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DIVISÃO DE ENGENHARIA

CURSO DE ENGENHARIA DE PROCESSAMENTO MINERAL- III ANO- I SEMESTRE

Cadeira: Geologia Metalurgica

Tema: Falar sobre grafite

ESTUDANTE: DOCENTE:
Edissone Languitone MSc: Gilberto Rogaciano Goba Sabonete

Tete , Março de 2024


Índice
1. Introdução ................................................................................................................ 1

2. Mineralogia e Geologia de grafite .......................................................................... 2

2.1. Mineralogia....................................................................................................... 2

2.1.1. Características físicas ............................................................................... 3

2.2. Geologia de grafite ........................................................................................... 3

3. Lavra e Processamento ........................................................................................... 4

3.1. Lavra ................................................................................................................. 4

3.2. Processamento de grafite ................................................................................. 5

4. Uso e Funções de grafite ......................................................................................... 5

5. Ocorrências de grafite em Moçambique ............................................................... 5

6. Conclusão ................................................................................................................. 6

7. Referencias Bibliográficas ...................................................................................... 7


1. Introdução

Grafite (ou, raramente, grafita) é um mineral, um dos alótropos do carbono.

Ao contrário do diamante, a grafite é um condutor eléctrico. Por isso possui aplicações


em electrónica, como em eléctrodos e baterias. Em razão do seu alto ponto de fusão,
também possui aplicações como material refractário, como em cadinhos de fundição de
aço.

O grafite pode ser dissolvida em ácido clorossulfúrico. Grafite ou chumbo negro ou


plumbagina, o grafite tem múltiplas e importantes aplicações industriais, embora seja
mais conhecida popularmente por sua utilização como mina do lápis. Grafite
corresponde a uma das quatro formas alotrópicas do carbono. As outras são o diamante,
o fulereno e o grafeno. Cristaliza-se no sistema hexagonal regular com simetria
rômbica. Em geral, seus cristais são tubulares, de contorno hexagonal e plano basal bem
desenvolvido. O grafite apresenta-se, habitualmente, sob a forma de massas laminadas
ou escamosas, radiadas ou granulosas. O grafite é composta por infinitas camadas de
átomos de carbono hibridizados em sp². Em cada camada, chamada de folha de grafeno,
um átomo de carbono se liga a três outros átomos, formando um arranjo planar de
hexágonos fundidos. O orbital 2pz, não hibridizados, que acomoda o quarto electrão,
forma um orbital deslocalizado com simetria. Uma interação de van der Waals fraca
mantém as folhas de grafeno unidas, a uma distância de 3,354 angstroms. A forma mais
comum de grafite, é a hexagonal, em uma arrumação ABAB. Porém, o mesmo pode ser
encontrado em uma outra forma, menos comum do que a primeira, conhecido como
grafite romboédrica, que apresenta uma arrumação ABCABC.

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2. Mineralogia e Geologia de grafite
2.1. Mineralogia

As principais características da grafite são sua capacidade de conduzir electricidade e


calor, que ocorre devido a deslocalização de seus electrões, e sua propriedade
lubrificante, que se dá devido a sua estrutura em camadas ligadas por interacções fracas
de van der Waals.

Essas camadas podem deslizar uma sobre a outra. A rotação ou translação de camadas
adjacentes de grafite pode levar a variações no espaço intercamadas, que se torna maior
do que o normal. Esse fenómeno leva a uma estrutura conhecida como grafite
turbostática.

Outra forma conhecida da grafite, é a pirolítica (ingl.: Highly ordered pyrolytic graphite
or highly oriented pyrolytic graphite — HOPG), uma grafite artificial policristalina,
obtida por pirólise de um gás contendo carbono, submetido a temperatura superior a 2
000 °C. Mineral de variadas propriedades físicas, a grafita tem numerosas aplicações
industriais.

