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ESTRUTURA

CRISTALINA
Continuação
A ESTRUTURA CRISTALINA CÚBICA DE
CORPO CENTRADO

Outro tipo comum de estrutura cristalina encontrada em metais também possui uma célula
unitária cúbica, com átomos localizados em todos os oito vértices e um único átomo localizado no
centro do cubo. Esta é conhecida por estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC). O
cromo, o ferro, o tungstênio, bem como diversos outros, exibem estrutura cristalina do tipo CCC.
Dois átomos estão associados a cada célula unitária CCC: o equivalente a um átomo, distribuído
entre os oito vértices, onde cada átomo em um vértice é compartilhado por oito células unitárias,
e o único átomo do centro, que está totalmente contido dentro da sua célula. Além disso, as
posições atômicas central e no vértice são equivalentes. O número de coordenação para a
estrutura cristalina CCC é 8; cada átomo central possui como vizinhos mais próximos os seus oito
átomos localizados nos vértices do cubo. Uma vez que o número de coordenação é menor na CCC
do que na CFC, o fator de empacotamento atômico na CCC também é menor do que na CFC,
sendo de 0,68, contra 0,74 na CFC.
A ESTRUTURA CRISTALINA HEXAGONAL
COMPACTA
Nem todos os metais possuem células unitárias com simetria cúbica. A última estrutura cristalina
comumente encontrada nos metais que vamos discutir possui uma célula unitária com o formato
hexagonal.

As faces superior e inferior da célula unitária são compostas por seis átomos que formam
hexágonos regulares e que se encontram em torno de um único átomo no centro. Um outro
plano que fornece três átomos adicionais para a célula unitária está localizado entre os planos
superior e inferior. Os átomos nesse plano intermediário possuem como vizinhos mais próximos
os átomos em ambos os planos adjacentes. O equivalente a seis átomos está contido em cada
célula unitária; um sexto de cada um dos 12 átomos localizado nos vértices das faces superior e
inferior, metade de cada um dos dois átomos centrais localizados nas faces superior e inferior, e
todos os três átomos interiores no plano intermediário. O número de coordenação e o fator de
empacotamento atômico para a estrutura cristalina HC são os mesmos que para a estrutura CFC,
ou seja: 12 e 0,74, respectivamente. Os metais HC são cádmio, magnésio, titânio e zinco.
Estrutura cristalina do Ferro

Ferro alfa/delta (Fe- e Fe-) – Cúbico de CORPO centrado (CCC)

1 átomo inteiro
1/8 de átomo
Numa célula unitária temos: 1 atomo + 8(1/8) = 2 átomos
Estrutura cristalina do Ferro

Ferro gama (Fe-) – Cúbico de FACE centrada (CFC)

1/2 átomo
Célula unitária
1/8 de átomo

Numa célula unitária temos: 6(1/2) átomo + 8(1/8) = 4 átomos


ESTRUTURA CRISTALINA HEXAGONAL COMPACTA

Numa célula unitária temos: 12(1/6) átomo + 2(1/2) átomos + 3 átomos = 6 átomos
Estrutura cristalina do Ferro

Polimorfismo do Ferro
Estrutura cristalina do Ferro - Nomenclatura

Ferro alfa ou delta


Fe -  ou Fe - 
Ferro (CCC)
FERRITA

Ferro gama
Fe - 
Ferro (CFC)
AUSTENITA
PROBLEMA-EXEMPLO 1
Calcule o volume de uma célula unitária CFC em termos do
raio atômico R.

SOLUÇÃO
Na célula unitária CFC ilustrada
PROBLEMA-EXEMPLO 2
Mostre que o fator de empacotamento atômico para a estrutura cristalina CFC é de
0,74.

OBS: O FEA é definido como sendo a fração do volume que corresponde às esferas sólidas em uma célula
unitária

FEA = VOLUME DE ATOMOS EM UMA CELULA UNITARIA


VOLUME TOTAL DA CELULA UNITARIA

V esfera = (4/3) π R³
MATERIAIS CRISTALINOS E
NÃO-CRISTALINOS

Para um sólido cristalino, quando o arranjo periódico e repetido de átomos é perfeito ou se estende
ao longo da totalidade da amostra, sem interrupção, o resultado é um monocristal.

