Você está na página 1de 41

PARTE I

COOPERATIVISMO &
ASSOCIATIVISMO:
Introdução Profº Flávio Júnior
PARTE I – Cooperativismo & Associativismo: Introdução

O que é uma Associação e para que serve?

É uma associaçã o autô noma de pessoas que se unem,


voluntariamente, para satisfazer suas aspiraçõ es e necessidades
só cio-político-culturais, por meio de uma entidade;
 É um ó rgã o sem fins econô micos constituído para prestar serviços
sociais, culturais e políticos aos seus associados, bem como à
comunidade local e à sociedade em geral, visando a promoçã o e
defesa de seus interesses sociais, políticos e culturais;
 É uma pessoa jurídica de direito privado, voltada à realizaçã o de
finalidades culturais, sociais, religiosas, recreativas, constituída
para prestar serviço ao associado e defender a classe, perante
ó rgã os pú blicos e privados;
PARTE I – Cooperativismo & Associativismo: Introdução

O que é uma Cooperativa e para que serve?


 Cooperativa é uma associaçã o autô noma de pessoas que se unem,
voluntariamente, para satisfazer suas aspiraçõ es e necessidades
econô micas, sociais e culturais comuns, através de uma empresa de
propriedade coletiva;
 É uma sociedade de pessoas com fins econô micos, (mas nã o lucrativos),
com forma e natureza jurídica pró prias, constituída para prestar
serviços aos cooperados. É uma empresa com dupla natureza, que
contempla o lado econô mico e o social onde os cooperados sã o, ao
mesmo tempo, dono e usuá rio da cooperativa: enquanto dono ele vai
administrar a empresa e enquanto usuá rio ele vai utilizar seus serviços;
 É uma sociedade simples personificada, nã o sujeita à falê ncia e que nã o
possuem natureza mercantil;
PARTE I – Cooperativismo & Associativismo: Introdução

Semelhanças e Diferenças entre Associação e Cooperativas


Associação Cooperativa
1.O que é: associaçã o de pessoas sem 1.O que é: sociedade de pessoas com
fins econô micos e lucrativos; fins econô micos, mas nã o lucrativos;
2.Objetivo: prestar serviços (só cio- 2.Objetivo: prestar serviços (econô -
culturais) aos associados e promover micos e sociais) a seus cooperados por
a defesa de seus interesses; meio da compra e venda em comum;
3.Constituição: mínimo de 2 (duas) 3.Constituição: mínimo de 20 (vinte)
pessoas; pessoas;
4.Órgão Máximo de Administração: 4.Órgão Máximo de Administração:
Assemblé ia Geral dos associados Assemblé ia Geral dos cooperados
(quorum baseado no n° de associa- (quorum baseado no n° de coopera-
dos); dos);
PARTE I – Cooperativismo & Associativismo: Introdução

Semelhanças e Diferenças entre Associação e Cooperativas


Associação Cooperativa
5. Representação: U m homem, um 5.Representação: Um homem, um
voto; voto;
6. Formação de Capital: nã o há , 6.Formação de Capital: atravé s das
porque é uma associaçã o de pessoas quotas-parte dos cooperados, bem
sem fins econô micos (podendo como de bens previamente avaliados;
possuir um patrimô nio social);
7. Receitas: formada por meio
7.Receitas: formada por meio de taxas de serviço sobre operaçõ es dos
de
contribuiçõ es dos associados, doa- cooperados e outras receitas operacio-
çõ es, legados, subvençõ es, etc; nais.
8.Comercialização: feita diretamente 8. Comercialização: feita diretamente
pelos associados, assessorados pela pela Cooperativa;
Associaçã o;
PARTE I – Cooperativismo & Associativismo: Introdução

