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Política de Humanização: apostas em

novos modos de fazer na gestão e no


cuidado em saúde
Política de Humanização
Ministério da Saúde
SUS - Sistema Único de Saúde
Reforma ético-político-cultural e resultou de amplo
debate na sociedade brasileira
Reforma sanitária – processo de redemocratização
Democracia é saúde
SUS na Constituição Federal de 1988 (Constituição Cidadã)
Capítulo Seguridade Social - Sessão Saúde (5 artigos):
 Saúde é direito de todo cidadão
 Integralidade
 Descentralização (municipalização – regionalização)
 Participação cidadã

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Portanto, o SUS funda um novo plano
discursivo, assentado em uma nova ética que
tem por base:
 A saúde é produção social e histórica, não é
apenas um dom, mas um bem
 A saúde como direito inalienável de cada
cidadão
 A garantia de acesso eqüitativo a serviços e
práticas integrais
Nova ética construiu novos princípios
para a política de saúde
Saúde como direito de cada cidadão, de cada um,
de um qualquer – princípio da universalidade, ou
seja, de acolhimento da diversidade do povo
brasileiro (cultural, social, econômica, étnica, de
opção sexual, etc)
Integralidade, com ênfase nas medidas
preventivas, sem prejuízo das medidas assistenciais
Participação cidadã

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SUS - Sistema Único de Saúde
Mas o SUS é ainda – e assim continuará por sua
dinâmica de política pública/de domínio da polis -
uma reforma incompleta na saúde, encontrando-se
em pleno curso de mudanças
Transição paradigmática no sistema de saúde
Portanto, ainda estão em disputa as formas de
organização do sistema, dos serviços e do trabalho
em saúde, que definem os modos de se produzir
saúde e onde investir os recursos, entre outros.
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Os princípios/diretrizes do SUS
 Indicam O QUE DEVE SER – COMO DE SER o
sistema, e as práticas de saúde
 A política de humanização indica COMO FAZER,
MODO DE FAZER, portanto apresenta-se como um
método
 A PNH se apresenta e se constrói como passagem entre o
DEVE SER para o COMO FAZER
 Princípios da PNH, sendo modos de fazer, são princípios
metodológicos

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A Política de Humanização e o SUS
 A PNH se apresenta como oferta para se avançar na
mudança na saúde, na ratificação da base discursiva do
SUS e de sua afirmação como prática social que afirma
direito e constrói cidadania
 O SUS se instituiu como Política de Estado, ou seja,
suas forças instituintes tomaram forma, plasmaram-se
 Para avançar na reorma é necessário manter/avivar as
forças, os movimentos que o constituíram e que podem
mantê-lo pulsante, em tensão entre o que se quer e o
que foi possível construir
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A Política de Humanização e o SUS
 PNH é uma política que buscar avivar e manter ativa as
forças de criação e sustentação da reforma sanitária. É,
portanto, uma política que produz crise
 Crise como crítica (perturbação, tensão), mas também
como criação (produção do novo, de movimento)
 A PNH mantém, assim, uma tensa relação com a
máquina de Estado, atuando em seus limites, mantendo-
se pública, na polis, no domínio da cidade, dos cidadãos,
do demos, da multidão

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A humanização deve ser compreendida como uma oferta de
mudança que tem potência de transformar o SUS e de aproximá-
lo enquanto prática a suas exigências discursivas

 Interrogar sobre as causas, sobre o conjunto das


complexas relações que produzem as dificuldades
que são observadas no dia-a-dia do sistema, dos
serviços e das práticas de saúde
 Avançar na concepção de homem: bom homem,
idealizado na bondade, na boa educação
 Homem da experiência concreta: complexidade e
contradição
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A PNH é uma aposta radical em novos modos de fazer

 Radical porque radica, porque vai à raiz, à causa


 A PNH atuando sobre uma rede complexa de
problemas e situações, se inscreve como UM NOVO
MODO DE FAZER, um novo modo de lidar com estas
questões que se apresentam no cotidiano da saúde
 A PNH é uma tecnologia relacional: põe em contato,
põe em relação o conjunto dos sujeitos, aos quais
propõe lidar com os conflitos na perspectiva da
construção de ação comum, de zonas de comunalidades

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A PNH é uma aposta radical em novos modos de fazer

 Desta forma, a PNH aposta na autonomia e no


protagonismo dos sujeitos, que produzindo
novas realidades para as situações postas,
constroem a si mesmos como novos sujeitos
 Assim, não haveria mudança fora dos sujeitos,
senão a partir da experiência com o outro, no
coletivo, encontro que propicia a produção do
novo em si mesmo, reinventando-se

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A PNH toma por “objetos” de intervenção dois
campos:

• As práticas de saúde, o cuidado, o que


se tem denominado de atenção à saúde
• Os modos de gestão, as práticas de
gestão, da organização do trabalho.

