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Staphylococcus

Dra. Elsa Masae Mamizuka


USP
Dr. Antônio Carlos Pignatari
Diretor do Laboratório Especial de Microbiologia -
LEMC
Introdução a cocos Gram-positivos
Características do Gênero Staphylococcus
Staphylococcus aureus
Enzimas Extracelulares
Testes de aglutinação rápida para coagulase
Padrões de Hemólise
Regulação de Fatores de Virulência
Staphylococcus epidermidis
Outras espécies de Staphylococcus
Identificação simplificada dos cocos Gram positivo de importância clínica
Chave Geral para a Identificação de Staphylococcus
Staphylococcus saprophyticus
Detecção de resistência de Staphylococcus aureus à oxacilina e ou vancomicina
Resistência aos Antibióticos
Staphylococcus aureus resistente à oxacilina-ORSA
Métodos laboratoriais para a detecção da resistência à oxaclina ( meticilina)
Resistência à Vancomicina
Detecção da VISA/VRSA
Relação de drogas testadas para Staphylococcus aureus e relatadas no antibiograma

índice
Introdução a cocos Gram-positivos

Os cocos Gram positivos (CG+) compõem um


grupo de grande importância clínica. São
responsáveis por inúmeras e variadas
afecções e síndromes.

Os CG+ anaeróbios facultativos de


importância clínica pertencem a uma de
duas famílias:

Micrococcaceae ou Streptococcaceae

Pesquisa de catalase na bactéria


Introdução a cocos Gram-positivos

A partir da caracterização da amostra como


CG+ através da coloração de Gram, a
determinação da família é feita pela prova da
catalase.

A prova da catalase consiste em colocar


uma amostra de bactéria em contato com o
peróxido de hidrogênio, e pesquisar a
formação de bolhas de oxigênio.

catalase
2H2O2 2H2O + O2
Introdução a cocos Gram-positivos

+ -
Micrococcaceae Streptococcaceae
As bactérias desta família são As bactérias desta família são
catalase POSITIVAS catalase NEGATIVAS
Características do Gênero
Staphylococcus

Esta estrutura
característica lembra
cachos de uva.
Características do Gênero
Staphylococcus

As sp mais importantes na clínica

S. lugundensis S. carnosus S. epidermidis


S. schleiferi S. simulans S. capitis
S. sciuri S. cohnii S. warnei
S. lentus S. xylosus S.saccharolyt.
S. caseolyticus S. saprophyticus S. caprae
S. hyicus S. gallinarium S. hominis
S. chromogenes S. kloosii S. haemolyticus
S. intermedius S. equorum S. auricularis
S. delphini S. arlettae S. aureus
Características do Gênero
Staphylococcus

As mais importantes no laboratório clínico são:

S. lugundensis S. carnosus S. epidermidis


S. schleiferi S. simulans S. capitis
S. sciuri S. cohnii S. warnei
S. lentus S. xylosus S.saccharolyt.
S. caseolyticus S. saprophyticus S. caprae
S. hyicus S. gallinarium S. hominis
S. chromogenes S. kloosii S. haemolyticus
S. intermedius S. equorum S. auricularis
S. delphini S. arlettae S. aureus
Staphylococcus aureus

De todas as espécies do gênero, o S.


aureus é o mais importante. É responsável
pelo segundo maior número de infecções
em seres humanos.

O S.aureus está presente no trato


respiratório superior, especialmente nas
narinas, de aproximadamente 60% da
população em geral, e assim permanece
sem causar doença em condições normais.
Características do Gênero
Staphylococcus

O gênero Staphylococcus é composto por várias espécies:

S. lugundensis S. carnosus S. epidermidis


S. schleiferi S. simulans S. capitis
S. sciuri S. cohnii S. warnei
S. xylosus S.saccharolyt.
S. lentus
S. caprae
S. caseolyticus S. saprophyticus
S. hominis
S. hyicus S. gallinarium
S. haemolyticus
S. chromogenes S. kloosii
S. auricularis
S. intermedius S. equorum S. aureus
S. delphini S. arlettae
Staphylococcus aureus

O nome “aureus” significa


“dourado” em latim, qualidade
atribuída ao pigmento amarelado
característico produzido pela
bactéria.
Enzimas Extracelulares

A enzima extracelular mais importante é a coagulase. A produção de


coagulase é exclusiva ao Staphylococcus aureus, sendo inclusive, um
critério para a identificação de uma amostra como pertencente à
espécie.
coagulase
Fibrinogênio Fibrina
protrombina

Estafilotrombina
Causa coagulação
Fatores de Virulência do Staphylos
Staphylos não é o único que produz coagulase
Staphylococcus aureus

No laboratório clínico, faz-se um ensaio com plasma de coelho. A


bactéria em questão é inoculada num tubo com plasma de coelho.
Se o plasma coagular, a espécie é S. aureus.