Diferenças entre Cooperativa e Sociedade Comercial


Cooperativa Sociedade Comercial
1.O que é: sociedade de pessoas com 1. O que é: sociedade de capital
fins econô micos, mas nã o lucrativos; (portanto, com fins lucrativos);
2.Objetivo: prestar serviços (econô - 2. Objetivo: lucrar e remunerar o
micos e sociais) a seus cooperados capital investido dos só cios acionis-
por meio da compra e venda em co- tas/quotistas);
mum;
3.Representação: controle democrá - 3. Representação: controle financeiro
tico (um homem, um voto, indepen- (cada açã o, um voto);
dente do capital investido);
4.Retorno: havendo sobras e por decisã o
4. Retorno: será proporcional ao valor
assemblear, esta será proporcional ao
valor das operaçõ es efetuados pelos do capital investido/participativo;
cooperados;
PARTE II
COOPERATIVISMO &
ASSOCIATIVISMO:
Estrutura & Funcionamento
PARTE II – Cooperativismo & Associativismo:
Estrutura & Funcionamento
LEG E NDA Organograma de uma Cooperativa
Eleitos
Contratados Assembléia Geral
Conselho Fiscal (CF)
Diretoria ou Conselho
de Administraçã o (CA)

Tesoureiro Dir. Vice Presidente Diretor Presidente Secretá rio

Gerê ncia Geral

Departamento A Departamento B Departamento C

Setor A Setor B
PARTE II – Cooperativismo & Associativismo:
Estrutura & Funcionamento
LEG E NDA Organograma de uma Associação
Eleitos
O utros Assembléia Geral
Conselho Fiscal (CF)
Diretoria ou Conselho
de Administraçã o (CA)

Tesoureiro Dir. Vice Presidente Diretor Presidente Secretá rio

Empregados
e/ou
V oluntários
PARTE II – Cooperativismo & Associativismo:
Estrutura & Funcionamento
Assembléia Geral (AG): o que é e para que ela serve?
 Assemblé ia Geral (AG) é o ó rgã o má ximo da Cooperativa que, conforme
prescrito na Lei 5.764/71 e no Estatuto Social, é o ó rgã o supremo que têm
poder deliberativo e executivo, tomando toda e qualquer decisã o de
interesse da sociedade;
 Composta por todos os cooperados – com direito a um voto,
independente do capital que possua na Cooperativa – as decisõ es das
AGs vinculam à todos, ainda que ausentes ou discordantes;
 As deliberaçõ es em Assemblé ias sã o tomadas pela maioria de votos dos
associados/cooperados presentes com direito a votar;
 Pode ser convocada pelo presidente da Cooperativa, pelo Conselho Fiscal
(CF) ou, por 1/5 dos cooperados;
 As AGs se dividem em dois tipos:
PARTE II – Cooperativismo & Associativismo:
Estrutura & Funcionamento

1.Assembléia Geral Ordinária (AGO): realizada, obrigatoria-mente, uma


vez por ano, no decorrer dos 3 (três) primeiros meses apó s o
encerramento do exercício social, para deliberar sobre: prestaçã o de
contas, relató rios, planos de atividades, destinaçã o de sobras, fixaçã o de
honorá rios, cé dula de presença, eleiçã o da Diretoria e ou dos Conselhos
de Administraçã o e Fiscal e quaisquer assuntos de interesse dos
cooperados;
2.Assembléia Geral Extraordinária (AGE): realizada sempre que
necessário e pode deliberar sobre qualquer assunto de interesse da
cooperativa. É competê ncia exclusiva da AG E a deliberaçã o sobre
reforma do Estatuto, fusã o, incorporaçã o, desmembramento, mudança
de objetivos e dissoluçã o voluntá ria, etc., inclusive destituir
componentes dos Conselhos de Administraçã o e Fiscal;
PARTE II – Cooperativismo &
Associativismo: Estrutura & Funcionamento

ATENÇÃO!
 De acordo com o Artigo 46 e pará grafo ú nico da Lei
n° 5.764/71, sã o necessá rios 2/3 (dois terços) dos
cooperados presentes na Assemblé ia para que sejam
vá lidas suas deliberaçõ es;
 Prescreve em 04 (quatro) anos o prazo para
anulaçã o de Assemblé ia Gerais nas cooperativas
conforme o Artigo 43 da Lei n° 5.764/71;
PARTE II – Cooperativismo & Associativismo:
Estrutura & Funcionamento
Conselho de Administração (CA): o que é, para que serve e como é composto?

