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MERCADO DE CAPITAIS

Profº Ms Celso Morcelli


Mercado Financeiro

A palavra mercado remonta a períodos anteriores à existência


da moeda e o seu significado original designa o local onde as
pessoas se encontram para comprar, vender ou trocar
mercadorias. Com o passar do tempo, o termo mercado foi
evoluindo para um conceito de conjunto de elementos
envolvidos no comércio de determinado produto: produtores,
consumidores, intermediários, regulamentos, preços, etc.
Hoje, quando falamos no mercado do pêssego, estamos nos
referindo ao conjunto de pessoas que produzem, apreciam
(consumidores finais), aos atravessadores, aos doceiros, aos
preços praticados, etc.
O Mercado Financeiro também tem o seu produto. Ele é o uso do
dinheiro no tempo, que significa a transferência temporária, entre
agentes econômicos, da capacidade de consumo, ou seja, do poder
de compra que a posse do dinheiro proporciona.
Mercado Financeiro, portanto, é o conjunto de mecanismos voltados
para a transferência de recursos entre os agentes econômicos.
Seu papel essencial é viabilizar e operacionalizar os fluxos de
financiamentos na economia. Como qualquer mercado, o
Financeiro, também tem suas figuras básicas, que são:

• Compradores (tomadores de empréstimos),


• Vendedores (poupadores)
• Intermediários (instituições financeiras).
Ao pouparem as pessoas deixam de utilizar a capacidade de
consumo do dinheiro no momento, acreditando que essa atual
capacidade de consumo trará maiores benefícios no futuro, seja
frente a algum imprevisto, para economizar dinheiro e comprar
algo de maior valor ou simplesmente para sustentar a família na
aposentadoria.
Quando os poupadores optam por “vender” suas mercadorias, se
transformam em investidores.
No sentido econômico, investir significa a aplicação de capital
para produzir bens e serviços, num sentido mais amplo significa
direcionar recursos para a obtenção de juros ou lucros.
Os “poupadores”, portanto, são os agentes econômicos superavitários
dispostos a transformar suas disponibilidades monetárias em ativos
financeiros, através da oferta de recursos, sujeitando-se aos riscos de
mercado, com a finalidade de obter retornos reais positivos. São os
criadores de fundos para o financiamento do crescimento econômico.

Os “tomadores”, aqueles que adquirem o produto comercializado no


Mercado Financeiro são os industriais, comerciantes, pessoas físicas, etc.
que, necessitando de dinheiro para utilizar o seu poder de compra,
dispõe-se a pagar por essa utilização. São os agentes econômicos
deficitários, que demandam recursos e estão dispostos a financiar seu
déficit a custo de mercado.

Cabe aos “intermediários financeiros” efetuar a ponte entre os dois


segmentos. Ao concentrar os recursos dos agentes superavitários, os
intermediários financeiros viabilizam a ampliação das escalas de
produção, financiando investimentos de maior vulto.
Sistema Financeiro

Nos mercados financeiros, os produtos comercializados


são os ativos financeiros. Isso inclui moeda nacional e
estrangeira, além de outros ativos financeiros. Ao
conjunto de instituições e instrumentos do mercado
financeiro, denominamos sistema financeiro.
 O mercado financeiro é composto de emprestadores e
tomadores de empréstimos. O valor da remuneração
desses empréstimos é chamado de juros, ou, em termos
percentuais, de taxa de juros. Esta é a remuneração dos
poupadores, mas também é o custo de capital para os
tomadores de empréstimos.
(1) Conselho Monetário Nacional
Composto pelo Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamento e
pelo Presidente do Banco Central.
Política Macroeconômica
Política Fiscal Política Monetária
- Tributos - Emissão de títulos públicos
- Gastos do Governo - Taxa de juros
(MF e MP) - Emissão de Moeda Nacional
(BC)
Min.da Fazenda Min.do Planejamento
• O Conselho Monetário Nacional: o CMN
acaba sendo o conselho de política
econômica do país, visto que o mesmo é
responsável pela fixação das diretrizes da
política monetária, creditícia e cambial.
Atualmente, seu presidente é o próprio
Ministro da Fazenda.
O Banco Central do Brasil: o BACEN é o
órgão responsável pela execução das
normas que regulam o SFN. São suas
atribuições agir como: banco dos bancos,
gestor do SFN, executor da política
monetária, banco emissor e banqueiro do
governo. É muito discutida a elevação do
grau de independência do BACEN. Diversas
discussões apresentam pontos positivos e
negativos de tal alteração www.bc.gov.br
(2) Banco Central do Brasil (Bacen)
- Cumpre e faz cumprir as determinações do Conselho
Monetário Nacional;
- Órgão executivo do Sistema Normativo;
- Autoridade monetária  condutor da política monetária;
- Monopólio na emissão de moedas;
- Superintendente do Sistema Financeiro:
Autoriza a abertura de agências de instituições financeiras e faz a
liquidação extrajudicial de instituições financeiras
- Banqueiro do governo;
- Responsável pelas dívidas interna e externa.
(3) Comissão de Valores Mobiliários – CVM
Controla todo o movimento das Bolsas de Valores (Mercado de
Ações)