É mole, facilmente desgastável, untuosa e de boa condutibilidade eléctrica. O grafite


natural encontra-se em três formas, que determinam o emprego industrial: amorfa,
cristalina e em lâminas. A grafite amorfa formou-se por intrusões ígneas em leitos de
carvão, que se calcinou, convertendo-se em grafita, cuja pureza raramente é superior a
85%.

A forma cristalina ocorre em grupos maciços de cristais de brilho argênteo e sua pureza
supera 99%. O grafite em escamas, a mais rara e em alguns casos a mais valiosa,
encontra-se disseminada em rochas que experimentaram alto grau de metamorfismo
local. Nessas formas, o enxofre é escasso ou se acha ausente.

A condutividade e outras características físicas da grafite, como plano de clivagem e


características lubrificantes se devem ao arranjo dos átomos no material, formando
estruturas em forma de folhas, atraídas por ligações fracas (forças de Van der Waals).
Nas "folhas", os átomos estão organizados como hexágonos, à semelhança dos favos de
uma colmeia, onde cada átomo de carbono ocupa um vértice. Como nesta estrutura cada
carbono se liga a outros três átomos, "sobra" uma ligação para cada átomo. Esses

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electrões formam uma grande ligação "deslocalizada" entre os átomos de carbono,
semelhante a uma ligação metálica. A condutividade se dá ao longo da folha, de forma
que, no sólido, há variação da condutividade, dependendo da posição em que esta é
medida ao longo do sólido (mais alta ao longo das folhas e menor perpendicularmente a
estas). O acoplamento frouxo entre as folhas na grafite contribui para uma outra
propriedade industrial importante: o pó da grafite é usado como um lubrificante seco.
Os estudos recentes sugerem que um efeito chamado superlubrificação pode também
esclarecer este efeito.

2.1.1. Características físicas

 Brilho metálico, às vezes terroso.

 Dureza 1 - 2.

 Fractura porosa.

 Cor preta.

 Transparência opaco.

 Sistema cristalino é hexagonal; 6/m 2/m 2/m.

 Hábito cristalino: inclui grandes veios lamelares em certos terrenos, e grânulos em


rochas metamórficas.

 Densidade entre 2,09 – 2,23 g/cm3.

 Clivagem é perfeita em uma direcção.

 Traço é cinza escuro ou castanho-escuro Os melhores indicadores do campo são


maciez, lustro, densidade e traço.

2.2. Geologia de grafite

A formação do grafite ocorre principalmente em condições de alta temperatura e


pressão, geralmente associadas a processos de metamorfismo regional. O grafite é
frequentemente derivado da transformação de matéria orgânica, como o carvão, que
passa por metamorfismo sob condições específicas. Durante esse processo, os átomos
de carbono se rearranjam em uma estrutura cristalina de camadas hexagonais, que é
característica do grafite. Essas camadas se empilham umas sobre as outras, permitindo a

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formação de folhas de grafite que são deslizantes e lubrificantes. A formação do grafite
pode ser influenciada por factores como a composição química da rocha mãe, a
temperatura, a pressão e o tempo de exposição a essas condições

O grafite corresponde a uma das quatro formas alotrópicas do carbono. As outras são o
diamante, o fulereno e o grafeno. Cristaliza-se no sistema hexagonal regular com
simetria rômbica. Em geral, seus cristais são tubulares, de contorno hexagonal e plano
basal bem desenvolvido. O grafite apresenta-se, habitualmente, sob a forma de massas
laminadas ou escamosas, radiadas ou granulosas. O grafite é composta por infinitas
camadas de átomos de carbono hibridizados. Em cada camada, chamada de folha de
grafeno, um átomo de carbono se liga a três outros átomos, formando um arranjo planar
de hexágonos fundidos.

3. Lavra e Processamento
3.1. Lavra

O minério de grafite é extraído em minas de céu aberto ou subterrâneas, podendo ser de


fácil extração ou exigir o uso de explosivos para desmonte. O minério, após extraído, é
transportado para plantas de concentração. Vide a figura.

