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Coinfecção

Toxoplasmose x HIV
Sub-turma B1
Alunos: Cesar faial Pereira, Dália Samara Guimarães Ferreira, Fábio
Roberto de Sales Rodrigues Maia Filho, Gilberto Nascimento do Vale,
Gustavo Campos de Lima, Heloisa Verena Alves Pinheiro, Jordana Lorrane
Silva da Silva, Lázaro de lima Pantoja Neto, Letícia Azevedo Moura,
Maria Fernanda Lopes Pereira, Marcos Vinicios Pompeu Amaro.
INTRODUÇÃO

• O HIV é um vírus da família retroviridae, possuindo um RNA que apresenta uma enzima chamada
transcriptase reversa, responsável por realizar a tradução do RNA viral em DNA viral, e integrá-lo ao
genoma do hospedeiro.  (RACHID, 2004).

• O Toxoplasma gondii é um protozoário intracelular obrigatório parasita que pode infectar todos os
animais de sangue quente incluindo seres humanos, causando intercorrências clínicas graves quando em
sua forma congênita e em pacientes imunocomprometidos encontrado nas fezes de gatos e outros
felinos, que pode se hospedar em humanos e outros animais.

• O vírus infecta primordialmente: células TCD4+ auxiliares, macrófagos e células dendríticas, existindo
na superfície do linfócito TCD4 receptores que viabilizam a invasão pelo vírus HIV. (MERMIN et al.,
2005).

Disponível em: https://veja.abril.cm.br/saude/tratamento-elimina-hiv-do-corpo-de-paciente-brasileiro/>.


INTRODUÇÃO

• A toxoplasmose não é contagiosa entre humanos, mas para pessoas com imunidade baixa como,
portadores de HIV/AIDS, a doença pode ser fatal, pois as pessoas tornam-se mais vulneráveis a ação do
protozoário;

• Toxoplasmose cerebral ou Neurotoxoplasmose (NTX) é a infecção oportunista mais comum do sistema


nervoso central;

• A toxoplasmose apresenta-se como uma infecção oportunista em pacientes imunocomprometidos, sendo


potencialmente grave em casos como HIV, infecção do transplante e doenças malignas que recebem
terapia de supressão imunológica, podendo resultar em toxoplasmose ocular e encefalite;

• A toxoplasmose cerebral em pacientes HIV positivos é a infecção oportunista mais comum, em sua
maioria se apresenta como lesões de massa cerebral, com dor de cabeça, confusão mental, febre,
letargia, convulsões, paralisia de nervos cranianos, alterações psicomotoras, hemi­paresia e/ou ataxia.

Disponível em: <https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/toxoplasmose>.


ARTIGO 01
ARTIGO 01
Objetivos

Objetivo geral: investigar o perfil clínico-epidemiológico e sociodemográfico e fatores de risco de


pacientes com diagnóstico de HIV/AIDS co-infectados com T. gondii no município em Foz do Iguaçu-PR.

Objetivos específicos:
 Conhecer o perfil clínico de pacientes com diagnóstico de HIV/AIDS e neurotoxoplasmose atendidos no Serviço de
Assistência Especializada (SAE) de Foz do Iguaçu-Paraná;
 Determinar os fatores de risco e sua relação com a sorologia para T. gondii em pacientes soropositivos para
HIV/AIDS atendidos pelo SAE;
 Avaliar os fatores clínicos-epidemiológicos associados à soropositividade do tipo IgG para toxoplasmose nos
pacientes estudados;
 Verificar associação entre fatores socioeconômicos e biológicos e a toxoplasmose em pacientes HIV/AIDS
atendidos no SAE;
ARTIGO 01
Metodologia

• Trata-se de um estudo comparativo e de abordagem quantitativa. O estudo avaliou no total 332 pacientes HIV
positivos atendidos no Serviço de Assistência Especializada (SAE) em Foz do Iguaçu-PR.

