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Engenharia de Materiais III

Aula 6 – Fluência e outras falhas em alta


temperatura

Professor Sérgio Souto Maior


Tavares
Fluência
A fluência é um tipo de falha que ocorre em altas temperaturas. Consiste numa deformação
permanente e dependente do tempo, que pode gerar defeitos internos que levam à ruptura
do material. Antes da própria falha, o componente experimenta deformação plástica, o que
é indesejável do ponto de vista da precisão dimensional dos componentes. As temperaturas
em que os mecanismos de fluência se tornam operantes são geralmente superiores a T H 
0,4. Entretanto, isto é só uma referência. Aspectos da microestrutura dos metais são
determinantes para uma maior ou menor vida a fluência.

O ensaio de fluência e a curva obtida

Parâmetros importantes retirados do ensaio de fluência:


- taxa de deformação no estágio II e
- vida em fluência (tempo total para ruptura)
O ensaio de fluência

- Temperatura elevada

- Carga constante (ou tensão constante)


- Mede-se a deformação em função do tempo
A curva de fluência

Parâmetros importantes retirados do ensaio de


fluência:
- taxa de deformação no estágio II -
- vida em fluência (tempo total para ruptura)
Efeito da tensão e da temperatura no ensaio de fluência

Efeito da tensão

Obs.: n não é o n da equação de Hollomon

feito da temperatura

Q = energia de ativação
R = constante dos gases
Fenômeno termicamente ativado, depende da difusão
Vida em fluência diminui
Resulta em: com o aumento da
temperatura e a tensão
Também resulta que o tempo para fratura (vida em fluência) diminui
com o aumento da tensão e da temperatura de serviço conforme:

Outra relação importante:

A vida útil em fluência de um componente (tt ) esta relacionada com a


taxa de fluência em que ele flui. Como regra geral:

Onde C é uma constante, aproximadamente 0,1. Portanto, conhecendo


a taxa de fluência pode-se estimar a vida em fluência.
Parâmetro de Larson Miller – extrapolação para se obter a
vida em fluência
Mecanismos de fluência:
Fluência por discordâncias (favorecido por tensões mais altas)

As discordâncias deslizam em seus planos, mas podem também


realizar escalagem para transpor obstáculos (precipitados e átomos
soluto). A escalagem é o movimento vertical (não conservativo) de
discordâncias em aresta, movimento este que é realizado com o
auxílio de lacunas. Como a densidade de lacunas aumenta
exponencialmente com a temperatura, a escalagem é um fenômeno
que só vai se tornar importante em altas temperaturas.
Pequena revisão de DIFUSÃO em metais
É o mecanismo de transporte de massa (ou átomos) em materiais (sólidos).

É regido pelas leis de Fick:

Coeficiente de difusão ou difusividade (D)


Mecanismos de difusão: (i) intersticial; (ii) por lacunas

Geralmente a difusão de átomos intersticiais é mais rápida do que a difusão


substitucional. Ex.: C e N difundem na rede cristalina de aços baixo C na
temperatura ambiente.
A difusão pelo contorno de grão é mais rápida do que pelo interior.
Justifique.
Pequena revisão de DIFUSÃO em metais (cont.)

A difusão em metais encruados é mais rápida do que em metais


recozidos. Justifique. (Nem sempre é assim, vamos discutir)

A difusão nos líquidos é mais rápida do que nos sólidos.

Importância da difusão na metalurgia física:

- Transformações de fase difusionais.


- Explicação do limite de escoamento descontínuo
- Fluência (difusão de átomos e lacunas)
- Tratamentos termoquímicos (carbonetação, nitretação, ...)
Fluência por difusão (favorecido por tensões mais baixas)
Difusão de átomos e lacunas pelo interior dos grãos (Nabarro-Herring)
(favorecido por temperaturas mas elevadas)
Difusão de átomos e lacunas pelos contornos de grão (Coble)
(favorecido por temperaturas mais baixas)

Escorregamento (ou deslizamento) de contornos de grãos surge


como fenômeno acessório a esses dois mecanismos
Como consequência, a taxa de fluência diminui com o aumento do
diâmetro dos grãos (d), pois com d maior os átomos tem que difundir
por distâncias maiores. Além disto, com um maior tamanho de grão há
menos grãos para o fenômeno de escorregamento de contornos de
grão.