Se não coagular deixar mais 20h, totalizando 24h verificar novamente


Staphylococcus aureus

Proteína A (SpA)
Tem a habilidade de se ligar à porção
FC de IgG, impedindo, portanto que ela
sirva de fator de opsonização na
fagocitose. Fab Fab
IgG
Fc
SpA (Atn)
S. aureus
Testes de aglutinação rápida
para coagulase

• Testa a presença de proteina A e fator de coagulação


(clamping factor)
• Fornece resultado + em 5 a 20 seg.
• Mostra correlação de 80% com mét.classico
• preço e mbalagem com 150un. U$116.00

• Teste de aglutinação do latex azul para detecção do clumping


factor e protein A associado à Staphylococcus aureus
• Resultado em 60 seg
• Sensibilidade/especificidade: 99/92%
• Inclui partícula de latex , cartão p/teste, haste, e controles
positivo e negativo
• Preço: embalagem de 105 um. U$ 105.62
• Validade 18 meses
Padrões de Hemólise

esverdeado
Regulação de Fatores
de Virulência

Os fatores de virulência produzidos por S. aureus não são


expressados a toda hora, são dependentes da fase de crescimento
da bactéria.
 Proteína A  alimento
 adesinas
no de células  coagulase
Taxa estacionária
 hemolisinas
Toxinas
 Alimento em abundância

 Proteína A
 adesinas
 coagulase
 hemolisinas
 toxinas

tempo
Staphylococcus epidermidis

A segunda espécie mais importante


do gênero Staphylococcus é o
Staphylococcus epidermidis.

O Staphylococcus epidermidis faz


parte da flora normal da pele e da
mucosa de seres humanos e
animais superiores.

Importante na infecção hospitalar


Staphylococcus epidermidis

O Staphylococcus epidermidis é uma espécie bem menos


virulenta do que S. aureus. Não apresentam a produção de
coagulase e algumas cepas apresentam a produção muito
tímida de certas enzimas proteolíticas.

Todavia, isto não significa que S. epidermidis não possa ser


patogênico. Esta espécie tem muitos fatores de adesão e
forma muito biofilme, sendo perigosa para pacientes que
fazem uso de material invasivo de plástico (cateter, próteses,
stents, etc.).
Staphylococcus epidermidis

O Staphylococcus epidermidis é um risco para pacientes


imunocomprometidos e para usuários de drogas
intravenosas, podendo causar endocardite e infecções
generalizadas não-piogênicas.

Staphylococcus epidermidis pode causar septicemia,


endocardite, peritonite, ventriculite e infecções em locais
com prótese.
Outras espécies de
Staphylococcus

No laboratório clínico, usualmente se faz a diferenciação


entre Staphylococcus coagulase positiva (S. aureus) e
Staphylococcus coagulase negativa (não aureus).

Os Staphylococcus coagulase negativa de interesse são


subdivididos em dois grupos: saprophyticus e não
saprophyticus, baseado na sua suscetibilidade à
novobiocina.
Outras espécies de
Staphylococcus

No laboratório clínico, usualmente se faz a diferenciação entre


Staphylococcus coagulase positiva (S. aureus) e
Staphylococcus coagulase negativa (não aureus).

Os Staphylococcus coagulase negativa de interesse são


subdivididos em dois grupos: saprophyticus e não
saprophyticus, baseado na sua suscetibilidade à novobiocina.
Identificação simplificada dos cocos Gram
positivo de importância clínica

Gênero Catal. Motilidade NaCl 5% Oxidase Aeróbio Tétrade


Estrito

Staphylococcus + neg + neg não não


Planococcus + + + neg + variável
Micrococcus + neg + + variável variável
Enterococcus neg variável + neg não não
Streptococcus neg neg variável neg não não
Aerococcus neg neg + neg não +
Stomatococcus * variável neg neg neg não variável

* aderente ao meio
Chave Geral para a
Identificação de Staphylococcus

Coco GRAM +
Streptococcaceae catalase
- +
Micrococcaceae
Sensível à
novobiocina? - DNAse
+

Staphylococcus sp.

+ Coagulase

Staphylococcus - Staphylococcus
+
não saprophyticus aureus

Staphylococcus grupo saprophyticus


Outras espécies de
Staphylococcus

No laboratório clínico, usualmente se faz a diferenciação


entre Staphylococcus coagulase positiva (S. aureus)
e Staphylococcus coagulase negativa (não aureus).

