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1. MATERIAS CERÂMICOS
• DEFINIÇÕES
Pedras Artificiais: Materiais que substituem as pedras em suas aplicações ou têm aparência geral
semelhante; Podem ter propriedades completamente diferentes das apresentadas pelas pedras.
Materiais de cerâmica e Materiais de cimento.
Materiais cerâmicos: Pedras artificiais obtidas pela moldagem, secagem e cozedura de argilas ou
de misturas que as contenham.
Argila: Conjunto de minerais que possuem a propriedade de formarem com a água uma pasta
plástica suscetível de manter a forma moldada, secar e endurecer sob a ação do calor.
✓ Definição da ABNT NBR 6502:1995: Solo de granulação fina constituído por partículas com
dimensões menores que 0.002 mm, apresentando coesão e plasticidade.
A mistura de substância minerais é resultante da degradação do feldspato das rochas ígneas, por
ação da água e gás carbônico. Como as rochas ígneas e os feldspatos são de diversos tipos, há
também diversos tipos de argilominerais. Os depósitos de argila possuem natureza extremamente
variada tendo, às vezes, diferenças acentuadas até numa mesma jazida.
• HISTÓRICO
A indústria da cerâmica é uma das mais antigas do mundo devido à facilidade de fabricação e
abundância de matéria-prima (barro). São frágeis, mas muito duráveis, por isso, geralmente são um
dos primeiros sinais encontrados em escavações arqueológicas. Já no período neolítico (8000 até
5000 a.C.), o homem pré-histórico calafetava cestas de vime com barro. Mais tarde, verificou que
podia dispensar o vime e fez potes só de barro. Descobriu-se que o calor endurecia o barro, surgindo
a cerâmica propriamente dita. Com o uso de barros diversos, deve ter usado argilas com baixo ponto
de fusão, e surgiram os vidrados. No ano 4000 a.C. os assírios já obtinham cerâmica vidrada. Os
semitas inventaram o torno de oleiro, que permitiu melhor qualidade, rapidez e acabamento. No
século VII os chineses fabricavam a porcelana enquanto no resto do mundo só se fabricava a
cerâmica vermelha e amarela. No século XVIII, na Inglaterra, surgiu a louça branca. A partir daí
houve grande desenvolvimento dessa indústria, baseada na tecnologia moderna e nos estudos de
laboratórios especializados: Sèvres (França), Stoke-on-Trent (Grã-Bretanha), etc. Surgiram tipos
especiais de fornos, a possibilidade de cerâmicas com dimensões exatas, a moldagem a seco,
porcelanas de alta resistência etc.
• PROPRIEDADES
✓ Plasticidade: Um corpo plástico é definido como o que pode ser continuamente deformado
sem que sobrevenha a ruptura. Conserva a deformação, após a retirada da ação que a
produziu. Nas argilas é função direta da quantidade de água. Argilas de superfície são mais
plásticas que as profundas, que receberam mais pressão. A plasticidade depende, também,
do tamanho, do formato e comportamento dos grãos e da presença de outros materiais, além
dos argilominerais.
❖ Estados da plasticidade: Líquido, Plástico, Semi sólido, Sólido.
✓ Retração: É a variação de volume com a variação de umidade das argilas. Ocorre com a saída
de água das argilas, formando vazios no interior e diminuindo o volume do conjunto. Como a
retração não é uniforme, a peça pode se deformar. Quanto menor for a quantidade de água
que uma argila necessita para ser moldada, melhor será a qualidade do produto.
✓ Efeito do calor: Aquecendo a argila entre 20°C e 150°C, ela perde somente água dos poros e
de amassamento. De 150°C a 600°C, perde água adsorvida e começa a enrijecer. Até essa
temperatura só acontecem alterações físicas. A partir de 600°C acontecem alterações
químicas em três etapas: Desidratação química, Oxidação e Vitrificação.
❖ Desidratação Química: Água de constituição é expulsa, resultando o endurecimento
Matérias orgânicas são queimadas.
❖ Oxidação: Carbonetos são calcinados e se transformam em óxidos.
❖ Vitrificação: Começa em 950°C. A sílica de constituição e a das areias formam uma
pequena quantidade de vidro, que aglutina os demais elementos, dando dureza,
resistência e compactação ao conjunto.
✓ Agentes Físicos: Umidade, vegetação e fogo. Os dois primeiros agem através dos poros, daí
a importância da porosidade. O fogo diminui a resistência à compressão. Como os
componentes se dilatam de modo não uniforme, o calor pode facilmente desagregar uma
peça.
✓ Agentes Químicos: Cerâmicas com sais solúveis: a umidade pode dissolver os sais que
cristalizam na superfície causando eflorescências. Essas eflorescências têm má aparência e
pode ocasionar o deslocamento e queda do revestimento.
✓ Agentes Mecânicos: Os esforços mecânicos podem destruir as peças. Geralmente, as
cerâmicas possuem maior resistência à compressão do que à flexão e demais solicitações.
Devem ter boa resistência ao choque que é comum no transporte e uso.
Tratamento da matéria-prima:
✓ Depuração: Eliminação das impurezas (grãos duros, nódulos de cal etc.) que possam
prejudicar o material.
✓ Divisão: Redução a fragmentos pequenos.
✓ Homogeneização: Condição essencial para a obtenção de um bom produto e consiste na
melhor mistura com água.
✓ Umidificação: Refere-se à quantidade de água. Quanto mais água, maior facilidade de
homogeneização, maior custo e retração no processo de secagem.
✓ Meteorização: Processo natural de tratamento. Exposição a ação dos agentes atmosféricos.
É um processo barato, mas envolve a necessidade de grandes áreas próximas às olarias.
✓ Amadurecimento: A argila é deixada em repouso, abrigada às intempéries, com a umidade
distribuída uniformemente na mistura.
✓ Tratamento mecânico: Trituração, Peneiramento.
Moldagem: Quanto mais água, mais fácil a moldagem, maior contração na secagem, maior
deformação no cozimento, maior consumo de combustível.
Queima ou cozimento: O calor fornecido pelo forno durante o processo de cozimento elimina todo
tipo de água presente nas argilas.
Esse fenômeno é reversível, já que a estrutura cristalina ainda não foi quebrada e o material pode
novamente hidratar-se. A água zeolítica fica entre as moléculas dos minerais, é proporcional a
porosidade, não existe em todos os tipos de argilas.
A formação de vidro no interior da cerâmica, pela fusão da sílica livre (1200 0C) com posterior
solidificação, também contribui para a estabilidade estrutural das cerâmicas, principalmente as de
alta vitrificação.