Todas as células unitárias se ligam da mesma maneira e possuem a mesma orientação. Os


monocristais existem na natureza, mas também podem ser produzidos artificialmente.

Quando se deixa crescerem as extremidades de um monocristal, sem qualquer restrição externa, o


cristal irá assumir uma forma geométrica regular, possuindo faces planas, como acontece com algumas
pedras preciosas; a forma é um indicativo da estrutura do cristal.
MATERIAIS POLICRISTALINOS

A maioria dos sólidos cristalinos é composta por uma coleção de muitos cristais
pequenos ou grãos; tais materiais são chamados policristalinos.

Inicialmente, pequenos cristais ou núcleos se formam em várias posições. Estes possuem


orientações cristalográficas aleatórias, conforme está indicado pelos retículos quadrados. Os
pequenos grãos crescem mediante a adição sucessiva de átomos, vindos do líquido circunvizinho,
à estrutura de cada um deles.
As extremidades de grãos adjacentes se chocam umas com as outras à medida que o processo de
solidificação se aproxima de seu término.

Além disso, existem algumas más combinações atômicas dentro da região onde dois grãos se
encontram; esta área, chamada de contorno do grão.
ANISOTROPIA
As propriedades físicas dos monocristais de algumas substâncias dependem da direção cristalográfica na qual
as medições são tomadas. Ex: condutividade, plasticidade, modulo de elasticidade, etc.

Esta direcionalidade das propriedades é conhecida por anisotropia, e está associada à diferença do
espaçamento atômico ou iônico em função da direção cristalográfica.

As substâncias nas quais as propriedades medidas são independentes da direção são conhecidas por
isotrópicas.

A extensão e a magnitude dos efeitos da anisotropia em materiais cristalinos são funções da simetria da
estrutura cristalina; o grau de anisotropia aumenta em função da diminuição da simetria estrutural .
1A
Conceito de Isotropia = a grandeza
da propriedade continua igual
independente direção de
propagação

1A 1A

1A
1A
Conceito de Anisotropia = a
grandeza da propriedade é desigual
em cada mudança de direção de
propagação.

1A 1A

0,5 A
Imperfeições em Sólidos

Até agora tem sido admitido tacitamente que, em uma escala atômica, existe uma ordem perfeita ao
longo da totalidade da extensão dos materiais cristalinos. Contudo, esse tipo de sólido idealizado
não existe; todos os materiais contêm grandes números de uma variedade de defeitos ou
imperfeições. Na realidade, muitas das propriedades dos materiais são profundamente sensíveis a
desvios da perfeição cristalina; a influência não é sempre adversa, e com frequência características
específicas são deliberadamente moldadas pela introdução de quantidades ou números controlados
de defeitos específicos.

Por "defeito cristalino" designamos uma irregularidade na rede cristalina com uma ou mais das suas
dimensões na ordem de um diâmetro atômico.

A classificação de imperfeições cristalinas é feita frequentemente de acordo com a geometria ou


dimensionalidade do defeito. Vários tipos diferentes de imperfeições são discutidos neste estudo ,
incluindo os defeitos pontuais
(aqueles associados com uma ou duas posições atômicas), os defeitos lineares (ou unidimensionais),
assim como os defeitos interfaciais, ou contornos, que são bidimensionais. As impurezas nos sólidos
também são discutidas, uma vez que os átomos de impurezas podem existir como defeitos pontuais.
DEFEITOS PONTUAIS

LACUNAS E AUTO-INTERSTICIAIS

O mais simples dos defeitos pontuais é a lacuna, ou sítio vago da rede cristalina, onde um sítio que
normalmente deveria estar ocupado está com um átomo faltando. Todos os sólidos cristalinos
contêm lacunas. Na realidade, não é possível criar um material que esteja isento desse tipo de
defeito. A necessidade da existência de lacunas é explicada utilizando-se os princípios da
termodinâmica; essencialmente, a presença de lacunas aumenta a entropia (isto é, aleatoriedade) do
cristal.
Um auto-intersticial é um átomo do cristal que se encontra imprimido no interior de um sítio
intersticial, um pequeno espaço que sob circunstâncias ordinárias não é ocupado. Em metais, um -
auto-intersticial introduz distorções relativamente grandes na redes cristalina circunvizinha, pois o
átomo é substancialmente maior do que a posição intersticial na qual ele está situado.
Consequentemente, a formação desse defeito não é muito provável, e ele existe somente em
concentrações muito reduzidas, que são significativamente menores do que aquelas exibidas pelas
lacunas.
IMPUREZAS EM SÓLIDOS

