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Câncer da Mama e sua

Origem Maligna e Benigna.


O câncer de mama é o segundo tipo de tumor mais comum
entre as mulheres no mundo todo, apenas atrás do melanoma,
que é o tipo mais agressivo de câncer de pele. Ao todo, a doença
registra aproximadamente 50 mil novos casos por ano no
Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA),
número que assusta devido ao risco que apresenta para a
saúde. Porém, se diagnosticado logo nas fases iniciais, por meio
de exames preventivos como a mamografia, o problema nos
seios pode ser tratado com sucesso.
O que é

O câncer de mama é causado pelo aumento de células anormais


nos seios, fruto de mutações genéticas que afetam a capacidade
de divisão e reprodução das partículas. Esta anomalia pode ser
acarretada por diversos fatores, embora não haja uma causa
global que determine o aparecimento da doença. Como
resultado, é criado um tumor, que pode ser benigno ou maligno.
O primeiro não é prejudicial à saúde pois não atinge outras
partes do corpo, enquanto o maligno é cancerígeno e, se não
controlado, pode se espalhar para outros outros órgãos e
tecidos, colocando vida do paciente em risco.
Causas

Existem algumas condições que aumentam a


probabilidade de desenvolver o câncer de mama,
como o próprio sexo feminino, visto que as
mulheres apresentam quantidades mais elevadas
de hormônios como estrogênio e progesterona,
que estimulam as células mamárias e podem
propiciar condições para aparecimento do tumor.
Fatores de risco

Predisposição genética hereditária (mutação dos genes


BRCA1 /BRCA2)

.Histórico familiar de câncer .Apresentar mamas densas na mamografia

.Primeira menstruação precoce (antes dos 12 anos) .Obesidade

.Menopausa tardia (após os 55 anos) .Sedentarismo

.Gestação tardia (após os 30 anos) .Alcoolismo

.Nunca ter engravidado .Tabagismo

.Nunca ter amamentado .Terapia de reposição hormonal prolongada

.Radioterapia prévia na região do tórax .Uso de anticoncepcional com estrogênio e


progesterona
A idade.

Devido às alterações que ocorrem no corpo com o


passar dos anos, a idade é um fator predominante para
o aparecimento do câncer de mama. De acordo com o
INCA, a incidência é maior a partir dos 50 anos.
Apesar da ascendência em mulheres mais velhas, é
recomendado realizar o rastreamento a partir dos 25
anos, a fim de diagnosticar logo cedo a doença, que
também pode acometer jovens expostas às condições de
risco.
Tipos de câncer de mama
De acordo com os ginecologistas e mastologistas os
tumores nos seios podem ser de diferentes formas e
estruturas, sendo o mais comum o carcinoma ductal.
Entenda a seguir a diferença entre os principais tipos:
Carcinoma ductal

É o tipo mais comum e ocorre nas células do ducto mamário, rede


de canais que transportam o leite materno. É dividido em in situ e
invasivo. O in situ é o nódulo em fase inicial, que não tem potencial
de se espalhar para outras partes do corpo, pois possui uma
película retentora chamada basal, que segura as células
cancerígenas. Já o invasivo pode se espalhar para o tecido da
mama e para outras partes do organismo por meio do sangue e do
sistema linfático, sendo mais difícil de tratar e curar.
Carcinoma lobular

É o segundo tipo mais comum. Ele afeta os lóbulos


mamários, responsáveis pela fabricação de leite. Também
é classificado em in situ ou invasivo. Assim como acontece
no tipo ductal, o invasivo é mais difícil de ser detectado e
pode se espalhar para outras partes do corpo, já o in situ
é menos agressivo e não se desenvole além das paredes
dos lóbulos.
Inflamatório

O câncer de mama também pode ser do tipo inflamatório,


que machuca a pele deixando-a avermelhada, inchada e
febril. Este tipo de tumor não apresenta nódulos, apenas
alterações na pele, que são causadas por células cancerígenas
que interrompem o fluxo dos vasos linfáticos. A inflamação
também pode deixar a mama mais firme ou maior, provocar
coceira, dor e deixar a pele com aspecto de casca de laranja.
É um tipo mais agressivo e que apresenta chance maior de se
espalhar para outras partes do corpo.
Doença de Paget

