Você está na página 1de 71

Psicopatologias no idoso -

perturbações do humor,
ansiedade, somatoformes,
personalidade,
esquizofrenia e demências
Módulo: 8917
Formadora: Daniela Vieira
Contato: es.danielavieira@gmail.com
Perturbações do humor

Distúrbios emocionais que consistem em períodos


prolongados de tristeza e/ou felicidade excessiva.

Caracterizada pelas mudanças de humor, havendo


alternância entre estados de estabilidade e de mania ou
depressão.

Diferentes tipos de perturbações de humor:


- Bipolaridade;
- Distimia;
- Depressão;
- Ansiedade
Bipolaridade

• Mais do que as alterações de humor que as


pessoas experienciam em resposta aos
pontos altos e baixos das suas vidas.
• Implica episódios de humor em que o
pensamento, as emoções e o
comportamento de uma pessoa se altera
visivelmente durante um período
considerável, afetando o seu quotidiano.
• Afeta cerca de 30 milhões de pessoas no
mundo
• Em Portugal afeta mais de 200mil pessoas,
ou seja, 2% da população
• As causas podem incluir uma interação de
fatores genéticos e ambientais, que o
distingue como um transtorno complexo e
multideterminado
• Depressão é geralmente o quadro mais
comum e persistente entre os pacientes
bipolares.
Doença Bipolar (Doença Maníaco-Depressiva)

A doença Bipolar, tradicionalmente conhecida por Doença Maníaco-


Depressiva, é uma doença caracterizada por variações acentuadas de humor,
com crises repetidas de depressão e “mania”. Qualquer dos dois tipos de
crise pode predominar numa mesma pessoa sendo a frequência variável. As
crises podem ser graves, moderadas ou leves.
As alterações de humor, num sentido ou noutro têm importante repercussão
nas sensações, nas emoções, nas ideias e no comportamento da pessoa, com
perda importante da saúde e da autonomia da personalidade.
Episódio maníaco

Podem ocorrer sintomas psicóticos, como alucinações (quando se percebem


coisas que não estão realmente lá), delírios (fortes convicções que não estão
baseadas na realidade) ou pensamentos desorganizados e confusos. A mania
envolve humor excessivamente feliz, exaltado ou irritado.
Episódio maníaco

Principais sintomas

• Irritabilidade extrema; a pessoa torna-se exigente e zanga-se quando os outros não


acatam os seus desejos e vontades;
• Alterações emocionais súbitas e imprevisíveis, os pensamentos aceleram-se, a fala é
muito rápida, com mudanças frequentes de assunto;
• Reação excessiva a estímulos, interpretação errada de acontecimentos, irritação com
pequenas coisas, levando a mal comentários banais;
• Aumento de interesse em diversas atividades, despesas excessivas, dívidas e ofertas
exageradas;
Episódio maníaco

Principais sintomas

• Grandiosidade, aumento do amor próprio. A pessoa, pode sentir-se melhor e mais poderosa do que toda gente;
• Energia excessiva, possibilitando uma hiperatividade ininterrupta;
• Diminuição da necessidade de dormir;
• Aumento da vontade sexual, comportamento desinibido com escolhas inadequadas;
• Incapacidade em reconhecer a doença, tendência a recusar o tratamento e a culpar os outros pelo que corre mal;
• Perda da noção da realidade, ideias estranhas (delírios) e «vozes»;
• Abuso de álcool e de substâncias.
Episódio maníaco

Um episódio de mania ocorre quando:


• a pessoa está em fase maníaca há pelo menos uma semana ou necessita
de hospitalização;
• esses sintomas desestabilizam o trabalho, as relações ou o quotidiano da
pessoa.
Um episódio de hipomania ocorre quando:
• a pessoa tem sintomas semelhantes aos de mania, mas estes são
mais leves e não condicionam tanto suas atividades quotidianas;
• não existem sintomas psicóticos e a pessoa não necessita ser
hospitalizada;
• os sintomas duram há pelo menos quatro dias;
• os sintomas são percetíveis a outras pessoas.

