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A Relação Terapêutica

Profa. Msc. Maria das Graças Teles


Martins
Supervisão Clínica

Beck A., Terapia Cognitiva da Depressão


Importantes Considerações
a. Quais são as melhores formas de ajuda?

(no que eu acredito)

b. Estou realmente ajudando?

(o que eu estou fazendo)

c. O que é melhor para cada paciente?

(tenho certeza do que faço)


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POR QUE AS TERAPIAS FUNCIONAM ?

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 Técnicas específicas de cada abordagem.

 Fatores inespecíficos que são comuns a


todas as terapias.

São necessários, porém não são suficientes para


produzir um efeito terapêutico ideal.

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As características do terapeuta que
facilitam a aplicação da TC inclui:

 Cordialidade
 Empatia Acurada
 Autenticidade

“Se esses atributos são superenfatizados ou


minimizados, eles podem ocasionar ruptura
da colaboração terapêutica.”
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Advertência!!!
 As técnicas cognitivas e comportamentais,
com freqüência parecem enganosamente
simples.

 Um terapeuta novato pode focar na técnica a


ponto de ignorar os aspectos humanos da
interação terapeuta – paciente.

 Em qualquer abordagem o terapeuta deve ter


precaução com as diferenças de valores
morais e religiosos e com a sua identificação
com os problemasTERMO
do Graça
paciente.
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martins
Cordialidade

Uma atitude cordial ou um interesse diligente


pelo paciente pode ajudar o paciente à não
perceber o terapeuta como indiferente ou
distante, ou ver-se como uma carga
indesejável para o terapeuta.

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Cordialidade
 Percepção da cordialidade pelo paciente -
Grau real de cordialidade expressado pelo
terapeuta.

 Importância da cautela e vigilância em exibir


a atitude cordial.

Ex: “Eu não mereço tanta atenção”


“Eu estou enganando o terapeuta, ele
parece gostar de mim, mas eu não presto”
“ O terapeuta me
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Importante
 Prestar atenção aos sinais que sugerem que suas
atitudes estão sendo contra producentes.

Ex: perguntar a percepção do paciente com relação


ao terapeuta.

 A cordialidade pode ser expressada pelo tom de voz


e modo de falar.

 No início do tratamento o paciente pode precisar de


expressões mais ativas de cordialidade.
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Empatia
 A qualidade da relação: “deve ser vista como uma
interação de mútua influência entre terapeuta e cliente.
Composta de habilidades sociais como a empatia,
autenticidade, calor humano, solidariedade,
compreensão, flexibilidade, concordância etc.”.

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Empatia Acurada

“Se refere o quão bem o terapeuta pode entrar


no mundo do paciente, ver e experimentar a
vida da forma que o paciente faz.”

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Empatia Acurada
O terapeuta pode partilhar um pouco da
aflição do paciente.

 Essa demonstração ajuda o paciente a


considerar o terapeuta compreensivo.

 Facilita a revelação adicional de sentimentos


e cognições.
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Empatia Acurada
 Perceber as expectativas do paciente ajuda o
terapeuta à ser capaz de extrair comportamentos
improdutivos e ser menos crítico sobre eles.

Ex: Paciente negativista, paciente cético.

 O terapeuta empático pode começar a desenvolver


antídotos ou contra-argumentos para estas idéias
negativas.

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EMPATIA NA RELAÇÃO
TERAPÊUTICA
 Empatia: Ser empático inclui a adoção de
perspectiva - disposição para se colocar no
lugar do cliente, podendo ou não
experimentar os mesmos sentimentos dele;
 neutralidade e imparcialidade - disposição
para ouvir, sem julgar os sentimentos,
pensamentos e,
 comportamento social - preocupação genuína
com o bem estar da outra pessoa.

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EMPATIA NA RELAÇÃO
TERAPÊUTICA
 A empatia é uma ferramenta indispensável para a
compreensão do processo de construção de
cognições, afetos e comportamentos apresentados
pelo cliente.
 Uma sólida relação terapêutica representa uma
condição necessária para uma terapia cognitivo
comportamental ser efetiva (WRIGTH, BASCO E
THASE, 2008).