Assim, materiais metálicos de grãos grosseiros podem apresentar


melhor resistência à fluência do que materiais de grãos finos com a
mesma composição química. O crescimento de grãos pode ser
alcançado em peças trabalhadas por recozimentos em altas
temperaturas, e em peças produzidas por fundição.

Paletas de turbinas com grãos extremamente grosseiros, ou mesmo


monocristalinas, podem ser produzidas por processo de fundição com
resfriamento bastante lento e direcional.
Produção de paletas com solidificação direcional – grãos colunares
e monocristalinas

- A introdução de paletas fundidas com grãos colunares e monocristalinas se deu no


início da década de 1980, e representou um aumento significativo da temperatura
máxima de operação e resistência a quente das superligas de Ni.
Ligas de Ni para paletas com grãos colunares (Ni=balanço)
Liga Cr Co W Mo Ta Nb Ti Al Hf B Zr C
MAR-M200+Hf 9 10 12 - - 1,0 2,0 5,0 2,0 0,015 0,08 0,14
MAR-M246+Hf 9 10 10 2,5 1,5 - 1,5 5,5 1,5 0,015 0,05 0,15
MAR-M247 8,4 10 10 0,6 3,0 - 1,0 5,5 1,4 0,015 0,05 0,15
René-80H 14 9,5 4 4 - - 4,8 3,0 0,75 0,015 0,02 0,08

As adições de B, Zr e C são para formar carbetos que impedem o deslizamento dos grãos
colunares. O Hf aumenta a ductilidade em temperaturas intermediárias, reduzindo a
tendência à formação de trincas entre os grãos colunares.

Ligas de Ni para paletas monocristalinas (Ni=balanço)


Liga Cr Co W Mo Ta Ti Al Hf Re
PWA 1480 10 5 4 - 12 1,5 5 - -
PWA1484* 5 10 6 2 8,7 - 5,6 0,1 3,0
CMSX-2 8 5 8 0,6 6 1,0 5,5 - -
CMSX-3 8 5 8 0,6 6 1,0 5,5 0,15 -
SRR99 8,5 5 9,5 - 2,8 2,2 5,5 - -

Sem os elementos B, Zr e C a temperatura solidus fica de 80 a 100 oC maior, ou seja,


aumenta-se a temperatura máxima de operação.
Dano por fluência - vazios

Um material metálico submetido à fluência começa a apresentar


vazios a partir do estágio III de fluência. Os vazios, por vezes
chamados de poros, podem ser observados na superfície
cuidadosamente polida do material. Eles podem ser resultado da
condensação de lacunas em contornos de grão, especialmente nos
contornos tríplices.
“Field Metallography” – metalografia de campo
Mecanismos de fluência:
Difusão de átomos e lacunas pelo interior dos grãos (Nabarro-Herring)
Difusão de átomos e lacunas pelos contornos de grão (Coble);
Deslizamento de discordâncias;
Movimentação de discordâncias por escalagem;
Deslizamento de contornos de grão.
Aspectos das trincas por fluência:
Presença de vazios de fluência no material: vazios em contornos tríplices de contorno de
grão ou vazios lenticulares nos contornos de grão;
Fratura pode ser transgranular (baixas temperaturas) ou intergranular (altas temperaturas)
Trinca de fluência em tubo radiante

Fonte: Anwar Ul-Hamid, Hani M. Tawancy, Abdul-Rashid I.


Mohamed, Neureddim M. Abbas, Engineering Failure Analysis 13
(2006) 1005-1021

Vazios de fluência interconectados


Estudo de caso: Trinca com vazamento fornos de pirólise para
craqueamento do etano.
Superliga de Ni (T75MA) – 45%Ni-35%Cr-1.5%Nb-0.45%C-1,80%Si-0,8Mn-Fe bal.
Temperatura de trabalho: 840 - 860oC

