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11 – Sistemática dos seres

vivos
- Sistemas de classificação
- Sistema de classificação de
whittaker modificado
Taxonomia e Sistemática
 Ciências que se ocupam da classificação dos seres vivos, formando grupos de acordo com critérios pré-
estabelecidos.
 Taxonomia = é o ramo da biologia que se ocupa da classificação dos seres vivos e da nomenclatura dos grupos formados.
 Sistemática = inclui a taxonomia e a biologia evolutiva. Utiliza todos os conhecimentos acerca dos seres vivos para
compreender as suas relações de parentesco, a sua história evolutiva e desenvolver sistemas de classificação que
reflectem essas relações.

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Sistemas de classificação
 Práticos – classificação baseada em
características com interesse para o
Homem.

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Sistemas de classificação práticos
 Agrupamento de seres vivos de acordo com o seu interesse e utilidade para o Homem. Apesar de serem os
mais primitivos, persistem até aos dias de hoje.
 Tinham um uso imediato, estando ligados a propriedades dos seres vivos que tinham interesse para o Homem,
geralmente relativas à satisfação de necessidades básicas como a alimentação e a defesa.
 Exemplo: As plantas eram classificadas de acordo com o uso que delas faziam, plantas alimentares ou não
alimentares; venenosas ou não venenosas; com interesse económico ou não.

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Sistema de classificação de Aristóteles

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Sistema de classificação de Lineu

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Sistema de classificação de Lineu
 Os caracteres que Lineu utilizou para a classificação das plantas eram
em número reduzido.
 Diziam, essencialmente, respeito a órgãos de reprodução da flor.

Lineu colocou no mesmo grupo


plantas apenas por terem em
comum o mesmo número de
estames, mas não tinham a
mesma origem evolutiva.
Também formas com origem
evolutiva muito próxima eram
colocadas em grupos distintos,
por apresentarem um número
diferente de estames.

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Sistemas de classificação
 Os sistemas de classificação de Aristóteles e Lineu têm uma base racional, pois utilizam caracteres dos seres em estudo, sendo por isso designados por
Sistemas de classificação racionais.

 No entanto, baseiam-se num pequeno número de características, como por exemplo, cor do sangue, estrutura do coração, tipos de ovos, presença de
antenas ou de tentáculos, tipo de reprodução.

Sistemas de classificação artificiais

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Sistemas de classificação artificiais
 Se agrupássemos os animais tendo em conta apenas a capacidade
de voo, colocaríamos no mesmo grupo Aves, Mamíferos (morcego)
e Insectos e num outro grupo todos os restantes animais.

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Sistemas de classificação naturais
 Baseiam-se num grande número de caracteres, que permitem formar grupos com maior grau de afinidade entre
os seres vivos que os constituem.

 Nestes sistemas, os organismos pertencentes aos grupos formados têm maior semelhança, mas a
identificação do grupo a que os organismos pertencem é, por vezes, difícil ou mesmo impossível de fazer, se
não se dispõem de um conhecimento pormenorizado das características dos indivíduos.

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Sistemas de classificação horizontais

Os sistemas de classificação racionais, quer sejam os artificiais quer os naturais não consideram o factor tempo.
São classificações estáticas, que privilegiam as características estruturais, não tendo em consideração o factor tempo uma vez
que partiam do pressuposto da imutabilidade das espécies.

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Sistemas de classificação
 Racionais – utilizam características dos
seres vivos.
 Artificiais
– baseados num número restrito de
características. São do período pré-lineano.
 Naturais – baseados num grande número de
características. São do período pós-lineano.
 Se não considerarem o factor tempo (não
entram em conta com a história evolutiva),
são chamados de horizontais.
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Sistemas de classificação
 O desenvolvimento da teoria evolucionista de Darwin teve repercussões nos sistemas de classificações.

 A natureza passa a ser considerada sob uma óptica dinâmica: tudo resulta de transformações.

 Os seres vivos ter-se-ão originado uns a partir dos outros, tendo surgido, primeiro, os de estrutura mais simples e,
sucessivamente, os de estrutura mais complexa.

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Sistemas de classificação
 Verticais ou filogenéticos – agrupa os
seres vivos de acordo com as relações de
parentesco, tentando reproduzir a história
evolutiva, e por isso, têm em conta o
factor tempo.

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Sistemas de classificação evolutivos ou filogenéticos
 Tentam reproduzir a história evolutiva dos organismos (filogenia) .

 Como consideram o factor tempo, têm o nome de sistemas de classificação verticais.

 Construção de árvores filogenéticas, com base no grau de parentesco entre os seres vivos.

