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Oficinas Populares

POLÍTICAS PÚBLICAS
PARA MULHERES
Assessoria, Educação Popular e Serviço Social-ESS-UNIRIO
Movimento Social Mães de Itaboraí.
Coletivo Casulo- Niterói
1ª OficinaPopular
CAPACITA MULHER
Assessoria, Educação Popular e Serviço Social-ESS-UNIRIO
Movimento Social Mães de Itaboraí.
Coletivo Casulo- Niterói
1ª Oficina Popular
CAPACITA MULHER
Violência contra a mulher
Apresentação:
Proposta – momento 1
 O que é violência?
 Fundamentos políticos e legais ;
 Quais os grupos mais vulneráveis?
 O que é violência contra a mulher?
 História da legislação
 O que é Rede Intersetorial de enfrentamento e Proteção a mulher?
 A Rede de Itaboraí: equipamentos, recursos, atividades, sujeitos
 ( aqui podemos convidar os trabalhadores e/ou representantes destes
serviços)
Proposta – momento 2
 Discussão: Limites e possibilidades
 Apresentação de situações a partir dos relatos colhidos previamente das
mulheres do grupo
 O que as mães de Itaboraí podem fazer?
 organizando a luta
 comitês de acolhida
 comitês de segurança alimentar
 comitês para o trabalho e renda
 comitês pedagógicos
 comitês jurídicos/policial
 comitê da comunicação
Quebra Gelo: proposta 15 minutos?
 O que você imagina quando falamos de violência?
 Quem são as pessoas que mais sofrem violência na opinião de vocês?
 Porque?
 O que vem a cabeça de vocês quando vocês pensam em violência
contra a mulher?
 Quais os lugares/quem você procuraria caso sofresse ou soubesse de
uma situação de violência?
 Você conhece alguma situação de violência?
Proposta – momento 1
 O que é violência?
 Violência x pobreza
 Violência x relações de poder
 Fundamentos da violência na sociedade;

 A ideia neste primeiro momento é traçar uma relação entre as relações sociais
no modo capitalista de produção e reprodução da vida e como a violência se
configura como uma das expressões do conflito capital x trabalho;
 A partir da compreensão da Lei Geral da Acumulação capitalista( concentração
da riqueza e socialização da pobreza) como isso vai incidir ideologicamente
sobre a subjetividade das relações interpessoais na classe trabalhadora. Dentre
estas as relações entre adultos e crianças, homens e mulheres etc.
Proposta – momento 1
 Fundamentos políticos e legais da violência;
 A violência, considerada mundialmente como uma violação dos
direitos humanos;
 A violência, considerada enquanto questão de saúde pública;

 a violência é definida como o uso intencional da força física ou do


poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou
contra um grupo/comunidade, que resulte em lesão, morte, dano
psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação. ( OMS)
 violência doméstica, violência intrafamiliar e violência física
Proposta – momento 1
 Quais os grupos mais vulneráveis?
 A proposta aqui é estabelecer a relação entre vulnerabilidade e violência
identificando o cariz patriarcal, a questão da propriedade privada;
 Identificar porque idosos crianças e mulheres são mais vulneráveis, cada um com
sua especificidade dentro do modo de produção capitalista:
 O conceito de infância a partir do capitalismo( sujeito em desenvolvimento para o
capital)
 De velhice(sujeito que não pode vender sua FT/ incomodo para o capital e sua
relação com as politicas públicas)
 Deficiente(sujeito que ao ser incluído, as formas de inclusão e as politicas
públicas)
 A gestão da vida destes grupos vulneráveis pelas mulheres( a violência contida
neste processo);
Proposta – momento 1
O que é violência contra a mulher?
 Noâmbito da violência doméstica, encontra-se a violência
contra a mulher cometida pelo parceiro no contexto de uma
relação afetiva e sexual, independente de ser relação
estável legalizada

 . Este tipo de violência engloba as mais variadas formas de


violência física, sexual, financeira, psicológica.
Proposta – momento 1
 Legislação

Defesa da honra – isso estava mesmo previsto em lei?

A referida tese possui raízes no Brasil Colônia, quando existia a tradição da honorabilidade, sendo a honra masculina um bem jurídico protegido
pelo ordenamento jurídico brasileiro da época. concedia ao marido o direito de matar sua esposa, se flagrada em adultério, assim agindo para
garantir a manutenção de sua “honra”.

Até que o primeiro Código Criminal Brasileiro, promulgado em 1830, retirou da legislação essa previsão.
Contudo, em 1890, a codificação penal posterior deixou de considerar crime quando se tratasse de homicídio cometido “sob um estado de total
perturbação dos sentidos e da inteligência”,

“Com base neste dispositivo legal, os passionais eram comumente absolvidos, sob o pretexto, de que, ao encontrarem o cônjuge em flagrante
adultério, ou movidos por elevado ciúme, restavam privados da inteligência e dos sentidos.”.

Isso significa que, com base no referido dispositivo da lei, era justificável o assassinato de mulheres que estavam em flagrante adultério ou  das
quais simplesmente seus parceiros sentiam ciúmes, já que tal cenário os guiava para um estado de total perturbação dos sentidos.

