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CONTABILIDADE DE CUSTOS 2

CUSTOS DA QUALIDADE
Prof. Adriana Vasconcelos
Introdução
■ O que é qualidade?

 Grau de conformidade (especificações do produto)

 Adequação ao uso (expectativa do cliente)

 Excelência inata (tendência de não sofrer alterações ao passar do


tempo)
Para quê ter qualidade?

■ Satisfação do cliente

■ Redução dos custos de não conformidade

■ Otimização dos resultados


Custos da qualidade

■ Onde aparecem os custos da qualidade?


 São atribuídos à falta de qualidade em si mesmo;
 Ou ao esforço necessário para a obtenção da qualidade.

■ Os Custos da Qualidade podem ser controlados por departamentos, serem


levados em consideração nas decisões de investimento de capital ou
serem avaliados em termos globais sem a preocupação de se imputarem
responsabilidades.
Conceito de custos da qualidade

■ Os Custos Operacionais da Qualidade, de acordo com Feigenbaum, são


aqueles custos associados com a definição, criação e controle da
qualidade, assim como com a determinação do valor e retomo da
conformidade com a qualidade, confiança e requisitos de segurança.

■ Os custos da não conformidade são os associados com as falhas e suas


consequências, tanto dentro da fábrica como em mãos dos consumidores.
Custos da qualidade
•Falta de planejamento
• Defeitos
• Execução de obra a partir de documentos
• Refugos desatualizados
• Falhas •Especificações incompletas
• Atrasos de fornecimento
• Reclamações não atendidas
• Reemissão de documentos
•Horas extras
• Expedição errada
• Avarias
• Devoluções
• Perda de imagem
Custo de Qualidade - Refugos
■ Refugos – produção que não satisfaz a padrões dimensionais ou de qualidade e, portanto, é refugado.

Custo de
Normal
Produção

Venda
Refugo SUCATA

Custo do
Anormal
Período

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Custo de Qualidade – Unidades defeituosas
■ Unidades Defeituosas - produção que não satisfaz a padrões dimensionais ou de qualidade e é
retrabalhada.

SUCATA

NÃO OK – a sucatear
OK Produto 1º
Produção 1º Avaliação LINHA

NÃO OK - a Produto 2º
recuperar LINHA OK
UNIDADES defeituosas
aguardando Retrabalho (MP + 2º Avaliação
recuperação MO)

NÃO OK – a recuperar

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Objetivos da mensuração dos custos da
qualidade
1. Avaliar os programas de qualidade por intermédio de quantificações físicas e
monetárias.
2. Possibilidade de fixar objetivos para os programas de qualidade, priorizando aqueles
que possibilitem trazer de forma imediata melhores resultados para a empresa.
3. Conhecer o quanto a empresa está perdendo pela falta de qualidade. Essa informação,
quando passada aos diferentes níveis da organização, ajuda na sensibilização e
compromisso de enfrentar o desafio da melhoria da qualidade.
4. Conhecer a distribuição dos custos pelas diferentes categorias de Custos da
Qualidade, o que possibilita o direcionamento dos investimentos de acordo com os
projetos de melhoria da Qualidade.
Objetivos da mensuração dos custos da
qualidade
5. Tornar a qualidade um dos objetivos estratégicos para a empresa.

6. Melhoria da qualidade acarreta um acréscimo nos lucros, sem aumento nos preços,
sem investimentos adicionais significativos em instalações ou equipa- mentos e
recursos humanos.

7. Aumento da produtividade através da qualidade.

8. Integrar, através dos relatórios de Custos da Qualidade, numa única informação,


vários outros relatórios de desempenho.

9. Demonstrar que os relatórios usuais da qualidade levam a administração a aceitar


percentuais de falta de qualidade como algo normal aos negócios.
Objetivos da mensuração dos custos da
qualidade
10. Comprovar que os relatórios de Custos da Qualidade ajudarão a colocar os
investimentos em qualidade no mesmo pé de igualdade dos demais projetos de
investimentos.