Mais raro, é um tumor que tem origem no tecido conjuntivo das


mamas, geralmente nas aréolas e/ou mamilos. Geralmente,
apresenta sintomas na pele como vermelhidão, dor,
sensibilidade e coceira, porém também pode ser assintomático.
Há teorias que sugerem que esse câncer pode ser fruto de um
tumor no ducto mamário que avançou para a epiderme ou pode
ser originário da região em que os ductos se encontram com a
pele. Casos avançados da doença de Paget podem fazer com que
o câncer se espalhe para outras partes do corpo, porém é
necessário avaliar caso a caso.
Hormônios e câncer de mama
Os tumores podem ser caracterizados de acordo com seu
grau hormonal, o que pode ajudar no diagnóstico e
determinar qual é o tratamento mais indicado. Exames
específicos, como a biópsia, são necessários para
determinar este fator.

Os cânceres identificados como receptores de estrogênio


e/ou progesterona positivos são os que têm ligação direta
com alterações destes hormônios, que podem estimular o
aumento de células malignas. É menos perigoso e seu
tratamento normalmente responde à terapia hormonal.
Já os tumor com característica HER-2 positivo referem-se à
proteína de mesmo nome que, em quantidades elevadas,
propicia o desenvolvimento do câncer. Estes tumores são mais
agressivos que os demais e têm maiores chances de se espalhar
para outros órgãos.

Há uma terceira característica denominada Triplo Negativo.


Ela ocorre quando os resultados para os receptores de
estrogênio, progesterona e HER-2 são negativos. "Este quadro
faz com que o tumor se espalhe mais rápido e não responda
aos tratamentos hormonais. Porém, apesar de ser mais
agressivo, o triplo negativo reage bem à quimioterapia.
Sintomas
Nódulo na mama, geralmente indolor

Alterações no tamanho da mama

Pele avermelhada, retraída ou ressecada

Anomalias nos mamilos

Saída de secreções das mamas, principalmente sangue

Nódulos no pescoço ou nas axilas

Caso perceba alguns dos sinais acima, procure um mastologista


(médico especialista em mamas) que poderá ajudá-la a identificar
características que definem se alteração é câncer.
A cura.

O mais importante é diagnosticar a doença ainda em seu


estágio inicial, pois o câncer de mama tem 98% de chances
de cura quando detectado precocemente. Porém, mesmo
após estar curado é preciso lembrar que deve ser realizado
acompanhamento junto ao médico para prevenir o
ressurgimento da doença e controlá-la caso aconteça. As
maiores chances de retorno do tumor nos seios ocorrem nos
primeiros 5 anos após o fim do tratamento, porém há casos
em que o tumor volta mesmo após este período, sendo
importante realizar consultas anuais a fim de diagnosticar
lesões logo em suas fases iniciais.
Caso o tratamento não comece na fase incial, o
tumor pode apresentar metástase, que é quando o
câncer se espalha para outras partes do corpo.
Começando o acompanhamento após essa fase, a
paciente é submetida a métodos paliativos, que têm o
objetivo de oferecer qualidade de vida pelo maior
tempo possível.
Tratamentos
Natural

Não há comprovação científica de que terapias naturais,


baseadas em alimentos e outras substâncias, ajudem no
tratamento do câncer de mama. Porém, a adoção de
hábitos saudáveis pode ser um método complementar aos
recursos clínicos, como a quimioterapia e a ingestão de
medicações orais. Ter uma alimentação balanceada, evitar
o consumo de álcool e parar de fumar são medidas que
colaboram com o bem-estar do corpo.
Hormonal

A hormonioterapia é um conjunto de medicações que


impede a ação dos hormônios que causam o aumento do
número de células cancerígenas, como o estrogênio e a
progesterona. É realizado após outros tratamentos de
câncer de mama, a fim de evitar a volta do problema. "A
medicação deste tipo não oferece efeitos colaterais e é
indicada até cinco anos após o controle do tumor.
Quimioterapia