Os Staphylococcus coagulase negativa de interesse


são subdivididos em dois grupos: saprophyticus e não
saprophyticus, baseado na sua sensibilidade à
novobiocina.
Chave Geral para a
Identificação de Staphylococcus

Espécies de Staphylococcus Espécies de Staphylococcus


do gruponão saprophyticus do grupo saprophyticus
(Grupo epidermidis)

S. epidermidis S. saprophyticus
S. haemolyticus S. cohnii
S. hominis S. xylosus
S. capitis
S. warneri
Staphylococcus saprophyticus

O Staphylococcus saprophyticus é de interesse clínico pois


frequentemente causa infecção do trato urinário, especialmente
em mulheres, podendo chegar a causar cistite, uretrite e
pielonefrite, e em casos extremos bacteremia.

As outras espécies de Staphylococcus de interesse clínico


causam infecções parecidas com o S. epidermidis, e o
tratamento é igual. Logo, o mais importante é discriminar o
Staphylococcus coagulase positiva (S. aureus) do
Staphylococcus coagulase negativa.
Detecção de resistência
de Staphylococcus aureus
à oxacilina e ou vancomicina
Resistência aos Antibióticos

A primeira vez que um


antibiótico foi usado,
clinicamente, foi contra uma
infecção por Staphylococcus
aureus.

Sir Alexander Fleming


Resistência aos Antibióticos

A penicilina funcionou bem


contra infecções estafilocócicas
até os anos 60, quando
rapidamente começaram a surgir
cepas resistentes à penicilina.
Resistência aos Antibióticos

Para contornar o problema, foi criado


o beta-lactâmico sintético meticilina,
que era resistente à ação das beta- Anel b-lactâmico
lactamases.

meticilina
Resistência aos Antibióticos

A meticilina funcionou bem até os anos


70, quando começaram a surgir as
cepas resistentes a meticilina (MRSA).

meticilina
Resistência aos Antibióticos

Todo antibióticos beta-lactâmico se liga a enzimas que participam da síntese da


parede celular chamadas PBPs (Proteínas Ligadoras de Penicilina). O MRSA
desenvolveu uma outra PBP, chamada PBP2' ou PBP2a. Esta PBP é
plenamente funcional mas não tem afinidade por beta-lactâmicos.

penicilina

PBP2a
Resistência aos Antibióticos

Devido a este mecanismo de resistência, as cepas MRSA/ORSA são


resistentes não só à penicilina, mas a todos os antibióticos beta-
lactâmicos!

No laboratório clínico, deve-se reportar num antibiograma resistência a


todos os beta lactâmicos (inclusive cefalosporinas e carbapenemas às
vezes são suscetíveis = ocorre apenas “in vitro”) quando a amostra for
MRSA mesmo quando são sensíveis a alguns beta lactâmicos in
vitro.

A PBP2a é codificada pelo gene mecA. Este gene é carreado num


elemento genético móvel chamado de Cassete Cromossômico
Estafilocócico mec (SCCmec).
Staphylococcus aureus
resistente à oxacilina-ORSA

CIM meticilina
Nivel de Freq de
Modalidade mecA PBP2a bla
expressão Maioria Subp-R Subp-R

Borderline-
Baixo - - +++ 8 - -
BORSA

MOD-SA Baxo - PBP 1,3,4 + 8 - -

Heterogênea Baixo + + + 1,5-3 200 107

Heterogênea Medio + + + 6-12 400 10-5

Heterogênea Alto + + + 10-200 800 103

Homogênea Alto + + +/- 800 800 1

b la: b -lactamase; CIM em m g/ml; Subp-R: subpopulação resistente.


Métodos laboratoriais
para a detecção da resistência à
oxaclina ( meticilina)

Para detectar a resistência a oxacilina no laboratório clínico, pode-se utilizar a


técnica de disco difusão em ágar (Kirby-Bauer).

Também pode-se detectar cepas MRSA através de um ágar screening de


oxacilina que é ágar Müller-Hinton com NaCl a 4% e uma concentração de
oxacilina de 6g/mL de oxacilina. O crescimento de uma ou mais colônias
indica resistência a oxacilina.

Para a determinação da concentração inibitória mínima de oxacilina, o método


de macrodiluição em caldo deve ser feito com caldo Müller-Hinton com uma
concentração final de 4% de NaCl.
Métodos laboratoriais
para a detecção da resistência à
oxacilina ( meticilina)

O estudo das CIM mediante prova de E-test com fita de oxacilina é uma
alternativa válida em casos de dúvida, com uma eficácia diagnóstica
praticamente similar ao do método de referência de dilução em ágar hiper
salino, a concentração crítica de 6 µg/ml de oxacilina (NCCLS,1997).

