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Estatuto das IPSS

Decreto-Lei n.º 172-A/2014, de 14 Novembro

Gestão de Equipamentos Sociais


Prof. Joaquim Alvarelhão

Adriana Várzeas Beatriz Saraiva Sandra Martins


CAPITULO I
Das instituições particulares de solidariedade social em geral
Secção 1: Disposições Gerais
 Definição

São instituições particulares de solidariedade social as constituídas, sem finalidade lucrativa, por
iniciativa de particulares, com o propósito de dar expressão organizada ao dever moral de
solidariedade e de justiça entre os indivíduos e desde que não sejam administradas pelo Estado ou por
um organismo público.
 Fins e Atividades Principais

a) apoio à infância e juventude, incluindo as crianças e jovens em perigo;


b) apoio à família
c) apoio às pessoas idosas;
d) apoio às pessoas com deficiência e incapacidade;
e) apoio à integração social e comunitária;
f) Proteção social dos cidadãos nas eventualidades da doença, velhice, invalidez e morte, bem como
em todas as situações de falta ou diminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o
trabalho;
g) prevenção, promoção e proteção da saúde, nomeadamente através da prestação de cuidados de
medicina preventiva, curativa e de reabilitação e assistência medicamentosa;
h) educação e formação profissional dos cidadãos;
i) resolução dos problemas habitacionais das populações;
j) outras respostas sociais não incluídas nas alíneas anteriores, desde que contribuam para a
efetivação dos direitos sociais dos cidadãos.
CAPITULO I
Das instituições particulares de solidariedade social em geral
Secção 1: Disposições Gerais
 Formas e agrupamento das instituições

Associações de solidariedade social;


 Associações de voluntários de ação social;
 Associações de socorros mútuos;
 Fundações de solidariedade social;
 Irmandades da misericórdia.

As associações referidas podem agrupar-se em Uniões; Federações ou Confederações

 Autonomia das Instituições


No âmbito da legislação aplicável, as instituições escolhem livremente as suas áreas de
atividade e prosseguem autonomamente a sua ação.
  Com respeito pelas disposições estatutárias e pela legislação aplicável, as instituições
estabelecem livremente a sua organização interna.
CAPITULO I
Das instituições particulares de solidariedade social em geral
Secção 1: Disposições Gerais
 Apoio do Estado e das Autarquias

O Estado aceita, apoia e valoriza o contributo das instituições na efetivação dos direitos sociais.
O contributo das instituições e o apoio que às mesmas é prestado pelo Estado concretizam-se em
formas de cooperação a estabelecer mediante acordos.
As instituições podem encarregar-se, mediante acordos, da gestão de instalações e equipamentos
pertencentes ao Estado ou a autarquias locais.
O apoio do Estado e a respetiva tutela não podem constituir limitações ao direito de livre atuação das
instituições.

 Direito dos beneficiários

Os interesses e os direitos dos beneficiários preferem aos das pr6prias instituições, dos
associados ou dos fundadores.
Os beneficiários devem ser respeitados na sua dignidade e na intimidade da vida privada
e não podem sofrer discriminações fundadas em critérios ideol6gicos, políticos, confessionais ou
raciais.
Não se consideram discriminações que desrespeitem o disposto no numero anterior as
restrições de âmbito de ação que correspondam a carências especificas de determinados grupos ou
categorias de pessoas.
CAPITULO I
Das instituições particulares de solidariedade social em geral
Secção 1: Disposições Gerais
 Respeito pela vontade dos fundadores e adequação ao cumprimento da legislação
em vigor

A vontade dos fundadores, testadores ou doadores deve ser sempre respeitada e a sua
interpretação orientar-se por forma a fazer coincidir os objetivos essenciais das
instituições com as necessidades coletivas em geral e dos beneficiários em particular e
ainda com a evolução destas necessidades e dos meios ou formas de as satisfazer.

 Registo

O registo das instituições particulares de solidariedade social é obrigatório.

 Utilidade Pública

As instituições registadas nos termos regulamentados adquirem automaticamente a


natureza de pessoas coletivas de utilidade publica.
CAPITULO I
Das instituições particulares de solidariedade social em geral

Secção 2: Da criação, da organização interna e da extinção das instituições


 Criação das Instituições
As instituições, suas uniões, federações ou confederações constituem-se e
adquirem personalidade jurídica nos termos do presente Estatuto.