É o tratamento mais comum e tem como base o uso de


medicamentos intravenosos cuja função é matar ou impedir
o crescimento das células anormais. A indicação da
quimioterapia depende de diversos fatores, como a idade da
paciente e o tamanho, tipo e característica hormonal do
tumor. Costumam ser realidades durante um período que
pode durar de quatro a seis meses. Esse tratamento costuma
acontecer antes da cirurgia na mama.
Radioterapia

O uso de radiação ionizante pode eliminar ou inibir a


propagação dos organismos que formam o câncer. É
indicada para quem realizou a retirada cirúrgica da
região do tumor. O procedimento dura de 3 a 6 minutos e
emite radiação diretamente da mama por meio de uma
máquina parecida com um raio X. É indolor e só causa
efeitos colaterais se o aparelho estiver sem regulagem, o
que pode acarretar em queimaduras avermelhadas na
pele. Apesar de haver vários tipos, os métodos de
radioterapia mais utilizados são o eletromagnético e o
com elétrons.
Cirúrgico

A cirurgia para remoção de tumores na mama pode atingir a região do


câncer (quadrantectomia) ou todo o seio (mastectomia). No último caso,
é realizada a reconstrução mamária para amenizar o quadro estético.
Outra opção é a drenagem do linfonodo (nódulo) atingido, além do
esvaziamento axilar, que é a retirada de todos os linfonodos da axila.

O tratamento cirúrgico para o tumor de mama é necessário em


praticamente todos os casos de câncer, exceto quando as células danosas
já se espalharam para outros tecidos e órgãos. Pode ser combinado com
outros recursos, como a quimioterapia, visto que algumas pacientes
precisam se submeter a ela para diminuir o caroço e depois retirá-lo.
Prevenção

Não há uma fórmula pronta para prevenir o câncer de


mama. Porém sabe-se que práticas saudáveis podem
reduzir a incidência da doença. De acordo com o Inca,
a combinação entre alimentação balanceada, controle
do peso corporal e atividade física pode diminuir em
até 28% o risco de tumor nos seios. O consumo de
bebidas alcóolicas também deve ser evitado, já que elas
podem aumentar os níveis de estrogênio. Outro meio de
prevenção é investir na amamentação e reprimir a
exposição desnecessária à radiação, como os exames de
raio X.
A principais armas são os exames preventivos, como
o ultrassom e a mamografia, que podem
diagnosticar a doença ainda em seus estágios
iniciais, além do estímulo aos fatores protetores,
como a amamentação.
Exames da Mama
Autoexame

Amplamente divulgado pela mídia, o exame do toque é o


meio mais básico para prevenir este problema, já que
pode ser realizado pela própria mulher sem auxílio de
médicos ou aparelhos. A recomendação é que seja feito
mensalmente a partir dos 25 anos, preferencialmente após
a menstruação para aquelas que ainda não alcançaram a
menopausa. O passo a passo do autoexame da mama é
simples e um médico deve ser consultado caso a mulher
identifique sinais como alteração na pele e no bico do seio,
secreção, aumento e nódulo na mama.
Entretanto, vale lembrar que o método por si só não é
capaz de fornecer o diagnóstico, já que não detecta os
estágios iniciais da doença, que são pouco aparentes, e
muitas vezes o câncer de mama pode não ser percebido
pelo toque. Portanto, é uma medida auxiliar aos
exames clínicos, como mamografia e ultrassom
mamário.
Ultrassom mamário

