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Cidadania e

Empregabilidade
Sessão 2:
Organização política dos estados
democráticos
Módulo 1.1 Cidadania e o Cidadão

Touro, 2 de julho 2021


0 Dinâmica
1 Objetivos
específicos
Objetivos
Específicos
1. Reconhecer a importância da cidadania;
2. Compreender a definição e a história da
cidadania;
3. Distinguir cidadania e cidadão;
4. Compreender o conceito de identidade e
nacionalidade;
5. Saber identificar espaços cívicos de cidadania;
6. Definir valores cívicos;
7. Distinguir e identificar os diferentes valores
cívicos;
2 A Cidadania
Vamos
começar
com uma
reflexão?
Porque é que
este vídeo
define bem o
conceito de
cidadania?
A cidadania

"A cidadania é responsabilidade perante nós e perante os outros,


consciência de deveres e de direitos, impulso para a solidariedade e para a
participação, é sentido de comunidade e de partilha, é insatisfação perante
o que é injusto ou o que está mal, é vontade de aperfeiçoar, de servir, é
espírito de inovação, de audácia, de risco, é pensamento que age e acção
que se pensa."

(Jorge Sampaio, in Educar para a Cidadania)


Uma definição de cidadania
a cidadania é reconhecida como o
«direito a ter direitos»

cidadania significa “qualidade ou


direito de cidadão” Mas qual a
ORIGEM por
“expresa um conjunto de direitos
que dá a pessoa a possibilidade de trás deste
de participar ativamente da vida e conceito tão
do governo do seu povo. Quem importante
não tem cidadania está nos dias de
marginalizado ou excluído da vida
hoje?
social e da tomada de decisões,
ficando numa posição de
inferioridade dentro da sociedade”
Dallari, 1998
A origem do conceito de cidadania
Remota para a Grécia Antiga, em que cada cidade (polis) tinha a sua própria
organização sendo independentes umas das outras. a cidadania tinha um valor
extraordinário, e o cidadão participava activamente em todos os aspectos da vida na
comunidade. Porém, nem todos eram considerados iguais na antiga sociedade grega.

Cidadãos Súbditos
• direitos como a • mulheres, os escravos
participação na vida e os estrangeiros não
política eram considerados
• possibilidade de ser cidadãos e, por isso,
eleito para cargos não possuíam esses
públicos direitos
A origem do conceito de cidadania
Mas foi com a Revolução Francesa, no século XVIII, que se desenvolveu a cidadania
moderna. Os ideais desta Revolução – a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade –
iniciaram uma mudança que viria a transformar o mundo ocidental.

• 1948(ONU), adopta a Declaração Universal dos Direitos Humanos


Defendendo direitos fundamentais como o reconhecimento da dignidade humana, a
liberdade, a igualdade, a justiça e paz, a declaração dos direitos humanos influenciou,
e continua a influenciar, o conteúdo de muitas das legislações nacionais (como é o
caso da Constituição da República Portuguesa) e internacionais (por exemplo, a
Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia)
Mas a luta pelos direitos não se
esgotou com a declaração dos NOTA: A constituição adota o
direitos humanos. Seguiram-se- termo cidadania (sem qualquer
lhe outras lutas: a dos definição) invés de nacionalidade
trabalhadores pelos direitos ou nação, a fim de escapar à
sociais; a das mulheres pela carga antidemocrática que o
Estado Novo lhes imprimiu.
igualdade; a da comunidade
homossexual pela não
discriminação; a luta global pela
preservação do meio ambiente,
entre tantas outras.
Porque é que é importante educar para a
cidadania?
Exercer a cidadania é ter
consciência dos seus direitos e
obrigações e lutar para sejam
colocados em prática. Exercer a
cidadnia é usufruir dos seus
direitos constitucionais. Prepara
o cidadão para o exercício da
cidadania é por isso, um dos
objetivos essenciais para
desenvolvimento e bem estar de
um país.
Dessa forma, é urgente educar
para a cidadania!
Cidadão
Ser cidadão é respeitar e participar nas
decisoes da sociedade para melhorar
as suas vidas e a de outras pessoas.
Ser cidadão é nunca esquecer as
pessoas que mais precisam (ex:
pobres, mais velhos...)
Nacionalidade
é o vínculo que se estabelece entre
uma pessoa e um determinado Estado