• Para a obtenção das informações referentes ao perfil epidemiológico e aos fatores de risco, foi utilizado um
questionário desenhado e adaptado contendo 27 questões objetivas, composto pelas seguintes seções: informações
socioeconômicas, demográficas e psico-sociais (sexo, idade, cor/raça, escolaridade, nacionalidade, estado civil e renda
familiar) e questões associadas aos fatores de risco relacionados à transmissão da toxoplasmose (conhecimento,
orientações e hábitos comportamentais).

• Os dados foram tabulados por meio do software Excel®. A associação entre o estado parasitado (variável
dependente) e as variáveis independentes foi avaliada com o teste de qui-quadrado (X2) e de Pearson. Todas as variáveis
que obtiveram p≤0,20 na análise de qui-quadrado foram incluídas na análise multivariada Odds Ratio (OR), intervalo de
confiança 95%, α<0,05. As análises foram realizadas utilizando o software BioEstat versão 5.0®.
ARTIGO 01
Resultados

2. Dentre os pacientes, apenas 111 apresentaram


1. Analisou-se o prontuário de 332
sorologia para toxoplasmose, destes 81 (72,9%)
pacientes, contemplando os seguintes
apresentaram sorologia positiva e 27,1% sorologia
predomínios:
negativa. Dessa forma, ainda foram observados a
 Sexo: masculino (55,4%).
prevalência de casos positivos em pacientes que:
 Cor/raça: branca (52,7%)
 Ingerem salada crua dentro/fora de casa;
 Faixa etária: 30-45 anos (37,3%)
 Manipulam o solo sem a utilização de luvas;
 Estado civil: solteiro (39,2%).
 Consomem água sem tratamento ou de poços;
 Cidade: Foz do Iguaçu - PR (72,9%);
 Tem gatos nas proximidades da residência;
ARTIGO 01
Discussão

 Pacientes portadores de HIV/AIDS consistem em um importante grupo de risco no que se refere à


toxoplasmose. Uma vez que se observa a queda rápida e progressiva de linfócitos T CD4+ com o
passar dos anos, a funcionalidade do sistema imune diminui, favorecendo a reativação de patógenos
oportunistas, como é o caso de T. gondii (LEJEUNE et al., 2011; AREFKHAH et al., 2018);

 A soroprevalência é de 72,9% dos pacientes HIV/AIDS acompanhados no SAE de Foz do Iguaçu –


PR, comparando ao estudo realizado em Ponta Grossa - PR, com pacientes HIV positivos atendidos
pelo SAE/CTA, que relatou soroprevalência de 84,6% para toxoplasmose (FONTOURA et al.,
2016).
ARTIGO 01
Discussão

 Em relação a idade, segundo a literatura, quanto mais velhos os indivíduos, maior a exposição a fontes
de infecção por T. gondii e, consequentemente, maior o risco de infecção (BASAVARAJU, 2016);

 Maioria dos casos/surtos é associado a infecção por oocisto. As análises não demonstraram valores
relevantes de infecções de T. gondii causadas pela ingestão de carne crua e/ou mal cozida (infeção por
cistos) (TENTER et al., 2000; DUBEY 2012);
ARTIGO 02
ARTIGO 02
Objetivos

• Este estudo tem como objetivo avaliar os fatores de risco específicos que influenciam o prognóstico de
pacientes infectados pelo HIV com encefalite por toxoplasma (TE), a fim de desenvolver um sistema de
pontuação de risco prognóstico para eles.

• Este estudo de coorte retrospectivo teve como objetivo determinar os fatores de risco relacionados ao
prognóstico e estabelecer um sistema de pontuação simples com base nas características basais,
características clínicas, testes laboratoriais e características radiológicas e, posteriormente, identificar sua
eficácia em uma coorte de validação prospectiva de pessoas infectadas com HIV pacientes com TE.
ARTIGO 02
Metodologia

• Mortalidade de seis semanas após o diagnóstico, detalhes das características basais, características clínicas, exames
laboratoriais e características radiológicas de 94 pacientes foram coletados, incluindo: sexo, idade, início da terapia
anti-retroviral (TARV), tempo desde o início dos sintomas até a apresentação, dor de cabeça, tontura, febre, vômitos ,
déficits de memória, comprometimento cognitivo, distúrbios de consciência, disfasia, sinais de irritação meníngea,
contagens de células T CD4 +, lesões irregulares de TC / RM e lesões de TC / RM com realce do anel.

