Você está na página 1de 29

OBRIGAÇÕES DO

EMPRESÁRIO
1ª) Inscrever-se no Registro de Empresas antes de
iniciar sua atividade (art. 967 e art. 1150 do Código
Civil);

2ª) Escriturar os livros obrigatórios (art.1.179 do Código


Civil) e conservar de modo adequado toda a escrituração
e documentação comprobatória até decorrido o prazo
prescricional de ações a ela relativas (art.1.194, CC);

3ª) Realizar balanço patrimonial e de resultado econômico


anualmente (art. 1.179 do Código Civil)
REGISTRO DE EMPRESA
Artigo 967 do Código Civil: “É obrigatória a
inscrição do empresário no Registro Público de
Empresas Mercantis da respectiva sede, antes
do início de sua atividade”.

Efetuado no Registro Público de Empresas


Mercantis, a cargo da Junta Comercial do
Estado em que a empresa possui sua sede.

Filial em outro Estado (art. 969, CC)


REGISTRO DE EMPRESA
LEI N 8.934 de 18.11.94
Funções:
I – dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança
e eficácia aos atos jurídicos das empresas.

II – cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras,


que funcionam no país.

III – proceder a matrícula aos agentes auxiliares do


comércio, bem como o cancelamento.
REGISTRO DE EMPRESA
LEI nº 8934 de 18.11.94
Efeitos:
Gera personalidade jurídica:
I – sociedade empresaria (Junta Comercial).
II – sociedade simples (Registro no Cartório de
Pessoa Jurídica).
• Prazo de 30 dias para registro:
I – dentro do prazo: “ex tunc”.
II – após o prazo: “ex nunc”.
Personalidade Negocial/Patrimonial/Processual;
REGISTRO DE EMPRESA
O Sistema Nacional de Registro Mercantil
(SINREM) é composto pelos seguintes órgãos:

1) Departamento Nacional do Registro do Comércio


(DNRC), na esfera federal, ligado ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;

2)Juntas Comerciais, na esfera estadual.


DNRC (Departamento Nacional JUNTAS COMERCIAIS
de Registro do Comercio)

I - supervisionar e coordenar, a I- promover o assentamento dos


execução de registro de empresa usos e práticas mercantis

II – orientar e fiscalizar as Juntas II- autenticar documentos que


Comerciais estejam sob sua guarda

III- estabelecer ou providenciar III- efetuar matrículas de leiloeiros,


medidas correcionais do Registro de tradutores juramentados, entre
Empresa outros

IV- organizar e atualizar o Cadastro IV- promover o arquivamento


nacional de Empresas Mercantis (registro e guarda) dos principais
atos empresariais
ÓRGÃOS DAS JUNTAS COMERCIAIS
PRESIDENCIA
(órgão diretivo)

PLENÁRIO ( 8 A 20
VAGAS) órgão deliberativo
superior

SECRETARIA
TURMAS PROCURADOR
GERAL
(órgãos (fiscalização e consulta
(órgão
deliberativos) jurídica)
administrativo)
Outras funções das Juntas Comerciais
A) Matrícula: dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes,
trapicheiros e administradores dos armazéns gerais.
B) Arquivamento:
a) dos documentos relativos à constituição, alteração,
dissolução e extinção de firmas mercantis individuais,
sociedades mercantis e cooperativas;
b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade;
c) dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras
autorizadas a funcionar no Brasil;
d) das declarações de microempresa;
e) de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam
atribuídos ao Registro Público de Empresas Mercantis e
Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao
empresário e às empresas mercantis;
Outras funções das Juntas Comerciais
C) Autenticação: de livros e documentos que estejam sob a guarda da Junta, dos
instrumentos de escrituração das empresas mercantis registradas e dos agentes
auxiliares do comércio, na forma de lei própria.
O Código Civil, em seu artigo 968 §1º, trata de um novo ato, denominado de
AVERBAÇÃO, que é uma espécie de arquivamento, tendo como finalidade a
anotação de uma modificação, uma nova situação da inscrição do empresário.
REGIMES DECISÓRIOS DAS JUNTAS
COMERCIAIS
DECISÕES COLEGIADAS são tomadas no caso de
arquivamentos de atos das sociedades anônimas e
consórcio de empresas, bem como de atos
relacionados às transformações, fusões, cisões e
incorporações de sociedades empresárias de
qualquer espécie.