(4) Agentes Especiais


Banco do Brasil
Grande agente de fomento ao desenvolvimento via crédito, do
Brasil.
Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social –
BNDES
O dinheiro para os investimentos é do Governo Federal e usa o
Banco do Brasil para o repasse do dinheiro.
Bancos de Desenvolvimento:
A mesma ideia do BNDES, mas a nível estadual.

Bancos de Investimentos:
• Bancos que trabalham com financiamento de
pequeno e médio prazo e reconstrução de
empresas;
• Sociedades de Crédito, Financiamento e
Investimento;
• Financiam aquisição de bens de capital e
empréstimos.
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo - SBPE
Caixas Econômicas, Sociedades de Crédito Imobiliário
– SCI, Associações de Poupança e Empréstimo - APE

Cooperativas de Crédito
Ex.: União de ESFORÇOS (o dinheiro é de todos).

Sociedades de Arrendamento Mercantil (leasing)


Contrato de aluguel com opção de compra no final.

Factoring
Aquisição incondicional do faturamento futuro das
empresas (compra de cheques pré-datados)
Segmentação do mercado financeiro
Mercado monetário: nele são realizadas operações de curto
e curtíssimo prazo, com o objetivo de controlar a liquidez dos
meios de pagamento da economia, via operações de
mercado aberto, de redesconto e depósitos compulsórios.

Mercado de crédito: nele é realizada a maior parte das


operações envolvendo instituições financeiras, as quais
utilizam instrumentos de curto e médio prazos, mas também
de prazo aleatório. Destina-se a suprir as necessidades de
capitalização de empresas (capital de giro e ativo
permanente) e o financiamento de consumo de indivíduos.
Mercado cambial: nele realizam-se as operações de
compra e venda de moeda estrangeira.

Mercado de capitais: nele são realizadas operações


de longo prazo por meio das quais os bancos fazem a
intermediação entre empresas que necessitam de
recursos e investidores interessados em aplicações de
longo prazo. Este segmento faz o elo entre
poupadores e os investidores. Compreende
operações de prazos médio, longo ou indeterminado,
como debêntures, bonds e notes e, no caso de
operações de prazo indeterminado, as ações
• Mercado de derivativos: nele são
realizadas as operações com ativos cujos
valores derivam do preço de outros ativos,
daí o nome de derivativos. Destina-se,
principalmente, à administração de risco
dos agentes econômicos.

• Outros mercados: aqui é possível


classificar, por exemplo, o mercado de
créditos de carbono.
Intermediação Financeira
• A renda não consumida das sociedades é
denominada poupança.

• Há vários fatores que estimulam a formação


de poupança, destacando-se as taxas de
juros praticadas. Quanto mais altas as taxas
de juros, maior será o interesse dos agentes
econômicos em poupar.
• Os recursos poupados, se aplicados em atividades
produtivas, podem aumentar ainda mais a renda dos
poupadores. A utilização dos recursos poupados, próprios
ou de terceiros, para ampliar a capacidade produtiva,
representa um investimento.

• Poupança e investimento constituem a base do mercado


financeiro que deve fazer a intermediação entre
poupadores e investidores.
Mercado de Capitais
 Neste mercado ocorrem as negociações dos valores
mobiliários de médio, de longo prazo, ou sem prazo
determinado, por exemplo, ações, que não possuem prazo de
vencimento.