Sistemas automatizados de micro diluição nem sempre oferecem


sensibilidade, especificidade e eficácia suficientes para a detecção deste
tipo de cepas, quando comparado aos métodos de referência (Sánchez,
1998),

Um método alternativo, rápido e eficaz, embora nem sempre aplicável


em rotina, é a detecção do gene mecA, por métodos de amplificação por
PCR (Murakami et al., 1991). Este método teria a vantagem de não estar
sujeito às condições do crescimento da cepa, podendo ser aplicado em
grande número de isolados, empregado em casos de dúvida com valores
de CIM próximo do limite.
Resistência à Vancomicina

O mecanismo de resistência à vancomicina em Staphylococcus aureus


ainda não foi elucidado, e parece ser bem mais complexo do que ocorre
em Enterococcus, envolvendo uma multiplicidade de genes.

Em S. aureus, ocorrem fenômenos bizarros e pouco ortodoxos em


relação à resistência à vancomicina. Primeiramente, a morfologia das
colônias de VRSA é heterogênea, dando a impressão de contaminação.

VSSA VRSA VRSA


VSSA
VRSA
VRSA
Resistência aos Antibióticos

Em 1997, foi relatada no Japão, a primeira


cepa clínica de Staphylococcus aureus
resistente à vancomicina (VRSA), pelo
Prof. Keiichi Hiramatsu, da Univesidade
Juntendo em Tóquio.
Resistência aos Antibióticos

Em 2000, foram encontradas as primeiras 5 cepas de Staphylococcus aureus


resistentes à vancomicina (VISA) no Brasil, num Hospital de referência de
queimados.

Infection Control & Hospital Epidemiology. 22(7):443-448, July 2001.

ISOLATION IN BRAZIL OF NOSOCOMIAL STAPHYLOCOCCUS AUREUS


WITH REDUCED SUSCEPTIBILITY TO VANCOMYCIN
Oliveira Geraldo A. MD; Dell'Aquila, Adriana M. MD; Masiero, Rita L. Pharm;
Levy, Carlos E. PhD; Gomes, Marcia S. Pharm; Cui, Longzhu PhD; Hiramatsu,
Keiichi PhD; Mamizuka, Elsa M. PhD
Faculty of Pharmaceutical Sciences, University of Sao Paulo (Oliveira, Levy, and
Mamizuka) General Public Hospital, Sao Paulo, Brazil (Dell'Aquila, Masiero, and
Gomes) Department of Bacteriology, Juntendo University, Tokyo, Japan. (Cui,
and Hiramatsu)
Resistência à Vancomicina

Outro fenômeno comum à oxacilina e a vancomincina é a ocorrência


da resistência heterogênea (hetero-resistência) de S. aureus a estes
antibióticos. Ocorre que certas cepas apresentam um MIC baixo de
vancomicina (<4g/mL), ou a oxacilina (<2g/mL), sendo
consideradas sensíveis por métodos tradicionais de avaliação
sensibilidade. Todavia, no caso da vancomicina por ex. estas cepas
podem conter subpopulações de células que apresentam um MIC 
8g/mL, numa freqüência de 1:106 células. Estas células não são
detectadas por métodos tradicionais (antibiograma e MIC).

A única forma de se detectar uma cepa hetero-VRSA é através de uma


análise de populações, onde se inocula diferentes diluições de uma
suspensão bacteriana em meio de cultura sóilido adicionado de
concentrações crescentes de vancomicina.
Resistência à Vancomicina

Quando o resultado é plotado num gráfico obtém-se três


possibilidades distintas de curva:

VRSA

hetero-
VRSA

VSSA
Sensível à Vancomicina
Resistência à Vancomicina

Observou-se também, por morfometria, que enquanto as cepas sensíveis à


vancomicina apresentavam um espessamento da parede celular normal, VRSA
apresentavam uma espessura bem maior, e a hetero-VRSA ficando entre a VRSA
e VSSA
Resistência à Vancomicina

Parece portanto, que a resistência à vancomicina está ligada a uma


exacerbação da síntese da parede celular, em que inúmeros genes
regulatórios estariam envolvidos.

