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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA - UFRR


CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - CCT
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO - DAU

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Profª MSc. Kelly Christina


Matérias-primas
Introdução
Inovação Tecnológica:
1 – Conceitos de argila
2 – Tipos de argila
3 – Sazonamento e Homogeneidade
Introdução
Matérias primas para cerâmicas:

Pode-se considerar que todas cerâmicas


tradicionais são compostas por basicamente 3
Estabilidade
tipos de matéria prima.

Plasticidade Fundência
Introdução
Matérias primas para cerâmicas
Estabilidade dimensional, redução de plasticidade baixo coeficiente de
expansão térmica, facilitar secagem. Ex: Quartzo
Estabilidade

Plasticidade Fundência
Tem função de conferir trabalhabilidade, Tem função de diminuir temperatura de
permitindo deformação e resistência a verde. queima, permitindo maiores resistências e
Ex: Argilominerais – Principal componente de menor absorção. Ex: Feldspatos
cerâmica vermelha (quando não o único).
Introdução
Matérias primas para cerâmicas
ARGILA – termo Lato sensu para designar:

um material inorgânico natural, de granulometria fina, com partículas de


poucos micrômetros, que apresenta comportamento plástico.

ARGILA – Granulométrico: Fração correspondente a partículas menores que


2µm

ARGILA – Mineralogia: Argilominerais (Silicatos de alumínio ou magnésio


hidratados, filossilicatos) podendo conter outros minerais como Fe2O3,
SiO2...
Introdução
Matérias primas para cerâmicas

Influência da granulometria e mineralogia na quantidade de água


necessária para plastificar.
Introdução
Argilas quaternária:
❑ Argilas decorrentes de sedimentação ;
❑ Ocorrência em solos saturados de água;
❑ Alta plasticidade (trabalhabilidade);
❑ Rica em matéria orgânica.

Ex:
Argila de Várzea
Argila gorda
Argila magra
Introdução
Argila de bacias sedimentares:
❑ Rico em potássio e ferruginoso que auxiliam na sinterização;
❑ Granulometria mais grosseira, contribui para secagem;
❑ Baixa plasticidade.

Ex.: Taguá, argilas illíticas,


argilas cauliníticas
Introdução
Principais minerais presentes nas argilas:
Caulinitas: Al2Si3O7(OH)4 => 39,5% Al2O3 - 46,5% SiO2 - 14,0% H2O.
A caulinita é um silicato de alumínio hidratado e é um dos principais
argilominerais presentes nas argilas, sendo este argilomineral responsável pela
elevada resistência mecânica dos produtos cerâmicos. Quando pura, é pouco
utilizada por necessitar de elevadas temperaturas para adquirir melhor
resistência, necessitando ser misturadas a outros tipos de argila. Queima
Branca.

http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/sili
catos/filossilicatos/caulinita.html
Introdução
Principais minerais presentes nas argilas:
Montmorilonita ou Esmectita:
(Mg, Ca)O.Al2O3Si5O10.nH2O => 59%3SiO2, 21%Al2O3, 3,28%MgO, 6,75Fe2O3
A montmorilonita é um Silicato de alumínio, magnésio e cálcio hidratado e
em pequenas proporções, é benéfica nas argilas para cerâmica vermelha,
porque favorece a plasticidade, a fusibilidade e a sinterização, é dita
expansiva por absorver grande quantidade de água. Pode ocasionar, por ser
muito plástica, problemas na moldagem e trincas na secagem e queima.
Queima Vermelha.

http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/sili
catos/filossilicatos/montmorilonita.html
Introdução
Principais minerais presentes nas argilas:
Ilitas:
(K,H3O)(Al,Mg,Fe)2(Si,Al)4O10[(OH)2,(H2O)] => 55,253SiO2, 36,0%Al2O3, 9,1%K2O,
xxFe2O3
A ilita é um filossilicato (placas ou folhas) muito utilizada em blocos, tijolos,
telhas e lajota. É muito plástica, de fácil moldagem e apresenta bom
desempenho de secagem. Pode apresentar óxido de ferro, resultando em
queima vermelha.