 Os títulos pertencentes ao Mercado de Capitais são títulos de


participação societária e outros títulos representativos de
propriedade. Estes papéis são conhecidos como: ações ou
quotas de capital da empresa que os emitiu.
• As operações do mercado de capitais,
pertencem a modalidade de renda variável.
 
• Os títulos pertencentes ao Mercado de
Capitais são títulos de participação societária
e outros títulos representativos de
propriedade, que são remunerados pelos
lucros, ou prejuízos, decorrentes da
atividade da empresa emissora.
Ações

• As ações constituem a menor parcela (fração)


do capital social de uma sociedade anônima
(SA). São valores caracteristicamente
negociáveis e distribuídos aos subscritores
(acionistas) de acordo com a participação
monetária efetivada.
• O mercado de capitais está estruturado de
forma a suprir as necessidades de
investimentos dos agentes econômicos, por
meio de diversas modalidades de
financiamentos a médio e longo prazos para
capital de giro e capital fixo.
Mercado de Capitais
 As operações do mercado de capitais, pertencem a
modalidade de renda variável e são realizadas nas
Bolsas de Valores, mercado de balcão e através do
Sistema Eletrônico do Mercado Aberto – SOMA.
Bolsa de Valores
• As bolsas oferecem aos seus membros uma
localização física para que os negócios
ocorram de forma livre e transparente e
garantam a boa liquidação dos contratos.

• Fundada em 23 de agosto de 1890, a


BM&FBovespa é o maior centro de
negociações de ações da America Latina.
Mercado Primário

 No mercado primário, a companhia que necessita de


recursos para investir em sua atividade comercial
recorre ao mercado de valores mobiliários, emitindo
títulos ou ações financiando-se através de pessoas
física ou jurídica detentoras do capital
(investidores).
Mercado Secundário

• No mercado secundário são renegociados


títulos já emitidos. O acionista, detentor de
ações de uma companhia ou possuidor de
títulos de valores mobiliários pode, a qualquer
momento, desfazer-se destes papéis, por
diversos motivos, seja por necessidade de caixa
ou mudança na sua carteira de investimentos,
desta forma o mercado secundário serve para
dar liquidez no mercado de capitais.
Índice
 Ibovespa – Índice da Bolsa de Valores de São Paulo,
formado pelas ações mais líquidas e negociadas. O
comportamento das ações que pertencem ao índice
reflete o comportamento da bolsa de valores de
forma genérica, por este motivo podemos ter o
índice negativo mas algumas ações positivas no
mesmo período.
Sistemas
O Mega Bolsa, dividido em:
– Pregão Eletrônico – no qual são negociadas
todas as ações e opções,
– Viva-voz – que concentra os papéis de maior
liquidez

O Sisbex - no qual são transacionados títulos de renda fixa,


como os de dívida corporativa e cotas de fundos
imobiliários.
Ações
Tipos

Ordinárias
• Proporcionam participação nos resultados da empresa e
conferem ao acionista o direito de voto em assembléias
gerais.

Preferenciais
• Garantem ao acionista a prioridade no recebimento de
dividendos (geralmente em percentual mais elevado do que o
atribuído às ações ordinárias) e no reembolso de capital, no
caso de dissolução da sociedade.
Ações Preferenciais
Proporcionam ao acionista:
1. Preferência no recebimento de dividendos, devendo ocorrer antes dos
acionistas ordinários, ficando eles na dependência de saldo;

2. Vantagem no recebimento dos dividendos, com a fixação de um


dividendo mínimo obrigatório ou fixo;

3. Preferência no reembolso do capital em caso de liquidação da sociedade.

As ações preferenciais não possuem o direito a voto.

Podem adquirir o direito de voto caso a empresa não distribua, pelo prazo
de três anos consecutivos, os dividendos mínimos ou fixos.
Ações
Formas

Nominativas
• Cautelas ou certificados que apresentam o nome do
acionista, cuja transferência é feita com a entrega da cautela
e a averbação de termo, em livro próprio da sociedade
emitente, identificando novo acionista.