11. Revelar o impacto financeiro das decisões de melhoria da qualidade apresentadas


nos relatórios de Custos da Qualidade.

12. Facilitar a elaboração do orçamento de Custos da Qualidade, permitindo a


adequada destinação de recursos.

13. Na hipótese de a Qualidade ser fator diferencial no marketing da empresa, os


Custos da Qualidade reforçarão esse fator diferenciador, através de maiores
destinações de recursos para a melhoria da qualidade, facilitando as eventuais
análises de custo-benefício.
Objetivos da mensuração dos custos da
qualidade
14. Revelar, através dos relatórios de Custos da Qualidade, o sucesso da administração
em cumprir com os objetivos da qualidade. O escopo poderia não ser a redução no
total dos Custos da Qualidade, porém a alteração na participação no total dos custos
de cada categoria de Custos da Qualidade.
15. Avaliar a adequação do programa de manutenção. Eventuais atrasos no cronograma
de manutenção podem afetar o nível de qualidade dos processo e dos produtos.
16. Sistematizar o conhecimento e a influência das diferentes consequências da falta de
qualidade na empresa, tais como: Devoluções de Vendas, pedidos cancelados,
alterados e principalmente não efetuados, erros de faturamento, etc.
17. Conhecer na realidade o quanto a empresa vem investindo nas diferentes categorias
de Custos da Qualidade.
Objetivos da mensuração dos custos da
qualidade
18. Inferir quanto a empresa deveria investir nas diferentes categorias de Custos da
Qualidade.

19. Fixar os objetivos e os recursos para o treinamento do pessoal.

20. Facilitar a avaliação do efeito da qualidade no custo e no valor dos produtos e


serviços.

21. Manter a empresa sempre alerta quanto ao chamado "efeito tiririca", ou seja, os
problemas de qualidade hoje sanados podem ser substituídos por outros em
qualquer outro lugar, o que provavelmente não seria notado de imediato na
ausência de um programa formal de acompanhamento dos Custos da Qualidade.
Objetivos da mensuração dos custos da
qualidade
22. Acompanhar a evolução dos gastos com avaliação da qualidade dos fornecedores
na celebração de parcerias e das garantias da qualidade.

23. Facilitar o estabelecimento de rotinas e procedimentos para acumulação de dados


de Custos de Qualidade, bem como a correta fixação, definição e transparência dos
indicadores de qualidade.
Especialistas em qualidade

1. Deming

2. Juran

3. Taguchi

4. Crosby

5. Ishikawa

6. Feigenbaum

7. Garvin
As abordagens de custos da qualidade e a
relevância da contabilidade
Abordagem Relevância da
Autor
Contabilidade
Deming Não fazer análise – gaste para fazer Baixa
direito

Crosby Análise para avaliar estágio da gestão Média


da qualidade

Juran Análise como ferramenta gerencial Alta


Categorias de custos da qualidade
Custos de prevenção
■ São gastos com atividades no intuito de se assegurar que produtos, componentes ou
serviços insatisfatórios ou defeituosos não sejam produzidos.

■ Os gastos com prevenção compreendem tanto investimentos quanto demais


dispêndios (custeio) que objetivam evitar a geração de unidades e componentes
defeituosos, bem como a prestação de serviços insatisfató́ rios.

■ Exemplos: Treinamento para qualidade; administração da qualidade; projeto e


planejamento das avaliações da qualidade; manutenção preventiva dos
equipamentos; treinamento de pessoal; desenvolvimento de sistemas da qualidade;
suporte técnico para vendedores; identificação das necessidades de marketing e
exigências dos clientes; desenvolvimento de projetos de produtos.
Custos de prevenção
Custos de avaliação
■ São os gastos com atividades desenvolvidas na identificação de unidades ou
componentes defeituosos antes da remessa para os clientes.

