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COMPLEXO ESCOLAR PRIVADO POLITÉCNICO DO HUAMBO

PEDRAS ARTIFICIAIS

PROF: EMERSON CHISSAMA


1. PEDRAS ARTIFICIAIS

As pedras artificiais substituem as pedras naturais com


qualidades e características diferentes. Pertencem a dois
grupo:
• Materiais cerâmicos – quando obtidos por moldagem,
secagem e cozedura de argilas ou misturas contendo
argila;
• Aglomerados – quando são obtidos sem cozedura, mas
sim com materiais comprimidos ou com aglomerante
endurecidos e à temperatura normal.
1.1 - Produtos Cerâmicos
As argilas são formadas por silicatos hidratados de alumínio, provenientes da decomposição dos feldspatos por
acção erosiva dos agentes atmosféricos, bem como da ação química do anidrido carbónico e oxigénio.

De maneira geral, podem ter-se os seguintes tipos de argila:


• Argila de cor branca: caulinos e argila plástica;
• Argilas refratárias: caulinos, argilas refratárias e argilas altamente aluminosas;
• Argilas para produtos de grés;
• Argilas para materiais cerâmicos estruturais de cor amarela ou vermelha.

As argilas são classificadas em gordas e magras, conforme a maior ou menor quantidade de colóides. Por essa
razão, as argilas gordas são muito plásticas, e, devido à alumina, deformam-se muito mais no cozimento. As
argilas magras, devido ao excesso de sílica, são porosas e frágeis.
As argilas extraem-se de diversos locais e de diferentes modos, segundo a grandeza dos bancos sedimentares.
São geralmente extraídas a céu aberto e com o auxílio de escavadoras ou dragas.

O caulino - é argila com amplo predomínio da caulinita, pó branco que é a matéria-prima da porcelana. A
caulinita é a forma mais pura da argila, mas geralmente está misturada com grãos de areia, óxido de ferro e
outros elementos. Conforme a sua pureza, é usada para porcelana, louças, azulejos, refratários ou outros
materiais.
É seco e untuoso ao tato. Humedecida a caulinita é muito plástica, e ao secar apresenta alta retração.

Sílica - reduz a plasticidade, mas também diminui a retração e facilita a secagem. Diminui a resistência
mecânica, mas, o pouco que funde no cozimento é que dá o vidrado endurecedor.

Os diferentes produtos cerâmicos classificam-se segundo a sua textura e podem ser: porosos e não porosos.
• Os produtos porosos têm fratura terrosa;
• Os não porosos têm fratura semi-vítrea e são impermeáveis.

Ao primeiro grupo pertencem as terras cozidas (telhas, tijolos, mosaicos), os produtos refratários e as faianças;
ao segundo grupo: os grés e as porcelanas.
1.1.1 – Tijolos
O tijolo sendo uma peça artificial de grande emprego na construção civil, resulta da argila amassada com
água, e moldada, em regra sob a forma de um bloco paralelepipédico submetido à acção de elevada
temperatura, até cerca de 900 a 1000ºC, a argila adquire qualidades de dureza, resistência e duração.

O barro empregue no fabrico dos tijolos deve ser isento de carbonato calcário, o qual aumenta a sua
fusibilidade e pela sua decomposição pode produzir fendas. Não deve conter pirites ou outros compostos
sulfurosos, os quais pela evolução do ácido sulfuroso, na ocasião da cozedura podem fendê-lo.

A presença de materiais orgânicos dá origem a produtos muito porosos em consequência de, pela combustão
se transformarem em produtos gasosos, durante a cozedura.

A argila também não deve ser muito pura por ser muito plástica, logo a contração na secagem e na cozedura
é grande e deforma os tijolos; se o barro/argila é magro, isto é, pouco plástico, os tijolos ficam porosos,
friáveis, pouco resistentes e absorvem muita água.

À plasticidade corrige-se juntando à argila, areia fina ou lotando-a com argila mais magra, e se a argila
empregada for pura; no caso de ela ser magra mistura-se argila mais gorda.
Segundo o seu modo de fabrico e a natureza do barro os tijolos podem ser de dois tipos:
• Ordinários;
• Refratários.

Os tijolos ordinários são fabricados com os barros ordinários ou mesmo com algumas margas; são cozidos em
fornos para lhes dar a dureza e resistência precisas e têm cor vermelha.

Os tijolos devem reunir as seguintes condições:


• Apresentar massa homogénea, bem cozida;
• Textura uniforme;
• Não ter rachas ou fendas;
• Resistir à compressão (200 kg/cm2 os de boa qualidade, 100 kg/cm2 os ordinários e 50 kg/cm2 os de má
qualidade);
• As suas formas devem ser regulares e uniformes para que as suas juntas tenham a mesma espessura e as fiadas
de tijolos sejam da mesma altura; as arestas devem ser vivas e duras e a sua superfície bem lisa, quando se
destina a ficar à vista nas paredes; ao contrário para fazer paredes que depois sejam rebocadas há conveniência
nas superfícies rugosas e as arestas irregulares para mais fácil aderência das argamassas;
• Cortar-se com facilidade com a picadeira do pedreiro; ser sonoro quando percutido, indício de boa
cozedura;
• Não apresentar cavidades, nem conter cravos de pedra ou areia grossa;
• Não absorver muita água.
Tijolos aparentes (à Vista) - São de melhor qualidade para se obter boa aparência e uniformidade na cor e nas
dimensões.