Não é preciso ter-se nascido em Portugal ou ser-se


filho de portugueses para se ser Português, isto é,
para se ter nacionalidade portuguesa e representar
Portugal.
Por isso, em Portugal, existe uma Lei da
Nacionalidade que estabelece quem é e quem pode
ser português. A lei existe desde 1981 e, ao longo
dos anos, tem vindo a ser alterada no sentido de se
tornar uma lei mais justa e menos discriminatória
para os imigrantes que escolheram fazer de
Portugal o seu lar. A última alteração a esta lei foi
feita em Abril de 2006.
Identidade
É através da identidade que nos
reconhecemos e somos reconhecidos pelos “A todos são reconhecidos os direitos à
outros. Características como o nome, sexo, identidade pessoal, ao desenvolvimento da
naturalidade, filiação e impressão digital, personalidade, à capacidade civil, à
fazem parte da nossa identificação. cidadania, ao bom nome e reputação, à
A identidade de cada pessoa, não se resume a estes imagem, à palavra, à reserva da
elementos, ela é também produto da história pessoal de intimidade da vida privada e familiar e à
cada um. Se tivéssemos nascido noutro lugar ou noutro protecção legal contra quaisquer formas de
século, seríamos com certeza pessoas completamente discriminação.”
diferentes. Isto acontece porque a identidade é sempre Art 26º da CRP, direito à identidade
uma construção relacional (resulta das trocas que ocorrem
naquilo a que se chama o “sistema de pertenças”, isto é, o
conjunto de pessoas e instituições com quem nos
relacionamos, que são importantes para nós e com os
quais nos identificamos).
Cidadania VS Nacionalidade VS
Identidade Não podemos confundir os conceitos de identidade e de nacionalidade
com o de cidadania.
• Primeiro, porque independentemente da sua identidade individual ou
colectiva, a cidadania é um direito de todos/as os/as cidadãos/ãs.
Nem sempre foi assim, visto que, a privação do direito de voto das
mulheres é um exemplo claro daquilo que foi, em Portugal, durante
muitos anos, uma limitação do exercício da cidadania em função da
identidade.
• Segundo, se a nacionalidade é o vínculo que se estabelece entre um
indivíduo e um determinado Estado e a cidadania é a participação
efectiva do indivíduo na sociedade. Então, nacionalidade e cidadania
são, portanto, dois conceitos distintos. Dado que segundo a
Constituição, “os estrangeiros (…) que se encontrem ou residam em
Portugal gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres do cidadão
português.” Neste sentido, a nacionalidade tem as mesmas fronteiras
do território, ao passo que a cidadania não. Por essa razão, é possível,
por exemplo, falar-se de uma cidadania europeia mas não de uma
nacionalidade europeia.
Em que espaços
podemos
exercer a nossa
cidadania?
Locais onde devemos participar de forma
informada, activa e responsável na
vida política e na sociedade
 Estado
 Município
 Freguesia
 Bairro
 Trabalho
 Família
 Escolas
 Curso
 Instituições Sociais
E que valores
devem orientar
o exercício da
nossa
cidadania?
Valores Cívicos
Os valores cívicos são um conjunto de características,
comportamentos necessários para que exista uma
cidadania responsável, para que as pessoas participem
realmente na comunidade em que vivem. Estes valores
baseiam-se no princípio de que, para que haja um
entendimento entre todos os cidadãos é muito importante
que estes respeitem os direitos e o bem-estar de todas as
pessoas.

Para que as pessoas se consigam entender e para que não


existam conflitos entre elas, é necessário que todos
cumpram um conjunto de regras. A sociedade em que
vivemos será tanto melhor, mais humana e mais justa,
quanto maior for a participação do/a cidadão/ã. Quem
não participa, seja por desinteresse, seja por indiferença,
nunca chega a perceber realmente o que é viver em
sociedade.
Classificação dos Valores
Exemplos de valores cívicos
Tolerância ― é a capacidade de aceitar posições e pontos de vista diferentes
Coragem ― ter coragem significa
dos nossos, desde que sejam baseadas no respeito pela dignidade humana.
ter força para defendermos as
Isto significa que devemos sempre respeitar as opiniões dos outros, desde
nossas ideias e criticarmos o que
que estas respeitem os direitos de todas as pessoas. Nem sempre é fácil
consideramos estar errado. Sem
percebermos até que ponto podemos ou não tolerar determinadas situações.
coragem cívica, o/a cidadão/ã
pode ser mais influenciado pelos Compromisso ― a Democracia diz-nos que devemos colocar os interesses
líderes de opinião (partidos da comunidade em primeiro lugar. Assim, a Cidadania deve preparar o/a
políticos, por exemplo), pela cidadão/ã para estabelecer compromissos com as outras pessoas, isto é,
comunicação social e pelas para entrar em acordo com os outros, de forma a que todos se sintam
pessoas que têm um maior poder satisfeitos.
na nossa sociedade.
Civilidade ― a vida em comunidade exige que as pessoas se
Patriotismo ― ser patriota significa respeitar os comportem de forma a respeitarem sempre os direitos dos
princípios e os valores defendidos pelo nosso outros. Viver de forma civilizada significa, por exemplo, tentar
país. O patriotismo é uma virtude fundamental resolver os problemas através do diálogo com os outros e não
de qualquer democracia e que recusa atitudes de através da força e da ameaça; defender o nosso país e
discriminação em relação a outras nações. respeitar aquilo que pertence aos outros.
Exemplos de valores cívicos
Legalidade ― a legalidade significa que é a lei que regula o Solidariedade ― a solidariedade significa
nosso comportamento, isto é, é através de regras e normas preocuparmo-nos com o bem-estar dos outros,
que sabemos aquilo que é ou não correcto fazer. Enquanto ajudarmos os outros sempre que necessitem.
cidadãos/ãs devemos respeitar essas leis, mesmo quando Sem solidariedade não conseguimos enfrentar
não concordamos totalmente com elas, mas também os grandes problemas da nossa sociedade,
devemos tentar mudar as leis que consideramos injustas ou especialmente aqueles que se relacionam com
inadequadas. os grupos mais desfavorecidos (como a pobreza,
por exemplo).
Abertura ― a abertura em Democracia é
um dos princípios fundamentais e significa Participação ― sermos participativos significa dar atenção aos assuntos
ter a capacidade de aceitar opiniões de interesse público, isto é, a todos os assuntos que afectam a
diferentes das nossas. sociedade em que vivemos.

Transparência ― ser transparente é ser sempre verdadeiro, sincero, nas Pluralismo ― o pluralismo significa o
suas acções. Através da transparência ou honestidade é possível que as respeito pela existência de ideias diferentes
decisões que são tomadas em democracia sejam sempre feitas baseadas das nossas. Numa sociedade democrática a
na sinceridade e não por interesses escondidos que podem por em causa partilha de ideias diferentes é muito
a vida em comunidade. importante.
OBRIGADO!

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