A ultrassonografia mamária é um exame muito importante


para o diagnóstico precoce do câncer de mama. É indicada
para mulheres com mamas densas – presentes em
mulheres mais jovens, que apresentam algum sinal de
tumor ou possuem histórico na família. O ultrassom da
mama também pode ser aliado à mamografia, já que é um
exame complementar capaz de avaliar o tipo de nódulo na
mama.
Indolor, o teste é realizado com uma máquina de
ultrassom comum, semelhante ao aparelho de
ultrassonografia do abdomen. Geralmente, a paciente fica
deitada com a barriga para cima e os braços atrás da
cabeça - exceto em casos de seios grandes, quando a
mulher tem de virar de lado para facilitar o exame no
interior do tecido mamário.
Mamografia
Técnica considerada a mais eficaz para reduzir a
mortalidade por este tipo de tumor, a mamografia nada mais
que é o Raio-X que consegue identificar nódulos e
calcificações iniciais que não podem ser sentidos no auto
exame e no teste clínico que o médico realiza. De acordo com
a Organização Mundial da Saúde, a idade ideal para
mamografia é dos 50 aos 69 anos e a frequência deve ser a
cada dois anos. Antes desta idade, a prescrição do exame fica
a cargo do mastologista, pois se realizado precocemente pode
oferecer riscos ou fornecer resultados incorretos.
Teste genético

Esse teste é Indicado para quem tem histórico familiar de


cancer de mama. Ele detecta a pré-disposição hereditária
para o surgimento de câncer de mama por meio do
isolamento e da pesquisa de genes. A realização do teste
genético geralmente inclui coleta do sangue, consulta com
geneticista e construção de uma árvore genealógica com os
casos de tumor na família. A análise, que custa entre R$ 2 mil
a R$ 3 mil, pode ser realizada por quem já teve a doença, a
fim de identificar a passagem dos genes para os descendentes,
ou por quem apresenta histórico na família e quer identificar
a probabilidade desenvolver o problema.
Mastectomia preventiva

Consiste em retirar os seios para evitar o aparecimento


do câncer. Assim como o caso polêmico em que Angelina
Jolie tirou as mamas para evitar o câncer. É indicado
para pessoas cujo teste genético foi positivo para
mutações do gene BRCA1/BRCA2, que indicam a
possibilidade de ter um tumor malígno. A cirurgia divide
opiniões de médicos devido aos riscos e impactos
psicológicos para a mulher, portanto, é um método que
deve ser ponderado com cuidado. “A decisão de uma
mastectomia radical só deve ocorrer após
aconselhamento genético, avaliação psicológica e
exaustiva discussão com familiares e médicos
Câncer de mama masculino

O câncer de mama também pode atingir os homens, mas


é mais raro, totalizando 1% dos casos. Assim como as
mulheres, eles possuem estrutura mamária, a diferença é
que o ducto mamário masculino é menos desenvolvido e
possui níveis reduzidos de hormônios, o que torna mais
difícil o aparecimento do problema. Porém, alterações
hormonais, casos na família e mutações podem viabilizar
a doença, que tem sintomas semelhantes ao tipo feminino,
como nódulos e retrações do mamilo. A forma de prevenir
é a mesma recomendada para mulheres.
Excesso de peso pode aumentar o risco de câncer de mama
Uma pesquisa recente da Universidade de Colorado, nos
EUA, realizada com roedores, reforçou o que os médicos
já sabiam: a obesidade na pós-menopausa aumenta o
risco relativo do câncer de mama, que é o de maior
incidência entre as brasileiras e também o que mais mata
mulheres no país. Segundo estudo do Instituto Nacional
do Câncer (INCA), estima-se que em 2013 cerca de 52.680
mulheres sejam diagnosticadas com a doença.
CÂNCER DE MAMA MALIGNO E BENIGNO
Uma das maiores associações que muitas pessoas, inclusive médicos, fazem sobre
o câncer é o aparecimento de tumores, o que leva muitos pacientes a acharem que
estão desenvolvendo um câncer. Porém, existem tumores benignos e malignos, e
somente os últimos caracterizam tal diagnóstico.

A classificação entre tumores benignos e malignos é feita com base em três pontos
principais, que são:

.A aparência;

.A estrutura, e

.O comportamento reprodutivo das células atingidas.

Tanto tumores benignos quanto malignos, teoricamente são classificados como


câncer, porém os tumores benignos não se reproduzem ou crescem na velocidade
dos tumores malignos, nem apresentam a possibilidade de atingir outros órgãos
(metástase). Conheça as principais diferenças entre tumores benignos e malignos:
Tumores benignos

Mutação: as células sofrem uma pequena mutação, porém


não é tão grave a ponto de criar uma expansão acelerada.
Sua maioria é restrita a uma camada fibrosa que impede a
propagação desordenada das células.