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Importante
 O terapeuta deve ter cuidado para não
projetar as suas atitudes ou expectativas
sobre o paciente, e acabar distorcendo o seu
relato.

Ex: morte da mãe do paciente.

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Importante
 A faixa etária do paciente.

 A escolaridade.

 Nível socioeconômico

Cuidado com os pré julgamentos...

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Empatia e Simpatia
 Simpatia: sentimento de compaixão e
compartilhamento ativo do sofrimento do
paciente.

 Empatia: inclui um componente intelectual e


emocional, visa entender a base cognitiva dos
sentimentos do paciente.

 A empatia implica em desapegar-se dos


sentimentos do paciente a fim de manter a
objetividade em relação aos seus problemas.
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Genuinidade
 É um ingrediente importante em todos os tipos de
psicoterapia.

 O terapeuta genuíno é honesto consigo e com o


paciente.

 Ele não pode ser áspero ou perturbador em sua


franqueza.

 O paciente pode perceber erroneamente a


franqueza como criticismo, hostilidade ou rejeição.
(depressivo) RELAÇÃO TERAPÊUTICA 7 8 19
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Genuinidade
 Não é suficiente ser genuíno e sim saber
comunicar esta genuinidade ao paciente.

 Um terapeuta novato pode exagerar na


tentativa de assegurar que o paciente se
recuperará.

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A Interação Terapêutica
 Confiança básica

 Rapport

 Colaboração

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EMPATIA NA RELAÇÃO
TERAPÊUTICA
Características do terapeuta
Cordialidade, empatia e Genuinidade.
Na interação terapêutica
 Confiança básica.
 A importância do rapport.
 Empirismo colaborativo.
 Descoberta guiada.

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Confiança
 Confiança Básica Genuína – pacientes demonstram
uma transferência positiva possível de ser
trabalhada favorecendo o progresso.

 Pseudoconfiança – os pacientes podem enfatizar a


sua necessidade de dependência; testar os limites
do terapeuta. (histriônicos, obsessivos)

 Desconfiança Básica – os pacientes não fazem


nenhum progresso até que esse problema seja
resolvido

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EMPIRISMO COLABORATIVO

 O terapeuta cognitivo-comportamental
mantém-se continuamente ativo, interagindo
deliberadamente com o paciente (Beck, Rush,
Shaw e Emery, 1997 citado por Ramos, 1998)

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Atitudes prejudiciais à terapia
cognitiva
 Superficialidade.
 Excessivamente didático e interpretativo.
 Pouca atenção a relação terapêutica.
 Aplicação das técnicas de forma mecânica.
Beck et al(1997).

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Rapport
 É um acordo harmonioso entre as pessoas.

Quando existe o rapport o paciente percebe


o terapeuta como:

 alguém que está sintonizado com os seus sentimentos;


 simpático, empático e compreensivo;

 alguém que o aceita com todos os seus “defeitos”

 alguém com quem ele pode comunicar-se sem ter que

detalhar os seus sentimentos.

“Quando o rapport é ideal , o paciente e o terapeuta se


sentem segurosRELAÇÃO
e confortáveis um com o outro.” 26
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Encontros Iniciais
Encontros iniciais
o Saber como cliente chegou até você
Ao acaso
Indicação por alguém que o terapeuta não tem
contato
Indicação por alguém que o terapeuta tem contato
o Ligação para agendar atendimento
Pode trazer alguma informação

o Vestimentas

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Sala de espera
Pode aparecer comportamentos relacionados à
queixa

Falta de assunto na primeira sessão:


Cliente não sabe se expressar? (falta de H.S)
Medo de ser punido? (insegurança)
Esquiva?
Falta de conhecimento sobre o processo
psicoterápico

Postura descontraída ou séria?