 É o ó rgã o de administraçã o da cooperativa;


 É composto por cooperados eleitos pela A G C e/ou AG O ;
 Possui mandato de 1 a 4 anos (dependendo do Estatuto), sendo obrigató rio a
renovaçã o de, no mínimo, 1/3 (um terço) de seus componentes;
 Serve para administrar a cooperativa, sendo de sua competê ncia, dentro dos
limites legais e estatutá rios (e atendidas as decisõ es ou recomendaçõ es da AG), o
planejamento e a execuçã o das atividades da cooperativa;
 É responsá vel pela execuçã o das atividades-meio da cooperativa, tais como as
administraçõ es financeiras e dos fundos obrigató rios, negociaçã o de contratos,
divulgaçã o de produtos e/ou serviços, negociaçõ es de compras, vendas de
produtos e/ou serviços;
 É de responsabilidade do C A supervisionar o relacionamento entre os
executivos e o quadro de cooperados, bem como outras partes interessadas;
PARTE II – Cooperativismo & Associativismo:
Estrutura & Funcionamento
Conselho Fiscal (CF):
O que é, para que serve e como é composto?
 É o ó rgã o de fiscalizaçã o da cooperativa;
 Serve para fiscalizar o Conselho de Administraçã o, as atividades,
as operaçõ es, as contas, balancetes e o balanço da cooperativa;
 É um ó rgã o independente da administraçã o e que tem por
objetivo representar a A G no desempenho de funçõ es durante o
período de 12 meses, podendo convocar AGEs quando necessá rio;
 É composto por 6 cooperados eleitos pela AG O, sendo 3
titulares e 3 suplentes;
 Possui mandato de 1 ano, sendo permitida a reeleiçã o de 1/3
(um terço) dos seus componentes;
PARTE III
COOPERATIVISMO &
ASSOCIATIVISMO:
Constituição & Registro
PARTE III – Cooperativismo
& Associativismo:
Constituição & Registro

 1ª Etapa: questionamentos
• Qual opçã o é mais adequada: cooperativa ou associaçã o?
• A necessidade de formar uma cooperativa ou associaçã o
é sentida por todos?
• Os interessados estão dispostos a cooperarem ou se associarem?
• O volume dos negó cios é suficiente para que os cooperados
tenham retorno?
• Como os associados irã o arrecadar fundos (ou como os
cooperados irã o integralizar o capital necessário) para o
funcionamento?
• O capital do cooperado deve ser remunerado?
PARTE III – Cooperativismo &
Associativismo:
Constituição & Registro

 2ª Etapa: preparató ria


• Combinar reuniã o com o grupo interessado em constituir a cooperativa
ou associaçã o
• Formar uma Comissã o para elaborar e discutir um rascunho do Estatuto
Social e outros assuntos provenientes dele, tais como: denominaçã o da
entidade, endereço da sede, objeto de funcionamento, á rea de atuaçã o,
etc.;
• Elaborar, publicar e afixar Edital de Convocação dos interessados para:
a) Assemblé ia Geral de Constituiçã o;
b) constituiçã o da Cooperativa ou Associaçã o e;
c) discussã o e aprovaçã o do Estatuto Social;
d) eleiçã o dos ó rgã os de administraçã o (C.A. e C.F.);
PARTE III – Cooperativismo &
Associativismo:
Constituição & Registro

 3ª Etapa: Assemblé ia Geral de Constituiçã o


• Abertura da Assembléia: escolha do presidente dos trabalhos da
reuniã o, o presidente escolhe um secretário para lavrar a Ata de
Fundaçã o;
• Leitura, discussã o da proposta de Estatuto Social e votaçã o pela
Assemblé ia;
• Eleiçã o dos cargos do Conselho de Administraçã o e do Conselho
Fiscal;
• Posse dos membros eleitos, que declaram constituída a cooperativa
ou associaçã o;
• Leitura da Ata da Assemblé ia que apó s lida e aprovada deverá ser
assinada por todos os cooperados fundadores da cooperativa;
PARTE III – Cooperativismo &
Associativismo:
Constituição & Registro

ATENÇÃO!
Depois do processo de constituiçã o da entidade, alé m
da lavratura da Ata de Fundaçã o e assinaturas de
todos os membros fundadores, é obrigatório o visto
de um advogado com carteira da OAB na Ata e
Estatuto Social.
PARTE III – Cooperativismo &
Associativismo:
Constituição & Registro

 4ª Etapa: Registro
 N o caso de Cooperativas:
• Receita Federal: CNPJ;
• Junta Comercial do
Estado de Sã o Paulo –
JUCESP;
• Secretaria Estadual da
Fazenda: Inscriçã o
Estadual;
• Registro na Organizaçã o das Cooperativas no Estado de Sã o Paulo –
OCESP;
• Demais ó rgã os pú blicos competentes;
PARTE III – Cooperativismo &
Associativismo:
Constituição & Registro

Quanto tempo leva para registrar a entidade?