Tratamento: Em muitos casos, os tumores benignos não


apresentam qualquer problema no funcionamento do
órgão, mas se precisarem ser retirados, o procedimento é
feito por meio de uma cirurgia rápida e precisa de remoção,
sem a necessidade de outros tratamentos.
Tumores malignos

Mutação: As células sofrem grande mutação, que formam tumores assimétricos


e de crescimento desordenado. Essas células se multiplicam rapidamente e
causam o surgimento de pequenos vasos que nutrem o tumor.

Metástase: na medida em que o tumor se reproduz rapidamente, corre-se o


risco de que ele invada outros órgãos, formando novos tumores de crescimento
desordenado. Essa “invasão” acontece quando algumas dessas células caem na
corrente sanguínea ou crescem de forma a alcançar outros órgãos.

Tratamento: Pelo fato de as células caírem na corrente sanguínea, apenas a


remoção do tumor não garante a cura do câncer. Nesse caso, o tratamento deve
ser generalizado, com procedimentos mais agressivos, como a quimioterapia,
radioterapia e iodoterapia, que têm como objetivo matar
Mesmo os tumores benignos devem ser monitorados
periodicamente para controlar a sua atividade e impedir que,
eventualmente, se tornem malignos. Já com os tumores malignos,
a gravidade de um câncer é medida, principalmente pelo estágio
de desenvolvimento das células e, quanto antes ele for detectado,
maiores são as chances de remoção total das anomalias.

Por isso, é importante realizar exames periódicos de checagem


dos órgãos mais vulneráveis, como a mama, por exemplo.
Quanto antes o tumor for detectado, melhores serão as chances
de cura.
Desde bem novas, as mulheres aprendem que o
ginecologista é o médico que cuidará de sua saúde por
toda a vida. Mas você sabia que o mastologista também
tem um papel fundamental na preservação da saúde
feminina.
Mastologia.

Essa especialidade médica é responsável pelo cuidado com a


saúde das mamas. É esse especialista quem examina,
diagnostica e trata possíveis problemas dessa região do corpo
feminino.
Em uma consulta, a primeira etapa realizada pelo médico é a
anamnese — uma série de perguntas feitas à paciente para
analisar o histórico. Depois, o mastologista prossegue para o
exame clínico das mamas por meio do toque.
Ele pode solicitar exames complementares — como a
mamografia, ultrassonografia ou ressonância das mamas.
Quando necessário, o mastologista pode realizar uma punção
(espécie de biópsia), e é ele o responsável por uma eventual
cirurgia.
Quais doenças ele pode tratar e ajudar a prevenir.

Quando se ouve falar em mastologia, a maioria das pessoas logo


relaciona a especialidade à prevenção e ao tratamento do câncer de
mama. Sem dúvida, essa é uma parte muito importante do trabalho
desses médicos — ainda mais considerando que esse é o tipo de câncer
que mais acomete mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional do
Câncer (Inca).
No caso dos tumores, as pesquisas já comprovaram que a rapidez do
diagnóstico é decisiva para o sucesso do tratamento. Quanto antes o
câncer for identificado, maiores são as chances de cura.
Porém, o mastologista também é responsável pela identificação e pelo
tratamento de outras doenças que atingem as mamas. Veja algumas
delas:
Nódulos e assimetrias

Com as mudanças hormonais por que passa a mulher,


principalmente no fim da adolescência, podem surgir
nódulos (caroços de consistência mais dura) e assimetrias
(tamanhos diferentes) nos seios.
O mastologista é o médico que faz os exames para descobrir
as causas e prescrever o tratamento adequado.
Mastites

Durante a amamentação, é frequente o aparecimento de


mastites, ou inflamações das glândulas mamárias. Elas são
causadas por uma bactéria que faz parte da flora da boca
do bebê e acaba infectando as mamas da mãe.
O mastologista é o especialista que cuida dessa
inflamação, além de orientar a mãe sobre como continuar
com a amamentação da criança.
Ginecomastias

Não só as mulheres precisam do mastologista. Em


alguns casos, homens também recorrem a esse médico.
A ginecomastia, doença que leva a um crescimento
acima do normal das mamas masculinas, é um dos
motivos para essa procura.
Com qual frequência deve visitar o mastologista.

