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Intervenção em Saúde Pública

TRANSPLANTES
I. Introdução
• TRANSPLANTE? MAS AFINAL, O QUE É? E QUAL É A FUNÇÃO DA
PSICOLOGIA DESEMPENHADA NESTE PROCESSO?
O transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão
(coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma
pessoa doente (receptor), por outro órgão ou tecido normal de um doador vivo ou morto.
• COMO É A LEI DOS TRANSPLANTES?
A legislação em vigor determina que a família será a responsável pela decisão final,
não tendo mais valor a informação de doador ou não doador de órgãos, registrada no
documento de identidade.
• QUAIS ORGÃOS E TECIDOS PODEM SER OBTIDOS DE UM DOADOR
VIVO?
Um dos rins, parte do fígado, parte da medula e parte dos pulmões.

• QUEM PODE DOAR EM VIDA?


O médico deverá avaliar a história clínica da pessoa e as doenças prévias. A
compatibilidade sanguínea é primordial em todos os casos. Há também testes
especiais para selecionar o doador que apresenta maior chance de sucesso.
• QUAIS SÃO OS ORGÃOS E TECIDOS QUE PODEM SER DOADOS DE
UM DOADOR NÃO VIVO?

Órgãos: rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino. 


Tecidos: córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, veias e artérias.

• QUEM RECEBE OS ORGÃOS E TECIDOS DOADOS?


Após efetivada a doação, a Central de Transplantes do Estado é comunicada e
através do seu registro de lista de espera seleciona seus receptores mais compatíveis.
CIHDOTT:
Comissões Intra-
Hospitalares de Doação
de Órgãos e Tecidos
para transplantes
Incidência

• O Brasil é o país com maior abertura das famílias para o transplante. Em


2014 constaram 58% de famílias que foram favoráveis ao procedimento.
• A lista de espera em 2010 estava em 59728 pessoas, número que foi
reduzido significativamente, no ano de 2014, para 38350.
• Foram realizados neste mesmo período 23226 transplantes em nossa
nação.
Incidência

• Dentre eles contasse com 7.669 transplantes de órgãos sólidos, 13.456 de córnea
e 2.076 de medula óssea.

• O transplante de coração teve aumento de 85% (passando de 167 para 309) se


comparado com 2010, seguido por fígado 26% (passando de 1.404 para 1.769) e
medula óssea 22,5% (passando de 1.695 para 2.076).

• Nesse ano de 2016 o Ceará foi responsável por 406 transplantes.


Tipos de órgãos que podem ser transplantados

Os transplantes mais realizados no mundo são os de medula óssea, rim,

fígado, coração, pulmão e pâncreas. Podem ser também utilizados

intestinos, córneas, pele, osso, válvulas cardíacas e tendões.


As doenças mais relacionadas à necessidade de um transplante são: alcoolismo (transplante de

fígado em pacientes que estão abstêmios há meses), cardiopatias (transplante de coração), cirrose

(transplante de fígado), complicações por diabetes (transplante de rim e transplante de pâncreas),

diabetes (transplante de pâncreas), doença arterial coronária (transplante de coração), doença

cardíaca coronária (transplante de coração), doença de chagas (transplante de coração), doença

hepática (transplante de fígado), doenças pulmonares (transplante de pulmão), doença pulmonar

obstrutiva crônica (DPOC), fibrose cística (transplante de fígado), Hepatite C (transplante de

fígado), insuficiência renal (transplante de rim), leucemia (transplante de medula óssea), linfoma

Hodgkin (transplante de medula óssea), linfoma não-Hodgkin (transplante de medula óssea).