Um metal puro que consista em apenas um tipo de átomo é simplesmente impossível; impurezas ou
átomos estranhos estarão sempre presentes, e alguns irão existir como defeitos cristalinos pontuais.

Na realidade, mesmo com técnicas relativamente sofisticadas, é difícil refinar metais até uma pureza que
seja superior a 99,9999%.

Os metais mais familiares não são altamente puros; ao contrário, eles são ligas, nas quais os átomos
de impurezas foram adicionados intencionalmente para conferir características específicas ao
material.
Por exemplo, a prata de lei é uma liga composta por 92,5% de prata e 7,5% de cobre. Em condições
de ambiente normais, a prata pura é altamente resistente à corrosão, mas também é muito macia. A
formação de uma liga com o cobre aumenta significativamente a resistência mecânica, sem diminuir
em quantidade apreciável a resistência à corrosão.

A adição de átomos de impurezas a um metal irá resultar na formação de uma solução sólida e/ou uma
nova segunda fase, dependendo dos tipos de impurezas, de suas concentrações, e da temperatura da
liga.
Solvente
Representa o elemento ou composto que está presente em maior
quantidade;
Ocasionalmente, os átomos de solvente são também chamados de átomos
hospedeiros.

Soluto
O termo usado para indicar um elemento ou composto que está presente
em menor concentração.
SOLUÇÕES SÓLIDAS

Uma solução sólida se forma quando, à medida que os átomos do soluto são adicionados
ao material hospedeiro, a estrutura cristalina é mantida, e nenhuma nova estrutura é
formada.

Talvez seja útil desenvolver uma analogia com uma solução líquida. Se dois líquidos solúveis um
no outro (como a água e o álcool) são combinados, forma-se uma solução líquida à medida que as
moléculas se misturam, e a sua composição se mantém homogênea ao longo de toda a sua
extensão. Uma solução sólida também é homogênea em termos de composição; os átomos de
impurezas estão distribuídos aleatoriamente e uniformemente no interior do sólido.
Defeitos pontuais devidos à presença de impurezas são encontrados em soluções sólidas, e eles podem
ser de dois tipos:
substitucional e intersticial.

No caso dos defeitos substitucionais, os átomos do soluto ou átomos de impurezas tomam o lugar dos
átomos hospedeiros ou os substituem .
Há dois tipos de soluções sólidas:

a) Solução sólida substitucional b) Solução sólida intersticial


 os átomos dos elementos ® os elementos em solução
químicos minoritários (do ocupam os interstícios da
elemento de liga) ocupam rede cristalina do elemento
posições regulares da rede majoritário
cristalina do elemento
Fatores que contribuem para haver a dissolução do soluto
no solvente:
1. Fator do tamanho atômico. Quantidades apreciáveis de um soluto podem ser
acomodadas neste tipo de solução sólida somente quando a diferença entre os raios
atômicos dos dois tipos de átomos é menor do que aproximadamente ±15%. De outra
forma, os átomos do soluto irão criar distorções substanciais na rede cristalina e uma
nova fase irá se formar.

2. Estrutura cristalina. Para que a solubilidade dos sólidos seja apreciável, as


estruturas cristalinas para os metais de ambos os tipos de átomos devem ser as mesmas.

3. Eletronegatividade. Quanto mais eletropositivo for um elemento e mais


eletronegativo for o outro, maior é a temdência de que eles venham a formar um
composto intermetálico em lugar de uma solução sólida substitucional.

4. Valências. Sendo iguais todos os demais fatores, um metal terá uma maior tendência
de dissolver um outro metal de maior valência do que um de menor valência.

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