Assim, estes não eram devidamente responsabilizados pelo que cometiam, pois sempre havia uma justificativa para os eximir
das responsabilidades.
Em outras palavras, a culpa, na maioria das vezes, ainda recaía sobre a mulher.
Proposta – momento 1
Defesa da honra – isso estava mesmo previsto em lei?
 Legislação
Em sequência, na década de 1940, a norma penal (atual Código Penal) eliminou a excludente relacionada à “perturbação dos sentidos e da inteligência”,
com o entendimento de que:
 i) a traição está relacionada ao contexto de relações amorosas e tanto homens quanto mulheres estão sujeitos a praticá-la ou sofrê-la;
 ii) desvalor ou censura ao ato de traição é restrito aos âmbitos ético e moral; e
 iii) não existe o direito subjetivo de agir com violência contra uma pessoa que traiu.

Código Penal

Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:


I – a emoção ou a paixão;
(…).
Todavia, não foi um avanço significativo. Isso porque, apesar da mudança na legislação, o pensamento e os valores da sociedade naquela época permaneciam os mesmos, sendo que a
igualdade entre gêneros só veio ganhar lugar em nosso Direito, efetivamente, com a Constituição Federal de 1988.

Isso significa que isso é somente o que foi positivado, porque na realidade ainda havia o que evoluir, uma vez que existia espaço para a tese da legítima defesa
da honra, por exemplo. 

Tal tese, mesmo não mais prevista na legislação, continuou sendo utilizada por anos como um recurso argumentativo 
para justificar crimes em casos de traição, contribuindo assim para o crescimento e fortalecimento da violência contra a mulher.
Proposta – momento 1
 Legislação
• Lei Maria da Penha (11.340/2006): Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e
familiar contra a mulher e estabelece medidas de assistência e proteção.
• Lei Carolina Dieckmann (12.737/2012): Tornou crime a invasão de aparelhos eletrônicos para
obtenção de dados particulares.
• Lei do Minuto Seguinte (12.845/2013): Oferece garantias a vítimas de violência sexual, como
atendimento imediato pelo SUS, amparo médico, psicológico e social, exames preventivos e
informações sobre seus direitos.
• Lei Joana Maranhão (12.650/2015): Alterou os prazos quanto a prescrição de crimes de abusos
sexuais de crianças e adolescentes. A prescrição passou a valer após a vítima completar 18 anos,
e o prazo para denúncia aumentou para 20 anos.
• Lei do Feminicídio (13.104/2015): Prevê o feminicídio como circunstância qualificadora do
crime de homicídio, ou seja, quando crime for praticado contra a mulher por razões da condição
de sexo feminino
Proposta – momento 1
 Redes e serviços:
 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM): As unidades especializadas da Polícia Civil
contam com profissionais preparados e capacitados, que realizam ações de prevenção, proteção e
investigação dos crimes de violência doméstica e violência sexual contra as mulheres, entre outros.
Importante destacar que toda e qualquer delegacia está apta a receber denúncias de violência, mas nem
todas as cidades brasileiras têm delegacias especializadas.

 Casa da Mulher Brasileira: Trata-se de uma inovação no atendimento humanizado das mulheres, mas a
iniciativa do governo federal ainda não está disponível em todas as capitais. Em apenas um só espaço são
oferecidos diferentes especializados, como Acolhimento e Triagem; Apoio Psicossocial; Delegacia; Juizado
Especializado em Violência Doméstica e Familiar contra as Mulheres; Ministério Público, Defensoria Pública;
Serviço de Promoção de Autonomia Econômica; Espaço de cuidado das crianças – Brinquedoteca; Alojamento
de Passagem e Central de Transporte.

 Centro de Referência às Mulheres Vítimas de Violência: Faz parte da rede de equipamentos de


enfrentamento à violência contra mulher e oferece acolhimento e acompanhamento interdisciplinar (social,
psicológico, pedagógico e de orientação jurídica).
Proposta – momento 1
 Redes e serviços:
 Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher: Órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal,
poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a
execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.

 O Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (SAMVVIS): O serviço oferece acolhimento integral às
vítimas de estupro, completamente gratuito, pelo SUS. Entre os procedimentos estão previstos a profilaxia de doenças
sexualmente transmissíveis, realização de exame de corpo de delito no local e prevenção da gravidez indesejada (até 72
horas após a violação), além da interrupção da gestação nos casos previstos em lei (aborto legal) e do acompanhamento
psicossocial continuado.

 Núcleos de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência (Defensorias Públicas estaduais): Oferecem orientação jurídica,
promoção dos direitos humanos e defesa dos direitos individuais e coletivos em todos os graus (judicial e extrajudicial), de
forma integral e gratuita.

 Núcleos de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência (Ministérios Públicos estaduais): Responsável por mover ação
penal pública, solicitar investigações à Polícia Civil e demandar ao judiciário medidas protetivas de urgência, além de
fiscalizar estabelecimentos públicos e privados de atendimento às vítimas.
Proposta – momento 2
 Discussão: Limites e possibilidades
 Apresentação de situações a partir dos relatos colhidos previamente das
mulheres do grupo
 O que as mães de Itaboraí podem fazer?
 organizando a luta
 comitês de acolhida
 comitês de segurança alimentar
 comitês para o trabalho e renda
 comitês pedagógicos
 comitês jurídicos/policial
 comitê da comunicação

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