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Encontro do

Clube do Livro Liberal

Obra: “O Estado” e “Abundância, Miséria”


Autor: Claude Frédéric Bastiat
O Estado
“O Estado! O que é? Onde ele está? O que fez? O que deveria fazer?”

• Frederic inicia a obra ironizando o fato de não existir uma definição concreta para o Estado.
“Eu gostaria que se instituísse um prêmio, não de 500 francos, mas de um milhão, com guirlandas,
medalhas e fitas, em favor de quem conseguisse dar uma boa, simples e inteligente definição para a
palavra: ESTADO.”
• Por não existir uma definição de o que ou quem é, o que faz ou deveria fazer, todos os tipos de ações
recaem sobre o Estado.
O Estado
“O Estado! O que é? Onde ele está? O que fez? O que deveria fazer?”

• “Um ser benfeitor e inesgotável que se chama estado, que tem pão para todas as bocas, trabalho para
todos os braços, capital para todos os empreendimentos, crédito para todos os projetos, bálsamo para
todas as feridas, alívio para todos os sofrimentos, conselhos para todas as perplexidades, soluções para
todas as dúvidas, verdades para todas as inteligências, distração para todos os aborrecimentos, leite
para a infância, vinho para a velhice, que acuda a todas as nossas necessidades, atenda a todos os
nossos desejos, satisfaça a todas as nossas curiosidades, conserte todos os nossos erros, repare nossas
faltas e nos dispense a todos, daqui em diante, de previdência, prudência, julgamento, sagacidade,
experiência, ordem, economia, temperança e atividade.”
O Estado
“O Estado! O que é? Onde ele está? O que fez? O que deveria fazer?”

• Ao suplicar por uma definição do Estado, Bastiat pontua que: “tudo o que se apresenta sob o nome de
estado o povo logo derruba, justamente porque não preenche as condições um tanto contraditórias do
programa”.
• O homem repudia a dor e sofrimento, mas está condenado pela natureza ao sofrimento da privação e sua
única saída é o trabalho. Entre o trabalho e a privação dos recursos, o homem descobriu uma forma de
evitar ambos os males. Se aproveitar do trabalho de outros. “É fingir que o trabalho e a satisfação não
são destinados naturalmente a cada um de nós e pensar que todo o trabalho cabe a alguns e todas as
satisfações a outros.”
• Logo, desse modo de pensar, surge a escravidão, a espoliação , seja sob que forma apareça: guerras,
imposturas, violências, restrições, fraudes etc., abusos monstruosos, mas coerentes com o pensamento
que os fez nascer.
O Estado
“O Estado! O que é? Onde ele está? O que fez? O que deveria fazer?”

• Recorremos ao Estado sempre que há algo que não nos satisfaça.

• “Acho que entre o meu trabalho e meus prazeres não está havendo uma proporção que me satisfaça.
Gostaria muito, para restabelecer o equilíbrio desejado, de avançar um pouquinho nos bens de outra
pessoa. Mas isso é perigoso. Será que você não poderia me facilitar essa operação? Não poderia me
dar um bom lugar? Ou então não poderia atrapalhar um pouco os negócios de meus concorrentes? Ou
será que não poderia me emprestar graciosamente algum dinheiro, que você arranjaria com alguém?
Ou ainda educar meus filhos às expensas do povo? Ou me conceder prêmios de incentivo? Ou me
assegurar bem- -estar quando eu chegar aos 50 anos?”
O Estado
“O Estado! O que é? Onde ele está? O que fez? O que deveria fazer?”

• Recorremos ao Estado sempre que há algo que não nos satisfaça.

• “Acho que entre o meu trabalho e meus prazeres não está havendo uma proporção que me satisfaça.
Gostaria muito, para restabelecer o equilíbrio desejado, de avançar um pouquinho nos bens de outra
pessoa. Mas isso é perigoso. Será que você não poderia me facilitar essa operação? Não poderia me
dar um bom lugar? Ou então não poderia atrapalhar um pouco os negócios de meus concorrentes? Ou
será que não poderia me emprestar graciosamente algum dinheiro, que você arranjaria com alguém?
Ou ainda educar meus filhos às expensas do povo? Ou me conceder prêmios de incentivo? Ou me
assegurar bem- -estar quando eu chegar aos 50 anos?”
O Estado
“O Estado! O que é? Onde ele está? O que fez? O que deveria fazer?”

• Para o autor, a definição de Estado seria:


“O ESTADO é a grande ficção através da qual TODO MUNDO se esforça para viver às custas de TODO
MUNDO”
O Estado
“O Estado! O que é? Onde ele está? O que fez? O que deveria fazer?”