Apó s cumpridas todas as exigê ncias para abertura de


uma Cooperativa ou Associaçã o (da Assemblé ia Geral
de Constituiçã o ao visto de um advogado com
carteira da OAB na Ata de Fundaçã o e Estatuto
Social), o prazo má ximo para seu registro é de 30 dias,
em mé dia.
PARTE IV
COOPERATIVAS & ASSOCIAÇÕES:
Aspectos Econômicos e Tributários
PARTE IV – Cooperativismo &
Associativismo:
Aspectos econômicos e tributários
Capital Social: o que é e para que serve?
 Como associaçõ es nã o tem fins econô micos e lucrativos, ela nã o tem capital, mas
Fundos, provenientes de contribuiçõ es dos associados, doaçõ es, subvençõ es, etc;
 No caso de cooperativas, capital social sã o os bens móveis (veículos automotores,
tratores, animais, dinheiro em espécie) e imóveis (sede, terreno, escritó rio,
instalaçõ es em geral, etc.) de vital importâ ncia para o seu funcionamento;

 Alé m dos bens materiais, o capital social é constituído, ainda, pelas quotas-parte
dos cooperados (dinheiro em espécie);
O capital social serve para possibilitar a garantia de prestaçã o de serviço aos
cooperados e, portanto, para manutençã o e saú de financeira da empresa;
 Assim, cada grupo deverá elaborar um projeto de viabilidade econômica, elencando
quais são essas instalações e equipamentos necessários, para calcular o valor
com o qual cada um deverá contribuir pra formação do capital da cooperativa;
PARTE IV – Cooperativismo &
Associativismo:
aspectos econômicos e tributários

Capital Social: o que é e para que serve?


 O capital social será subdividido em quotas-partes, cujo valor unitá rio
(de cada quota-parte) nã o poderá ser superior ao maior salá rio-mínimo
vigente no país;
 Nenhum associado poderá subscrever mais que 1/3 (um terço) do total
das quotas-partes;
 Para a formaçã o do capital social poder-se-á estipular que o pagamento
das quotas-partes seja realizado mediante prestaçõ es perió dicas,
independentemente de chamada, por meio de contribuiçõ es;
 As quotas-partes do capital nunca serã o cedidas a terceiros, estranhos a
sociedade;
PARTE IV – Cooperativismo &
Associativismo: aspectos econômicos e
tributários

O que é...
Quota-parte: é uma espécie de “açã o” ou a parte que compõ e o
capital do cooperado quando ingressa na cooperativa;

Subscrição: é o ato de adquirir a sua parte do capital social que


deverá ser integralizada (paga) em quotas-partes conforme
rege o Estatuto Social da Cooperativa;

Integralização: é quando o cooperado paga à cooperativa a sua


parte do capital, dividida em “x” quotas-parte;
PARTE IV – Cooperativismo &
Associativismo:
aspectos econômicos e tributários
Taxa de Serviço ou de Administração
 Nas Associaçõ es é normal obter uma receita de/pela prestaçã o de serviços aos

associados (agronô micos, jurídicas, etc.), cuja operaçã o é tributada pela Prefeitura (ISS);
no qual as sobras dessa receitas (se houver) acumulam-se no Patrimô nio Social da
Associaçã o;
A principal Receita da cooperativa é a Taxa de Administração ou de Serviço. De todas
as operaçõ es que o cooperado fizer com ela, a cooperativa reterá um percentual (de
10% a 30%) sobre o valor destas. Exemplos:
 Numa cooperativa agropecuá ria, a taxa incidirá sobre o valor da venda do produto
(leite, café , algodã o, etc.) ou sobre o preço pago pelos insumos;
 Há també m taxas de armazenagem, beneficiamento e outras (e que sã o isentos de
tributaçã o por serem atos cooperativos);
 Numa cooperativa de consumo, a taxa é sobre o preço pago pelos produtos adquiridos;
 Numa cooperativa de trabalho é descontado um percentual sobre o valor do trabalho
do cooperado;
PARTE IV – Cooperativismo &
Associativismo:
aspectos econômicos e tributários