Sempre que houver dúvidas no seu auto exame de mamas deve procurar um
mastologista, independente da sua idade.
A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que o primeiro exame de
mamografia seja realizado aos 40 anos e que a visita ao mastologista seja anual.
Já de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), as consultas de rotina
com o mastologista — e o exame das mamas — deve ser feito a partir dos 50
anos e com um intervalo não superior a dois anos.

Na prática clínica adotamos a orientação da Sociedade Brasileira de Mastologia.


Em casos de mulheres pertencentes a algum grupo de risco (como casos de
câncer de mama na família), esse intervalo de verificação deve ser definido pelo
mastologista junto com a paciente.
Sistema (TNM).
A Classificação TNM de Tumores Malignos ( TNM ) é um padrão
reconhecido globalmente para classificar a extensão da propagação do câncer
. É um sistema de classificação da extensão anatômica dos cânceres tumorais .
Ele ganhou ampla aceitação internacional para muitos tipos de câncer de
tumor sólido, mas não é aplicável a leucemia e tumores do sistema nervoso
central . Os tumores mais comuns têm sua própria classificação TNM. Às
vezes, também descrito como o sistema AJCC.

O TNM foi desenvolvido e é mantido pela União para o Controle


Internacional do Câncer (UICC). Também é usado pelo Comitê Conjunto
Americano de Câncer (AJCC) e pela Federação Internacional de Ginecologia
e Obstetrícia (FIGO). Em 1987, os sistemas de teste UICC e AJCC foram
unificados no sistema de teste TNM único. O TNM é um sistema de notação
que descreve o estágio de um câncer, que se origina de um tumor sólido,
usando códigos alfanuméricos :
.T descreve o tamanho do tumor original (primário) e se ele
invadiu o tecido próximo,

.N descreve próxima (regionais) linfáticos nós que estão


envolvidos,

.M descreve metástases distantes (propagação do câncer de


uma parte do corpo para outra).

O sistema de estadiamento TNM para todos os tumores


sólidos foi desenvolvido por Pierre Denoix entre 1943 e
1952, utilizando o tamanho e extensão do tumor primário,
seu envolvimento linfático e a presença de metástases para
classificar a progressão do câncer.
A classificação TNM compreende algoritmos de
estadiamento para quase todos os cânceres, com a exceção
principal dos cânceres pediátricos. O esquema geral da
classificação TNM está abaixo. Os valores entre parênteses
fornecem um intervalo do que pode ser usado para todos os
tipos de câncer, mas nem todos os cânceres usam esse
intervalo completo.
Parâmetros obrigatórios.

T : tamanho ou extensão direta do tumor


primário

Tx: o tumor não pode ser avaliado

Tis: carcinoma in situ

T0: sem evidência de tumor

T1, T2, T3, T4: tamanho e / ou extensão do


tumor primário
N : grau de disseminação para os linfonodos regionais

Nx: linfonodos não podem ser avaliados

N0: não regionais linfáticos nós de metástase

N1: presença de metástase linfonodal regional; em alguns


locais, o tumor se espalhou para um número mais próximo
ou pequeno de linfonodos regionais

N2: disseminação do tumor entre N1 e N3 (N2 não é usado


em todos os locais)

N3: propagação do tumor para linfonodos regionais mais


distantes ou numerosos (N3 não é usado em todos os locais)
M : presença de metástase distante

M0: sem metástase distante

M1: metástase para órgãos distantes (além


dos linfonodos regionais)
O termo BIRADS é um acrônimo para Breast Imaging Reporting and Data
System, ou seja, é uma sistematização internacional para a avaliação mamária,
interpretação do exame e confecção dos laudos de exames de imagem
especificamente da mama. Esta classificação deve ser aplicada nos laudo de
mamografia, ultrassonografia mamária e ressonância nuclear magnética das
mamas e assegura maior confiabilidade ao exame. É uma padronização
mundialmente adotada - em qualquer lugar do mundo, qualquer médico
especialista nesta área entenderia uma classificação BIRADS 5, por exemplo.