II. Papel do Psicólogo no processo de Transplante;

• Atendimento ao paciente
• Atendimento ao cuidador
• Avaliação psicológica
Avaliação Psicológica

• Identificação • Aspectos psicológicos

• Estrutura e dinâmica familiar • Perfil psicológico

• Compreensão e postura frete a doença • Demanda psicológica reativa

• Adesão de tratamento • Conhecimento sobre o transplante

• Aspectos psiquiátricos • Parecer

• Hábitos e estilos de vida


Atendimento ao Paciente

Internamento Ambulatorial
Transplante

• Atendimento pós-cirúrgico • Orientações para a alta


• Interno • Aderência ao tratamento
• Ambulatorial • Retomada a vida
Atuação e Vínculo

Psicólogo no processo
ORIENTEÇÃO de Transplante VÍNCULO

RESIDENTE PACIENTE

ATUAÇÃO
III. Aspecto Biopsicossocial; Diferentes Transplantes


Doador vivo


Doador familiar/amigo


Doador cadáver
Doador e Receptor


Motivações ●
Aspectos negativos

Fantasias ●
Aspectos positivos

Família
Aspectos psicosociais

• Pós-Transplante ●
Ansiedade


Depressão ●
Medos


Isolamento ●
Fantasias


Culpa

• Pré-Transplante
Apresentação do caso

Dados de identificação
L.A.S, do sexo feminino, procedente de Mossoró/RN, é o 5ª rebento de uma
prole de oito (idades: 30 , 29, 28, 24, 22, 21, 20, 18 anos). Nasceu em
23.08.78. Fez transplante com doador vivo, o irmão, dois anos mais novo.
• Metodologia

• O foco para esse estudo de caso foi o processo emocional pelo qual passou
o paciente renal crônico diante do transplante: ela, o doador e a família.

• Para descrição do caso, são utilizados nomes fictícios para o doador, o


receptor e seus familiares, respeitando o anonimato: Maria é a receptora,
José é o doador, a mãe de Maria é Clara, e sua irmã é Júlia.
Os atendimentos ocorreram da seguinte forma:

• individual - realizado no início do processo, com Maria (receptora) e José (doador), para
investigar melhor os conflitos como também para a elaboração das emoções e expectativas
mútuas diante do processo da doação/recepção;

• em dupla com José e Maria - quando ficou explícito o conflito entre eles, momento em que
foi focalizada para Maria e José a importância de serem expostas suas dúvidas, angústias,
expectativas e fantasias, um diante do outro, relativas à doação e ao pós-transplante;

• a família (mãe e irmã) - no dia anterior ao transplante, com esclarecimentos e facilitando a


elaboração das fantasias relativas ao processo do transplante e às limitações e autonomia do
paciente renal crônico.
Aspectos psicológicos e dificuldades 

Receptor
• Fantasias
Doador
• Medos
• Conflitos: rejeição da irmã quando
• Sentimento de culpa
criança, sensação de rejeição da irmã por
• Pressão interna em não querer aceitar o
seu rim
rim do irmão
• Relação com mãe e demais membros
• Pressão familiar
• Mediação psicológica entre doador e
receptor/ receptor e família
Intervenções Realizadas no Caso Clínico

• O psicólogo hospitalar deve voltar sua atenção às relações entre o paciente, a família e a
equipe multiprofissional, dentro de uma fragilidade física e um espaço de tempo muito
breve.

• Os recursos utilizados pelo psicólogo estão fundamentados na abordagem sistêmica


familiar, na teoria de crise e na técnica de psicoterapia breve de apoio.

• Abordagem Sistêmica Familiar: importância da comunicação.


Intervenções Realizadas no Caso Clínico

• Teoria de Crise: estão de perturbação psíquica.


• Psicoterapia Breve de Apoio (PBA): modificação dos pontos de urgência.
• O acompanhamento psicológico foi realizado com todos os envolvidos no processo
emocional: doador, receptor e família. O psicólogo deve investigar os sentimentos e fantasias
quanto ao transplante, esclarecer quanto ao processo cirúrgico, recuperação e limitações, além
de uma preparação para uma possível rejeição do órgão por parte do receptor.

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