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DOENÇA DO

REFLUXO
GASTROESOFÁGICO
Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)

 “Afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte


do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos
adjacentes a este, acarretando variável espectro de
sintomas e/ou sinais esofagianos e/ou extra-esofagianos
associados ou não a lesões teciduais”.
I Consenso Brasileiro de DRGE
Epidemiologia - DRGE

 •É um dos distúrbios mais comuns do trato gastrointestinal


 •Prevalência pelo sintoma Pirose recorrente = 10-20%
 •45% da população apresenta pirose mensal
 •20% apresenta semanalmente
 •10% semanalmente
 •7% apresenta esofagite erosiva na endoscopia
 •No lactente o refluxo é fisiológico desaparecendo 60% dos casos até
os dois anos e o restante aos os 4 anos
Epidemiologia - DRGE

 •Cercade 10-15% evoluem com complicações:


Sangramento, estenose péptica, esôfago de Barrett, e
adenocarcinoma.
 •Câncer de esôfago e DRGE:
 Pirose diária = 1em cada 2.500 pacientes/ano
 Esôfago de Barrett = 1 em cada 200 pacientes/ano
Classificação do DRGE

 Fisiológico:
 •É comum nos RNs e (0 e 4 meses de idade).
 •Melhora ao 6º mês (postura ereta e alimentos sólidos)
 •Eapresenta resolução entre 1 e 2 anos de idade (80%)
 •Na criança e no adulto ocorre no período pós-prandial.

 Patológico: Recorrente e interprandial


 •Infantil - Não melhora após o 6º mês e sem resolução
 •Adulto - Prolongamento da infantil ou apresentação tardio
Classificação do DRGE

 DRGE erosiva e não erosiva


 •DRGE não erosiva: É qualquer alteração clinica que
possa ser atribuído ao refluxo gástrico, sem alteração
endoscópica. (60%)
 •DRGE erosiva: É a alteração inflamatória endoscópica
vista na mucosa esofagiana. Esofagite de Refluxo (40%)
Fatores de risco
 Sexo masculino: Relação homem-mulher de 3:1
 •Raça branca
 •Crianças ate os 4 anos
 •Obesidade
 •Consumo excessivo de alimentos
 •Refeições ricas em gordura
 •Tabagismo
 •Álcool
 •Estresse e fadiga
 •Pequeno espaço de tempo entre comer e deitar
Fatores de risco
 Sexo masculino: Relação homem-mulher de 3:1
 •Raça branca
 •Crianças ate os 4 anos
 •Obesidade
 •Consumo excessivo de alimentos
 •Refeições ricas em gordura
 •Tabagismo
 •Álcool
 •Estresse e fadiga
 •Pequeno espaço de tempo entre comer e deitar
Fisiopatologia
 Anormalidade associado a gênese do refluxo:
 •Relaxamento transitório frequentes do EEI
 •EEI constantemente hipotônico
 •Existência de Hérnia de Hiato
 •Aumento do volume do estomago
 •Retardo no Esvaziamento
 •Função motora anormal (peristalse)
 •Aumento da pressão intra-abdominal
 •Ângulo de His obtuso (crianças)
 •Imaturidade das barreiras anti-refluxo (crianças)
Fisiopatologia

 Após o refluxo:

 •Ação crônica do acido gástrico  lesão na mucosa esofágica (não tolera pH<4)
 •Camada epitelial é destruída, ocorre erosão, inflamação, e edema (esofagite
erosiva)
Fisiopatologia

 Refluxo pode atingir áreas alem do esôfago:


 •Boca
 •Faringe
 •Laringe
 •Cavidade nasal
 •Arvore Traqueobronquica
Manifestações Clínicas