Episódio hipomaníaco
Quando uma pessoa experiencia um episódio
depressivo, os sintomas são suficientemente
graves para a fazerem sentir-se angustiada ou para
ter uma influência desestabilizadora nos seus
relacionamentos, trabalho ou nas atividades
Episódio diárias. Poderá haver também sintomas psicóticos,
tal como no “Episódio maníaco”.
depressivo Um episódio depressivo ocorre quando, há pelo
menos duas semanas, a pessoa está com humor
deprimido (tristeza e sensação de vazio) ou tem
perda de interesse ou prazer na maior parte do
tempo.
Episódio depressivo - Sintomas
Principal sintoma é um estado de humor de tristeza e desespero.
Em função da gravidade da depressão, podem sentir-se alguns ou muitos dos
seguintes sintomas:

• Preocupação com fracassos ou incapacidades e perda da auto-estima. Pode ficar-


se obcecado com pensamentos negativos, sem conseguir afastá-los;
• Sentimentos de inutilidade, desespero e culpa excessiva;
• Pensamento lento, esquecimentos, dificuldade de concentração e em tomar
decisões;
Episódio depressivo - Sintomas
• Perda de interesse pelo trabalho, pelos hobbies e pelas pessoas, incluindo os familiares e amigos;
• Preocupação excessiva com queixas físicas, como por exemplo a obstipação;
• Agitação, inquietação, sem conseguir estar sossegado ou perda de energia, cansaço, inacção total;
• Alterações do apetite e do peso;
• Alterações do sono: insónia ou sono a mais;
• Diminuição do desejo sexual;
• Choro fácil ou vontade de chorar sem ser capaz;
• Ideias de morte e de suicídio; tentativas de suicídio;
• Uso excessivo de bebidas alcoólicas ou de outras substancias;
• Perda da noção de realidade, ideias estranhas (delírios) e «vozes» com conteúdo negativo e depreciativo;
Um episódio misto ocorre quando a pessoa tem
sintomas tanto de mania quanto de depressão,
simultaneamente, durante pelo menos uma
semana. Os sintomas causam uma
desestabilização significativa no quotidiano dela, Episódio
podendo ser necessária a hospitalização. Por
exemplo, podem-se vivenciar alterações de Misto
humor rápidas (feliz, triste e irritável), estar
inquieto, irritado, incapaz de dormir, além de ter
sentimentos de culpa e vontade de suicidar-se.
Diferentes tipos de • Transtorno Bipolar tipo I
definido por episódios maníacos que duram pelo menos 7
transtorno bipolar dias, ou por sintomas maníacos que são tão graves que a
pessoa precisa de cuidados hospitalares imediatos.
Geralmente, episódios depressivos ocorrem também,
tipicamente durando pelo menos 2 semanas. Episódios
de depressão com características mistas (com depressão e
sintomas maníacos ao mesmo tempo) também são
possíveis.
Diferentes tipos de • Transtorno Bipolar tipo II
definido por um padrão de episódios depressivos e episódios
transtorno bipolar hipomaníacos, mas não os episódios maníacos Transtorno
Bipolar I
Diferentes tipos de • Ciclotimia
definida por numerosos períodos de sintomas hipomaníacos,
transtorno bipolar bem como inúmeros períodos de sintomas depressivos de
pelo menos 2 anos (1 ano em crianças e adolescentes). No
entanto, os sintomas não atendem aos requisitos
diagnósticos para um episódio hipomaníaco e um episódio
depressivo.
• Aumento de atividade física como por exemplo,
as tarefas realizadas às 7h da manhã
• Mente hiperativa, com aumento de intensidade
de pensamentos ou emoções e uma maior
rapidez verbal
Sinais de alerta quando • Dormir menos, acordar muito cedo, cheio de
energia ou deitar.se tarde, sem saber quando
está em subida parar;
• Sentimentos de alegria, felicidade e excitação.
Em algumas pessoas pode acompanhar-se de
irritabilidade, medo, desconfiança ou paranoia
(sentir que os outros estão conta si, o
perseguem);
Sinais de alerta quando está em subida

• Sensações de vivência em uníssono com todas as pessoas, o mundo e o universo;