Explicando a Taxa de Serviço ou de Administração na Cooperativa


Produção Bruta Taxa de Adm. Repass Participação Distribuição das
Cooperados Anual (R$) (10%) e nas sobras sobras (R$)
(90%) (%)

Joã o 4.000,00 400,00 3.600,00 57,14% 97,14


José 2.200,00 220,00 1.980,00 31,43% 53,43
Pedro 800,00 80,00 720,00 11,43% 19,43
Total 7.000,00 700,00 6.300,00 ------ 170,00

Participação Distribuição
Total de Taxas 700,00 Cooperados nas sobras das sobras (R$)
(%)
Dispê ndios Totais 500,00 Joã o 57,14% 97,14
Sobras Líquidas 200,00 José 31,43% 53,43
Fundo de
Reserva (10%) 20,00 Pedro 11,43% 19,43

FATES (5%) 10,00 Total ------ 170,00


Sobras (A.G.O.) 170,00
PARTE IV – Cooperativismo &
Associativismo: aspectos econômicos e
tributários

Sobras/Perdas
 As sobras/perdas sã o resultados das operaçõ es
ocorridas durante o ano social da entidade
(incluída a Taxa de A dministraçã o ou de
Serviço, que é umadas fontes de Receita da
Cooperativa, entre outras);
Uma taxa de serviço pode resultar
em sobras ou perdas? Por que?
PARTE IV – Cooperativismo &
Associativismo: aspectos econômicos e
tributários

Sobras/Perdas
 A Assemblé ia Geral decide sobre o rateio das sobras ou das
perdas;
 As sobras líquidas apuradas no exercício poderã o ser rateadas
entre os cooperados, depois de deduzidos os percentuais para
os Fundos Obrigató rios (Fundo de Reserva e FATES);
 Os prejuízos verificados no decorrer do exercício serã o
cobertos com recursos provenientes do Fundo de Reserva e, se
insuficiente este, mediante rateio, entre os cooperados, na
razã o direta dos serviços usufruídos, desde que esta decisã o
seja aprovada pela A.G.O.;
PARTE IV – Cooperativismo &
Associativismo:
aspectos econômicos e tributários

Fundos Obrigatórios
As Cooperativas sã o obrigadas a constituir dois Fundos:

1.Fundo de Reserva (FR): destinado a reparar perdas e atender ao


desenvolvimento de suas atividades, constituído com 10% (dez por
cento), pelo menos, das sobras líquidas do exercício;

2.Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (FATES): destinado


à prestaçã o de assistência aos cooperados, seus familiares e, quando
previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa, constituído de
no mínimo 5% (cinco por cento) das sobras líquidas apuradas no
exercício.
PARTE IV – Cooperativismo &
Associativismo: aspectos econômicos e
tributários

Fundos Obrigatórios

 Estes Fundos sã o indivisíveis;

 Alé m dos previstos, a Assemblé ia Geral (AGO ou AGE)


poderá criar outros fundos, inclusive rotativos, com
recursos destinados para fins específicos, fixando o modo de
formaçã o, aplicaçã o e liquidaçã o dos mesmos;
PARTE IV – Cooperativismo &
Associativismo: aspectos econômicos e
tributários

Ato Cooperativo
 Denominam-se atos cooperativos os praticados entre as
cooperativas e seus cooperados, entre estes e aquelas e pelas
cooperativas entre si quando associados, para a consecuçã o
dos seus objetivos sociais;
 O ato cooperativo nã o implica operaçã o de mercado, nem
contrato de compra e venda de produto ou mercadoria. Por
isso, nã o há incidê ncia de tributos nos seus resultados;
PARTE IV – Cooperativismo &
Associativismo: aspectos econômicos e
tributários