O BIRADS é um manual de padronização que permite analisar as características


das lesões mamárias (cistos, nódulos, calcificações) e estimar o risco de ser câncer
de mama. Já aproveitamos para ressaltar que a maioria dos nódulos e das
microcalcificações mamárias são benignos, ou seja, a presença em si de nódulos ou
microcalcificações não quer dizer de forma alguma que o paciente está com câncer
de mama.
A categorização é usada da seguinte maneira: o
profissional médico que esta fazendo e/ou analisando o
exame de imagem irá avaliar as alterações presentes no
teste e classificá-las dentro dos critérios do BIRADS. A
categorização é separada por notas, que vão de zero a
seis:
BIRADS 1 e 2

O mais comum é exames normais - nota 1 e 2 - passarem


para notas 3 e 4 de acordo ao envelhecimento, podendo
estar associados a doenças benignas e malignas da mama.
Ou seja, ao longo da vida da mulher podem ocorrer
algumas alterações na mama que necessitam de uma
conduta mais especifica por parte do médico.
BIRADS 3

Mulheres cujo exame de mama tem nota 3 devem fazer o


controle semestral por 1 a 2 anos. Se estiverem estáveis neste
período poderão ser reclassificadas para BIRADS 2. A pesar
de ter um risco de câncer estimado de 2%, a biópsia não se
faz uma necessidade obrigatória, pois a própria biópsia pode
trazer problemas e malefícios para a paciente. A conduta
mais recomendada neste grupo, conforme recomendação da
Sociedade Brasileira de Mastologia, da Sociedade Brasileira
de Cirurgia Oncológica e demais sociedades médicas
mundiais, é o controle semestral com um médico
especialista.
BIRADS 4

Mulheres que apresentam BIRADS 4 necessitam de biópsia.


A biópsia pode ser de agulha fina ou de agulha grossa (core
biopsy ou mamotomia) a depender de cada caso. Desta
biópsia poderíamos ter as seguintes situações:

Laudo benigno: basta apenas controle. Terá a sua nota


rebaixada para 2
Laudo suspeito (presença de alteração): poderá ser
necessária uma pequena cirurgia para adquirir mais
material e descartar de vez a suspeita de câncer
Laudo maligno: será necessária uma cirurgia oncológica.
BIRADS 5

Uma mamografia ou demais exames de mama com


BIRADS 5 demonstra que a suspeita de câncer neste grupo
é altíssima. Nesse caso, elas necessitam obrigatoriamente de
cirurgia. O médico ou médica pode até optar por uma
biópsia antes da cirurgia, mas esta lesão precisa ser
completamente removida cirurgicamente
BIRADS 6

Nesse caso, a mulher está apenas fazendo um


acompanhamento. Por algum motivo o médico
necessitou fazer mais exames mamários, e os testes
de princípio já terão nota 6 por questão de
normatização do manual BIRADS. Também é de
tratamento cirúrgico.
O resultados pode alterar.

É importante ressaltar que as notas podem se alterar


com o passar do tempo, conforme o avanço ou a
regressão do câncer. Para as pacientes com suspeita ou
com diagnóstico de câncer de mama (BIRADS 4 ou 5) é
esperado que os exames venham com laudos BIRADS 2
após completarem o tratamento, denotando que o
problema realmente está eliminado.
Outra dúvida frequente é que os exames de imagem podem ter
classificação BIRADS completamente distintas entre si, por
exemplo, a mamografia pode ser nota 2, a ultrassonografia nota
3 e a ressonância mamária nota 4 - pois a classificação é aplicada
para cada exame de forma independente. Nesses casos, o médico
irá avaliar qual a melhor conduta.

Uma outra possibilidade é o BIRADS 0, cuja tradução é que o


exame detectou alguma coisa, mas não conseguiu esclarecer o
problema. Esta classificação não é motivo nem para
preocupação e nem para tranquilidade, pois o exame não serviu
para se alcançar um diagnóstico preciso. Nesta classificação se
faz necessário a realização de exames adicionais.

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