• Constante pressa com múltiplas tarefas ao mesmo tempo, sem conseguir terminar nenhuma;
• Falar tão depressa que os outros não o conseguem acompanhar. Interrupção total ou quase total do
discurso dos outros.
• Manutenção de longas conversas, frequentemente divertidas e profundas, mesmo com estranhos.
Passar horas ao telefone.
• Esquecer-se de comer, por estar muito ocupado.
• Subitamente tem muitas coisas para fazer, muitas pessoas para ver, muitos sítios onde ir, muitas
ideias e planos, possivelmente acompanahedos de esquemas ambiciosos para ”fazer milhões” ou
“salvar o mundo”.
• Fazer coisas estranhas ao seu caracter, por exemplo, gastar muito dinheiro e agir de modo destravado
no plano sexual.
Fatores de Risco

Fatores genéticos e Exposição contínua a Uso de substâncias


biológicos situações de stress prejudiciais à saúde
do cérebro
Transtorno
Ansiedade

De acordo com o DSM-V (Manual Diagnóstico


e Estatístico de Transtornos Mentais, 2014) os
transtornos de ansiedade incluem
características de medo e ansiedade
excessivos e perturbações comportamentais
relacionados. O medo seria uma resposta
emocional a ameaça iminente real ou
percebida, enquanto que a ansiedade é a
antecipação de ameaça futura (p. 189).
A ansiedade é frequentemente associada a
tensão muscular e vigilância em preparação para
perigo futuro e comportamentos de cautela ou
esquiva. Os indivíduos com transtornos de
ansiedade em geral superestimam o perigo nas
situações que temem ou evitam (DSM-V, p. 190).
Arritmia/taquicardia

Vertigens ou tonturas;

Sintomas Boca seca;


físicos
Dificuldade respiratória

Entre outros
Reações cognitivas (preocupação
excessiva, dificuldades de
concentração...)

Comportamentais (tremores, paralisação)


Sintomas
psíquicos Sociais (dificuldades em falar em público,
evitar ajuntamentos sociais)

Tudo isto pode afetar a vida da pessoa


O que pode
desencadear um crise
de ansiedade?
ANSIEDADE POSITIVA ANSIEDADE NEGATIVA
Transtorno Generalizado de Ansiedade
(TAG)

Distúrbios de Fobia
Classificação
transtorno Transtorno de Pânico

de ansiedade Transtorno Obsessivo-compulsivo


(TOC)

Stress pós-traumático
Definido pela décima edição da classificação de
transtornos mentais (CID-10) como um quadro
Transtorno de ansioso e persistente, não restrito a qualquer
substância ambiental.

Ansiedade Pelo DSM-IV, é visto como um quadro de

Generalizada ansiedade e preocupações excessivas de longa


duração (mínimo seis meses), acompanhado
por sintomas. Essa ansiedade é impossível de
controlar e resulta em grande desconforto.
Prevalência
Diagnóstico
Complicações ansiedade
Perturbações de Ansiedade, Ataques de Pânico, Perturbações
Obsessivo-Compulsivas, Fobias;
Depressão;

Dependências de álcool e outras drogas;

Problemas relacionais que vão afetar os diversos contextos de


vida (familiares, profissionais e sociais);
Problemas financeiros;

Diminuição do sistema imunitário com consequente maior


probabilidade de desenvolvimento de infeções;
Complicações ansiedade

Maior probabilidade de existência de doenças respiratórias,


cardiovasculares (que afetam o sistema circulatório – coração,
cérebro e artérias, podendo causar, por exemplo, Acidentes
Vasculares Cerebrais – AVC) e metabólicas (dificuldades no
processamento de certos alimentos ou substâncias);

Suicídio – a ansiedade consiste num fator de risco ao nível do


suicídio, não só devido ao sofrimento causado diretamente
pelos sintomas mas também pelas restantes complicações
que a ansiedade patológica pode causar na pessoa.
Realizar atividades que lhes proporcionem prazer

Estratégias Foco no que o dia tem de positivo

para Momentos de descanso e sono reparador

prevenir/lidar Momento diário de reflexão e relaxamento

com a Meditação e mindfulness

ansiedade Estilo de vida não sedentário

Não esconder ou ignorar o que está a sentir


Ansiedade terceira idade –
sinais de alerta
Tensão motora

Hiperatividade autónoma: sudorese excessiva, palpitações,


sensação de boca seca, poliuria e/ou diarreia;

Sensação de ansiedade

Vigilância ou estado permanente de atenção


• Normalmente, acima dos 60 anos os
transtornos de ansiedade duram anos e, na
maioria das vezes associado a depressão,
doenças graves ou reações adversas de
medicamentos.
Frequentemente, é muito difícil tratar o
transtorno de ansiedade. Pois, muitos
pacientes acabam tendo outros
transtornos mentais concomitantes,
como hipocondria, somatização de
situações diversas da vida, declínios
funcionais cuja causa não foi
identificada, etc.