• Quanto a nós, pensamos que o estado não é ou não deveria ser outra coisa senão a força comum
instituída, não para ser entre todos os cidadãos um instrumento de opressão e de espoliação recíproca,
mas, ao contrário, para garantir a cada um o seu e fazer reinar a justiça e a segurança.
Abundância, Miséria
Que é melhor para o homem e para a sociedade: a abundância ou
a miséria?
• “Como pode acontecer que, aos olhos do trabalhador, dos escritores, dos homens públicos, a abundância se
apresente como receável e a miséria como vantajosa? Proponho-me a ir até as origens desta ilusão”
• Para Bastiat, existe uma “teoria da miséria” que vê a abundância como algo maléfico e a miséria como vantajoso
para a sociedade.
• Quando o produto é escasso, o produto fica mais caro de acordo com a proporção de escassez daquele produto do no
mercado. Logo, para o vendedor, a escassez é vantajosa. Aplicando-se sucessivamente este raciocínio a todos os
trabalhadores, chega-se à formulação da teoria da miséria.
• Provoca-se artificialmente a alta de preços e a escassez de todas as coisas através da proibição, da restrição, da
supressão de maquinaria e de outros meios, a fim de favorecer os trabalhadores.
• Quando um produto existe em abundância, ele é vendido a preço baixo. Logo, o produtor ganha menos. Conclui-se
que a abundância arruína a sociedade, logo, as leis dos homens devem lutar contra a abundância de coisas.
Abundância, Miséria
Que é melhor para o homem e para a sociedade: a abundância ou
a miséria?

• Trata-se de uma teoria que não é falsa, porém, incompleta. Pois, o homem produz para consumir. Ele é ao mesmo
tempo produtor e consumidor.
• O consumidor torna-se tanto mais rico quanto mais ele compra todas as coisas a melhor preço. Isso é
possível na proporção em que elas se apresentam em abundância. Logo, a abundância o enriquece. E este
raciocínio, estendido a todos os consumidores, conduziria à teoria da abundância.
• Entende-se que nossos interesses são duplos. Como vendedores, estamos interessados na alta de preços e,
consequentemente, na escassez de produtos. Como consumidores, estamos interessados nos preços
baixos, ou, na abundância de produtos. Por isso, não é possível determinar qual dos dois é o idela, se não
identificarmos qual se destina ao interesse geral e permanente da espécie humana.
Abundância, Miséria
Que é melhor para o homem e para a sociedade: a abundância ou
a miséria?

• O homem não é um animal solitário, portanto, ele vive de trocas.


• O homem solitário jamais pensaria — a fim de incrementar seu próprio trabalho — em quebrar os instrumentos que o poupam desse
trabalho, em neutralizar a fertilidade do solo ou em devolver ao mar os bens que este lhe tivesse trazido. Ele compreenderia que, se
consagrasse duas horas diárias ao provimento de suas necessidades, toda e qualquer circunstância (máquina, fertilidade do solo,
dádiva gratuita, não importa) que lhe poupasse uma hora deste trabalho, sem modificar o seu resultado, colocaria esta hora à sua
disposição. E assim ele poderia utilizá-la para aumentar seu bem-estar. Em uma palavra, ele compreenderia que economizar
trabalho não é outra coisa senão progresso.
• A troca cria, com relação a cada objeto, dois interesses: o do produtor e o do consumidor. E esses dois interesses são sempre
opostos.
Abundância, Miséria

• Qual é o interesse imediato do produtor?


1. Que o menor número possível de pessoas exerçam a mesma atividade que ele;
2. Que o maior número possível de pessoas busquem o produto de seu trabalho.
• É o que a economia política explica mais sucintamente nos seguintes termos: que a oferta seja muito restrita e a procura muito
extensa. Em outras palavras ainda: concorrência limitada, escoamento ilimitado.
• Qual é o interesse imediato do consumidor?
1. Que a oferta do produto seja grande e a procura restrita.
Abundância, Miséria

• Visto que ambos esses interesses se contradizem, um deles deve necessariamente coincidir com o
interesse social ou geral, e o outro lhe é antagônico. Mas a qual interesse deve a lei favorecer, já que ela é
a expressão do bem público e se é que ela deve favorecer a qualquer um deles?

• Montaigne diz: O comerciante só faz bons negócios se houver o desregramento da juventude; o lavrador,
se houver aumento do preço do trigo, o arquiteto, se houver casas destruídas; os oficiais de justiça, se
houver disputa entre os homens e muitos processos. A própria honra e o desempenho dos ministros da
religião se sustentam de nossa morte e de nossos vícios. Nenhum médico tem prazer com a saúde de seus
amigos, nem os soldados com a paz, e assim por diante.
Abundância, Miséria

• As leis restritivas sempre nos apresentam o seguinte dilema: ou se admite que elas produzem miséria, ou
não se admite. Se a resposta for afirmativa, há que se reconhecer que se faz muito mal ao povo. Em caso
contrário, então se estará negando a restrição da oferta de bens, o aumento dos preços e, por conseguinte,
o favorecimento do produtor.

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