DECISÕES SINGULARES, tomadas pelo


Presidente da Junta ou por um vogal por ele
designado, compreendem todos os outros atos de
arquivamento, matrícula e autenticação.
PROCEDIMENTO DE REGISTRO
Encaminhamento à Junta do ato empresarial pelo interessado
30 dias da assinatura (art. 1151, CC)

Junta decide, e sua inércia significará aceitação e arquivamento do ato


Decisão em 2 ou 5 dias (art. 43, Lei 8934/1994)

Se arquivamento for negado, cabe Pedido de reconsideração


30 dias (art. 45, Lei 8934/94)

Junta decide novamente, e inércia significará aceitação e arquivamento


Decisão em 2 ou 5 dias (art. 43 8934/94)

Recurso ao Plenário da Junta


Prazo de 10 dias + 10 dias para Procuradoria (arts. 50 e 46 Lei 8934/94)

Recurso ao Ministro da Indústria, do Comércio e do Turismo


Prazo de 10 dias (art. 50, Lei 8934/94)
PESSOAS ACEITAS NO REGISTRO DA JUNTA
Somente as pessoas com finalidade econômica físicas ou
jurídicas;

Sociedade
Sociedade SIMPLES
EMPRESÁRIA

REGISTRO NA Registro no Oficio de


Junta Comercial Pessoas Jurídicas
(art. 967, CC) (art. 998, CC)
EMPRESÁRIO IRREGULAR
O empresário que não se inscrever no Registro de
Empresas e, mesmo assim, exercer a atividade
empresarial, será considerado um empresário
irregular.

É OBRIGATÓRIO O REGISTRO PARA ALGUÉM


SER EMPRESÁRIO?

- O registro possui natureza jurídica declaratória, não


constitui um empresário
CONSEQUENCIAS DA AUSENCIA DE REGISTRO
1) Não poderá ser beneficiado pelo instituto da recuperação judicial,
nem poderá requerer a falência de um devedor seu;
2) Não poderá ter seus livros autenticados;
3) Se for requerida sua falência, essa será sempre fraudulenta;
4) Os sócios da sociedade irregular responderão, solidária e
ilimitadamente, pelas obrigações da sociedade;
5) Impossibilidade de inscrição no CNPJ;
6) Impossibilidade de cadastro no INSS;
7) Não poderão participar de licitações públicas, entre outros;
8) É sonegador de impostos por não declarar ao Fisco os negócios
efetuados e o lucro obtido;
9) Empresário não pode desenvolver negócios com empresários
regulares por não possuir notas fiscais e nem autorização forma;
10) Não pode vender para a Administração Pública
E, AINDA: o patrimônio pessoal e empresarial se
confundem, consagrando-se a responsabilização
ilimitada dos sócios.
Escrituração dos livros obrigatórios
A escrituração consiste em confeccionar os livros
empresariais /livros contábeis, seja na forma física
quanto na mecanizada (impressos anualmente, e
levados na Junta Comercial para rubrica)

São SIGILOSOS (espelham a vida ativa e segredos


da empresa) e somente podem ser requisitados
pelas autoridades fazendárias para fins de
fiscalização, ou pelo juiz.
FINALIDADES
A) BENEFÍCIO PRÓPRIO: o empresário pode se
utilizar dos seus livros para controlar suas atividades
e estabelecer metas (controle dos estoques,
verificação dos lucros, custos das matérias primas);
B) FISCALIZAÇÃO PÚBLICA: verificação do correto
recolhimento de tributos e outras obrigações
exigidas pelo Poder Publico (solicitação dos livros pelo
fisco);
C) SALVAGUARDA DE DIREITOS: para garantir
direitos de particulares, de outros empresários e da
titular dos livros (eficácia probatória)
Requisitos de regularidade dos livros
A) Devem estar expressos em língua nacional;
B) Não são permitidas borraduras e emendas ou
notas de rodapé;
C) Valores devem constar em moeda nacional;
D) Os lançamentos e documentos devem ser
individualizados;
E) Lançamento efetuados em ordem cronológica de
dia, mês e ano;
F) Termos de abertura e encerramento;
G) Autenticação pela Junta Comercial
Obrigatoriedade dos livros
Os livros podem ser OBRIGATÓRIOS (livro diário
– art. 1180, CC)
O micro e o pequeno empresário estão dispensados
do livro Diário, mas devem possuir em substituição,
os livros “Caixa” e “ Registro de Inventário ou Livro
de Estoque”, e se emitir duplicatas, o livro de
“Registro de Duplicatas”;
Para as SA: livro de Atas, livro de Atas na
assembleia geral

