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Metais são diferentes dos compostos orgânicos tóxicos porque eles são
totalmente não biodegradáveis → eles são “indestrutíveis” e podem se acumular
no meio ambiente.
H2N CH C OH
M2+ + enz-SH → enz-S-M-S-enz + 2H+
CH2 cisteina
Sistema estável
SH
Intoxicação com metais pesados: O QUE FAZER?
Administração de uma substância que vai ter mais afinidade pelo o metal do
que a enzima. Complexo (substância-metal) vai se solubilizar e ser eliminado
do corpo.
H H
H2C C CH2 M2+ H2C C CH2
+ 2 H+
OH SH SH OH S S
BAL M
EDTA
OUTRAS SUBSTÂNCIAS
MERCÚRIO
•Nome: Mercúrio
•Símbolo: Hg
•Número atômico: 80
•Massa atômica: 200.59
•Nox: +2
•Densidade: 13,5 g/cm3
•Ponto fusão: -39°C
•Ponto ebulição: 357°C
1) Elemento livre
- Ampolas fluorescentes
- Lâmpadas de mercúrio
- Pilha, bateria
- Interruptores elétricos
- Amalgama → - dentista
- extração de ouro
O mercúrio é o mais volátil de todos os metais e seu
vapor é muito tóxico.
Mercúrio líquido não é muito tóxico, uma vez ingerido, ele vai ser
excretado, mas mesmo assim não devemos manipular as gotas de Hg por
causa dos vapores de Hg. Ambiente fechado com contaminação de Hg
são perigosos.
FONTES PRINCIPAIS
A) Antrópicas
→ VAPOR de Hg
→ VAPOR de Hg
B- Natural
OUTRAS FONTES:
Entre 1570 e 1900, esse processo foi usado para extrair prata nas Américas
Central e do Sul
→ 1 grama de mercúrio foi perdido no meio ambiente para cada grama de
prata produzida
→ liberação de 200.000 toneladas de mercúrio.
Um estudo realizado pelo Cetem (Centro de Tecnologia Mineral), instituto ligado ao Ministério
da Ciência e Tecnologia, indica que os níveis de contaminação por mercúrio nos solos, nas
plantas, nas águas, nos peixes e até nos moradores da Reserva Garimpeira da Bacia do
Tapajós, no Pará, estão acima das concentrações máximas aceitas pela OMS (Organização
Mundial da Saúde). O garimpo do Tapajós é a origem de metade de todo o ouro extraído no
Brasil.
Um grupo de 23 pesquisadores do Cetem coletou em 2003 mais de mil amostras ambientais e
biológicas nas pequenas comunidades de São Chico e Creporizinho, que pertencem ao
município de Itaituba, no sudoeste paraense. Eles constataram que, no caso dos peixes, 60%
tinham teores altíssimos de mercúrio no organismo. E estimaram em 37 toneladas o total
desse metal liberado nos rios e na atmosfera nos últimos 15 anos somente nas duas
comunidades.
Os limites da Organização Mundial da Saúde foram ultrapassados também nas plantas. Na
comunidade de São Chico, por exemplo, 18 amostras de vegetais chegaram a ter 2.400% do
metal acima do valor aceitável. A concentração máxima de mercúrio, 1.280 partes por milhão
(ppm), foi observada numa teia de aranha coletada numa loja de ouro na vila.
Complica a situação a grande mobilidade do mercúrio. "Por ser um metal pesado, sofre
poucas transformações. O mercúrio que vai para o rio, por exemplo, alcança grandes
distâncias, até 20 quilômetros", diz Saulo.
Depois de coletado, o ouro é posto em contato com o mercúrio, que o separa de outros
materiais. Em seguida, é feita a queima do amálgama (mercúrio misturado com ouro) para
purificar o ouro. A contaminação ocorre nesses dois momentos, quando o mercúrio escapa
para a água e para a atmosfera.
Saúde - No caso da saúde da população ribeirinha daquelas comunidades, a pesquisa analisou as duas
principais vias de exposição ao mercúrio: pelo vapor liberado durante a queima do amálgama e pelo
consumo do peixe dos rios. Isso foi feito por meio da análise de amostras de sangue, urina e cabelo.
Os sintomas nas comunidades ainda não são agudos. Mas, como o efeito da contaminação é
cumulativo, deverão aparecer a longo prazo. Muitos moradores da região já reclamam: 50% relataram
gosto metálico na boca, tremor e palpitação e 40% tinham sensações de formigamento, adormecimento ou
ardência nas mãos e nos pés.
