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Cerâmicas Tradicionais

Argilas – azulejo
Os azulejos obtêm-se por meio do molde de uma pasta de argilas mais ou
menos puras. A argila pode ser trabalhada facilmente e, após queima, a forma
escolhida permanece e o objeto torna-se resistente, térmica e mecanicamente.
Os primeiros objetos cerâmicos foram feitos com argilas ricas em ilite, porque
as temperaturas de queima requeridas eram relativamente baixas, só
permitidas e comportáveis pelos fornos disponíveis.
As argilas podem ser divididas em grupos, considerando a sua constituição e
propriedades. Pode-se considerar uma divisão que distingue argilas puras de
impuras, tal como outra distinção que separa as argilas gordas das argilas
menos gordas, sendo que esta última diferenciação se refere à maior ou menor
plasticidade dos materiais argilosos.
A argila usada para a obtenção de azulejos pode ser branca ou vermelha,
sendo mais vulgarmente usada a branca, por possuir mais calcário o que a
torna mais resistente. O barro é apanhado nas barreiras e inserido em tanques
com água durante algum tempo para que se dê a decantação.
O azulejo é formado por duas partes independentes:
• O suporte ou placa, que constitui o corpo mais ou menos poroso do azulejo,
ao qual dá a forma e dimensões.
• E a camada do verniz, muito mais fina, formando uma película que cobre toda
a superfície da peça, formada por um esmalte especial que ao vitrificar-se se
encarrega de lhe conferir as suas principais qualidades de: impermeabilidade,
resistência ao desgaste e presença decorativa. Na construção, a sua finalidade
é a de apresentar-se como material de acabamento aplicado em revestimento
de paredes, às quais, além da contribuição estética, proporcionará proteção.
Quartzo – porcelanas
A porcelana é uma cerâmica feita com uma massa branca composta
principalmente de caulim (um tipo de argila branca e forte), combinada
com argila comum e com os minerais chamados quartzo e feldspato. Ela é
revestida por uma camada de esmalte transparente e vai ao forno a 1.450°C,
tornando-se vitrificada. A porcelana se destaca por ser impermeável e
semitransparente.
O quartzo é um material único devido a seu elevado nível de pureza de SiO2 e
suas extraordinárias propriedades mecânicas, elétricas, térmicas, químicas e
óticas.
Calcita – borracha
A calcita é um carbonato extremamente comum, muito importante como
formador de rocha e que ocorre em rochas ígneas, metamórficas e
sedimentares. É um minério importante, com centenas de usos na indústria,
como na fabricação do cimento, como carga mineral em cosméticos, tintas e
borrachas, na siderurgia, na metalurgia, na agricultura e muitas outras.
Sílica – vidro
Sílica ou óxido de silício (SiO2): É o principal componente que forma o vidro e
nada mais é do que areia. Sua quantidade percentual na fórmula do vidro
chega a, aproximadamente, 70%.
O termo sílica refere-se aos compostos de dióxido de silício, SiO2, nas suas
várias formas incluindo sílicas cristalinas; sílicas vítreas e sílicas amorfas. O
dióxido de silício, SiO2, é o composto binário de oxigênio e silício mais comum,
sendo inclusive composto dos dois elementos mais abundantes na crosta da
Terra. A sílica e seus compostos constituem cerca de 60% em peso de toda a
crosta terrestre.
Do ponto de vista físico, o vidro pode ser definido como um líquido sub-
resfriado, rígido, sem um ponto de fusão definido e com uma viscosidade
elevada. Do ponto de vista químico, o vidro é a mistura de óxidos inorgânicos
não voláteis resultantes da decomposição e da fusão, principalmente, de
compostos alcalinos, alcalinoterrosos e de areia, formando um produto final
com estrutura atômica desorganizada.