http://webmineral.com/data/Illite.sh
tml#.V18kWr6P3z8
Introdução
Principais minerais presentes nas argilas:
Quartzo: SiO2
Normalmente nas argilas com calcário, o quartzo está finamente distribuído
e na temperatura de queima de 900 oC ele reage com CaO, formando silicato
de cálcio.
573°TRANSIÇÂO Alfa/Beta
Estabilidade térmica, Refratário.
Atua como material inerte.
Pela expansão decorrente de sua transformação polimorfa, o quartzo diminui
sensivelmente a contração de queima das peças.
Já o quartzo em teores elevados e com granulometria grossa (quartzo livre)
provoca efeitos contrários aos acima citados.
Introdução
Principais minerais presentes nas argilas:
Quartzo: SiO2

573°TRANSIÇÂO Alfa/Beta

Rápida e grande alteração no


volume, gerando trincas.
Introdução
Principais minerais presentes nas argilas:
Compostos de ferro:

As argilas possuem em suas formações geológicas, teores entre 4% e 8% de


óxidos e/ou hidróxidos de ferro. O óxido de ferro, normal nas rochas ígneas,
mistura-se geralmente com a caulinita, dando a cor vermelha ou amarelada
da maioria das argilas.
Introdução
Principais minerais presentes nas argilas:
Carbonatos:
Podem ser calcita ou dolomita ;
Em 950°C reagem com quartzo e argilominerais;

Reação precisa de tempo. Caso não ocorra pode absorver umidade,


causando lascamentos.
Podem deixar as peças amareladas.
Introdução
Outros minerais presentes nas argilas:
Feldspatos: minerais ricos em Potássio (K), e Sódio (Na)

Os feldspatos são os minerais mais comuns entre os minerais parcialmente


alterados. A fração areia dos solos de alteração de granito é constituída de
feldspatos alterados e de quartzo. Eles são ricos em óxidos alcalinos e
alcalino-terrosos.

Os feldspatos são considerados fundentes, mas na cerâmica vermelha a


temperatura de queima não é suficiente para que as reações ocorram entre
eles e os demais componentes, sendo considerados materiais inertes .
Introdução
Outros minerais presentes nas argilas:
Micas:

São compostos de estruturas complexas sob a forma de lamelas visíveis a


olho nu que se comportam como inertes. Alguns minerais deste grupo são:
Biotita, muscovita, lepidolita.
.

K2(Mg, Fe2+)6-4(Fe3+,Al, Ti)0-2Si6-5Al2-3O20(OH,F)4


KAl2Si3AlO10(OH,F)2
Biotita
Muscovita
http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/sili
catos/filossilicatos/filossilicatos.html
Introdução
Outras matérias-primas:
Taguá: argila não plástica.
.
Introdução
Outras matérias-primas:
Taguá: argila não plástica.
.
Introdução
Outras matérias-primas:
Desplastificantes:

A utilização destes materiais reduzem a retração da massa, tanto no


processo de secagem quanto no processo de queima.

Reduz o ciclo de secagem pois facilita a saída da água neste processo.

Nota: Geralmente devem apresentar granulometria acima de 60 µm e


devem ser usados em quantidades moderadas.
Introdução
Outras matérias-primas:
Tipos de Desplastificantes:

Areia: material arenoso com tamanho de partículas entre 50 e 500 µm;

Chamota: material cerâmico queimado com tamanho de partículas entre


80 e 800 µm.
Introdução
Outras matérias-primas:
Desplastificantes:

Alguns cuidados:

❑ Homogeneizar bem a massa;


❑ Resfriar lentamente o produto queimado;
❑ Adicionar moderadamente o desplastificante para evitar o
comprometimento das propriedades mecânicas do produto pós
secagem.
Introdução
Outros componentes presentes nas argilas:
Granulometria
Importância da granulometria:

Diagrama de Winckler
Sazonamento
Extração

Sazonamento – Caracterização – Formulação

Produção
Sazonamento e homogeneização

Em uma jazida podem haver variações


expressivas das características da argila:

❑ Diferentes plasticidades;
Extração Individual
❑ Granulometrias;

❑ Composições.
Dosagem

❑ Ajustes umidade de extrusão;

❑ Ajustes de secagem;

❑ Ajustes de queima.
Sazonamento e homogeneização
❑ Troca catiônica

(Aumento da Plasticidade)

❑ Oxidação da matéria orgânica

(Diminuição da Absorção de Água, Aumento da Resistência Mecânica)

❑ Ataque bacteriológico

(Aumento da Plasticidade bactérias liberam polissacarídeos que agem


como plastificantes)
Sazonamento e homogeneização
Eflorescência: o sazonamento pode reduzir o fenômeno de eflorescência (sais
solúveis).