Operações com Terceiros ou


“Ato Não Cooperativo”
 As cooperativas poderã o fornecer bens e serviços a nã o
cooperados, desde que tal faculdade atenda aos objetivos
sociais e estejam de conformidade com a lei;
 Os resultados das operaçõ es das cooperativas com não
cooperados serã o levados à conta do "Fundo de Assistê ncia
Té cnica, Educacional e Social" e serã o contabilizados em
separado, de modo a permitir cá lculo para incidê ncia de
tributos;
PARTE IV – Cooperativismo &
Associativismo:
aspectos econômicos e tributários

Tributos da/para Cooperativa


 A cooperativa poderá pagar qualquer tributo, desde que haja o
fato gerador. Nem sempre as alíquotas sã o ú nicas e podem
acontecer mudanças no decorrer do tempo, sendo aconselhável a
orientaçã o de um profissional capacitado (contador) na hora do
estudo da viabilidade econô mica ou no momento do recolhimento
por parte da cooperativa;
 Na prá tica, a cooperativa nã o tem isençã o de tributos.
Conceitualmente, o ato cooperativo é isento de tributo, ou seja, nã o
é fato gerador de impostos;
 Ao praticar o ato nã o cooperativo, ela deve oferecer o resultado
positivo dessas operaçõ es à tributaçã o;
PARTE IV – Cooperativismo &
Associativismo:
aspectos econômicos e tributários

Tributos da/para Cooperativa


 Imposto de Renda (I.R.) Federal;
 Programde Integraçã o Social (P.I.S) Federal;
 Imposto sobre Circulaçã o de Mercadorias e Serviços (I.C.M.S.) Estadual;
 Contribuiçã o para o Financiamento Social (C.O.F.I.N.S.) Federal;
 Instituto Nacional de Seguro Social (I.N.S.S.) Federal;
 Contribuiçã o Social sobre o Lucro (C.S.L.) Federal;
 Imposto Sobre Serviço (I.S.S.) Municipal;
 Fundo de Garantia sobre Tempo de Serviço (F.G.T.S.) Federal;

 Cabe lembrar que a pessoa física (cooperado) deve recolher Imposto de


Renda da Pessoa Física (IRPF) e previdê ncia social (INSS);
PARTE IV – Cooperativismo &
Associativismo:
aspectos econômicos e tributários

Tributos da/para Associações

 A Associaçã o nã o tem por objetivo praticar relaçõ es de


mercado (compra e venda) pois nã o faz parte da sua
natureza jurídica e objetivo social;
 No entanto, caso a Associaçã o queira comercializar algo em
seu nome, (ou caso tenha empregados), ela deve recolher
todos os tributos normalmente, assim como uma empresa
privada;
 Imposto incidido no ato da prestaçã o de serviço: I.S.S.
(Municipal);
Disposições Gerais
Disposições Gerais: para cooperativas

 A Lei que rege a prá tica cooperativista é a Lei n° 5.764/71;


 Apenas em casos de lacuna na referida Lei, ou seja, quando a
Lei n° 5.764/71 for omissa a algum assunto, pode-se
consultar o Có digo Civil, Artigos 982, 1093 à 1096;

Atenção!
 A afirmaçã o de que o novo texto do Có digo Civil reduziu o
nú mero mínimo de só cios das sociedades cooperativas não
tem consistência jurídica, seria uma interpretaçã o isolada, nã o
se incluindo esse procedimento na metodologia da
hermenê utica do direito;
Disposições Gerais: para associaçõ es

 O arcabouço jurídico que regem as prá ticas associativistas


(das Associaçõ es) sã o os Artigos 5°, Incisos XVIII, XIX, XX e
XXI da Constituiçã o Federal de 1988 e Artigos 53 a 61 do
Novo Có digo Civil;
Atenção!
 A Associaçã o nã o tem por objetivo comercializar, efetuar
relaçõ es mercantis de compra e venda de mercadorias e
serviços. Ela existe para defender os interesses dos associados
pertencentes a uma determinada classe ou categoria social;
Disposições Gerais: associaçõ es

Atenção de novo!
 Caso os integrantes de uma associaçã o queiram efetuar
venda de produtos, a Nota Fiscal de venda terá de ser
emitida em nome do produtor;
 Caso queira emitir Nota em nome da Associaçã o, ela deverá
recolher todos os tributos provenientes da transaçã o,
semelhante a uma Empresa Comercial;
Disposições Gerais

Recomendação à todos:

Leiam a Lei
nº 5.764/71

Você também pode gostar