Fonte: A. El-Batahgy, B. Zaghloul, Materials Characterization 54 (2005) 239-245


A trinca se propaga através de microvazios nos contornos de grãos colunares

Fonte: A. El-Batahgy, B. Zaghloul, Materials Characterization 54 (2005) 239-245


Fratura Intergranular por fluência: Este é o mais comum de fratura por fluência
para componentes submetidos a altas temperaturas e tensão por longos tempos.
Microvazios se nucleiam nos contornos de grão e trincas aparecem nos pontos
tríplices de contorno de grão.
Ruptura por super-aquecimento (API 571)
Descrição: Deformação permanente ocorrendo em tensão
relativamente baixa como resultado de um aquecimento localizado.
Geralmente resulta em estufamento e, eventualmente, abertura de uma
trinca. Ocorre em tubos aquecedores a fogo.
Fatores críticos:
- Temperatura, tempo e tensão.
- Aquecimento local ou incidência localizada da flama.
- Tempo para fratura aumenta se as pressões internas diminuem.
Entretanto, estufamento e distorção podem ser significativas em
baixos níveis de tensão, se a temperatura for alta.
- Aquecimento localizado acima da temperatura de projeto
- Perda de espessura por corrosão ou oxidação reduz o tempo para
fratura porque aumenta a tensão.
Materiais para altas temperaturas
• Materiais de grãos grosseiros - Um dos mecanismos de fluência é o deslizamento de
contornos de grão assistido pela intensa difusão de lacunas para esses contornos. Dessa
forma, a resistência à fluência é aumentada pela diminuição da área de contornos, ou
seja, pelo aumento do tamanho de grão. Essa é, provavelmente a única propriedade
mecânica que é favorecida pelo aumento do tamanho de grão.
• Aços ao Cr-Mo ou Cr-Mo-V – São ferríticos, ou temperados e revenidos, onde a
precipitação de carbonetos de Cr, Mo e V, nos contornos de grão dificulta o deslizamento
deles.
• Aços inoxidáveis austeníticos com (%Cr18) (estabilizados ao Ti ou Nb) – A estrutura
austenítica (cfc) possui boa resistência à fluência e, por outro lado, os carbonetos de Nb e
Ti, também endurecem e dificultam a deformação nos contornos de grão (ver ASME SA
358/358M)
• Superligas de níquel – Ligas endurecíveis por precipitação, onde os precipitados também
dificultam a deformação nos contornos.
• Superligas de cobalto
• Ligas inoxidáveis de alto cromo e alto níquel, contendo adições de Nb, Ti e terras
raras – Material fundido, utilizado em tubos radiantes dos fornos de pirólise na indústria do
petróleo ou nos fornos de recozimento de chapas nas usinas siderúrgicas.
Temperaturas limites de operação para alguns
materiais de engenharia
• Tamb – 150oC:
– Alguns polímeros termo-plásticos;
– Cobre de alta condutividade
– Ligas de alumínio

• 150oC – 400oC:
– Alguns compósitos de matriz polimérica reforçados com fibra de vidro (150 oC – 250oC,
dependendo do tipo)
– Ligas de Mg (até 200oC)
– Algumas ligas de Al (até 250oC)
– Cobre ligado com Ag (até 250oC) (boa condutividade elétrica)
– Cobre arseniacal (até 250oC) (baixa condutividade)
– Cu-1%Cr, Cu-0,1%Zr, Cu-1%Cr-0,1%Zr (até 350oC)
– Bronzes de Sn ou bronze fosforoso
– Bronze de alumínio (até 300-400oC)
– Ferros fundidos nodulares ligados (até 400oC)
– Aços C-Mn (até 400oC) (Para utilização muito prolongada, há risco de grafitização)
• 400-600oC:
– Ligas de Ti
• Ti-6Al-4V (até 450oC)
• Ti-6Al-5Zr-0,5Mo-0,25Si (até 530oC)
– Aços ao Cr-Mo e Cr-Mo-V
• 0,2C-1Cr-1Mo-0,25V
• 1Cr-0,5Mo
• 2,25Cr-1Mo (até 575oC) – T22, ou P22, ou F22
• 2,25Cr-1Mo-0,25V (até 625oC)
• 575-650oC:
– Aços ao Cr-Mo de alto Cr (ver tabela no próximo slide)
– Aços inoxidáveis ferríticos (AISI 444, 446)
– Aços inoxidáveis austeníticos (304, 316, 321, 347, 310)
Norma ASTM A-335
Aço C Mn P (máx) S Si Cr Mo Ti V outros
P5 0,15 0,30- 0,025 0,025 0,50máx 4,0- 0,45-
máx. 0,61 . 6,0 0,65
P5b 0,15 0,30- 0,025 0,025 1,0-2,0 4,0- 0,45- 4x(%C)
máx. 0,61 6,0 0,65
P5c 0,12 0,30- 0,025 0,025 0,50máx 4,0- 0,45-
máx. 0,61 . 6,0 0,65
P9 0,15 0,30- 0,025 0,025 0,25-1,0 8,0- 0,90-
máx. 0,61 10,0 1,10
P91 0,08- 0,30- 0,025 0,025 0,20- 8,0- 0,85- Nb, N, Ni, Al*
0,12 0,61 0,50 9,5 1,05
P92 0,07- 0,30- 0,025 0,025 0,50máx 8,0- 0,30- 0,18- W, Nb, B, N,
0,13 0,61 . 9,5 0,60 0,25 Ni, Al*