• A análise de regressão logística univariada foi realizada para avaliar os potenciais preditores de não sobrevivência, e os
fatores potenciais com valores p <0,20 foram incluídos na análise de regressão logística multivariada stepwise forward
para atribuição de pontuação.
ARTIGO 02
Resultados

• Neste estudo, a mortalidade em seis semanas entre 94 casos retrospectivos foi de 11,7% (11/94). Sete
fatores de risco específicos, viz. O tempo desde o início dos sintomas até a apresentação, febre, tontura,
contagens de células T CD4 +, déficits de memória, lesões cerebrais irregulares e distúrbios de
consciência foram calculados como estatisticamente associados à mortalidade. Um valor de critério de
'9' foi selecionado como o valor de corte ideal do modelo estabelecido.

• A AUC da curva ROC deste modelo de pontuação foi de 0,976 ( p <0,001). A sensibilidade e
especificidade do modelo de pontuação de risco foi de 100,0 e 86,9%, respectivamente, que foram 81,8
e 94,1% desse modelo de pontuação na coorte de verificação, respectivamente.
ARTIGO 02
Discussão

• A mortalidade em 6 semanas no presente estudo foi de 11,7%. A fim de reduzir efetivamente a mortalidade
em pacientes com TE associado ao HIV, uma intervenção direcionada oportuna com base em fatores
prognósticos específicos é um empreendimento sensato. Assim, conduzimos este estudo e objetivamos
descobrir fatores de risco específicos de mortalidade em 6 semanas e estabelecer um modelo de sistema de
pontuação para prever resultados ruins em pacientes com TE associado ao HIV.

• Com base nos resultados desses estudos anteriores e na integridade dos dados do presente estudo,
selecionamos 16 diferentes fatores de risco potenciais como fatores prognósticos para o desenvolvimento
do modelo de triagem e pontuação.

Até o momento, poucos estudos descreveram a relação entre os fatores de risco propostos e os resultados ruins entre pacientes infectados pelo HIV com TE
ARTIGO 02
Discussão

• Os resultados da análise de regressão logística univariada e multivariada revelaram que febre e


tontura foram fatores de proteção em sobreviventes de TE associado ao HIV, sugerindo que os
pacientes com esses dois sintomas relacionados à encefalopatia são mais propensos a procurar
tratamento médico rapidamente, evitando atrasos no tratamento e reduzindo mortalidade.

• Além disso, a diferença estatística significativa na sobrevida global entre o tempo desde o início
dos sintomas até a apresentação ≥15 dias e <15 dias ( p = 0,048) em sobreviventes e não
sobreviventes, também reforça os benefícios do tratamento demorado. Observamos que a
contagem de células T CD4 + <25 células / μL foi associada à não sobrevivência 6 semanas após o
diagnóstico (OR = 7,982) em pacientes infectados pelo HIV com TE.
ARTIGO 03

• A infecção por Toxoplasma gondii


pode promover doenças crônicas do
fígado em indivíduos infectados pelo
HIV.
ARTIGO 03
Objetivos

• Dados encontrados na literatura se refere á patologias hepáticas encontradas em pacientes falecidos


infectados com HIV, nas quais pode-se citar: portadores crônicos hepatite (80,0%), hepatite alcoólica
(23,7%), gordura hepatose (7,5%), degeneração gordurosa do fígado (73,7%), e cirrose hepática (36,3%)
(Lytvynenko 2007).