A pasta deve ser de argila gorda por ser mais plástica. A moldagem é feita em prensas potentes para a peça ficar
menos porosa. Por vezes a cozedura é feita com duas passagens pelo forno. Podem ter as cores vermelha,
amarela, preta, pérola e verde.

Tijolos refratários - São feitos com argila quase pura e têm a propriedade de resistirem a altíssimas
temperaturas sem se deformarem; têm cor branca amarelada e são empregados em fornos, fornalhas, etc.
1.1.2 – Telhas

É a cobertura mais empregada.

A matéria prima empregada no seu fabrico é a argila que deve ser colhida com mais cuidado que para o
fabrico do tijolo; é preferível o uso de argila gorda que deve ser convenientemente lotada para que na secagem
se não deforme,

Uma boa telha deve ser leve para não sobrecarregar escusadamente a estrutura dos telhados, dura e resistente
para suportar o peso das pessoas, lisa para permitir a rápida vazão das águas, não ser geladiça, impermeável e
exatidão geométrica.

As telhas devem ter na face inferior um orifício que serve para as fixar, com arame, a estrutura do telhado
resistindo melhor ao arranque provocado pelo vento.

Cores - vermelho, branco, castanho, rústico e envelhecido. Há três tipos de telhas mais empregados: as de
canudo, lusa e a marselha
Telha de canudo - Dispõem-se no telhado no sentido da sua corrente formando filas paralelas ou canais
assim chamados por apresentarem a concavidade para cima, cobrindo-se as arestas de duas filas consecutivas
com outra de telhas.
Telha lusa - Variante da telha de canudo
Telha marselha - É guarnecida de dois canais longitudinais formando encaixe para permitir a ligação das
telhas entre si; na parte superior tem um cutelo e inferiormente outro em sentido contrário que servem do
mesmo modo para a sua ligação.
1.1.3 - Ladrilhos, tijoleiras e manilhas

Os ladrilhos ou mosaicos cerâmicos são tijolos de pequena espessura e forma quadrada, hexagonal, octogonal e
retangular de dimensões variáveis empregados para o revestimento de pavimentos.

Obtêm-se os ladrilhos e mosaicos cerâmicos pelo emprego de pasta de argila gorda corrigida com pó de tijolo
cozido a que se adiciona a substância corante, sempre de origem mineral para lhes dar a cor desejada. Os
ladrilhos apresentam superfície lisa ou em relevo mais ou menos pronunciado. O tardoz tem geralmente fitas ou
desenhos salientes para facilitar a aderência da cola no seu assentamento.

A preparação da pasta, moldagem, secagem e cozedura exigem cuidado para se obterem produtos uniformes.

Tijoleiras são ladrilhos cerâmicos não prensados.


Manilhas de grés - Fabricam-se com argila com bastante mica ou até 15% de óxido de ferro. Ficam com cor
avermelhada. Podem ter vidrado interno e externo ou só interno.

Ladrilhos de grés - Apresentam-se com massa vetrificada. São feitos com argila de grés, sem o elevado teor de
ferro, das manilhas. Geralmente o esmalte é feito só na face aparente.
1.1.4 - Azulejos, pastilhas e louças

Azulejos - empregam-se no revestimento de paredes interiores e exteriores, de abóbadas, cúpulas, etc.

Consistem em placas de barro ou de louça, geralmente de forma quadrada ou retangular, de fraca espessura,
vidrados numa das faces e apresentando cor uniforme ou desenhos variados; o tardoz e as juntas não são vidradas
para que possam fazer boa pega com as colas.

A pasta com que se fabricam pode ser de argila mais ou menos calcária, sendo o vidrado opaco. Actualmente é
muito usada a pasta de argila branca, ou caulino, semelhante à usada no fabrico da faiança, ou louça de pó de
pedra, obtida pela lotação de argilas de diferente plasticidade que se doseiam convenientemente até que o
produto resultante tenha a necessária plasticidade para não se deformar durante a secagem e cozedura.

A pasta argilosa deve ser por completo isenta de corpos estranhos, e que seja amassada com perfeição para
apresentar homogeneidade o que só se consegue mecanicamente.
Depois da cozedura, os azulejos são vidrados, para o que lhes seja aplicada na face à vista a mistura de óxido
de chumbo, areia e calda de argila plástica bastante fluída, ou composição análoga; sobre este vidrado pintam-
se os azulejos, usando o processo de estampilha vulgarmente, ou pintam-se diretamente com tintas formadas
com óxidos metálicos apropriados.

