamento do
Poder Judiciário

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