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Arquitetura

Egípcia
Arquitetura Egípcia
A história do Egito foi a mais longa de todas as civilizações antigas
que floresceram em torno do Mediterrâneo, estendendo-se, quase
sem interrupção, desde aproximadamente o ano 3.000 a.C. até o
século IV d.C.
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Os primeiros povoadores pré-históricos assentaram-se sobre as
terras formadas pelos sedimentos que o rio Nilo havia depositado
em seu curso, por volta de 4000 a.C. a 3100 a.C.,
aproximadamente.

Localizado em uma área cercada por desertos, a existência do Egito


deve-se fundamentalmente à presença do Rio Nilo, cujas
inundações fertilizavam suas margens com rico material orgânico,
possibilitando a agricultura e a criação de gado, assim como o
estabelecimento das primeiras aldeias (nomos).
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Os nomos eram pequenas parcelas do território egípcio
administradas por um nomarca. Tempos mais tarde, esses vários
nomos estavam centralizados sob o poderio de um imperador.

A unificação dos nomos, por sua vez, deu origem ao Reino


unificado do Egito, essa unificação política originou-se da
necessidade de um poder central forte que coordenasse os
trabalhos de construção de barragens e de canais de irrigação.

Essa estabilidade política e o pacifismo do povo egípcio, deve-se ao


fato de haver poucos perigos externos, uma vez que seu território
estava isolado e protegido por mares e desertos.
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A arquitetura, a medicina e a astronomia figuram como as mais
interessantes facetas do legado científico egípcio. Vale à pena
ressaltar também a escrita, que se organizava por complexos
sistemas de símbolos e códigos.

Nos princípios de sua existência, os egípcios já habitavam casas de


pedra e madeira. Mas, a arquitetura egípcia destacou-se pela
construção de templos e túmulos reais.

A idéia primitiva da existência de uma divindade e de uma vida após


a morte é um fator decisivo e marcante das obras de arquitetura
egípcia.
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As proporções surpreendentemente gigantescas para os
recursos da época, de algumas dessas construções, devem-se
exatamente ao fato de eles servirem de sepultura para os faraós,
vistos como deuses.

Para os egípcios, os monumentos eram uma forma de conservar o


corpo de divindades que representam o próprio país. Preservar o
corpo do faraó seria eternizar o Egito e seu povo.

Se analisarmos o caráter das edificações da civilização egípcia


percebemos que a construção simbolizava a recriação para o rei
morto da vida que ele levava na terra.
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As tumbas eram construídas por motivos políticos e religiosos, antes
mesmo das necessidades naturais de sobrevivência.

A idéia de reencarnação da alma irá condicionar todas as formas de


desenvolvimento das construções. A doutrina esotérica egípcia é
baseada na ressurreição e no renascimento.

Eram extremamente preocupados com a orientação solar das


edificações. O que definia o posicionamento era fundamentado no
conceito de "força vital" emanada pelo sol, que deveria continuar a
ser captada pelo morto durante certos períodos do ano.
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As principais divindades eram retratadas na figura do
Deus Sol (Rá = representado por um sol alado)
e Horus (o sol nascente).

Rá Horus
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A pedra e a argila se impuseram definitivamente sobre a madeira,
somente utilizadas nos andaimes.

A pedra utilizada nos templos e nos túmulos era a pedra de grés ou


calcária.

Nas residências, nos palácios e nas construções militares eram


utilizados os tijolos de argila misturados com palha e secos ao sol.

Os tijolos eram unidos por meio de argamassa de argila ou areia


fina. Nunca foram cozidos, mas eram usados apenas depois de
completamente secos.
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Nas grandes construções, como as pirâmides e certos templos,


os andaimes eram substituídos por enormes rampas de terra
ou tijolo que eram retiradas depois de pronta a obra.

A pedra era aparelhada somente na parte que era visível,


e usada em vários tamanhos conforme a necessidade estática.

Às vezes utilizavam monolitos de mais de 70 toneladas.

A alvenaria de pedra era do tipo "pedra seca". As fundações eram


pouco profundas, repousando sobre um compacto leito de areia.
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A elevação e o transporte das grandes massas de pedra,
eram feitos com o emprego de alavancas (ascensão)
e de rampas (deslizamento).