Escriturais
• Ações que não são representadas por cautelas ou
certificados, funcionando como uma conta corrente, na qual
os valores são lançados a débito ou a crédito dos acionistas,
não havendo movimentação física dos documentos.
Ações
Rentabilidade

1. Dividendos
2. Juros sobre o Capital Próprio
3. Bonificação em Ações
4. Bonificações em Dinheiro
5. Direitos de Subscrição
6. Venda de Direitos de Subscrição
• Dividendos: é uma parte dos resultados da
empresa, determinada em cada exercício social
e distribuída aos acionistas sob a forma de
dinheiro.

• Bonificação: é a emissão e distribuição gratuita


aos acionistas, em quantidade proporcional de
capital, de novas ações emitidas em função do
aumento de capital efetuado por meio de
incorporação de reservas.
• Valorização: os subscritores de capital podem ainda
beneficiar-se das valorizações de suas ações no
mercado.

• Direito de subscrição: como os atuais acionistas


gozam do direito de ser previamente consultados
em todo aumento de capital, esse direito pode
também constituir-se em outro tipo de remuneração
aos investidores. Isso ocorre quando o preço fixado
pelo mercado de determinada ação se apresenta
valorizado em relação ao preço de lançamento.
CVM
Comissão de Valores Mobiliários

• Vinculada ao Ministério da Fazenda. Tem


como função disciplinar, fiscalizar e promover
o mercado de valores mobiliários. Deve coibir
irregularidades.
Mercados da Bovespa
 Mercado a Vista – a liquidação física se processa no terceiro dia
útil após a realização do negócio m bolsa.

 Mercado a Termo – Operações com prazos de liquidação


diferidos, em geral de trinta, sessenta ou noventa dias. Compra
ou venda de ações a um preço preestabelecido, para liquidação
em prazo determinado, a contar da data de sua realização.

 Mercado de Opções – O direito de comprar ou vender um lote de


ações a outro investidor, com preço e prazo de exercício
preestabelecido contratualmente. O comprador da opção de
compra, até a data do vencimento, poderá exercê-la comprando
o lote de ações ou revendendo a opção no mercado.
Opções sobre ações

• As opções sobre ações representam um


direito de compra (ou venda) de ações a um
preço previamente fixado e válido por um
determinado período. As opções são
negociadas em Bolsas de Valores por meio
do pagamento de um prêmio, e o resultado
da operação é calculado pela diferença entre
o preço de mercado na data da realização da
opção e o valor pago pelo prêmio.
• Uma opção de compra garante ao titular o direito de adquirir no futuro
um lote de ações a determinado preço, denominado de preço de
exercício, durante certo tempo.

• Uma opção de venda, ao contrário, garante a seu titular o direito de


vender um lote de ações a um preço fixado durante certo intervalo de
tempo.

• Um investidor de uma opção de compra tem uma expectativa de


valorização da ação no futuro. Um investidor de uma opção de venda tem
uma avaliação inversa.

• Caso os investidores reavaliem suas expectativas de valorização das ações,


eles podem, a qualquer momento, cancelar o negócio recebido, mediante
a compra de uma opção de natureza inversa.
Commodities
• Commodities pode ser definido como mercadorias,
principalmente minérios e gêneros agrícolas, que são
produzidos em larga escala e comercializados em nível
mundial. As commodities são negociadas em bolsas
mercadorias, portanto seus preços são definidos em nível
global, pelo mercado internacional.

• As commodities são produzidas por diferentes produtores e


possuem características uniformes. Geralmente, são produtos
que podem ser estocados por um determinado período de
tempo sem que haja perda de qualidade. As commodities são
geralmente matérias-primas ou mercadorias com pequeno
grau de industrialização.
Commodities brasileiras
• O Brasil é um grande produtor e exportador de commodities.
As principais commodities produzidas e exportadas por nosso
país são: petróleo, café, suco de laranja, minério de ferro,
soja e alumínio.

• O mercado de derivativos surgiu como uma proteção aos


agentes econômicos contra perdas provocadas pela
volatilidade nas cotações dos produtos de base.
Derivativos
 Derivativo é, em termos gerais, um contrato bilateral ou um
acordo de troca de pagamentos cujo valor deriva do valor de
um ativo-objeto.

 Nos dias de hoje, as transações com derivativos cobrem uma


vasta gama de ativos objetos: taxas de juros, câmbio, valor de
mercadorias e outros índices.