■ Exemplos: avaliação de protótipos; testes e inspeções nos materiais


comprados; testes e inspeções nos componentes fabricados; inspeções e
auditoria das operações de manufatura; testes e inspeções nos produtos
fabricados; verificações efetuadas por laboratórios e organizações externas;
auto-inspeção pelos operadores;
Custos da não qualidade
■ Custo da não qualidade (ou má qualidade) é o resultado proveniente do fato de uma
organização não produzir corretamente desde a primeira vez (JURAN,1979).
■ Perde-se duas vezes: por produzir um produto que será rejeitado ou desclassificado,
e perde-se a oportunidade de produzi-se peças boas.
■ Vantagens de avaliar os custos da não qualidade:
 Mostrar à direção da empresa a qualidade expressa em termos de dinheiro.
 Conscientizar os operários que as falhas cometidas significam somas de
dinheiro.
 Otimizar as ações corretivas,
 Serve como indicadores de qualidade.
Custos de falhas internas
■ São aqueles associados às atividades decorrentes de falhas internas, como:
falhas de projetos, compras, suprimentos, programação e controle da produção e
falhas na própria produção. As falhas internas são constatadas antes do despacho
dos produtos aos clientes.

■ Exemplos: retrabalho; redesenhos; refugos e sucatas; tempo perdido devido à


deficiência do projeto; tempo perdido devido à compra de materiais defeituosos;
compras não planejadas; descontos nos preços de vendas de produtos com
pequenos defeitos; atrasos na produção e entrega, gerando multas e penalidades;
não aplicação de reajustes de preços de novas tabelas; inspeção de lotes
retrabalhados.
Custos de falhas externas
■ São aqueles associados às atividades decorrentes de falhas externas.

■ Como falhas externas são classificados os custos gerados por problemas


ocorridos após a entrega do produto ao cliente, ou seja, os associados às
devoluções, queixas e reclamações dos clientes.

■ Exemplos: multas; refaturamento; garantias; retrabalho; bem-estar do cliente;


vendas perdidas; assistência técnica fora da garantia; reposição para manter a
imagem.
Custos de falhas externas
■ Exemplo: Água Perrier

■ Em 1990 um pequeno erro (esquecimento de substituição de um filtro) fez com


que não fossem eliminados completamente vestígios de veneno numa dada
quantidade de garrafas.

■ O pânico criado obrigou a Perrier a retirar mais de 100 milhões de garrafas do


mercado com custos superiores a 1 milhão de Euros.

■ A campanha para recuperação da imagem da empresa foi longa e custou 800 mil
Euros.
Relações entre categorias de custos da
qualidade
■ Através do estudo e da observação das relações entre as categorias de custos da
Qualidade, procura-se inferir o ponto ótimo de investimento em qualidade.

■ O outro propósito seria a descoberta da melhor relação custo-benefício, ou seja,


aumentando-se os gastos com prevenção, qual seria a economia de custos obtida
pela diminuição das falhas.

■ Além do aspecto monetário, fator decisivo do gasto em prevenção é a imagem


de qualidade do produto, que poderá significar expansão no volume de vendas
ou no próprio preço unitário do produto.
Relações entre categorias de custos da
qualidade
Relações entre categorias de custos da
qualidade
Relações entre categorias de custos da
qualidade
■ Na zona de altos custos também existe oportunidade para a redução dos custos. Isso
pode ser feito da seguinte forma: (WERNE, BORNIA, 2000).

a) Comparando o custo de detecção de defeitos com o prejuízo causado se eles não forem
detectados;
b) Examinando os padrões de qualidade para ver se eles são realistas com relação à
adequação ao uso;
c) Verificando se é possível reduzir o volume da inspeção por meio de amostragem, com
base no conhecimento da capacidade do processo e ordem de fabricação; e ainda,
d) Vendo se é possível evitar a duplicidade de inspeção usando auditoria de decisões
Indicadores de qualidade
■ O acompanhamento do atendimento aos requisitos da qualidade requer a criação de
apreciável quantidade de indicadores da qualidade.
■ Esses indicadores são tabelados e sumarizados para divulgação aos diferentes níveis
operacionais e gerenciais.