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Classificação e Filogenia
 A classificação de organismos pode ser
ilustrada com árvores filogenéticas.
Sistemas de classificação evolutivos ou
filogenéticos

Árvore
filogenética
dos primatas

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 Cada ramificação
 Representa a divergência entre as espécies
 Ramificações anteriores
 Representam um maior grau de divergência
Classificações fenéticas e classificações
filogenéticas ou cladística

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Características ancestrais e características
derivadas

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Sistemas de classificação

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Critérios de classificação
 Os sistemas de classificação baseiam-se numa série de critérios, tais como:
 Morfologia;
 Paleontologia;
 Modo de nutrição;
 Embriologia;
 Cariologia;
 Bioquímica;
 Organização estrutural.

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Categorias taxonómicas
 Lineu, considerado o “pai da Taxonomia”, forneceu um importante contributo para a classificação.
 Considerou a espécie como unidade básica de classificação.
 Espécies semelhantes agrupam-se para constituir um Género; os Géneros mais relacionados agrupam-se em Famílias; as
Famílias em Ordens e as Ordens em Classes.
 Posteriormente, foram criados grupos taxonómicos superiores à classe: o filo para os zoólogos e a divisão para os botânicos.
 Cada categoria taxonómica é designada por Taxon (plural Taxa).

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Conceito de espécie
 Conjunto de indivíduos que partilham o
mesmo fundo genético, morfologicamente
semelhantes, podendo cruzar-se entre si e
deixar descendência fértil.

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Categorias taxonómicas
 Nas classificações, consideram-se sete categorias principais:
Espécies, Género, Família, Ordem, Classe, Filo e Reino.

À medida que se ascende


na pirâmide, diminui o
número de organismos
incluídos, porque é maior o
número de características
comuns para pertencer ao
novo taxon.

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Categorias taxonómicas
 Linnaeus introduziu um sistema
 Para agrupar as espécies categorias de
amplitude crescente.
Categorias taxonómicas
 Os taxonomistas usam várias categorias
hierárquicas para classificar os organismos.
 Espécies Menos inclusivo
 Género
 Família
 Ordem
 Classe
 Filo
 Reino Mais inclusivo
Categorias taxonómicas

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Categorias taxonómicas

Dois seres vivos são tanto mais próximos, quanto maior


for o número de taxa comuns a que pertencem, isto é,
quanto mais restrito for o nível do taxon em que ambos
estão incluídos.

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Nomenclatura – regras básicas

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Nomenclatura – regras básicas
 A designação dos diferentes grupos taxonómicos é feita em latim;
As espécies são designadas por um sistema binominal. O nome da espécie consta sempre de duas palavras latinas: a primeira é um substantivo escrito
com inicial maiúscula e corresponde ao nome do género a que a espécie pertence; a segunda palavra, escrita com inicial minúscula, designa-se por
epíteto específico ou restritivo específico e identifica uma espécie dentro do género a que pertence (Ex: Ervilhas: Género = Pisum; restritivo específico
= sativa; Homem: Género = Homo; restritivo específico = sapiens; o nome científico da abelha é Apis mellifera)
 A designação dos taxa superiores à espécie é uninominal, isto é, consta de uma única palavra, que é um substantivo, escrita com inicial maiúscula (Ex:
Reino Animalia);

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Nomenclatura – regras básicas
 O nome da Família dos animais obtém-se acrescentando a terminação –idae à raiz do nome de um dos Géneros. Nas plantas, a terminação que caracteriza a Família é –aceae
(Ex: o cão pertence à Família Canidae e o carvalho à Família Fagaceae);

 Quando uma espécie tem subespécies, utiliza-se uma nomenclatura trinominal para as designar, isto é, escreve-se o nome da espécie seguido de um terceiro termo designado por
restritivo ou epíteto subespecífico (Ex: uma das subespecíes do coelho bravo Oryctolagus cuniculus algirus);

 Os nomes genéricos, específicos e subespecíficos devem ser escritos em itálico. Em manuscritos, esssas designações devem ser sublinhadas;

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Nomenclatura – regras básicas
 As subespécies têm uma nomenclatura
trinominal.
 Homem:
 Género = Homo;
 restritivo específico = sapiens

 restritivo subespecífico = sapiens


Nomenclatura – regras básicas
 À frente da designação específica deve escrever-se, em letra do texto, o nome ou a abreviatura do nome do taxonomista que, pela primeira vez, atribui aquele
nome científico à espécie considerada (Ex: Canis familiaris Lin. Significa que foi Lineu o responsável por esta designação científica para o cão);

 Pode citar-se a data da publicação do nome da espécie, sendo essa data colocada a seguir ao nome do autor, separada por uma vírgula.