FACULTATIVOS: servem apenas para o controle


interno do empresário. EX: livro borrador
SEMPRE OBRIGATÓRIO Diário
MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Livro Caixa
Livro de registro de inventário ou livro de
Estoque
EMPRESA QUE EMITE DUPLICATAS Livro de Registro de Duplicatas

SOCIEDADES ANONIMAS Diário


Livro de Registro de Ações nominativas
Livro de Transferência de ações
nominativas
Livro de Registro de partes beneficiárias
nominativas
Livro de transferência de partes
beneficiárias nominativas
Livro de atas das assembléias gerais
Livro de presença dos acionistas
Livro de atas de reuniões do conselho de
administração
Livro de atas e pareceres do conselho
fiscal

SOCIEDADES LIMITADAS Diário


Livro de atas e pareceres do conselho
fiscal
Livro de atas na assembléia geral
SANÇÕES
CIVIL: presume-se a veracidade dos fatos
alegados pela parte contrária;
PENAL: é crime, mas somente se configurará em
caso de falência
COMERCIAL: impossibilidade do empresário
requerer a sua recuperação judicial.
Extravio e Perda da Escrituração
Publicar em jornal de grande circulação na sede do
estabelecimento, avisando a ocorrência;
Após a publicação, apresentar relato detalhado à
junta comercial sobre os fatos;
Retomar a escrituração, adotando-se o mesmo
número de ordem do instrumento extraviado ou
perdido;
Submeter à autenticação na junta comercial;
A 2ª via produzirá os mesmos efeitos que a
anterior, salvo haver comprovação de fraude;
Exibição Judicial e Eficácia Probatória
dos Livros
Os livros só devem ser exibidos em virtude de previsões
legais – principio do sigilo (Art. 1190 do CC);
Exibição parcial: extração do teor que interessa ao caso
e restituição do livro ao empresário – pode ser
decretada de ofício pelo juízo em qualquer ação judicial;
Exibição total: retenção do livro em cartório, sem sua
utilização pelo empresário – só pode ser decretada pelo
juiz em casos específicos previstos em lei - em caso de
falência poderá ser decretada de ofício;
Exibição Judicial e Eficácia Probatória
dos Livros
(Art. 420 e 421 do NCPC e Art. 1190 do CC);
Para haver eficácia probatória contra o seu titular, o
livro não precisa atender aos requisitos legais, contudo
para ter eficácia em favor do empresário, os requisitos
são necessários;
O sigilo dos livros não tem eficácia diante de algumas
autoridades administrativas (Art. 1193 do CC);
Devem estar a disposição da fiscalização das receitas
(municipal, estadual e federal) – Art. 195 da lei 5.172/66
– Art. 33, §1º da lei 8212/91 – contudo devem ater-se
aos elementos que sejam objeto de investigação;
Exibição Judicial e Eficácia Probatória
dos Livros
Para o exame de livros pela fiscalização, procede-
se a instauração de uma operação de fiscalização,
com a atuação de procedimento administrativo
(Receita ou INSS) – o que serve inclusive para
resguardar o próprio empresário a cerca do teor
da investigação;

Havendo necessidade de fazer prova que dependa


do conteúdo de um respectivo livro pelo juízo,
normalmente constitui-se uma perícia contábil;
Balanços Anuais
O Empresários estão obrigados a apresentar
anualmente:

O balanço patrimonial: passivo e ativo


(compreendendo bens, créditos e débitos);
O balanço econômico: : lucros e perdas;
Exceção é feita aos ME, EPPS e MEI;
Art. 1179 do CC;

Você também pode gostar