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I. Qualificação
II. Interpretação da lei
III. Integração de lacunas
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I. Qualificação
Referência de uma situação de facto à(s) norma(s) do direito
Finalidade – encontrar o regime jurídico aplicável à situação de
facto
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Pergunta em causa
Análise jurídica
Arrumação das matérias jurídicas em ramos e sub-ramos
Direito Privado
Direito Civil
Institutos transversais: propriedade, dano, culpa
Gestão de negócios 3
Situação da vida
introdução da propriedade
alheia
Aspectos juridicamente relevantes para reparar um mal
(elementos de conexão) danos
Orientação bem intencionado
Deve ou não ser pouco diligente com seus
responsabilizado? assuntos
Círculo hermenêutico
Significado Significante
Coisa Sinal (palavras)
Problema da interpretação
Qualificação jurídica dos factos (na perspectiva da pergunta jurídica)
Interpretação dos textos
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Importância e significado da interpretação
Especial importância:
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De entre os sentidos possíveis do texto, extrai-se um que valha para
todas as pessoas (generalidade) e para todos os casos (abstracção) –
garantia de um mínimo de uniformidade de soluções
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Metodologias da interpretação:
orientação subjectivista
destinada a captar o sentido imprimido à norma pelo legislador
(mens legislatoris)
orientação objectivista
destinada a captar o sentido da lei (mens legis)
Orientação geral:
A interpretação não deve cingir-se à letra da lei, mas reconstituir a
partir dos textos o pensamento legislativo (n.º 1) – texto da lei =
apenas um elemento da interpretação
Responsabilidade do intérprete – encontrar soluções mais
adequadas
Presume-se “que o legislador consagrou as soluções mais acertadas
e soube exprimir o seu pensamento em termos adequados” (n.º 3) –
não dispensa a tarefa de interpretação e o recurso a outros elementos
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Dupla função da letra da lei:
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Elementos de interpretação
– doutrina tradicional –
Elemento gramatical
Elementos lógicos:
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sistemático – unidade do sistema jurídico (9.º/1 CC):
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histórico – consideração dos dados e circunstâncias históricas que rodearam
o aparecimento da lei
• circunstâncias [económicas, sociais, políticas] em que a lei foi
elaborada - occasio legis – 9.º/1 CC
• história do instituto ou do regime jurídico, precedentes
normativos;
• fontes da lei (doutrina, direitos estrangeiros);
• trabalhos preparatórios (perspectiva objectivista – como
elementos auxiliares da interpretação e não como meio de apuramento da
mens legislatoris).
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Resultados da interpretação
interpretação declarativa:
O sentido da lei cabe dentro da sua letra; letra da lei está conforme com o seu espírito.
interpretação extensiva:
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interpretação restritiva:
Texto da lei não exprime com uma clareza mínima a finalidade para que foi
criado e, tomado à letra, abrange hipóteses que não estão de forma evidente no
espírito da lei.
(contra: Oliveira Ascensão – alterações do sistema normativo apenas competem às
fontes de direito)
interpretação ab-rogante:
Intérprete conclui que existe uma contradição insanável com outra disposição
legal.
Regra não tem sentido útil (quer porque há uma impossibilidade prática de
coexistência quer porque as regras exprimem valorações contraditórias), o
intérprete apenas se limita a verificá-lo.
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III. Integração de lacunas
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Interpretação em sentido amplo
Equidade
Solução conforme às circunstâncias do
caso concreto (relevância para além do
plano da existência de lacunas)
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Processos intra-sistemáticos de integração de lacunas
Analogia legis
• Analogia – aplicação de um processo geral de
pensamentoparticular no domínio da integração
• Fundamento: tratamento igual de casos semelhantes (princípio
da igualdade e certeza do direito – obtenção da uniformidade de
soluções)
Art. 10.º/1 CC– “Os casos que a lei não preveja são regulados
segundo a norma aplicável aos casos análogos”
• Casos análogos: não basta semelhança na descrição exterior da
situação, é necessário que exista um conflito de interesses paralelo
ou semelhante e que o critério valorativo adoptado pelo legislador
para compor esse conflito no caso previsto possa ser aplicável
também no caso análogo (art. 10.º/2 CC – é necessário que
“procedam as razões justificativas da regulamentação do caso
previsto na lei”)
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Processos intra-sistemáticos de integração de lacunas
Analogia iuris
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Processos intra-sistemáticos de integração de lacunas
Imagine que o legislador, no âmbito da sua política de protecção à infância, cria a seguinte
disposição:
«As mães solteiras beneficiam de uma redução de 50% no seu horário de trabalho nos seis meses
subsequentes ao parto»
António, viúvo, e pai de uma criança de 15 dias deseja obter idêntica redução. A mesma pretensão
é manifestada por Bernardo, divorciado, e a cuja guarda foi confiado o seu filho de três meses.
Quid Iuris? [1]
[1] In “Introdução ao estudo do Direito - Hipóteses elaboradas durante a regência do Prof.. Miguel Teixeira de Sousa”, 1993 (polic.).
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