Você está na página 1de 18

DILEMAS ÉTICOS

VIVIDOS PELA
ENFERMAGEM
Profª Enfª Ruthielly Andrade
•A enfermagem apresenta importante papel ético e
social no seu exercício profissional, justificando a
relevância do estudo da ética e bioética durante a sua
formação acadêmica, sendo que as práticas da
eutanásia, distanásia e ortotanásia configuram
assuntos que poderão fazer parte do seu cotidiano de
trabalho.
DISTANÁSIA
• Termo médico utilizado para descrever uma abordagem médica relacionada
com o óbito do paciente e que corresponde ao prolongamento
desnecessário da vida por meio do uso de remédios que pode trazer
sofrimento para a pessoa, ignorando o sofrimento que este prolongamento
pode causar ao enfermo.
• A modalidade da distanásia no Brasil fere o art. 5º, III,

da CRFB/88, pois o princípio da dignidade humana é


bem claro “ninguém será submetido à tortura nem
tratamento desumano ou degradante”.
Exemplo:
• Pacientes que ficam na condição de “Estado Vegetativo Persistente (VPS)”, cujas
funções vegetativas do corpo são sustentadas por nutrição ou outras medidas de
suporte de vida (aparelhamento artificial), podendo o paciente viver semanas,
meses, ou até mesmo anos. Indivíduos com danos nos hemisférios cerebrais
(divisão do cérebro) frequentemente entram num estado crônico de inconsciência,
daí pode-se dizer que o paciente entrou em estado vegetativo porque ocorre a
perda da cognição.
EUTANASIA
• Ato de abreviar a vida de uma pessoa, ou seja, tem
como princípio acabar com o sofrimento da pessoa que
possui uma doença grave e incurável, quando não
existem mais tratamentos que possam ser realizados
para melhorar o quadro clínico da pessoa.
• Procedimento ilegal na maioria dos países, pois envolve a
VIDA HUMANA.

• Os profissionais contra esta prática afirmam que a vida


humana é inviolável, e ninguém tem o direto de abreviá-la,
e, além disto, é muito difícil definir quais pessoas ainda
podem ter o sofrimento aliviado sem que seja necessário
antecipar a sua morte.
• Existem tipos diferentes de eutanásia, que define melhor
como essa antecipação será feita:
1. Eutanásia Ativa Voluntaria;
2. Suicídio Assistido;
3. Eutanásia Ativa Involuntária.
Eutanásia Ativa Voluntaria

•Realizada pela administração de


medicamentos ou realização de algum
procedimento com a intenção de levar o
paciente à morte, após o seu consentimento;
Suicídio Assistido

•Ação realizada quando o médico


aprovisiona medicamentos para que o
próprio paciente possa abreviar a vida;
Eutanásia Ativa Involuntária
• Administração de medicamentos ou realização de
procedimentos para levar o paciente à morte, em
situação na qual o paciente não consentiu
previamente. Esta prática é ilegal em todos os
países.
•É importante lembrar que existe uma forma diferente de eutanásia
chamada de eutanásia passiva, caracterizada pela suspensão ou
término dos tratamentos médicos que mantêm a vida do paciente,
sem oferecer nenhum medicamento para a sua abreviação.
Este termo não é muito utilizado, pois considera-se que, neste caso,
não se causa a morte da pessoa, mas permite que o paciente morra
naturalmente, podendo ser enquadrada na prática de ortotanásia.
ORTOTANÁSIA

• Promoção de uma morte natural, sem que sejam


realizados tratamentos pouco úteis, invasivos ou
artificiais para manter a pessoa viva e prolongar a
morte, como a respiração por aparelhos, por
exemplo.
• Praticada por meio dos CUIDADOS PALIATIVOS,
que é uma abordagem que procura manter a
qualidade de vida do paciente, e da sua família, em
casos de doenças graves e incuráveis, ajudando no
controle de sintomas físicos, psicológicos e sociais. 
•Se o paciente, com o pé esquerdo necrosado, se nega à amputação, preferindo,

conforme laudo psicológico, morrer para "aliviar o sofrimento"; e, conforme laudo

psiquiátrico, se encontra em pleno gozo das faculdades mentais, o Estado não pode

invadir seu corpo e realizar a cirurgia mutilatória contra a sua vontade, mesmo que seja

pelo motivo nobre de salvar sua vida. 2. O caso se insere no denominado biodireito, na

dimensão da ortotanásia, que vem a ser a morte no seu devido tempo, sem prolongar a

vida por meios artificiais, ou além do que seria o processo natural. 3. O direito à vida

garantido no art. 5º, caput, deve ser combinado com o princípio da dignidade da pessoa,

previsto no art. 2º, III, ambos da CF , isto é, vida com dignidade ou razoável qualidade.
• . A Constituição institui o direito à vida, não o dever à vida, razão pela qual não se admite que
o paciente seja obrigado a se submeter a tratamento ou cirurgia, máxime quando mutilatória.
Ademais, na esfera infraconstitucional, o fato de o art. 15 do CC proibir tratamento médico ou
intervenção cirúrgica quando há risco de vida, não quer dizer que, não havendo risco, ou
mesmo quando para salvar a vida, a pessoa pode ser constrangida a tal. 4. Nas
circunstâncias, a fim de preservar o médico de eventual acusação de terceiros, tem-se que o
paciente, pelo quanto consta nos autos, fez o denominado testamento vital, que figura na
Resolução nº 1995/2012, do Conselho Federal de Medicina. 5. Apelação desprovida”.
(Apelação Cível Nº 70054988266, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Irineu Mariani, Julgado em 20/11/2013).

Você também pode gostar