 Os contratos derivativos só existem porque há mercadorias


negociadas no mercado à vista (ação, grãos, taxas e índices).
Caso o mercado à vista deixe de existir, o derivativo perde
razão de ser.
Produtos do Mercado de Derivativos
 Contratos futuros: são contratos padronizados negociados,
entre duas contrapartes, por intermédio de uma bolsa para
um vencimento futuro. Neste caso, os montantes de compra
e venda, bem como as características de mercadoria
negociada, são padronizados e obedecem a um ajuste diário
de posições e de margens, de acordo com o preço de ajuste
da mercadoria.

 Opções: são instrumentos que permitem que o investidor


adquira o direito de comprar ou vender um ativo a um preço
e data preestabelecidos.
 Contrato a termo: são contratos de compra e venda de um
ativo com montante, preços e prazos definidos pelas partes,
diferenciando-se dos contratos futuros por não
apresentarem ajustes diários, com liquidação física ou
financeira na data determinada pelo contrato.

 Swaps: de um modo geral é uma troca de índices entre dois


investidores, sem envolver a troca do principal.
Participantes do Mercado de Derivativos

Hedger

• Os Hedgers são agentes econômicos que desejam se proteger


dos riscos derivados das flutuações adversas nos preços de
commodities, taxas de juros, moedas estrangeiras ou ações. O
hedger busca reduzir o seu risco.
Especulador

• Os especuladores são agentes econômicos, que estão dispostos a


assumir os riscos das variações de preços, motivados pela
possibilidade de ganhos financeiros. Sua presença nos mercados
futuros é indispensável, pois são eles quem se dispõem a assumir o
risco dos hedgers.

• As atividades dos especuladores aumentam muito o volume das


transações nos mercados de derivativos, aumentando assim a
liquidez dos contratos.

• Nenhum especulador pretende receber ou entregar a mercadoria ou


o ativo. Todos liquidam suas posições por diferença financeira
(normalmente antes do vencimento do contrato). As operações de
day trade, que também são muito utilizadas por eles, consistem em
assumir posições e liquidá-las no mesmo dia.
Arbitrador

• Os preços de um bem, transacionado em dois mercados diferentes,


podem temporariamente apresentar discrepâncias entre si,
provocadas por desequilíbrios entre a oferta e a demanda do bem,
em um outro mercado. Quando isso ocorre, indivíduos atentos ao
comportamento dos preços nos dois mercados imediatamente
procuram auferir ganhos destas distorções, através da compra do
bem, no mercado onde ele está mais barato, e a sua venda, naquele
onde ele está mais caro. Os agentes deste processo são denominados
de arbitradores. Operam simultaneamente em mais de um mercado
para travar um lucro e terminam por alinhar novamente os preços
que, momentaneamente, ficaram desalinhados.
Planejando um Investimento Financeiro
Ao realizarmos nosso investimento devemos:

1. Planejar: Ao realizarmos uma aplicação devemos saber aonde queremos


chegar e com quanto. Para isso devemos ter claramente a nossa situação
financeira ou da empresa que fará a aplicação.

2. Determinar parâmetros de investimentos: Qual seu limite tolerável de


exposição ao risco, qual sua expectativa de rentabilidade e fluxo de caixa
desejado, são questões que devemos conhecer claramente. Outro fator
importante é identificar o perfil de investidor.

3. Definir as estratégias: Com o resultado do seu perfil desenvolva sua


política de investimentos e defina o Benchmark mais adequado a sua
estratégia.
4. Definir parceiros e/ou Instituições financeiras: Escolha as instituições que
atendam suas expectativas em relação aos produtos oferecidos. Conheça
o administrador do fundo, se é autorizado pela CVM, quanto tempo está
no mercado e qual volume de recursos que ele administra.

5. Acompanhamento da performance do fundo: Solicite a instituição


financeira relatórios de retorno histórico, composição da carteira,
valorização da cota, índices de performance, etc.

6. Monitoramento da administração do fundo: Acompanhe a performance


do fundo escolhido e se seu desempenho está de acordo a política de
investimento traçada. Procure conhecer os ajustes táticos e estratégicos
que serão adotados pelo gestor em função das medidas
macroeconômicas.