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Objetivos

1 - Coleta de informações

•Entrevista;
•Levantamento da queixa;

•Busca de relações funcionais;

Escuta não punitiva, indicando compreensão e


evitando intervir:
Postura diferenciada

Vínculo terapêuticoRELAÇÃO TERAPÊUTICA 7 8 30


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Vínculo Terapêutico
 O cliente se torna mais engajado e mais receptivo
às análises sugeridas pelo psicólogo quando uma
relação terapêutica é bem estabelecida.

 Ao se sentir à vontade com seu terapeuta, a


probabilidade de o cliente agir no contexto
terapêutico da mesma maneira que se comporta na
sua vida cotidiana é maior, o que possibilita ao
terapeuta conhecer melhor as variáveis ambientais,
emoções e sentimentos que seu cliente vivencia.

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Vínculo Terapêutico

Estabelecido através de eventos


reforçadores:

 audiência não punitiva;


 pontualidade às consultas agendadas;

 sinceridade;

 sigilo/ confiança;

 contrato bem estabelecido, etc

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Consequentes da ausência de vínculo
terapêutico
 Abandono do processo de psicoterapia;
 Constantes faltas;
 Esquiva de assuntos relevantes;
 Cliente “testa” o terapeuta;
 Tentativas de ludibriar terapeuta

Porque as pessoas
mentem?

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Contrato terapêutico

o Envolve regra entre no mínimo duas


partes;
o Tem como objetivo assegurar direito
entre terapeuta e cliente;
o Agente controlador = terapeuta (ele quem
vai estabelecer estas regras);
o Deve preferencialmente ser realizado na
primeira sessão, podendo ser retomado
durante o processo
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Conteúdo do contrato

 Dia, horário e duração da sessão;


 Informações quanto ao atraso;
 Faltas;
 Forma de Pagamento;
 Sigilo;
 Férias.

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TCC Infantil

 Coleta de dados,
 contrato terapêutico,
 importância da atividade dos
pais durante o processo,
 levantamento de reforçadores

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TCC Infantil
 Sessão com a criança:

• Não foi a criança que procurou, não é de


interesse dela Sessões reforçadoras
• Preparação do ambiente
• Maior tempo de sessão, menor tempo de
brincadeiras ( o terapeuta deve conduzir a sessão)
• As sessões poderão ser realizadas em campo

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Avaliação

Funcional Topográfica
 Realizada através de  Descrição das respostas
Análise Funcional. emitidas
 Levantamentos de
 Busca encontrar relações comportamentos, mas não
entre comportamento, sua função
suas causas e
consequências.  Exemplo: DSM IV –
Depressão
 Caso clínico (comportamentos
característicos)
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Avaliação
Observação e registro do comportamento

Intervenção (Intervenção X Técnica)

Observação e registro do comportamento

Este formato é elaborado de forma didática


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fim

Slide Creditado a FERRAZ, Carla E.


Ampliado e adaptado Pela Profa. Graça Martins.
Supervisão Clínica em TCC
Referências
 Beck, J. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto alegre: Artes Médicas; 1997;2013.
 Beck, A.T., & Alford, B. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegre:
Artmed,2000.
 Caballo, Vicente. Manual de Técnicas de Terapia e Modificação do Comportamento. São
Paulo: Santos Livraria Editora, 1996; 2011.
  Eizirik, C. L., Libermann, Z. e Costa, F. A relação terapêutica: transferência,
contratransferência e aliança terapêutica. In Cordioli, A. V (Org.), Psicoterapias:
abordagens atuais. Porto Alegre: Artmed; 2008, 74-84.
 FALCONE, E. Psicoterapia cognitiva. In: RANGÉ, B. (org). Psicoterapias cognitivo-
comportamentais: um diálogo com a psiquiatria. Porto Alegre: Artmed, 2001. Cap. 3.
 RANGÉ, B.(Org) Psicoterapias cognitivo comportamentais. Porto Alegre (RS)-
Artmed,2001;2012.
 SUDAK, D. M. Terapia Cognitivo – Comportamental na Prática. Porto Alegre: Artmed,
 2008 .

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