• Sendo assim, percebe-se que diferentes patologias do fígado e T. gondii podem ser combinados em
muitos pacientes. No entanto, as consequências da interação entre eles não são claras. Por isso, houve a
necessidade da realização desse artigo
ARTIGO 03
Metodologia

• Um estudo de coorte retrospectivo de três anos foi conduzido no Departamento de Doenças Infecciosas e
Epidemiologia da Universidade Médica Nacional de Ivano-Frankivsk e no Centro Regional de Ivano-Frankivsk para
Prevenção e Combate à AIDS (Ucrânia).

• Os dados médicos de 2013-2015 para 907 pacientes infectados pelo HIV (homens 58,3%) com idade média de 35,21
± 0,26 anos (18-65 anos) foram estudados.

• Anticorpos IgG e IgM para Toxoplasma gon dii e marcadores para hepatite B e C (HBsAg, anti-HBc IgM e IgG, anti-
HCV Ig total) no sangue foram determinados por ensaio imunoenzimático (sistemas de teste produzidos por
DIAPROF-MED, Ucrânia). O DNA do citomegalovírus (CMV) e do vírus Ep stein-Barr (EBV) foi determinado por
PCR.

• Em ambas as coortes, a porcentagem de pacientes com diferentes doenças hepáticas e seus erros médios (P ± m p )
foram estimado.

• Significância da diferença na frequência da doença hepática nas duas coortes foi determinada usando o qui-quadrado
teste (teste χ 2 de Pearson).
ARTIGO 03
Resultados

• Um total de 531 indivíduos (61,4% homens e 38,6% mulheres) foram incluídos na coorte de pacientes
soropositivos para Toxoplasma gondii e 376 indivíduos (53,9% homens e 46,2% mulheres) foram
incluídos no coorte soro-negativo.

Tabela 1. Distribuição das doenças hepáticas em coortes de indivíduos infectados pelo HIV com e sem
anticorpo para Toxoplasma gondii (Nicolle et Manceaux, 1908).
ARTIGO 03
Resultados

 
• Segundo a Figura 2, entre os pacientes
falecidos soropositivos para T. gondii o
número com patologias hepáticas totais
aumentou em 30% em comparação com
toda a coorte soropositiva (92,96 ± 3,04% e
63,09 ± 2,09%, respectivamente, t = 8,1, p
<0,0001). 

Figura 2. Frequência de diferentes patologias hepáticas em pacientes falecidos


de coortes soropositivas e soronegativas para Toxoplasma gondii (Nicolle et
Manceaux, 1908).
ARTIGO 03
Discussão

• Constatou-se que o T. gondii tem impacto não específico no desenvolvimento de algumas doenças
hepáticas. O número total de doenças ocorreu com maior frequência em soropositivos do que em
soronegativos. Uma explicação para isso é que o T. gondii tem influência negativa no parênquima
hepático.

• Pessoas soropositivas para T. gondii é mais comum do que em soronegativas, isso se dá pelo alto risco de
infecção por coisas como, uso de drogas injetáveis ou abuso sexual com traumatismo de membranas
mucosas ou negligência do contato com sangue menstrual.

• A cirrose hepática foi mais comum em pacientes falecidos soropositivos do que em soronegativos, e neles
o T. gondii está fracamente envolvido na formação de cirrose (C = 0,168).
Referências

 MORO, Janielle Chrislaine et al. Perfil clínico-epidemiológico e sociodemográfico de pacientes


HIV/AIDS co-infectados com toxoplasma Gondii em região de fronteira. 2020.

 HRYZHAK, Ihor H. et al. Infection with Toxoplasma gondii can promote chronic liver diseases
in HIV-infected individuals. Folia Parasitologica, v. 67, p. 034, 2020.

 Li, Yao et al. “Development of a risk scoring system for prognostication in HIV-related
toxoplasma encephalitis.” BMC infectious diseases vol. 20,1 923. 4 Dec. 2020.
OBRIGADO(A) PELA ATENÇÃO!

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