Outros aspetos que complicam o


tratamento são alcoolismo, depressão e
insónia.
Hipocondria

Doença fictícia

SOFRIMENTO REAL
Por que
afeta
mais os
idosos?
Preocupação excessiva de ficar doente ou de morrer. Nos idosos, essa
preocupação geralmente está relacionada com a possibilidade de perder a
memória.

Supervalorizar sintomas físicos leves, acreditando tratar-se de uma doença


grave.

Ser autossugestionado, ou seja, ficar a saber de alguma doença e começar


a sentir os seus sintomas.

Sintomas
Não acreditar na opinião do médico sobre o seu estado de saúde.

Não confiar nos exames com resultados negativos.

Se consultar o médico com frequência. Em alguns casos, o hipocondríaco


pode optar por não consultar o médico e praticar a automedicação.

Evitar sair de casa para não ter contato com pessoas e lugares capazes de
transmitir doenças. Nesse caso o idoso tende a isolar-se e corre o risco de
desenvolver depressão.

Procurar na internet ou em livros possíveis causas para os sintomas que


julga estar a sentir.
Predisposição genética (histórico de
familiares com hipocondria);

Superproteção dos pais durante a infância;

Causas Personalidade hipocondríaca


(constantemente preocupada com a saúde)

Histórico de abuso infantil

Transtorno de ansiedade e transtorno


obsessivos compulsivos (TOC).
• Dificuldades no trabalho;
• Ansiedade excessiva, que pode levar a ataques de
pânico;
• Isolamento social, que contribui para o
desenvolvimento da depressão;
• Problemas financeiros, já que o hipocondríaco gasta
uma boa parte dos seus rendimentos em medicação,
Consequências consultas médicas e exames.
• Efeitos colaterais frequentes também levam o
hipocondríaco a se automedicar, colocando a sua vida
em risco;
• Em alguns casos, o portador da hipocondria corre o
risco de desenvolver uma doença e não ser tratado. Isto
acontece quando o paciente, por não confiar nos
diagnósticos médicos, não procura ajuda.
• D. Maria escova os dentes tantas vezes por dia,
há anos, que precisou de uma cirurgia para
corrigir a retração das gengivas causadas pelos
repetidos procedimentos.
Transtorno
obsessivo- • O Sr. João verifica se o trinco da porta está
fechado por mais de uma hora, todas as

compulsivo noites, para ter a certeza que está trancada


antes de dormir.

(TOC) • A D. Joaquina passa, diariamente, horas entre


idas e voltas pela sala da casa até se certificar
que o seu trajeto não a fez pisar em nenhum
rejunte dos azulejos
TOC

É uma doença psiquiátrica grave, crónica


e duradoura, de acordo com a OMS.

As obsessões podem incluir


pensamentos circulares, imagens
recorrentes e persistentes, realização
repetida de tarefas desnecessárias ou já
concluídas (compulsões em resposta à
obsessão), dentre outras situações que
podem parecer inofensivas e até
engraçadas a um leigo, mas que denotam
uma condição de saúde mental
preocupante.
Avaliação psiquiátrica na identificação das
compulsões, obsessões ou ambas.

Diagnóstico
As obsessões devem atender no mínimo a
alguns dos quesitos a seguir (ou afins):
- Ansiedade quando
- pensamentos
- não querer tocar em alguns objetos ou - perguntas repetitivas
repetitivos de fazer
objetos que outros itens não são sobre determinado
coisas que a pessoa
tocaram; colocados da maneira assunto;
não deseja fazer.
(considerada) certa;
• Já os sintomas de convulsão incluem:
- lavagem excessiva de mãos, mesmo que as
mesmas estejam limpas;
- organização de objetos e itens de forma
meticulosa e desnecessariamente precisa
Diagnóstico - verificar de forma repetitiva portas, fogões
e outras coisas para garantir que as mesmas estejam
desligadas ou fechadas;
- repetir ou contar frases silenciosa e
involuntariamente (mesmo quando se luta contra
isso)
Além de não ser tão observado na velhice,
tratamento nesta fase costuma ser mais
complicado pela dificuldade maior que as pessoas
têm em mudar comportamentos.