A doença decorrente da intoxicação de mercúrio ficou conhecida como mal de Minamata. Na década
de 1950, milhares de pessoas que se alimentavam de peixes e de frutos do mar na baía de Minamata, no
Japão, desenvolveram sintomas no sistema nervoso e cérebro. O mercúrio era jogado por uma indústria
química num rio que desaguava no mar.
"Até hoje não há uma conclusão epidemiológica de quantas pessoas de fato foram afetadas porque os
estudos realizados na época eram precários", explica o toxicologista Sergio Graff. "Mas o resultado da
catástrofe foi no mínimo de 1.400 mortes."
Esse projeto de conscientização ganhou uma concorrência
mundial preparada pela ONU (Organização das Nações Unidas) e
se tornou o braço brasileiro do Projeto Mercúrio Global, cujo
objetivo é diminuir a poluição por mercúrio em águas
internacionais. Há iniciativas semelhantes em países como Laos,
Sudão e Tanzânia.
A verba da ONU para o Projeto Mercúrio Global é de US$ 3
milhões para 6 países. No Brasil, foram gastos US$ 130 mil.
Cerca de US$ 34 mil serão para a campanha de esclarecimento.
O Cetem ainda não sabe qual é o custo da fase final, mas crê
que os equipamentos novo estarão listados até o fim do ano. O
Cetem
coordena o projeto junto com o Instituto Evandro Chagas e a
Fundação Nacional de Saúde.
3) O Mercúrio e o Processo Cloro-Soda
Quando metais como o sódio são dissolvidos em amálgamas, suas reatividades são
grandemente diminuídas, se comparadas àquelas do estado livre, de forma que o sódio
elementar, que de outra maneira seria altamente reativo, não reage com a água da solução
original quando na forma de amálgama Na-Hg. Uma vez formado, o amálgama é removido e
posteriormente levado a reagir com água, mediante a aplicação de uma pequena corrente
elétrica, em uma câmara separada, produzindo assim hidróxido de sódio livre de sal. O
mercúrio é então recuperado e reciclado para a célula original. (Figura 2)
Contudo, nem todo o mercúrio é reciclado, uma pequena parte é lançada no ar e vertida
no rio do qual é obtida a água de refrigeração da planta e para o qual retoma. Embora o
mercúrio líquido não seja nem solúvel em água nem em ácido diluído, evidentemente ele
pode ser oxidado até formas solúveis mediante a intervenção de bactérias presentes nas
águas naturais. Por esse mecanismo, o mercúrio torna-se acessível aos peixes.
Processo Cloro-Soda
figura 2
A massa de mercúrio procedente dessas plantas de cloro perdida para o
ambiente tem diminuído enormemente desde que o problema foi identificado na
década de 60. Não obstante, as instalações na América do Norte que usam
eletrodos de mercúrio estão sendo eliminadas gradativamente e substituídas por
plantas que utilizam membranas à base de fluorocarbonetos para separar a
solução de cloreto de sódio da solução livre de cloretos no eletrodo negativo; a
membrana é projetada de maneira a permitir a passagem unicamente do Na+,
mas impede a permeação dos ânions (figura 3). Em ambos tipos de células, a
reação global é:
Nas minas romanas, o tempo de vida dos escravos era em media de 6 meses !
Hg(NO3)2 é solúvel em água e era usado antigamente para tratar o couro usado para a
fabricação dos chapéus. (deixa o couro mais maleável)
→ trabalhador do ramo de chapéus sofriam com frequência de desordens nervosas:
tremores musculares,depressão, perda de memória, paralisia e demência
→ Chapeleiro Maluco de Alice no país das maravilhas de Lewis Carroll
O Hg2+ como o vapor de mercúrio ataca o sistema nervosa central mas os principais
órgãos-alvo do Hg2+ são os rins e o fígado, onde pode causar graves danos
Baterias=“pilhas de mercúrio”
bateria de botão contêm Hg2+O2-
→ 1,35 V
→ formação de Hgo
→ incineração das baterias emite vapor de Hgo na atmosfera.