Os obeliscos eram transportados através do Nilo,


presos a duas ou mais barcas, e mergulhados na água,
o que reduzia consideravelmente o seu peso.
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A arquitetura deste povo é inegavelmente única em relação às
características plásticas.
Nos túmulos e templos, ela ostenta um caráter eminentemente
grandioso, monumental, rica, maciça e austera.
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Os túmulos e templos, eram sobretudo de três tipos:
As mastabas, as pirâmides e os hipogeus.

Pirâmides Mastaba
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A mastaba era um tipo de túmulo que copiava fielmente a casa de
residência egípcia. Retangulares ou quadradas, eram todas muito
sólidas. Possuem três câmaras, sendo a entrada da mortuária
disfarçada.

Mastaba de
Meidum
Mastaba de Sakkara
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Se construirmos várias mastabas sobrepostas, teremos como
resultado uma pirâmide escalonada, como a de Zoser, faraó da
Terceira Dinastia, vivia também em Sakkara, o qual contratou
Imhotep para construir sua tumba, o que passou a ser um costume,
sendo que o faraó viveria para sempre em sua tumba (casa eterna).

Pirâmide
escalonadade
Zoser.
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Por evolução desta pirâmide escalona surgiu a pirâmide equilátera
clássica, por volta da Quarta Dinastia, as pirâmides de Gizeh,
localizadas em Mênfis, entre as quais se sobressaem as de Quéops,
Quéfren e Miquerinos.

A maior delas, com 160 m de altura é chamada de a Grande


Pirâmide, e foi construída cerca de 2550 a.C. para Queóps.

A Grande Pirâmide de Quéops possui originalmente cerca de 160


metros de altura e 230 metros de lado e está com suas faces
voltadas para os quatro pontos cardeais.
Fotografia aérea das Pirâmides de Gizé a partir do balão de Eduard Spelterini, em 21 de novembro de 1904.
Começando por seu interior ela foi construída com blocos de pedra
calcária, sendo que a camada externa das pirâmides foi revestida
com uma camada protetora de pedras vindas das pedreiras de Tura,
que são polidas e tem um brilho distinto.
Foram necessários 30.000 trabalhadores por mais de 50 anos para
construir a Grande Pirâmide, foram usados aproximadamente dois
milhões e trezentos mil blocos de pedra na sua construção cada qual
pesando em média duas toneladas e meia.
1. Entrada original, na face Norte,
atualmente obstruída.
2. Acesso atual, mandado abrir
por Al-Mamun.
3. Blocos de granito, selando o
acesso à passagem superior.
4. Passagem descendente até à
Câmara subterrânea.
5. Câmara subterrânea.
6. Passagem ascendente de
acesso à Grande Galeria.
7. Câmara da Rainha.
8. Passagem horizontal para a
Câmara da Rainha.
9. Grande Galeria.
10. Câmara do Rei e Canais de
ventilação.
11. Passagem horizontal para a
Câmara do Rei.
12. Passagem que comunica a
Grande Galeria com a Câmara
subterrânea.

Esquema da seção Sul-Norte do interior da Pirâmide de Quéops.