Moldam-se a elevada pressão com prensas de estampar. As cores variadas preparam-se às vezes prensando
primeiro a capa decorativa de argilas coloridas, num molde e unindo a ela um fundo ou carga de argila menos
plástica por meio de uma compressão elevada, ou então procedendo em ordem inversa.

Pastilhas - As pastilhas de louça são fabricadas pelos


mesmos processos dos azulejos; têm normalmente,
2,5 X 2,5 cm, ou medidas múltiplas. São coladas a
folhas de papel para facilitar a colocação. Esse papel
depois é retirado por lavagem. Há pastilhas cerâmicas
e outras de vidro.
Louça - Utiliza-se uma pasta feita de pó de caulino que dará produtos de granulometria fina e uniforme com
superfície vidrada. Há os tipos correntes de louça: Louça calcária (louça de mesa ou artística), louça
feldspatica (azulejos, cerâmica sanitária) e louça mista.

O vidrado é aplicado após a primeira cozedura seguindo-se o recozimento,


1.2 - Produtos aglomerados

Estes produtos obtêm-se por amassadura de diversas substâncias inertes com um aglomerante, e segundo seja
a sua natureza classificam-se em: aglomerados de cal, aglomerados de gesso, aglomerados de cimento,
aglomerados de argila.

Adobes - Os adobes obtêm-se de terra argilosa ligeiramente comprimida e seca simplesmente ao ar.

Argila Expandida – É constituída por partículas de forma arredondada, de argila introduzida em fornos
rotativos a temperaturas de cerca de 1200 ºC.
Tem densidade aparente de 320 kg/m3, e é incombustível.

Tem aplicação em geotecnia, absorção acústica e isolamento térmico.


Aglomerados de cimento - Com o cimento pode fabricar-se vários elementos construtivos. Geralmente
emprega-se o cimento Portland, às vezes os aluminosos, e para tons claros e de cor, os cimentos brancos. Com
a vibração usa-se a consistência plástica, por resultarem os objectos mais compactos e impermeáveis.

Os moldes empregados são geralmente metálicos, vedados e polidos para que a desmontagem seja fácil.
Fazem-se de gesso quando se fabricam molduras ou esculturas.

Ladrilhos de cimento - Moldam-se por compressão em moldes metálicos, com uma argamassa rica, 1:1, de
cimento e areia muito fina na parte vista e mais pobre na capa inferior 1:3 a 4, desmoldando-se ao fim de 24
horas.

Mármore artificial de cimento - Os mármores listados imitam-se com pastas de cimento diversamente
coloridas e com argamassas de partes iguais de cimento e areia finíssima, justapostas, formando uma capa de 5
a 10 mm num molde metálico pulidos e comprimida.
Granito artificial - Não se pode preparar com areia de granito natural por resultar demasiado tosco
substituindo-se por fragmentos de quartzo, mármores de cores diferentes, mica, etc, picando-se
depois de endurecido com bujarda para lhe dar uma certa rugosidade.

Blocos de betão - Fabricam-se ocos no sentido da altura empregando-se moldes com argamassas de
150 a 200 kg de cimento por m3 de areia grossa. Comprime-se com pilões ou prensas hidráulicas
desmoldam-se imediatamente deixando-se 24 horas sobre a placa que forma o fundo do molde.
Conservando-se numa câmara húmida, regando-se duas vezes por dia na primeira semana, podendo
ser empregados em obra aos 28 dias.
Analogamente fabricam-se telhas de cimento.

Tubos de betão - Empregam-se tanto na condução de águas potáveis como residuais por ter-se
chegado a um grau de aperfeiçoamento na sua fabricação, que lhes permite resistir às pressões
fabricando-os com armaduras metálicas, e com cimentos fundidos ou Portland protegido com
substancias betuminosas.
Fibrocimento - É uma argamassa de cimento com material inerte de fibras minerais ou vegetais. O cimento
empregado é geralmente o Portland ou super cimento.

Amassa-se com o cimento na proporção de 10% de fibra e 90% de cimento com muita água para produzir uma
mistura mais homogénea possível, formando-se uma pasta que se agita continuamente para que não se
desintegre, num recipiente e no qual se submerge até metade um cilindro horizontal formado por uma fina
rede metálica que ao rodar arrasta a pasta até cima, sendo recebida por uma rede sem fim, depositando-a sobre
outro cilindro giratório moldador de metal polido e sobre o qual se exerce uma pressão com outro cilindro.
Em cada rotação dos cilindros deposita-se uma fina camada de 2/10 mm de espessura e quando se obtiver a
espessura desejada corta-se o cilindro obtido por uma geratriz abre-se e forma-se uma folha que se recorta e se
comprime.

As chapas onduladas obtêm-se analogamente, e as folhas passam por um laminador canelado. Os produtos
assim fabricados deixam-se endurecer em ambiente húmido ou debaixo de água.

Formas comerciais de fibrocimento - Fabricam-se chapas planas, onduladas, telhas, tubos, depósitos,
chaminés.

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