Estes aços são normalizados e recozidos na faixa de 650-750oC. Nos aços


de mais alto cromo (T9, T91 e T92) estes tratamentos funcionam como
têmpera e alto revenido, fornecendo uma estrutura de ferrita e carbonetos
grosseiros de Cr e Mo.
Alguns podem possuir também estrutura
bainitica
• 650oC – 1000oC:
– Aços inoxidáveis austeníticos convencionais (304, 316, 321, 347, 310) (até
750oC)
– Super ligas de Ni

Material C Cr Co Mo Ti Al B Zr Temperaturas
Nimonic 75 0,12 20,0 - Ti 0,40 - - -  750oC
Nimonic 120 0,04 12,5 10,0 5,70 2,5 4,5 0,03 0,05  900oC

- Super ligas de Ni-Fe (endurecíveis por precipitação para formação


da fase ’ (Ni3(Ti, Al, Nb)
Liga %Ni %Fe %Cr %Mo %Al %Ti %C %Si Outros
Inconel 718 53,0 18,5 18,6 3,1 0,4 0,9 0,04 0,3 5,0%Nb
Inconel 901 42,5 36,0 12,5 5,7 0,2 2,8 0,05 0,1 0,015%B
A-286 26,0 53,6 15,0 1,3 0,2 2,0 0,05 0,5 0,015%B
Incoloy 800 32,5 44,5 21,0 - 0,4 0,4 0,05 0,5 0,40%Cu

Aplicações típicas: componentes de turbinas a gas, motores de avião, fornos, partes de


trocadores de calor
Aço inoxidável HP 45 – produzido por fundição centrifugada
Estrutura grosseira propicia melhor resistência à fluência

Liga C Si Mn Cr Ni Nb P S Outros
HP40 0,43 1,40 1,18 25,0 35,7 - <0,02 <0,01 -
HP40Nb 0,41 1,52 0,96 25,6 34,8 1,50 <0,02 <0,01 -
HP40Mod. 0,43 1,48 1,00 25,3 34,5 0,80 <0,02 <0,01 microadições
- Microestrutura de aços inoxidáveis fundidos de alto Cr e alto Ni – Ex.: aço
HP40Nb
Como fundido

Estrutura bruta de fusão com


dendritas de austenita e eutético
interdentrítico de austenita com
carbonetos de níóbio (NbC) e
cromo (Cr7C3)

Envelhecido em uso
Precipitação secundária de carbonetos de cromo
que auxília na resistência à fluência
Além da fluência, que outros processos
podem ocorrer em altas temperaturas ?

- Oxidação (corrosão seca)

- Ataque por hidrogênio

- Carbonetação (contato com hidrocarbonetos)

- Sulfetação (contato com compostos contendo S)

- Mudanças microestruturais
Oxidação de metais em altas temperaturas
Além da fluência, a oxidação é outro problema que surge na aplicação
de materiais metálicos em temperaturas elevadas.
yM + x/2 O2  MyOx

As propriedades mecânicas do óxido costumam ser bastante inferiores


às do metal e, ainda que a camada esteja firmemente aderida ao metal, o
que nem sempre acontece, a seção efetiva do componente é reduzida.
Assim, torna-se importante saber a taxa de oxidação.
Como se mede a taxa de oxidação na prática ? Como a oxidação
ocorre pela adição de átomos de óxigênio à superifície do material, o peso
do material usualmente cresce em proporção à quantidade de material
oxidado. O aumento de peso (m) pode ser monitorado em função do
tempo
Dois comportamentos podem ser observados

m = kL.t (oxidação linear)

Sendo kL uma constante cinética, geralmente positiva, exceto em


materiais em que o óxido formado se evapora tão logo se forme).

