Você está na página 1de 24

INTRODUÇÃO AO DIREITO

Lázaro José Macuacua, MSc

MAPUTO, 05 DE MARÇO DE 2018 1


OBJECTIVOS TRAÇADOS PARA A SESSÃO

 Iniciar a abordagem sobre o que seja


Direito.

2
NOTAS INTRODUTÓRIAS

A cadeira de Introdução ao Direito não é uma disciplina jurídica em

sentido restrito, na medida em que não se ocupa de normas

jurídicas, de sistemas de direito, nem de ordenamentos jurídicos.

É uma disciplina que se ocupa das noções gerais do direito,

constituindo-se em provedor de subsidios teóricos julgados

adequados para a iniciação ao curso do direito.

3
O TERMO DIREITO
 A palavra direito comporta uma plurivalência semântica, na
medida em que:

 tanto significa o ordenamento jurídico vigente em determinado


Estado;

 quanto traduz ou significa o poder que as pessoas têm de fazer


valer seus direitos individuais.

 No primeiro caso falamos de direito objectivo enquanto no


segundo de direito subjectivo.
4
O TERMO DIREITO
 Na verdade, são aspectos de um conceito único, perfazendo, por
um lado, a norma e, por outro lado, as faculdades, ou seja, duas
faces da mesma, sendo uma social e outra individual.

 A aparente dificuldade nesta abordagem decorre da inexistência


na língua portuguesa de palavras diversas para explicar cada
uma das visões do direito.

 Tal dificuldade não atinge, por exemplo, os ingleses, na medida


em que na língua inglesa o aspecto social designa-se por law e a
aspecto ou parte individual por right. 5
DIREITO OBJECTIVO

Direito objectivo é a matéria que consubstancia as regras e


instituições normativas genéricas que regem o comportamento
humano de um certo grupo social em um determinado momento
histórico, autorizando o indivíduo a fazer ou não fazer algo.

Portanto, é um termo usado para fazer alusão a um conjunto de


normas.

6
DIREITO SUBJECTIVO
 Direito subjectivo, i.e., ("direito do sujeito") é a
situação jurídica, consagrada por uma norma, através
da qual o titular tem direito a um determinado acto
face ao destinatário, ou seja,

 é a possibilidade ou faculdade que a norma dá ao


indivíduo para exercer determinada conduta descrita
na lei.

7
DIREITO SUBJECTIVO
 Assim, tem-se que o direito subjectivo é a vantagem conferida
ao sujeito da relação jurídica em decorrência da incidência da
norma jurídica ao facto jurídico.

 O dever jurídico, contraposto ao direito subjectivo, será, por


conseguinte, a desvantagem a ser suportada pelo outro sujeito
afectado pela incidência da norma no suporte fáctico.

 Logo, direito subjectivo é uma posição jurídica vantajosa


assente ou decorrente do direito objectivo.
8
DIREITO SUBJECTIVO

O Direito Subjectivo tem a particularidade de ser um atributo da


pessoa. Este faz dos seus sujeitos titulares de poderes, obrigações
e faculdades estabelecidos pela lei. 

Em outras palavras, o direito subjectivo é um poder ou domínio


da vontade do homem juridicamente protegido. É uma capacidade
própria e de competência de terceiros.

9
DIREITO SUBJECTIVO
 Quanto à sua classificação, os direitos subjectivos podem ser:

 Públicos: Nesta categoria, ocorre uma primazia de interesses


que afectam todo o grupo social;

 Privados: se houver predominância de interesses particulares; 

 Principais: se forem autônomos, independentes;

 Acessórios: se dependerem do direito principal;

10
DIREITO SUBJECTIVO

 Disponíveis: se por vontade própria, seu titular puder dispor do


direito;

 Indisponíveis: quando não há possibilidade de se dispor dele;

 Reais: quando se trata de um direito sobre uma coisa;

 Pessoais: quando se trata de uma posição jurídica que


possibilita a cobrança de uma prestação.

11
12
OBJECTIVOS TRAÇADOS PARA A SESSÃO

 Prosseguir com a abordagem sobre o que


seja Direito.

13
CONCEITO DE DIREITO

Quanto a sua conceptualização, há várias abordagens podendo


ser chamada à colação a seguinte:

Conjunto de regras jurídicas de conduta social, estabelecidas em


vista da paz, da justiça e do bem comum, quando necessária e
possível. (Galvão Telles)

14
CONCEITO DE DIREITO

Especificidades do conceito:

 É uma ordem normativa composta por normas


jurídicas gerais, abstractas, obrigatórias, assistidas
de protecção coactiva, que regulam a vida do
homem nas suas relações sociais.

15
CONCEITO DE DIREITO

Especificidades do conceito:

 As normas juridicas são gerais, na medida em que se destinam


à universalidade dos membros da sociedade, regendo
comportamentos de uma quantidade indeterminada de
pessoas.

 Contudo, as normas jurídicas podem ser individuais. Neste


caso, destinam-se a uma quantidade determinada de pessoas,
regendo seus comportamentos específicos. É o caso,
comumente, de uma sentença ou de um contrato.
16
CONCEITO DE DIREITO

Especificidades do conceito:

 As normas jurídicas são abstratas no sentido de que em


razão da matéria criam hipóteses normativas que se referem
a situações não contabilizáveis, prevendo-as
hipoteticamente em sua universalidade.

 Contudo, podem ser concretas na eventualidade de a


hipótese normativa se referir a um caso ou uma quantidade
delimitada de casos. 17
CONCEITO DE DIREITO
Especificidades do conceito:

 As normas jurídicas são obrigatórias, na medida em que o seu


cumprimento é imperativo e não facultativo, ou seja, as
normas jurídicas não acolhem negociações e nem se expõem
a vontades dos indivíduos.

 As normas jurídicas são assistidas de protecção coactiva, na


medida em que existem instituições com competências
relativas a sua aplicação para além da livre vontade dos
visados. 18
CONCEITO DE DIREITO

Especificidades do conceito:

 O Direito surge da necessidade de formular regras de


conduta que disciplinam a interacção entre os homens.

 Surge, igualmente, do imperativo de colmatar os conflitos de


interesse que emergem das relações entre os homens na sua
vida em sociedade com o objectivo de alcançar o bem
comum, a paz e a justiça.

19
20
AS VÁRIAS ACEPÇÕES DO TERMO DIREITO

 Em conformidade com as diversas conceptualizações,


o Direito compreende, fundamentalmente, três
vertentes, designadamente:

 Direito Positivo;

 Direito Vigente; e

 Direito Natural.
21
AS VÁRIAS ACEPÇÕES DO TERMO DIREITO
 Direito Positivo: é referente ao conjunto de regras escritas que foram postas
em vigor numa determinada colectividade, as que vigoram, bem como
aquelas que tenham atingido o termo da sua vigência.

 Direito Vigente: é referente ao conjunto de regras ou princípios que regem


uma colectividade em dado momento da sua vida.

 Direito Natural: é referente ao conjunto de princípios normativos universais


e imutáveis que, decorrentes da própria natureza do homem, regulam as
suas condutas no quadro da concretização da justiça. Como exemplos
maiores, o direito à vida e à liberdade.
22
CIÊNCIAS AUXILIARES DO DIREITO
 Historia do Direito: dedica-se ao estudo da origem das normas,
instituições e princípios jurídicos, determinando como e porquê
surgiram.

 Antropologia Jurídica: estuda o Direito como manifestação


cultural do homem.

 Filosofia do Direito: estuda criticamente o direito positivo,


averiguando se as normas jurídicas vigentes encerram a justiça
que lhes confere validade.
23
24

Você também pode gostar