7. Evitar comparações erradas: O investidor deve ficar atento às suas


aplicações, ou seu portifólio, e não olhar a performance dos
investimentos do “vizinho”, pois seus objetivos podem ser diferentes.
Tipos de Fundos de Investimentos
 Conservador: Fundo composto por cotas de FIF’s[1] com grande
concentração (acima de 80% do patrimônio) alocados em papéis
governamentais pós-fixados com os 20% restantes em títulos privados de
instituições financeiras de primeira linha, ou seja, títulos tradicionais de
renda fixa.

 Sua rentabilidade passada não deverá ser superior ao CDI[2] e apresenta


baixíssima volatilidade (abaixo de 1,00).

 O investidor conservador não tem por objetivo ganhar, e sim preservar seu
capital. Aplicações em ações e derivativos nem passam pela sua cabeça.

[1] Fundos de Investimentos Financeiros


[2] Certificado de Depósito Interbancário – são títulos de emissão de instituições financeiras que
servem de lastro para as operações no mercado interbancário e são isentos de qualquer
tributação.
Moderado: Fundo composto por cotas de FIF’s com
concentração média (50% de títulos governamentais, 20% em
mercados de derivativos e 30% em títulos privados de
instituições financeiras e empresas comerciais). Sua
rentabilidade passada deve ser ligeiramente superior ao CDI e
com volatilidade média (entre 1,00 e 3,00), lembrando que,
quanto menor este índice melhor.
Arrojado: Fundo de investimento financeiro (mais sensível)
com diversificação entre títulos privados de instituições
financeiras, empresas comerciais, ações e mercados de
derivativos. A rentabilidade passada deve superar o CDI.
Porêm, devido à alta volatilidade (às vezes pode superar 30%),
em situação de stress (crises ou mudanças bruscas na
economia), a rentabilidade pode apresentar-se negativa por
um longo período.
AVALIAÇÃO DE AÇÕES
ANÁLISE
• Expectativas dos rendimentos a serem auferidos ao longo do
prazo de permanência em determinada posição acionária.
• Valorização que venha a ocorrer.

AVALIAÇÃO
Retorno esperado X Risco assumido

CRITÉRIOS DE ANÁLISE
• Os modelos de avaliação procuram projetar o comportamento
futuro dos ativos financeiros, formulando previsões com
relação às variações de seus preços no mercado.
ANÁLISE TÉCNICA

• É desenvolvida por meio do estudo do comportamento das


ações no mercado, sendo considerados, os parâmetros de
oferta e procura e a evolução de suas cotações.

• São efetuadas projeções sobre o desempenho futuro dos


preços das ações.

• Pelas movimentações de preços passadas é possível explicar


suas evoluções futuras.

• Não há preocupação formal com as causas que determinam


certos movimentos nos preços do mercado de ações.
• Principal instrumento: Gráficos
ANÁLISE FUNDAMENTALISTA

• Adota a hipótese da existência de um valor intrínseco para


cada ação, com base nos resultados apurados pela empresa
emitente.

• O estudo dessa análise está baseado no desempenho


econômico e financeiro da empresa e processa, ainda,
sofisticadas avaliações e comparações setoriais, conjunturais.

• Os principais subsídios desse critério de análise são os


DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS DA EMPRESA e os diversos
dados e informações referentes ao setor econômico de
atividade, ao mercado acionário e à conjuntura econômica.
INDICADORES DE ANÁLISE DE AÇÕES

• Objetivam avaliar os reflexos do desempenho da


empresa sobre o valor de mercado de suas ações.

LUCRO POR AÇÃO – LPA


• O índice ilustra o lucro auferido por ação emitida pela
empresa.
LUCROLÍQUIDO
LPA  O
N .DEAÇÕESEMITIDAS
• O índice LPA denota a parcela do lucro líquido
pertencente a cada ação, sendo que sua distribuição
aos acionistas é definida pela política de dividendos
adotada pela empresa.
INDICADORES DE DIVIDENDOS
DIVIDENDOS
PAYOUT 
LPA

• Indica os dividendos distribuídos aos


acionistas como uma porcentagem do lucro
por ação (LPA).
• LPA $ 1,40
• DIVIDENDOS DISTRIBUÍDOS $ 0,49 / AÇÃO
• PAYOUT de 35%. A empresa reinvestiu 65%
de seus lucros apurados no exercício.
DIVIDENDOS
DividendYIELD 
Pr eçodeMercadodaAção

• Indica a remuneração por dividendos do acionista


realizada sobre o capital investido.