Figura 1: Ilustração da mina de grafite a céu aberto

Fonte: Autor

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3.2. Processamento de grafite

Concentração mecânica, o minério é submetido a sucessivas moagens e a um processo


de separação mecânica (por flotação) das impurezas presentes no grafite.

A concentração mecânica visa a máxima recuperação da grafite presente no minério,


preservando suas características físicas. Nesse processo atingem-se teores de 75% a
98% de grafite. Concentração química - Para obter-se grafite com altos teores (acima de
98%) utiliza-se a concentração química para remoção das impurezas remanescentes na
grafite previamente concentrada mecanicamente. Com este processo atingem-se teores
de 99,8% de grafite. Classificação - Técnicas de peneiramento são utilizadas para
classificar as partículas da grafite concentrada, atingindo a distribuição granulométrica
desejada para cada aplicação na indústria. Moagem – Para produção de pó de grafite
muito fino (abaixo de 75 micra), moinhos pendulares de jato e martelo moem a grafite
concentrada, até que as partículas atinjam o tamanho desejado. As partículas moídas são
classificadas, possibilitando controlar a distribuição granulométrica do produto gerado.
Os diferentes métodos de moagem e classificação permitem formatar a partícula, dando
à grafite características distintas de densidade para superfícies específicas.

4. Uso e Funções de grafite

O grafite é utilizado em diversas aplicações na indústria, sendo as principais: tijolos e


peças refractárias, cátodo de baterias alcalinas, aditivo na recarburação do ferro e do
aço, lubrificantes sólidos ou à base de óleo e água, escovas de motores eléctricos, minas
de lápis e lapiseiras, gaxetas de vedação, etc.. O grafite é inerte, não é tóxico; ao entrar
em contacto com a pele e os olhos, deve ser lavada apenas com água e sabão.

5. Ocorrências de grafite em Moçambique

Em termos de ocorrências de grafite em Moçambique, sabe-se que as províncias de


Cabo Delgado, nos distritos de Balama, Ancuabe, Montepuez, Meluco, Macomia,
Chiure e Namuno. Na província de Nampula, o mineral grafite, abunda no distrito de
Monapo. Província de Tete, nos distritos de Marávia, Fíngoè, Tsangano e Angónia e na
província de Niassa, ocorre no distrito de Nipepe.

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6. Conclusão

Em síntese, a investigação abrangente sobre o grafite em Moçambique, desde sua


mineralogia e geologia até a lavra, processamento, uso e ocorrências, oferece uma visão
completa do potencial desse recurso no país. A análise detalhada de sua distribuição
geográfica em províncias como Cabo Delgado, Nampula, Tete e Niassa, ressalta a sua
abundância e importância econômica. O grafite, com suas diversas aplicações
industriais, incluindo na produção de baterias de íon-lítio, materiais refractários e
lubrificantes, emerge como um componente vital para o desenvolvimento industrial de
Moçambique. No entanto, para aproveitar plenamente esses benefícios, é imperativo
adoptar estratégias de exploração sustentável e gestão responsável, garantindo tanto a
maximização dos ganhos econômicos quanto a preservação ambiental a longo prazo. A
integração de políticas que promovam a sustentabilidade e o desenvolvimento
socioeconómico equitativo é essencial para garantir que o grafite de Moçambique
contribua positivamente para o crescimento do país e o bem-estar de sua população,
agora e no futuro.

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7. Referencias Bibliográficas

«UOL Dicionário Houaiss». houaiss.uol.com.br. Consultado em 12 de dezembro de


2015 .

DicionarioeGramatica.com. Consultado em 17 de dezembro de 2024 Liquid method:


pure graphene production. Phys.org (May 30, 2010).

Carl Wilhelm Scheele. Por Anders Lundgren. Encyclopedia Britannica

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