Estrutura interna
Pirâmide de Quéops.
Existem muitas idéias diferentes sobre o modo de construção daquela
pirâmide. Muito provavelmente os pesados blocos eram colocados
sobre trenós de madeira e arrastados sobre uma longa rampa. Enquanto
a pirâmide ficava mais alta, a rampa ficava mais longa, para manter o
nível de inclinação igual.
Mas uma outra teoria é a de que uma rampa envolvia a pirâmide, como
uma escada em espiral.
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A maior e mais famosa é a esfinge de Gizé, Sesheps, e possui um
pequeno templo entre suas patas. O rosto daquela esfinge é
considerada como a cabeça do faraó, que dataria sua construção da
quarta dinastia.
Outras esfinges egípcias famosas incluem a esfinge de alabastro de
Mênfis, hoje localizada dentro do museu ao ar livre naquele local, e as
esfinges com cabeça de ovelha representando o deus Amon, em Tebas,
de que havia originalmente cerca de novecentas destas estátuas.
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Como todas as pirâmides, cada uma faz parte de um importante
complexo que compreende um templo, uma rampa, um templo
funerário e as pirâmides menores das rainhas, todo cercado de
túmulos (mastabas) dos sacerdotes e pessoas do governo, uma
autêntica cidade para os mortos.
Complexo Funerário de Gizé.
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Mais tarde, no Novo Império se abandona a pirâmide e aparece o
costume de enterrar os faraós em complexos que são uma mescla
de tumbas e de templos, os hipogeus. Que nada mais são do que
sepulcros escavados na rocha. Compõem-se de um pórtico que dá
para a câmara de oferendas que por sua vez se liga a câmara
mortuária. Os corredores e câmaras são decoradas com relevos
pintados que se repetem indefinidamente as fórmulas do Livro dos
Mortos.
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Todo egípcio queria residir após sua morte às margens do Nilo,
por isso os Hipogeus mais importantes estão no Vale dos Reis, em
Tebas. Entre eles estão as tumbas de Ramsés, Seti, Tutmosis,
Tutankamón, Nefertiti, Hatsehpsut, etc.

Vale dos Reis, em Tebas.


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O esquema dos hipogeus geralmente é o mesmo em todos. Uma série
de corredores e escadas que conduzem ao vestíbulo e a câmara do
sarcófago, sendo cercado por quatro unidades que utilizadas para
abrigar o equipamento funerário. São galerias enormes, algumas com
mais de 100 metros, levando-nos às áreas apoiados em colunas e
decorados com pinturas e esculturas.
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Os templos egípcios não eram utilizados para preces comuns ou
rituais públicos, mas para rituais misteriosos e desfiles sacerdotais.
Possuíam, geralmente, três partes distintas: um pátio parcialmente
descoberto, repleto de colunas, uma ante-sala hipóstila e o recinto
sagrado, proibido ao povo.

Templo de Karnak.
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O templo era uma obra longa. Sua construção levava às vezes
centenas de anos para ser concluída. Outra característica marcante
nos templos do Vale do Nilo era a sua policromia interior.

Esses desenhos narravam de maneira singela a história do templo e


dos deuses em homenagem aos quais ele tinha sido construído, a
vida dos faraós e seus construtores, e das pessoas que colaboraram
para a sua realização.

Os obeliscos eram pilastras decorativas que serviam como marcos


históricos. Compunham-se de um vasto monólito, prismático de
base quadrangular, encontrados nas entradas de alguns templos.
Um dos mais famosos é o Templo de Karnak, que designa o
templo principal destinado ao Deus Amon-Rá.
Foi iniciado por volta de 2200 a.C. e terminado por volta de 360 a.C. O
Templo de Karnak , era o principal local de culto aos deuses de Tebas.
A construção mais importante do conjunto de Karnak é o grande templo
de Amon-Rá.
O grande eixo este-oeste é balizado por uma série de pátios e pilares.
Medindo 103m de largura por 52m de profundidade, a célebre sala
hipóstila possui uma verdadeira floresta de 134 colossais colunas em
forma de enormes papiros. Com 21m de altura e diâmetro de 4m, essas
colunas não dão, apesar de maciças, impressão de peso.
Numerosos edifícios secundários completam o grande templo de Amon-
Rá: capelas de Osíris, templo de Ptah, templo de Opeth etc.
Esfinges de pedra, ao longo do eixo principal, parecem guardar as ruínas
em meio ao deserto.
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As residências privadas eram de alvenaria de tijolos e teto plano
com terraço, as janelas eram invariavelmente abertas para um pátio
ou jardim interno.
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As defesas militares eram construídas em planaltos de quase vinte
metros de altura. Eram edificados de tijolos crus e as suas paredes
atingiam dez metros de espessura e eram dotadas de vigas e outros
elementos estruturais embutidos na alvenaria.

Sakkara , primeira
necrópole de pedra
do Egito, guarda nas
suas muralhas o
formato do antigo
Palácio de Memphis.

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