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 Contudo, os modos de gestão e os modos de cuidar
são indissociáveis, ou seja, modos de organização do
trabalho são inseparáveis dos modos de atenção à
saúde, os quais desenvolvem relação de co-
determinação, influenciando-se mutuamente
 Além disto, o modo PNH impõe como princípio a
ampliação do grau de comunicação, de contato, de
transversalização entre sujeitos, políticas, projetos,
instituições, áreas, territórios disciplinares, acionando
processos de desestabilização de poder na
perspectiva da construção de ações mais
interdisciplinares e intersetoriais
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PRINCÍPIOS DA PNH
Por princípio entende-se o que causa ou
força/ação que dispara um
determinado movimento no plano das
políticas públicas. A PNH enquanto
movimento de mudança dos modelos
de atenção e gestão, possui três
princípios a partir dos quais se
desdobra enquanto política pública de
saúde
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PRINCÍPIOS DA PNH
 Transversalidade, entendida como
ampliação e aumento da capacidade de
comunicação
 Indissociabilidade entre práticas de
gestão e práticas de atenção à saúde, entre
a política e a clínica
 Protagonismo dos sujeitos e dos coletivos

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 Todavia, o modo PNH para efetivamente ser um novo
modo de fazer requer a inclusão de sujeitos. Mas que
sujeitos? Todos eles, tanto em sua expressão singular,
como sua expressão coletiva, bem como o “jeito” de atuar
dos coletivos, que respondem aos problemas de forma
mais solidária, partilhada e co-responsabilizada

 À inclusão de novos sujeitos, o encontro com o outro que


também tem necessidades, interesses e desejos, nos obriga
a reconhecer a emergência de perturbações derivados do
contato entre as diferenças, os quais abrem possibilidades
de novas negociações e formação de novas
contratualidades, entendidas como resultados do diferir

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MÉTODO DA PNH

Por método entende-se a condução de


um processo ou o seu modo de
caminhar (meta = fim; hodos =
caminho). A PNH caminha no sentido
da inclusão, nos processos de
produção de saúde, dos diferentes
agentes implicados nestes processos.
Podemos falar de um “método de
tríplice inclusão”
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MÉTODO DA PNH: TRÍPLICE
INCLUSÃO
 Inclusão de todos os sujeitos (RODAS)
 Inclusão dos coletivos (dos movimentos
sociais e do modo de afecção proposto pelos
coletivos); e (CONSTRUÇÃO DE REDES)
 Inclusão dos analisadores sociais, derivados
dos efeitos da inclusão de sujeitos e
coletivos nos processos de trabalho,
elementos de tencionamento, de perturbação
do instituído (GESTÃO DE CONFLITOS)
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 A produção de si, do outro e das coisas (modos de gestão, de
arranjos organizacionais, etc) deriva, assim, da produção de
encontros entre os sujeitos mediados por princípios ético-
políticos do SUS, ou seja, encontros que derivam de produções
coletivas e que necessitam, sempre, de validação coletiva
 A PNH produz e convoca à mudança, mas não qualquer
mudança, senão aquela que tem emergência no encontro, no
entre, no contato de sujeitos que se deixam surpreender pelo
borramento de fronteiras, pela inexatidão e impossibilidade de
predizer, de enunciar antes: devir
 Assim, a humanização não é exatamente um ponto de chegada,
mas uma forma de construir que aposta em processos mais
democráticos, partilhados e co-responsáveis

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DIRETRIZES DA PNH
 Clínica Ampliada
 Gestão Participativa e Democrática
 Valorização do Trabalho e do Trabalhador
 Acolhimento
 Ambiência
 Defesa dos Direitos do Usuário
 Fomento das grupalidades, coletivos e redes
 Construção da memória do SUS que dá certo

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DISPOSITIVOS DA PNH 1/2

 Acolhimento com classificação de risco


 Sistemas de gestão participativa e co-gestão
 Contratos de gestão
 Grupo de Trabalho em Humanização
 Câmara Técnica de Humanização
 Programa de Formação em saúde do Trabalhador
 Comunidade Ampliada de Pesquisa
 Equipe de referência e de Apoio Matricial
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DISPOSITIVOS DA PNH 2/2

 Equipe de referência
 Prontuário Interdisciplinar
Projeto terapêutico singular e projeto de saúde coletiva
 Projetos co-Geridos de Ambiência
 Direitos dos usuários
 Visita Aberta e Direito a Acompanhante
 Sistemas de escuta qualificada para usuários e
trabalhadores da saúde
Gerência de “porta aberta”, ouvidorias, grupos focais e
pesquisas de satisfação de usuários e trabalhadores
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A humanização não é um
discurso piegas, não é uma
política ingênua, banal. É
uma aposta radical

Prof. Dr. Gastão Wagner de Sousa Campos


Seminário nacional de humanização, Brasília, 2004
Aposta radical é apostar na
autonomia e protagonismo dos
sujeitos

Eduardo Passos,
Curso de PG em Humanização da Saúde

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POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO

 É uma aposta radical na reinvenção


dos serviços e das práticas de saúde,
as quais devem ampliar tanto a
satisfação de usuários como de
trabalhadores

 Uma nova forma de fazer, de fazer


acontecer a saúde

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Obrigado

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