 Elaboração dos Estatutos


Dos estatutos das instituições deve constar obrigatoriamente:

 A denominação, que no pode confundir-se com denomina de instituições


já existentes;
 A sede e âmbito de ação;
 Os fins e atividades da instituição;
 A denominação, a composição e a competência dos corpos gerentes;
 A forma de designar os respetivos membros;
 O regime financeiro.
CAPITULO I
Das instituições particulares de solidariedade social em geral

Secção 2: Da criação, da organização interna e da extinção das instituições


Órgãos da Instituição
Em cada instituição há, pelo menos, um órgão colegial de administração e outro com funções
de fiscalização, ambos constituídos por um numero impar de titulares, dos quais um é o
presidente.
Nas instituições de forma associativa há sempre uma assembleia geral de associados.

Competências do Órgão de Administração


Compete ao órgão de administração gerir a instituição e representá-la, incumbindo-lhe,
designadamente:
 Garantir a efetivação dos direitos dos beneficiários;
 Elaborar anualmente e submeter ao parecer do órgão de fiscalização o relatório e contas de
gerência, bem como o orçamento e programa de Acão para o ano seguinte;
 Assegurar a organização e o funcionamento dos serviços, bem como a escritura dos livros, nos
termos da lei;
 Organizar o quadro do pessoal e contratar e gerir o pessoal da institui50;
 Representar a instituição em juízo ou fora dele;
 Zelar pelo cumprimento da lei, dos estatutos e das deliberações dos órgãos da
instituição.
CAPITULO I
Das instituições particulares de solidariedade social em geral

Secção 2: Da criação, da organização interna e da extinção das instituições


Competências e Composição dos Órgãos de Administração
Os corpos gerentes são, em principio, constituídos por associados da própria instituição, pelos
fundadores ou pessoas por eles designadas.
Aos membros dos corpos gerentes não é permitido o desempenho simultâneo de mais de um cargo
na mesma instituição.

Funcionamento dos órgãos em geral

Salvo disposição legal ou estatutária em contrario, as deliberações são tomadas por


maioria de votos dos titulares presentes, tendo o presidente, alem do seu voto, direito a voto de
desempate.
São sempre lavradas atas das reuniões de qualquer órgão da instituição, que são
obrigatoriamente assinadas por todos os membros presentes, ou, quando respeitem as reuniões da
assembleia geral, pelos membros da respetiva mesa.

Condições de Exercício dos cargos


O exercício de qualquer cargo nos corpos gerentes das instituições é gratuito, mas pode
justificar o pagamento de despesas dele derivadas.
Quando o volume do movimento financeiro ou a complexidade da administração das
instituições exijam a presença prolongada de um ou mais membros dos corpos gerentes, podem
estes ser remunerados, desde que os estatutos o permitam.
CAPITULO I
Das instituições particulares de solidariedade social em geral

Secção 2: Da criação, da organização interna e da extinção das instituições


CAPITULO I
Das instituições particulares de solidariedade social em geral

Secção 2: Da criação, da organização interna e da extinção das instituições


 Incapacidades e Impedimentos

Não podem ser reeleitos ou novamente designados os membros de corpos gerentes que,
mediante processo judicial, tenham sido declarados responsáveis por irregularidades
cometidas no exercício dessas funções ou removidos dos cargos que desempenhavam. 
Esta incapacidade verifica-se quanto à reeleição ou nova designação para corpos gerentes
da mesma ou outra instituição particular de solidariedade social.
Os membros dos corpos gerentes no podem votar em assuntos que diretamente lhes
digam respeito, ou nos quais sejam interessados os respetivos cônjuges, ascendentes,
descendentes e equiparados.
Os membros dos corpos gerentes não podem contratar direta ou indiretamente com a
instituição, salvo se do contrato resultar manifesto beneficio para a instituição.
 Mandato dos Titulares dos Órgãos

A duração dos mandatos dos órgãos é de quatro anos.


Os titulares dos órgãos mantém-se em funções até à posse dos novos titulares.
O presidente da instituição ou cargo equiparado só pode ser eleito para três mandatos
consecutivos.

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