Até agora, todavia, ninguém parece saber por certo quais genes
estão envolvidos e até que ponto. Uma das grandes limitações no
estudo do mecanismo de resistência à vancomicina em S. aureus é
que a emergência da resistência é um fenômeno ainda raro. Existem
ainda poucas cepas no Mundo atualmente
Detecção da VISA/VRSA
Detecção da VISA/VRSA

Pelo laboratório
de referência
Resistência a Macrolídeos

Os macrolídeos são antibióticos de primeira escolha só para Streptococcus


pneumoniae, dentre os Gram positivos.

Os macrolídeos utilizados na clínica são:

•Eritromicina Único macrolídeo


• Claritromicina disponível por 40
• Azitromicina anos!!

O lançamento dos novos macrolídeos recentemente aumentou o uso


destas drogas.
Resistência a Macrolídeos

Os macrolídeos são
inibidores da síntese
protéica bacteriana. Os
ribossomos bacterianos
têm duas subunidades:
30S e 50S.
Resistência a Macrolídeos

aa
Os macrolídeos têm
afinidade pela
subunidade 50S do
mRNA ribossoma bacteriano.

tRNA ribossoma

Os macrolídeos interferem na síntese de proteínas por bloquear o


sítio ativo do ribossoma por impedimento estérico.
Resistência a Macrolídeos

A resistência aos macrolídeos ocorreu pela primeira vez, em 1953. A


bactéria metilava o rRNA que perdia afinidade aos macrolídeos. A metilação
é feita por uma adenina N6-metiltransferase, cujo gene é denominado erm
[Erythomycin Ribosome Methilation].

Os genes erm geralmente estão localizados em elementos genéticos


móveis, tal como transposons, geralmente inseridos no cromossoma. Alguns
destes transposons residem em plasmídios.

Os genes erm muitas vezes estão associados à presença de genes que


conferem resistência à tetraciclina (genes tet).
Resistência a Macrolídeos

As lincosamidas (clindamicina)
e as estreptograminas têm o mesmo alvo (50S
rRNA) que é modificado pelos genes erm.

Estes antibióticos são denominados como pertencentes ao grupo MLS


Resistência a Macrolídeos

Os genes erm conferem resistência tanto à eritromicina quanto à


clindamicina. Mas a resistência à clindamicina só é detectada in vitro com
a indução por eritromicina. Eritromicina
(bom indutor)

Clindamicina
(mal indutor)

erm- erm+
Achatamento
do Halo
Relação de drogas testadas para
Staphylococcus aureus e relatadas no
antibiograma

• Para Staphylococcus aureus e coagulase negativos oxacilina resistentes, não


testar cefalosporinas, penicilinas de amplo espectro ou Imipenem, pois falso
resultados sensíveis podem ocorrer.

• S. saprophyticus mantem boa sensibilidade e não precisam ser testados


pois dificilmente apresentam resistência à SMXTMP, quinolonas e
nitrofurantoína, (drogas de escolha).

• Staphylococcus aureus ou coagulase negativos sensíveis à penicilina são


sensíveis a todos os beta-lactâmicos. Testar pelo disco de penicilina e não
de ampicilina. Se produtoras de beta-lactamase pelo testes acidimétrico,
iodométrico ou da cefalosporina cromogênica(nitrocefin) considerar resistente
a ampicilina e penicilina.

• Staphylococcus resistente a penicilina é produtor de penicilinase e é


resistente a todas as penicilinas: ampicilina, amoxicilina, piperacilina e
ticarcilina. A associação de penicilinas com inibidores: sulbactam, clavulanato
e tazobactam só terão atividade para os estafilococos oxacilina-sensíveis.
Relação de drogas testadas para
Staphylococcus aureus e relatadas no
antibiograma

• Staphylococcus aureus e outros coagulase negativos quando resistentes


oxacilina considerar como resistentes a :Penicilinas (penicilina, ampicilina
com e sem inibidor de beta-lactamase[sulbactam], amoxicilina com e sem
inibidor [clavulanato], piperacilina com e sem inibidor, Ticarcilina com e sem
inibidor), cefalosporinas de 1a, 2a, 3a, 4ª , Aztreonam( droga sem atividade
contra Gram positivos), e Carbapenens(Imipenem, Meropenem e
ertapenem)

• Staphylococcus spp com teste para gene mecA+= oxacilina R (existem


testes de
aglutinação específicos para detectar este gene.

• Staphylococcus spp podem desenvolver resistência durante a terapia com


quinolonas, por isso amostras diferentes devem ser sempre testadas e não
repetir o antibiograma anterior.

• Todo Staphylococcus aureus com halo para vancomicina 14mm deve-se


testar a CIM e aqueles com CIM4g enviar a Laboratório de referência.
Prevalência de resistência
Prevalência de resistência

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