• DIVIDENDOS $2,53 / AÇÃO


• COTAÇÃO MÉDIA $27,80
2,53
DividendYIELD   0,091
27,80

• 9,1% - Retorno de dividendos


ÍNDICE PREÇO / LUCRO – P/L
Pr eçodeMerca dodaAção
P/L 
LucroporAção( LPA )
• Teoricamente, o índice P/L indica o número de
anos (exercícios) que um investidor tardaria em
recuperar o capital investido.
• Ocorrendo maior atratividade por certas ações, o
P/L desses papéis se elevará, refletindo maior
confiança do mercado.
P/L = 0,8
• 8 anos para recuperar o capital aplicado na
aquisição do papel.
PL a preços de mercado / EBITDA

• O patrimônio líquido (PL) a preços de mercado de uma empresa


é obtido pelo produto do valor de suas ações pela quantidade
emitida.

• O valor da empresa é calculado pelo valor do patrimônio líquido


do mercado mais o montante de suas dívidas.

• O EBITDA é o lucro antes dos juros, da depreciação / exaustão e


amortização e do Imposto de Renda. Equivale ao fluxo de caixa
operacional antes do IR.

• O índice PL a valores de mercado / EBITDA representa um


múltiplo do valor de mercado do patrimônio líquido da empresa.
O q de Tobin

• Relaciona o valor de mercado de uma empresa com o valor


de reposição de seus ativos.

valordemercado
q
preçoderep osiçãodosa tivos

• q < 1 – O valor que a empresa pode alcançar no mercado é


inferior ao que se gastaria para construí-la.
• q > 1 – O valor de mercado é superior ao preço de reposição
de seus ativos.
VALOR DAS AÇÕES

MODELO BÁSICO DE DESCONTO

• O modelo admite que o valor de um ativo é


determinado pelo valor presente de seus fluxos de
caixa futuros, descontados a uma taxa que
remunera o investidor no nível de risco assumido.
Os fluxos de caixa são representados no modelo
pelos dividendos esperados, quantificados com
base em projeções dos percentuais de distribuição
de lucros e em suas taxas de crescimento.
• AÇÃO ADQUIRIDA NO INÍCIO DO ANO POR
$2,50
• VENDIDA AO FINAL DO ANO POR $2,70
• INVESTIDOR RECEBEU $0,20/AÇÃO DE
DIVIDENDOS
2,70 0,20
2,50   2,5  2,5K  2,9
• O retorno
1  K 1 (K)
K produzido por esse
2,5 K  2,9  2,5
investimento
2,90
em ação atinge 16% no
0,4
2,5 
período. K  0,16  16%
1 K 2,5
Dn Pn
P0  
(1  K ) n
(1  K ) n

• onde: P0 = valor de aquisição da ação


• Dn = dividendos previsto de receber ao final do
período
• Pn = preço de venda da ação ao final do período
• K = taxa de desconto que representa o retorno
requerido pelo investidor na aplicação.
• O valor de uma ação é função dos
dividendos e de sua valorização no
mercado, ou seja, seu preço teórico de
mercado é definido pelo valor presente
desses benefícios futuros esperados de
caixa.

• A taxa de desconto
n
Dt (K) é interpretada
Pn como
P0   
o rendimento t 1 (1  K ) t
mínimo (1  K ) n
exigido pelos
acionistas da empresa.
Exemplo:
• DIVIDENDOS ESTIMADOS (2ANOS) $0,30 E
$0,50

• VALOR PREVISTO DE VENDA $4,10 POR AÇÃO

• O PREÇO MÁXIMO A SER PAGO POR ESSA


AÇÃO 0HOJE,
,3 0,5AO4FIXAR-SE
,10 EM 20% AO ANO A
P0     $3,44 / AÇÃO
RENTABILIDADE
1,2 1,2 1MÍNIMA
,2 DESEJADA, É $3,44/
ação

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