Estratégias

Planejamento

Controles gerenciais (CG)

Controles operacionais (CO)

Controles automáticos (CA)


Indicadores de qualidade

■ A definição desses indicadores é uma tarefa conjunta entre a área coordenadora


da qualidade na empresa e os integrantes de cada setor envolvido nas medições.

■ "Os Indicadores da Qualidade devem ser construídos de acordo com os


objetivos/interesses de seus consumidores, ou seja, é atividade importante do
analista da qualidade organizacional a geração do Indicador da Qualidade,
atendendo ao assunto e à métrica que sejam mais bem consumidos pelos
usuários e praticantes da Qualidade" (Gil, 1992:36).
Indicadores de qualidade
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

TQC Controladoria

Indicadores Mensuração

CUSTOS DA QUALIDADE

Prevenção e avaliação Custo de controle dos defeitos

Falhas internas e externas Custo das falhas


As informações de custos da qualidade e
sua utilidade
■ As informações dos Custos da Qualidade têm sua maior relevância e utilidade
quando são avaliadas e divulgadas em termos financeiros.

■ Por quê?

 A comunicação é facilitada ao utilizar uma linguagem que todos entendem.

 A tradução em valores financeiros “choca”.

 Associa a qualidade (ou a sua falta) aos resultados operacionais da empresa.

 Estimula a obtenção de melhorias.


As informações de custos da qualidade e
sua utilidade
■ Através dos relatórios de Custos da Qualidade, os executivos identificam os
itens mais discrepantes. Esses itens chamam a atenção e após algumas análises
podem figurar na lista de prioridades.

■ Os relatórios de Custos da Qualidade devem ser complementados por gráficos


ou diagramas. Os gráficos devem ser auto explicativos e de fácil compreensão.

■ A utilização de gráficos ajuda a visualizar a má distribuição dos Custos da


Qualidade entre suas diversas categorias.
As informações de custos da qualidade e
sua utilidade
■ Os relatórios de Custos da Qualidade devem ser adequados às necessidades dos
usuários. O desenho desses relatórios precisa admitir algum tipo de flexibilidade
para acompanhar a dinâmica operacional do usuário. Alguns relatórios são
válidos enquanto persistir o problema em foco.

■ O processo de gerar informações de Custos da Qualidade também deve obedecer


ao princípio da melhoria contínua, a fim de prover a Administração Geral e a
Operacional de informações relevantes para o processo decisório.
Qualidade e eficácia
■ Os conceitos de Qualidade, Eficácia, Produtividade e Eficiência possuem íntimo
relacionamento entre si.
■ Qualidade: fazer certo pela primeira vez; satisfazer às necessidades do consumidor;
superar as necessidades do cliente; cumprir os requisitos.
■ Eficácia: os produtos/serviços devem ser úteis aos clientes. Para Nakagawa (1987):

Eficácia = resultados obtidos


resultados esperados

■ Quanto maior for a qualidade dos produtos e serviços, maior será a eficácia da
empresa. Pode-se até dizer que a relação acima mede a Qualidade da Gestão
Empresarial.
Qualidade e eficácia
■ A qualidade é medida pela relação entre as unidades produzidas com defeito em
relação ao total produzido.
■ A apresentação dessa proporção está evoluindo de um percentual (defeitos por
cem) para defeitos por milhão - peças por milhão (PPM).

Qualidade = peças defeituosas


peças produzidas
Produtividade e eficiência
■ As medições da Eficiência estão voltadas para a apuração do custo unitário de
produção. Quanto menor o custo unitário de produção, maior será a eficiência da
empresa.
Eficiência = quantidade produzida
recursos consumidos

■ A produtividade normalmente é medida tomando-se por base um fator ou recurso fixo.


Produtividade = produção
recurso fixo

■ Recurso fixo = quantidade de empregados, capital investido, área plantada, etc


Produtividade e eficiência

Maior participação no mercado com


Melhoria da qualidade melhor Qualidade e preços menores

Os custos diminuem por causa de menos retrabalho, Permanência nos negócios


menos erros, menores atrasos e dificuldades; melhor
uso de máquinas e materiais

Geração de novos empregos


Melhoria da Produtividade

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