água
1 - Absorção de água;
2 - Solubilização do
sal;
água +sal
3 - Transporte da
solução até superfície;
sal 4 – Evaporação.
Vapor
Sazonamento e homogeneização
Caracterização

Caracterizar um minério significa conhecer seus componentes, associações


mineralógicas e composição química dessas espécies, o que permite
antever seu comportamento no processamento mineral e avaliar a
qualidade dos produtos gerados nesse beneficiamento.
Caracterização
Interpretação de resultados
Interpretação de resultados
Homogeneização e quarteamento
Granulometria

Peneiras: via seca ou úmida

Laser
Análise química (composição)
Espectrometria de Florescência de Raios X – FRX:

Resultado em termos dos óxidos mais estáveis


Análise Mineralógica - Difração de Raios X (DRX)
Identificar quais as fases (como estão organizados, quais são os
minerais).

De acordo com o ângulo de incidência e tipo de


estrutura o RX é refletido ou não
Análise Mineralógica - Difração de Raios X (DRX)

Cada mineral reflete em alguns


ângulos específicos

Impressão digital dos minerais


Limite de Liquidez (Casagrande)

LP = Umidade necessária para que a


argila se junte por um trecho de
1cm após 25 batidas da colher de
Casagrande.
Limite de Plasticidade

❑ Amostra é enrolada sobre um vidro


jateado.

❑ Enquanto isto é feito a amostra perde


água.

❑ Este processo deve ser repetido o


suficiente para que não se consiga chegar
a um rolo de 3mm de diâmetro.

❑ Neste ponto a umidade da argila é medida


e considera-se este o limite plástico da
amostra
Propriedades térmicas – Analise térmica simultânea (ATD/TG)

Porta
amostra
ANÁLISE DILATOMÉTRICA

1 – Corpo de Prova;
2 – Forno tubular;
3 – Haste apalpadora,
4 – Porta amostra.
Ensaios Físicos

Retração Total:

Medida de quanto (%) o tamanho da peça


diminui durante a queima

 
 lverde − lqueimado 
Re t (% ) =   100
 lverde 
 
Ensaios Físicos
Absorção de água:
Procedimento:
❑ Pesar a peça logo após a queima;
❑ Colocar em um recipiente com água
fervente (100 °C) por duas horas;
❑ Colocar em um recipiente com água fria
por duas horas (ou 24 horas em água fria).
❑ Secar as peças superficialmente com um
pano levemente úmido. Esta etapa deve ser
rápida para evitar que a peça comece a
secar demasiadamente;
❑ Pesar a massa úmida;
❑ Calcular esta propriedade utiliza a seguinte
 múmida − msec a 
fórmula: Abs(% ) =   100
 msec a 
Ensaios Físicos
Resistência a Flexão:

3  F  9,81 L
( )
(a)
RMF N / mm 2
=
2  b  e2
Ensaios Físicos
Curva de gresificação:
Amostras são queimadas em várias temperaturas e posteriormente ensaiadas.

Permite conhecer melhor a


influência da temperatura e sua
variação nas propriedades finais.
Ensaios Físicos
Curva de gresificação:

Efeito da compactação
(densidade) durante a
conformação.

Mais denso, mais compacto,


menor absorção.
Ensaios Físicos
Curva de gresificação:

Efeito de formulação

Ex: Neste caso, uma diferença de


5% (erro) na formulação pode fazer
a absorção variar de 8 a 12% e a
retração de 4,7 a 6,5%
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA - UFRR
CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - CCT
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Obrigada !
e-mail kelly.oliveira@ufrr.br

contato Bloco V – Sala 511

(95)981232882

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