bateria de pilha botão
5) Formação do Metil-mercúrio (HgCH3+ )
Hg2+ vai formar ligações covalente com ânions como Cl- ou CH3-
→ HgCl 2 ou Hg(CH3)2
(peixe)
figura 4
Excreção do HgMe+ pela membrana plasmática dos microrganismos anaeróbios
Espaço extracelular
Interior metilcobalamina
+
Hg2+ H3C Hg
citoplasma
O Metil-mercúrio HgCH3+ é mais perigoso porque é solúvel nos tecidos
gordurosos dos peixes e animais em geral
→ BIOACUMULAÇÃO e BIOMAGNIFICAÇÃO
HgCH3+X-
ingerido , complexação com proteínas contendo cisteína
CONTAMINAÇÃO DO FETO
CÉREBRO= Alvo do HgCH3+
→ problemas neurológicos
→ MORTE
A maior parte do mercúrio presente em seres humanos encontra-se na
forma de HgCH3+ → vem do consumo de PEIXES
80% do Hg contido no peixe está na forma de HgCH3+
HgCH3+
ALIMENTAÇÃO ATRAVÉS DAS BRÂNQUIAS: HgCH3+ DISSOLVIDO NA ÁGUA
CONTAMINADA VAI SE DIFUNDIR NO PEIXE E DISSOLVER NA PARTE
GORDUROSA
BIOMAGNIFICAÇÃO DO
METILMERCÚRIO HgCH3+
PEIXE
HgCH3+ HS-Prot
na parte gordurosa HgCH3-S-Prot = solúvel em
do peixe qualquer tecido biológico
https://www.youtube.com/watch?v=h049Hgfk-BI
Acidente de Minamata (Japão, 1956)
Na cidade de pescadores de Minamata, Japão, uma planta química da
indústria química Chisso, que utilizava Hg2+ como catalisador no
processo de produção de cloreto de polivinila, descarregou resíduos que
continham mercúrio em um rio que desaguava no mar da Baía de
Minamata; o metilmercúrio formado acumulou-se, então, em níveis que
atingiram 100 ppm nos peixes, que eram o componente principal da dieta
de muitos residentes locais. Para fins comparativos, é útil mencionar que
o limite de mercúrio atualmente recomendável na América do Norte para
peixes destinados ao consumo humano é de 0,5 ppm.
Milhares de pessoas foram afetadas, por envenenamento, em Minamata devido ao mercúrio
procedente desta fonte nos anos 50, o que ocasionou a morte de centenas delas. Em razão dos
sintomas iniciais nos seres humanos serem retardados, os primeiros sinais da "doença de
Minamata" foram observados em gatos que tinham comido peixe descartado: eles começavam a
pular e a se contorcer, corriam em círculos e, finalmente, lançavam-se na água e afogavam-se. Os
sintomas nas pessoas começaram por disfunções do sistema nervoso central, visto que o órgão-
alvo do metilmercúrio é o cérebro; os sintomas incluem dormência em braços e pernas, visão
nebulosa e mesmo perda da visão, perda de audição e da coordenação muscular, letargia e
irritabilidade. Dado que o cloreto de metilmercúrio pode passar para o feto, as crianças nascidas
de mães envenenadas por mercúrio, mesmo levemente, apresentaram danos cerebrais profundos
(figura 5) , algumas em grau fatal. Elas manifestaram sintomas similares aos da paralisia cerebral:
retardamento mental e distúrbios motores e mesmo paralisia. O envenenamento de Minamata
deve seguramente ocupar um dos primeiros lugares na classificação dos principais
desastres ambientais dos tempos modernos.
A Organização Mundial da Saúde concluiu que a ocorrência de níveis de 10-20 ppm de
metilmercúrio no cabelo indicam que uma mulher grávida possui metilmercúrio suficiente em seu
sangue para afetar o desenvolvimento do feto. Isso coloca em risco o desenvolvimento dos fetos
em mais de 30% das mulheres de algumas comunidades nativas do norte do Canadá, em que o
peixe constitui parte importante de sua dieta.
Acidente de Minamata (Japão, 1956)
É importante notar que, embora descoberta em 1956, a Chisso Corporation poluía a água com
mercúrio desde 1932 e continuou a fazê-lo até 1968, ano em que o governo finalmente reconheceu
oficialmente a doença de Minamata como uma doença decorrente da poluição industrial. Foi então que
a Chisso interrompeu a produção de acetaldeído usando mercúrio como catalisador. O desastre de
Minamata durou 36 anos.
https://www.slideshare.net/iyaselex/minamata-mercury-pollution
Pescador japonês na Baia de Minamata. Depoimento: "É somente o mar, e eu posso
confiar. Quando alguém diz para mim que o mar está sujo, eu quero agredi-lo. Como
ousam dizer que o mar está sujo? Não é o mar que está sujo, não é o mar que está
errado. O mar é a minha vida, o mar é a minha religião."
figura 5
ATENÇÃO ao CAÇÃO !!!
Guia de Consumo de Mercúrio em Peixes
Teor alto de mercúrio (HIGH MERCURY ): de 0,3 a 0,49 partes por milhão