 Típicas
 •Pirose
 •Regurgitação ácida
Manifestações Clínicas
 Atípicas
 •Manifestações Esofágicas: dor torácica retroesternal não-cardíaca, globus
hystericus (faringeus);
 •Manifestações Pulmonares: asma, tosse crônica, hemoptise, bronquite,
bronquiectasias, pneumonias de repetição;
 •Manifestações Otorrinolaringológicas: rouquidão, pigarro, laringite posterior
crônica, sinusite crônica, otalgia;
 •Manifestações Orais: halitose, aftas,
 desgaste no esmalte dentário.
Diagnóstico da DRGE
 Anamnese
 Exames complementares
 •Endoscopia digestiva alta
 •Biópsia do esôfago
 •Manometria
 •pHmetria de 24 horas
 •Exame radiológico contrastado do esôfago
 •Cintilografia
 •Teste terapêutico
Anamnese
 •Identificação dos sintomas  •História familiar de câncer
 •Intensidade  •Manifestações de alarme
 •Freqüência (mín. 2x/semana, de 4 a 8  • Disfagia, odinofagia
semanas)  • Anemia
 •Duração (alta relação com risco de  • Hemorragia digestiva
complicações)
 • Emagrecimento
 •Fatores desencadeantes e de melhora
 • Náuseas e vômitos
 •Evolução da enfermidade ao longo do
tempo  • Sintomas de grande intensidade e/ou de
ocorrência noturna
 •Impacto na qualidade de vida do
paciente
 •Idade (> 40 anos)
Endoscopia digestiva

 •Método de escolha para o diagnóstico das lesões causadas pelo RGE;


 •Permite avaliar a gravidade da esofagite e realizar biópsias onde e quando
necessário;
 •Apresenta sensibilidade de cerca de 60%.
 Endoscopia normal NÃO exclui o diagnóstico da DRGE (25% a 40%)
 CLASSIFICAÇÃO ENDOSCÓPICA DE ESOFAGITEClassificação de
Los Angeles (1994)

 GRAU A : uma (ou mais) solução de continuidade da mucosa confinada às pregas mucosas, não maiores
que 5 mm cada;
 GRAU B : pelo menos uma solução de continuidade da mucosa com mais de 5 mm de comprimento,
confinada às pregas mucosas e não contíguas entre o topo de duas pregas;
 GRAU C : pelo menos uma solução de continuidade da mucosa contígua entre o topo de duas (ou mais)
pregas mucosas, mas não circunferencial (ocupa menos que 75% da circunferência do esôfago);
 GRAU D : uma ou mais solução de continuidade da mucosa circunferencial (ocupa no mínimo 75% da
circunferência do esôfago).
Biópsia de esôfago

 Procedimento indicado nos casos de:

 •Pacientes com úlcera e/ou estenose;


 •Reepitelização com mucosa avermelhada acima do limite das pregas gástricas
Manometria esofágica

  Registro da pressão das contrações da musculatura do esôfago e dos esfíncteres


esofágicos

 • Determina a localização precisa do EEI;


 • Avalia o peristaltismo e o tônus do EEI;
 • Investiga alterações motoras do esôfago;
pHmetria prolongada
 •Melhor procedimento para caracterizar o RGE (“padrão-ouro”)
 •Quantifica a intensidade e freqüência do RGE e permite sua correlação com os
sintomas
 •pH <4 por mais de 4% do tempo de duração do exame = refluxo patológico
 •Indicada em pacientes com sintomas típicos de DRGE que não respondem ao
IBP e sem dano à mucosa esofágica na endoscopia
 •Pacientes com manifestações atípicas sem esofagite
 A pHmetria NÃO se presta para o diagnóstico da esofagite de refluxo, mas apenas
para o do refluxo propriamente dito.
Exame radiológico contrastado de
esôfago

 •Restrita ao esclarecimento da disfagia e odinofagia


 •Baixa sensibilidade
 •Avaliação da anatomia esofágica
Exame cintilográfico

 • Pacientes que não toleram a pHmetria (pediátricos);


 • Casos de suspeita de aspiração pulmonar de conteúdo gástrico;
 • Necessidade de estabelecer o tempo de esvaziamento gástrico.
Tratamento

 Tratamento Clínico
  Medidas Comportamentais
  Terapia Farmacológica

 Tratamento Cirúrgico
Medidas Comportamentais

 •Elevação da cabeceira da cama (15 cm).


 •Moderar a ingestão de alimentos gordurosos, cítricos, café, bebidas alcoólicas,
bebidas gasosas, menta, hortelã, produtos de tomate
 •Evitar deitar-se nas 2 horas que se seguem às refeições
 •Evitar refeições copiosas
 •Redução drástica ou cessação do fumo
 •Reduzir o peso corporal (emagrecimento)
Terapia Farmacológica
Tratamento Cirúrgico

 •Recolocação do esôfago na cavidade abdominal, aproximação dos pilares do hilo


diafragmático (hiatoplastia)

 •Envolvimento do esôfago distal pelo fundo gástrico (fundoplicatura).

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