Esta dificuldade de tratamento deve-se muitas


Tratamento vezes à ausência de diagnóstico precoce, pois
desta forma os anos passam sem que haja
conhecimento da doença. Abre-se então margem
para que ela se desenvolva ao longo da vida. Ao
chegar a uma idade avançada sem qualquer
tratamento, fica quase impossível reverter ou até
mesmo amenizar o quadro.
Depressão na 3ª Idade

“ ... O olhar triste e cansado


procurando alguém, e a gente
passa ao seu lado a olhá-lo com
desdém... Sabes, eu acho que
todos fogem de ti para não ver
a imagem da solidão que irão
viver quando forem como tu,
um resto de tudo que existiu
quando forem como tu, um
velho sentado num jardim...”
• Problema de saúde pública.

• Está entre as três maiores causas de incapacidade.

Epidemiologia • De acordo com a OMS, em 2020-2030, a depressão


será a doença mais comum do mundo. Atualmente
ela afeta mais de 121 milhões de pessoas.

• Prevalência varia entre 16,5% a 18% sendo que


somente um terço dos deprimidos procuram
tratamento.
• Atualmente, a depressão é uma problemática
subdiagnosticada e, por conseguinte, subtratada
porque apenas 35% dos idosos que têm depressão
estão a tomar um antidepressivo.

• Este aspeto deve-se, muitas vezes, à crença de que os


sintomas de depressão são normais ou expectáveis
dada a idade, as circunstâncias sociais (incluindo
perdas recentes) e o estado médico e também porque
os sintomas como perda de energia, falta de apetite e
as perturbações de sono, são muitas vezes associados
ao processo normal de envelhecimento.
• A depressão é “um distúrbio da área afetiva
ou do humor, com forte impacto funcional
em qualquer faixa etária e com
repercussões para a vida: redução da
capacidade para pensar, sentir, interagir
com o meio, trabalhar, etc.”
• A depressão é um sentimento semelhante a tristeza,
mas poderá não ter uma causa específica inicialmente.

• A tristeza é a reação que temos perante as perdas


afetivas na nossa vida;

• A perda de alguém por morte é tristeza e não


depressão

• O funcionamento comportamental do organismo


mantém-se e não existem riscos de suicídio.
TRISTEZA DEPRESSÃO LUTO
Quadro com alterações psicopatológicas diversas
que podem diferir consideravelmente em relação
à sintomatologia, gravidade, curso e prognóstico.

Conceito de É caracterizada pela presença de humor


predominantemente depressivo e/ou irritável e
depressão diminuição da capacidade de sentir prazder ou
alegria, podem estar seguidos de uma sensação
subjetiva de cansaço e/ou fadiga, acompanhados
por alterações do sono e apetite, desinteresse,
pessimismo, lentidão e ideias de fracasso.
(Lima, 2016)
A – Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas presentes
durante o mesmo período de duas semanas e representam
uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo
menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2)
Critérios de perda de interesse ou prazer

diagnóstico: B – os sintomas causam sofrimento clinicamente


significativo ou prejuízo no funcionamento social,
Depressão profissional ou em outras áreas importantes da vida do
indivíduo.
Major
C – o episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de
uma substância ou uma outra condição médica.
(DSM-V, 2013)
1 – humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os
dias, conforme relato subjetivo (p. ex. sente-se triste, vazio,
sem esperança) ou por observação feita por outras pessoas
(p. ex. parece choroso)
Critérios 2 – Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas
ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase
diagnóstico: todos os dias (indicada por relato subjetivo ou observação
feita por outras pessoas).
Depressão 3 - Perda ou ganho significativo de peso sem estar a fazer
dieta )p. ex. uma alteração de mais de 5% do peso corporal
Major num mês), ou redução ou aumento do apetite quase todos
os dias.
4 – Insónia ou hipersónia quase todos os dias.
(DSM-V, 2013)
5 – Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias
(observáveis por outras pessoas, não meramente sensações
subjetivas de inquietação ou de estar mais lento;
6 – Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.
Critérios 7 – Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou
inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias
diagnóstico: (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente)
8 – Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou
Depressão indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou
observação feita por outras pessoas).
Major 9 – Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de
morrer), ideação suicida recorrente sem um plano especifico,
uma tentativa de suicídio ou plano especifico para cometer
suicídio.
(DSM-V, 2013)
A – Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias,
indicado por relato subjetivo ou por observação feita por outras
pessoas, pelo período mínimo de dois anos.
B – Presença, enquanto deprimido, de duas (ou mais) das seguintes
características:

Critérios 1 – Apetite diminuído ou alimentação em excesso


2 – Insónia ou hipersónia

diagnóstico de 3 – Baixa autoestima


4 – Baixa energia ou fadiga
Distimia 5 – Concentração pobre e dificuldade em tomar decisões
6 – Sentimentos de desesperança
C – Durante o período de dois anos (um ano para crianças e
adolescentes) de perturbação, o indivíduo jamais esteve sem sintomas
dos critérios A e B por mais de dois meses.
(DSM-V, 2013)
Também conhecida por “depressão leve”,
“depressão subclínica” ou “depressão menor”

Depressão É quando os idosos possuem sintomatologia


subsindrómica clinicamente significativa para depressão, porém
não preenchem diagnóstico para depressão
maior.
Peculiaridades da apresentação clínica no idoso

• Humor deprimido com menos frequência e intensidade (ou seja, menos tristeza);
• Anedonia é muito comum: pode ser evidente que o idoso abandonou atividades que antes costumava fazer, como ir à Igreja,
bordar, cuidar do jardim ou de animais e receber ou fazer visitas;
• Ansiedade mais frequente: impaciência injustificada com filhos e netos, irritabilidade, mau humor. O “velho rabugento”, na
realidade pode estar deprimido.
• Sintomas melancólicos (hiporexia e perda de peso) mais frequentes; insónia mais frequente que excesso de sono.
• Hipocondria: subvalorização de sintomas físicos, com aumento da procura por serviços de saúde e consumo de medicamentos.
São comuns as queixas injustificadas de falta de energia, desânimo, tonturas e dores no corpo.
• Retardo psicomotor mais frequente: apatia (perda de iniciativa), pobreza e lentidão da fala, dificuldade para tomar decisões.
• Queixas cognitivas frequentes: queixa de memória, na maioria das vezes provocada por dificuldade de manter a atenção focalizada
na atividade que realiza.
Fatores de predisposição de depressão em
idosos

Os principais fatores que podem predispor depressão são:

Solidão e incapacidade física -> Perda de autonomia


Limitações físicas;

Dificuldade de elaborar novos projetos de vida;

Causas Falta de atividades que preencham o tempo disponível;

Morte de parentes e amigos;


depressão Stress;
pessoa Solidão, falta de carinho de familiares;

idosa Utilização de determinados fármacos;

Algumas doenças são acompanhadas de depressão;

Diminuição do suporte sociofamiliar.


Declínio físico continuado;

A maior frequência de doenças físicas


Causas Saída de casa dos filhos;
depressão
pessoa Situação financeira;

idosa Questões genéticas, pela falta de alguma substância


no cérebro;
A perda do status ocupacional e económico.
Prevenção • Desenvolver várias opções de lazer;
• Grupos de trabalho, voluntariado ou não;
• Realização de atividades prazerosas como:
ler, música; trabalhos manuais; etc.
• Centros de dia, convívio, universidades
Séniores;
• Exercício físico
• Alimentação saudável
• Medicamentos para algumas doenças
próprias da idade que podem causar
depressão;
• Procurar integração e convívio com outras
pessoas.
Tratamento ”Remédios para os sintomas. Diálogo para os
problemas”

Psicoterapia

Farmacoterapia

Associação das duas (ideal)

Acompanhamento espiritual

(religião, suporte familiar, atividade física, ...)


A falarmos da 3ª idade é também essencial
abordar a temática do “luto”. O luto normal
pode apresentar algumas ou todas as
características da depressão, exceto ideias
suicidas, psicose, perda grave da autoestima e
de funcionalidade e lentidão psicomotora.

Depressão – maior concentração em si


próprio e no seu papel na perda, culpa e
autoestima reduzida;
Luto – centrado no objeto perdido
Depressão
e demência

Você também pode gostar