Cerâmicas Avançadas
Titanato de bário – memória de computadores
O titanato de bário (BaTiO3, BT) é um material ferroelétrico com diversas
aplicações, dentro do mercado de componentes eletrônicos, devido às
excelentes propriedades físicas que manifesta, em relação a outros sistemas
ferroelétricos, continuando a atrair durante várias décadas o interesse científico
e comercial. Dentre o grande número de trabalhos sobre o sistema BT
reportados na literatura muitos são associados à vasta gama de aplicações
para a indústria eletro-eletrônica, dentre as quais se destacam o uso em
dispositivos para capacitores, termistores, entre outros.
Novos materiais que permitem ampliar a capacidade atual de memória dos
computadores em até 250 vezes foram obtidos em pesquisa realizada no
Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica (Liec), formado por
pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Instituto de
Química da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), em Araraquara (SP).
Utilizando um método químico simples, os pesquisadores obtiveram um
material de altíssima constante dielétrica, feito de titanato de bário e chumbo. A
constante obtida tem o valor de 1.800, quase três vezes maior do que outros
materiais já conhecidos, as quais giram em torno de 700.
"A alta densidade dielétrica é necessária para manter a densidade de
armazenamento de carga dentro dos padrões exigidos para futuras gerações
de memória de acesso aleatório dinâmico (DRAM), para ter uma menor
velocidade de consumo de energia elétrica. O novo material tem
ferroeletricidade e apresenta polarização espontânea que pode ser revertida
pela aplicação de um campo elétrico externo", explica o professor Elson Longo,
diretor do Centro Muldisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais
Cerâmicos (CMDMC), um dos centros de excelência (Cepids) criados pela
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do qual o
Liec é associado.
Pó de cerâmica de titânio – capacitores cerâmicos
O capacitor de cerâmica não possui polaridade, ou seja, ele pode ser
posicionado de qualquer maneira entre os polos positivo e negativo, já que não
há diferença de tamanho nos dois eletrodos. Há também, uma capa de material
isolante, normalmente resinas, que cobrem o núcleo do componente. Esta
resina também deve ser compatível com as especificações do restante do
componente para que a temperatura de trabalho não a faça derreter ou
queimar.
Primeiramente, pó de cerâmica pura de Titânio ou de Bário principalmente, é
utilizada para a construção destes componentes. O pó de cerâmica é prensado
e comprimido para formar o dielétrico. Este dielétrico pode ser em forma de
disco ou uma pastilha retangular (são os principais formatos de capacitores
cerâmicos). Estas pastilhas vão para um forno, para um tratamento de
temperatura. Ao sair do forno, as pastilhas são inspecionadas e vão para uma
outra máquina que vaporiza Prata nas duas faces, formando assim os
eletrodos. Os dois pinos, ou melhor dizendo, os terminais, são soldados nos
eletrodos. Após isso, é dado um banho de materiais químicos para
desengordurar, tirar a contaminação para que daí possa ser aplicada a camada
de resina para isolar e reforçar o componente.
Existem também capacitores de cerâmica SMD (Surface Mounting Devices -
Dispositivo de Montagem em Superfície) que utilizam o mesmo método de
fabricação.
Os terminais dos capacitores cerâmicos SMD são pequenas chapinhas de
metal soldadas sobre o metal vaporizado.
Há também os capacitores tubulares, isto é, que utilizam um tubo de cerâmica
e com a vaporização de material metálico em suas bordas, onde é soldado o
terminais. O capacitor SMD e o tubular também recebem um isolamento de
resina, normalmente é resina de epóxi.
Referências bibliográficas
https://www.hardwarecentral.net/single-post/2018/05/23/cap-14-os-
componentes-capacitor-de-cer%C3%A2mica
https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?
artigo=010160040122&id=010160040122
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/152071/oliveira_ma_dr_ilha.
pdf?sequence=3&isAllowed=y
https://www.zirtec.com.br/a-silica/
https://escola.britannica.com.br/artigo/quartzo/626543
http://www.estt.ipt.pt/download/disciplina/2932__matcer_azulejos_mc1.pdf
https://www.ufrgs.br/minmicro/Calcita.pdf
https://escolakids.uol.com.br/ciencias/quimica-do-vidro.htm

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