Você está na página 1de 16

Circulação Geral da Atmosfera

09 março 2010
O CLIMA DO BRASIL

• O clima de qualquer região pode ser entendido em termos da circulação de


grande escala da atmosfera – CGE (ex. células convectivas de Hadley-Walker)
associada aos sistemas atmosféricos de escala sinótica (ex. para o NEB: frentes
frias, VCAN) e da circulação de escala local – CEL (ex. circulações de brisas,
convecção por ascensão dinâmica, circulações vale-montanha).
• A CEL é influenciada pelas características da superfície: topografia, cobertura
vegetal, água/gelo/terra, diferenças térmicas continente-oceano.
• CGE têm como fonte física térmica importante de influência direta as chamadas
condições de contorno (ex. TSM). A CGE é resultado:
• (i) do aquecimento diferenciado do globo pela radiação solar.
• (ii) da distribuição assimétrica dos oceanos e continentes.
• Os padrões de circulação gerados na atmosfera redistribuem calor, umidade e
momento pelo globo de forma não homogênea, podendo aumentar ou diminuir
diferenças regionais.
• O clima é o resultado “médio” da interação da circulação geral da atmosfera
com as características locais, podendo ou não apresentar variações segundo a
época do ano => O clima não pode ser alterado em curtos períodos de tempo.
Circulação Geral da Atmosfera
Os movimentos
As diferenças de pressão são
atmosféricos ocorrem em
devidas à incidência e absorção
resposta à diferença de
da radiação solar de maneira
pressão entre duas regiões
distinta entre duas regiões

Na macro-escala, devido à
posição relativa Terra-Sol, os
Isso faz com que a raios solares são mais
atmosfera seja mais intensos e mais absorvidos
expandida no equador e na região Equatorial do que
mais contraída nos pólos nos Pólos
Circulação Geral da Atmosfera
Modelo Teórico
Ventos de E
Ventos de W
(“easterlies”)
(“westerlies”)

Alísios de NE
(“trade winds”)

Alísios de SE

Ventos de W

Ventos de E
Circulação Geral da Atmosfera

(a) Modelo teórico da circulação geral da atmosfera


(b) Condição média observada da circulação geral da atmosfera
O CLIMA DO BRASIL – CÉLULA DE HADLEY

• Célula de Hadley: direção norte-sul.


• A Zona de Convergência Intertropical – ZCIT está localizada no ramo ascendente
da célula de Hadley.
• Um dos sistemas meteorológicos mais importantes que atuam nos trópicos.
• Parte integrante da circulação de grande escala da atmosfera.

Circulação geral da atmosfera.


Fonte: http://www.geology.um.maine.edu/ges121/lectures/20-monsoons/hadley.jpg
O CLIMA DO BRASIL – CÉLULA DE WALKER

• Célula de Walker: direção


leste-oeste.
• Um dos sistemas
meteorológicos mais
importantes que atuam nos
trópicos.
• Parte integrante da circulação
de grande escala da
NORMAL atmosfera.
• Parte da variabilidade
climática é impulsionada pelas
variações dessas circulações
(Hadley-Walker) em várias
escalas de tempo (ex. escala
interanual – ENOS, escala
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/thumb/6/68/LaNina.png/669px-LaNina.png
decenal – ODP).
O CLIMA DO BRASIL – TSM NO OCEANO PACÍFICO TROPICAL: EL NIÑO

• o ramo descendente da célula de Walker se desloca para a região sobre a


Amazônia Central inibindo a convecção;
• os ventos alísios de nordeste estão mais fracos, diminuindo o fluxo de
umidade vinda dos oceanos que penetra na região Amazônica.
• ventos alísios de nordeste enfraquecidos -> ZCIT posicionada mais ao norte em
relação à posição climatológica -> anos secos na região Norte e Nordeste do Brasil.
 em anos de El Niño, a Região Nordeste do Brasil fica localizada na região
preferencialmente de subsidência (ao sul da ZCIT) que inibe a precipitação.
 http://enos.cptec.inpe.br/anima/el_nino.html

NORMAL EL NIÑO
O CLIMA DO BRASIL – TSM NO OCEANO PACÍFICO TROPICAL

• El Niño – Oscilação Sul (ENSO) é um fenômeno meteorológico de escala


global. Afeta a circulação geral da atmosfera, provoca variações na temperatura
e na precipitação em diversas regiões do globo.
• Caracterizado pela interação oceano-atmosfera.
• Formado por duas componentes: oceânica e atmosférica.
• Componente oceânica – El Niño (La Niña): aquecimento (resfriamento)
anômalo das águas do Oceano Pacífico Tropical.
• Componente atmosférica – Oscilação Sul (OS): flutuações de pressão
invertidas entre o Pacífico leste e oeste.
El Niño
• El Niño representa o aquecimento
anormal das águas superficiais e sub-
superficiais do Oceano Pacífico
Equatorial. Com esse aquecimento do
oceano e com o enfraquecimento dos
ventos, começam a ser observadas
mudanças da circulação da atmosfera
nos níveis baixos e altos, determinando
mudanças nos padrões de transporte de
umidade, e portanto variações na
distribuição das chuvas em regiões
tropicais e de latitudes médias e altas.
A figura ao lado mostra a situação
observada em dezembro de 1997, no
pico do fenômeno El Niño 1997/98.
La Niña
• La Niña representa um fenômeno
oceânico-atmosférico com
características opostas ao EL
Niño, e que caracteriza-se por
um esfriamento anormal nas
águas superficiais do Oceano
Pacífico Tropical. Alguns dos
impactos de La Niña tendem a
ser opostos aos de El Niño, mas
nem sempre uma região afetada
pelo El Niño apresenta impactos
Anomalia de temperatura da superfície do mar em dezembro significativos no tempo e clima
de 1988. Plotados somente as anomalias negativas menores
que -1ºC. devido à La Niña.
O CLIMA DO BRASIL – TSM NO OCEANO PACÍFICO TROPICAL


Anomalia de TSM: La
Niña 1988-89 e El Niño
1997-98. Fonte: Amaro e
Molion, 2008.

Desvios de precipitação
em cm/mês: La Niña
1988-89 e El Niño 1997-
98. Fonte: Amaro e
Molion, 2008.
(verde: negativo; azul:
positivo)
O CLIMA DO BRASIL – OSCILAÇÃO DECADAL DO PACÍFICO (ODP)

• A ODP é uma flutuação da TSM do Pacífico em uma escala de tempo


interdecadal, em que sua região tropical e a costa do continente norte-
americano se tornam mais quente (fria), enquanto sua região extratropical se
torna mais fria (quente) num período de 20 a 30 anos -> fase positiva ou quente
(negativa ou fria).
• Mantua et al (1997) descreveram-na como um evento de El Niño (La Niña) de
longa duração.
• Fase fria: 1948-1976; Fase quente: 1977-1998; Fase atual: 1999-2005

Índice de ODP. Fases da ODP.


Fonte:CDC/CIRES/NOAA Fonte:http://www.metsul.com/secoes/?cod_subsecao=51
ODP

• Nas fases negativas da ODP a tendência é que


ocorra um maior número de episódios de La Niña
que tendem a ser mais intensos. Ao mesmo
tempo se dá uma menor frequência de eventos
de El Niño que tendem a ser curtos e rápidos. Já
na fase positiva da ODP, a tendência é de maior
número de episódios de El Niño que tendem a ser
mais intensos. Em contrapartida, se registra um
menor número de La Niñas e que tendem a ser
menos expressivos.

Você também pode gostar