(m)2 = kP.t (oxidação parabólica)

As constantes cinéticas kL e kP aumentam exponencialmente com a


temperatura, ou seja obedecem a lei de Arrenius.

Algumas camadas de óxidos são aderentes e protetoras, exercendo com


eficácia a função de barreira, como é o caso dos óxidos de Cr (Cr 2O3) e Al

(Al2O3), enquanto outras como o CuO e o FeO são menos protetoras. Essa
característica esta ligada às diferenças dos volumes do metal e do seu
óxido, à difusividade do oxigênio pelo óxido e a resistividade elétrica tbém.
A adição de Cr às ligas
ferrosas aumenta a
resistência à oxidação. Esta
característica sempre
aumenta com a elevação do
teor de cromo da liga.
Aços Cr-Mo e Cr-Mo-V podem ser usados em temperaturas maiores que
400oC também devido à melhor resistência à oxidação e à grafitização em
relação aos aços ao carbono

Limites máximos de temperatura (°C)


Elementos de Temperatura de formação Tensões admissíveis (kgf/mm2)
liga (% nominal) ASME de carepa * Resist. Norma ASME Séc VIII Div.1
Restante: Fe Mec.
SSeç I, AAr SO2 HH2S Aceitá
III B31-3
vel**
345°C 430°C 480°C 540oC 595°C 650°C

1/2Mo 540 590 530 520 500 480 12,32 12,32 9,65 3,38
1¼Cr, 1/2Mo 650 650 550 560 530 520 12,18 12,18 10,58 5,48 2,82 0,84
2¼Cr, 1Mo 650 650 600 580 580 570 12,06 11,84 10,36 5,48 2,96 1,13
5Cr, 1/2Mo 650 650 650 600 575 480 12,06 11,35 7,96 3,95 2,18 0,92
7Cr, 1/2Mo 650 650 680 610 585 480 9,44 8,80 6,68 3,52 1,76 0,84
9Cr, 1Mo 650 650 700 620 600 600 9,44 9,02 8,56 5,98 3,32 1,06
Outros efeitos do meio

- Sulfidação
- Carbonetação
Ataque por hidrogênio em altas temperaturas

• O Ataque por hidrogênio a alta temperatura (HTHA) é resultado da exposição de


hidrogênio a altas temperaturas e pressão. O hidrogênio reage com o
carboneto no aço para formar metano (CH4) que não pode se difundir para fora
do metal formando bolhas que resultam em microfissuras. Essas microfissuras
podem gerar trincas que fazendo com que o material reduza a capacidade
mecânica do material.
• A Temperatura, pressão parcial de hidrogênio, tempo e tensão afetam o ataque
de hidrogênio.

• Aços Inoxidáveis da série 300 assim como 5Cr, 9Cr e 12Cr não estão suscetíveis ao
HTHA.
Aparência e Morfologia Do Dano

• A reação entre o hidrogênio e o carbono pode acarretar a descarbonetação do


aço, formação de metano e formação da trinca.
• Em estágios iniciais, bolhas/cavidades podem ser identificadas mas existe uma
dificuldade de dizer a diferença entre cavidades devido ao HTHA e de fluência.
• Em estágio posteriores, descarbonetação e/ou fissuras podem ser vistos no
microscópio.
• Trinca e fissuras do HTHA são integranulares e ocorrem adjacentes a perlita.
• As formação das bolhas em alguns casos podem ser vistos a olho nu devido a
molécula de hidrogênio ou acumulação de metano durante a laminação.
Mitigação / Prevenção
• Uso de aços com cromo e molibidênio (também podem ser usados
tungstênio e vanádio) para aumentar a estabilidade dos carbonetos
e por conseqüencia minimizando a formação de metano.
• Não utilizar aços C-0.5Mo com a aplicação de hidrogênio a alta
temperatura.
• Aço inox série 300 devem usados para revestimento em
equipamentos quando os materiais bases não tem resistência a
sulfetos. Apesar de ser reconhecido que o revestimento vai decair a
pressão parcial de hidrogênio no material de base, é comum
utilizar materiais de base com resistência ao HTHA (Aços Cr-Mo e
Cr-Mo-V)
• Utilização de aços carbonos com dureza abaixo de 22HRC (NACE
MR0175)
Curva de Nelson
Estudo de Caso
Estudo de Caso

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