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Os reinos da Vida
 Sistema de classificação em dois reinos

•Proposto por Aristóteles e Lineu.


•O Reino Plantae abrange uma grande
diversidade de organismos: seres vivos
fotosintéticos, sem locomoção e sem
ingestão ; bactérias e fungos.
•O Reino Animalia abrange seres não
fotossintéticos que têm locomoção e obtêm
os alimentos por ingestão. Incluem: seres
unicelulares (protozoários) e seres
multicelulares (metazoários).

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Os reinos da Vida
 Sistema de classificação em três reinos

•A existência de um terceiro reino, o Reino


Protista (Ernest Haeckel ).
•Este reino inclui formas mais primitivas e
ambíguas, como bactérias, protozoários e
fungos, cujas características não são
claramente de animais nem de vegetais.

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Os reinos da Vida
 Sistema de classificação em quatro reinos

Herbert Copeland introduziu o Reino


Monera, surgindo assim o sistema de
classificação em quatro reinos:
 Monera – seres procariontes;
 Protista – seres eucariontes unicelulares
e fungos;
 Plantae;
 Animalia.

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 Robert Whittaker propôs um sistema com
cinco reinos:
 Monera, Protista, Plantae, Fungi e Animalia
Os reinos da Vida
 Sistema de classificação em cinco reinos

•Whittaker, em 1968, propôs um sistema


de classificação em cinco reinos, no qual
os fungos passam a constituir um reino
independente. Este sistema de
classificação em cinco reinos: Monera,
Protista, Fungi, Plantae e Animalia era
coerente quer com o registo fóssil, quer
com os dados moleculares mais recentes.

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Os reinos da vida
Os reinos da Vida
 Evolução nos sistemas de classificação:
 Da classificação em dois reinos evolui-se para as
classificações em três, quatro e cinco reinos.

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Os reinos da Vida
 O sistema de classificação de Whittaker em cinco reinos baseia-se, essencialmente, em três critérios:

1 - Níveis de Organização estrutural

 Reino Monera – seres procarióticos;


 Reino Protista – seres eucarióticos unicelulares;
 Reinos Plantae, Fungi e Animalia – seres eucarióticos, multicelulares.

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Os reinos da Vida
 O sistema de classificação de Whittaker em cinco reinos baseia-se, essencialmente, em três critérios:

2 – Tipos de nutrição
 Reino Monera – seres fotossintéticos, seres quimiossintéticos e seres que obtêm o alimento por absorção. Não existe ingestão nos seres deste reino;
 Reino Protista – seres que obtêm o alimento por absorção, por ingestão ou por fotossíntese;
 Reinos Plantae – seres fotossintéticos;
 Reino Fungi – obtêm o alimento por absorção;
 Reino Animalia – obtêm o alimento por ingestão.

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Os reinos da Vida
 O sistema de classificação de Whittaker em cinco reinos baseia-se, essencialmente, em três critérios:
3 – Interacções nos ecossistemas
 Produtores – seres autotróficos entre os quais se destacam as plantas;
 Macroconsumidores – seres heterotróficos que ingerem os alimentos, sendo representados por animais e por alguns protistas;
 Microconsumidores – seres heterotróficos, principalmente bactérias e fungos. Decompõem a matéria orgânica, absorvem alguns produtos resultantes da decomposição e libertam substâncias inorgânicas para o meio. São também chamados decompositores ou saprófitos.

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Os reinos da Vida

Interacções nos ecossistemas

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Sistema de
classificação
de Whittaker
modificado (1979)

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Sistema de classificação de Whittaker
Tipo de célula Organização Tipo de Interacção nos
celular nutrição ecossistemas
Procariótica. Unicelulares. Autotróficos Produtores
Geralmente com Podem formar (fotossíntese e Micro-
MONERA parede celular. colónias. quimiossíntese). consumidores
Heterotróficos
( absorção).
Eucariótica. Unicelulares. Autotróficos Produtores
Com/sem parede Multicelulares com (fotossíntese). Micro-
PROTISTA celular. baixa Heterotróficos consumidores
diferenciação. (absorção e Macro-
ingestão). consumidores
Eucariótica. Grande maioria Heterotróficos por Micro-
Parede celular, multicelulares. absorção. consumidores
FUNGI quando existe, Baixa
com quitina. diferenciação.
Eucariótica. Multicelulares e Autotróficos Produtores
PLANTAE Parede celular progressiva fotossintéticos
celulósica. diferenciação.
Eucariótica. Multicelulares e Heterotróficos por Macro-
ANIMALIA Sem parede progressiva ingestão. consumidores
celular. diferenciação.
Sistema de classificação em cinco reinos de Margulis e Schwartz

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Sistema de classificação em três domínios de Carl Woese

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