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1. Introdução
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Como dito anteriormente, de uma maneira geral, as peças cerâmicas são conformadas a
partir de pós (ou de aglomerados de particulados) que devem ser secos e levados à
ignição (cozidos).[2] No entanto, é importante observar que a técnica de processamento
cerâmico é usada para produzir produtos comerciais que são de diferentes tamanhos,
formas, detalhes, complexidade, composição, estrutura e custos. Note que as aplicações
são diversas desde componentes cerâmicos resistentes a corrosão ou ferramentas de
corte feitas de SiC, até os produtos de cerâmica tradicional que incluem pisos, louças
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No caso das cerâmicas avançadas os materiais de partida são, em geral, matérias primas
manufaturadas que foram processadas e refinadas quimicamente para melhorar
significantemente a pureza química e melhorar as propriedades físicas do produto final.
Exemplos destes materiais de partida são: óxido de magnésio, aluminas calcinadas,
carbeto de silício, nitreto de silício, titanatos de alcalinos terrosos, zircônia estabilizada,
entre outros [3]. Neste experimento envolvendo processamento cerâmico serão
produzidos materiais à base de óxidos de alumina.
O óxido de alumínio é tido como um material liofóbico, ou seja, é um material
que possui baixa energia de interação com a água. Assim, ao adicioná-lo à água na
forma de pó, as partículas atraem-se mutuamente, resultando em uma suspensão
floculada. A floculação ocorre devido às forças de van der Waals, originadas a partir de
dipolos atômicos e moleculares existentes no material, as quais apresentam sempre
caráter atrativo4.
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Materiais de Partida
amostragem
aditivos aditivos
Mistura/moagem seco
Mistura/moagem úmido
Classificação granulométrica
Mistura e
deareação
Tratamento térmico
Figura 2: Fluxograma ilustrando os diferentes passos que podem ser realizados para o
processamento de materiais cerâmicos [adaptado Ref. 3].
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Técnicas de fabricação
O processo de colagem é usado para a obtenção de peças que não podem ser
confeccionadas em um torno, tais como, louças domésticas e peças sanitárias. Para isso,
são utilizadas suspensões de argila e/ou outros constituintes em água, suficientemente
líquida para ser vertida e que para materiais argilosos são denominadas barbotina. Este
processo consiste no derramamento desta suspensão em moldes de gesso, que absorvem
a água, formando uma camada de material entre o gesso e a suspensão, como mostra a
Figura 3 para uma suspensão argilosa. A espessura da parede depende do tempo e o
processo pode ser repetido até que a peça formada fique sólida. Ou, de outra maneira,
espera-se somente o tempo até que esta parede adquira a espessura desejada e em
seguida a suspensão excedente é vertida e obtém-se a peça a verde. Após algum tempo,
a peça fundida seca e começa a se soltar do molde de gesso, podendo assim ser
desmoldada e então podem ser feitos os acabamentos finais. O processo de colagem
resumido é representado na Figura 4.
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Na colagem a natureza da suspensão é muito importante, pois ela deve possuir alta
gravidade especifica, deve ser fluida e capaz de ser derramada. Isto depende da quantidade
sólido/água. No entanto, pós de argila e não- argilosos quando suspensos em líquido tendem
espontaneamente a se aglomerar e decantar, a menos que estes pós sejam defloculados por meio
de aditivos como, por exemplo, carbonato de sódio, silicato de sódio, borato de sódio, citrato de
sódio, entre outros.
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Figura 5A: Modelo da formação de dupla camada elétrica de uma partícula carregada
em um líquido polar e o perfil de Gouy-Chapman do potencial elétrico.
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Figura 5B: Arranjo espacial dos íons que constituem a dupla camada elétrica de uma
partícula carregada em um meio líquido [1].
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onde ρ é a massa específica do líquido. É importante observar que por sua robustez e
simplicidade de uso ele tem sido o instrumento mais utilizado em linhas de produção de
materiais cerâmicos.
Secagem e Sinterização
Após a conformação das peças cerâmicas, as mesmas, quando necessário,
passam por uma etapa de secagem para eliminar excesso de umidade e esta etapa pode
ser realizada ao ar livre ou em estufa. Este procedimento deve ser realizado lentamente,
pois a eliminação da umidade promove a contração do corpo cerâmico e se a superfície
da peça secar mais rapidamente que o interior pode resultar na formação de defeitos,
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tais como trincas na peça. Além disso, o tamanho e morfologia dos grãos, distribuição
de tamanho de partículas, o tamanho e forma da peça também vão influenciar na
contração do volume da peça como um todo.
Os materiais secos são cozidos geralmente a uma temperatura entre 900 e 1500
°C, sendo que a temperatura do tratamento térmico depende da composição e das
propriedades desejadas para a peça acabada. Este processo também é chamado de
queima e, em geral, ocorre em três estágios: a. pré-sinterização – eliminação de matéria
orgânica e gases resultantes da decomposição e ou oxidação dos componentes do
material; b. sinterização e c. resfriamento. A sinterização é o termo usado para descrever
a consolidação do produto durante a queima. Esta consolidação é a etapa na qual as
partículas do corpo cerâmico se unem para formar uma massa densa.
Existem vários tipos de materiais cerâmicos e eles podem ser constituídos de vários
elementos, com diferentes características de partículas. Por isso, durante o processo de
sinterização podem ocorrer reações químicas complexas e diferentes mecanismos de
densificação, que podem ser por: sinterização de estado sólido, sinterização de
partículas vítreas, sinterização com reação e dissolução e sinterização de fase vítrea. Na
sinterização de estado sólido inicialmente ocorre a formação de empescoçamentos ao
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longo das regiões de contato entre as partículas adjacentes. Além disso, um contorno de
grão se forma dentro de cada pescoço e cada interstício se torna um poro. Enquanto o
processo de sinterização avança, os poros se tornam menores e adquirem forma esférica.
Ao longo do processo de sinterização ocorre a redução na área superficial das partículas,
isto porque as energias de superfície são maiores em magnitude do que as energias de
contorno de grão.
Nos materiais à base de argila ocorre também a sinterização de fase vítrea ou
vitrificação, onde neste processo um dos constituintes da argila se funde com o aumento
da temperatura e flui para os contornos de grãos e preenche parte do volume dos poros.
O grau de vitrificação depende da temperatura e do tempo do processo de queima. Além
disso, a temperatura de queima pode ser alterada pela adição de materiais fundentes
como, por exemplo, o feldspato. Com o resfriamento, essa fase fundida forma uma
matriz vítrea que resulta em um corpo denso e resistente.
Objetivos do Experimento:
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Quartzo 28%
Feldspato 20%
Referências
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4 F.S. Ortega, V.C. Pandolfelli, J.A. Rodrigues, P.A. Sepulveda; Cerâmica Industrial, 2
(5/6) Setembro/Dezembro, 1997
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