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Direitos Reais

Práticas
8 de março

Art. 1344º e ss – propriedade de imóveis

Art. 1344º - Limites materiais


Limites materiais o direito real de propriedade

Art. 1345º - Coisas imóveis sem dono conhecido


Estado – há um conjunto de pressupostos procedimentos nos termos dos quais se verifica a aquisição. DL
nº15/2019, de 21 de janeiro – reconhecimento e indicação do prédio.

Art. 1346º a 1352º - limites ao exercício do direito de propriedade que decorrem de relações de vizinhança
e que visam proteger outros direitos de propriedade. Limites como emissão de fumo, ruídos, escoamento
natural de águas, etc. Portanto, a lei impõe restrições ao gozo do direito de propriedade.

Art. 1353º - Direito de demarcação (direito de propriedade) e art. 1356º - Direito de tapagem (direito de
propriedade) – a lei confere aos vizinhos a participação na demarcação das extremas dos terrenos de forma a
dirimir conflitos.

Art. 1360º e ss – Construções e edificações


Levanta mais problemas a questão das construções e edificações – pois tal pode interferir no prédio do
vizinho, por causa da sombra, do escoamento de águas, etc. daí que se imponham alguns limites.

Art. 1360º, nº1 – discute-se se pode ser sobre prédio próprio ou vizinho. Ex: quando construo uma casa
num prédio meu, abro janelas ou portas, esta abertura tem de ficar a 1,5m da extrema do meu prédio. Assim,
deve existir uma distância de 3m entre dois prédios no concernente às janelas, portas, varandas, terraços –
por razões de segurança e privacidade. Este limite não se verifica se os prédios tiverem separados por um
caminho publico mesmo que dentro dos 3 metros (art. 1361º).

Art. 1362º – Servidão de vistas


A servidão de vistas pode ser por usucapião, mas também por contrato. A lei no art. 1360º entende que não
se deve abrir janelas ou semelhantes a menos de 1,5m de distância, mas e se for da propriedade do mesmo?
Os dois prédios têm autonomia jurídica.
Nº2 – o que é servidão de vistas? A servidão é o encargo imposto a um prédio em benefício de outro
prédio. Se a pessoa não deixar 1,5m adquire o direito de manter as aberturas sem estas estarem legais. Se o
vizinho não reclamar, depois do prazo, o proprietário não é obrigado a fechar as portas ou janelas. A
servidão é esse direito de manter uma abertura de pelo menos 1,5m. Esta norma não foi pensada para uma
situação do prédio vizinho ser seu.
Aqui um limite ao direito de propriedade – um contrato com vizinhos pode permitir abrir janelas um ao
lado do outro, desde que ambos concordem.
Se eu tenho um prédio e criei uma servidão de vista, caso alguém mo compre fica obrigado perante a
servidão de vistas que eu realizei.

Art. 1363º - para pequenas aberturas estes limites de distancia não se verificam.

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Art. 1365º - Estilicídio
É um outro limite próximo à construção variando apenas no objeto. Entre a beira do telhado e o terreno do
vizinho temos de verificar uma distância de meio metro. Se for constituída a servidão recai sobre o prédio
vizinho a obrigação de realizar as obras necessárias.

Art. 1370º e ss – Paredes e muros de meação

Art. 1370º - Comunhão forçada


Comunhão de direitos no âmbito de direitos reais. Faculta-se aos proprietários da meação de adquirir a
propriedade. Comunhão e propriedade têm algo semelhante mas são coisas diferentes. Aquele que adquire
comunhão forçada tem de pagar.

Art. 1376º e ss – Fracionamento e emparcelamento de prédios rústicos


Conjugação entre dois interesses: tutela da propriedade e fracionamento desta. São ambas operações
demoradas.

Art. 1376º até ao art. 1381º – Fracionamento


O fracionamento é a divisão dos bens rústicos em frações mais pequenas. Remete para o conceito de
unidade de cultura – uma portaria nº 219/2016 de 19 de agosto vem fixar quais são as áreas de unidade de
cultura que varia consoante a zona do país. Ex: no Alentejo a unidade mínima de cultura e, portanto, todos
os prédios que tenham uma área inferior a esta, a sua alienação está sujeita a restrições. As áreas não podem
reduzir-se à unidade mínima. Também não é possível a divisão da propriedade rústica ainda que sejam
respeitadas as unidades mínimas de cultura se delas resultar o encravamento.
Art. 1377º, al. a) – quando a divisão se destina à construção é proibido o fracionamento

Art. 1378º - troca de terrenos so pode ocorrer caso os terrenos sejam de igual área, etc., dependendo da
região

Art. 1380º - no caso de propriedades inferiores a 2 hectares os vizinhos têm direito de preferência para
permitir a ampliação de terrenos.

Art. 1382º - Emparcelamento


O emparcelamento está relacionado com o DA é a junção de prédios que pertenciam a pessoas diferentes.
Supõe-se aqui uma delimitação prévia pretendendo-se conferir aos mesmos proprietários dessas parcelas a
mesma área mas num número de parcelas menor.

Regime especial de invalidades – aqui o que está em causa é o A transferir ao B. Se algum deles violar os
pressupostos quer em termos de direito de preferência quer em termos de trocas, interfere aqui o MP, está
aqui em causa o interesse geral do desenvolvimento económico. Já não são apenas as partes ou os vizinhos
titulares do direto de preferência que têm a titularidade de invocar a invalidade, mas também o MP. Na
realidade estamos perante uma anulabilidade mista – pois não são apenas as partes que podem invocar a
invalidade, mas também o MP, sendo que o prazo é de 3 anos e não de 1 ano.

Art. 1414º e ss – Propriedade horizontal

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Administração do condomínio – propriedade horizontal.
O que é a propriedade horizontal? Art. 1414º, portanto, há aqui um conceito prévio, a ideia de fração que
nos designamos por andar tem de ser uma limitação com dependência física que depois vai dar autonomia
jurídica.
Temos um edifício em que dentro deste temos frações nas quais a lei autonomiza. Temos as chamadas
partes comuns (solo, escadas, telhado, elevador, etc.) – art. 1421º – e as frações propriamente ditas. De certa
forma temos dois tipos de bens, uns que pertencem a todos e outros que pertencem a cada um
individualmente.
Diferença entre a titularidade das frações e das partes comuns – art. 1420º, nº2.

Distinção entre comunhão de compropriedade. A comunhão tem uma função dirigida a um determinado
fim. Já a compropriedade temos uma natureza mais individualista do ponto de vista jurídico. Se não gozam
do direito de pedir a divisão de coisa comum, assim como não se pode renunciar ao direito entre as partes
comuns, há uma obrigação de compropriedade. A única forma que um condómino tem de se desligar das
suas obrigações é vender a sua fração. A lei proíbe cada condómino de não pensar também nos outros.

19 de março
Direitos reais de gozo
 Direitos de preferência – de aquisição de fonte legal o que naturalmente produz efeitos em relação a
terceiros

Direito reais de garantia – pressupõe sempre uma relação prévia – relação credor-devedor – são direitos
instrumentais que visam proteger o credor.

A lei começa pelo direito de propriedade e depois passa para os direitos reais menores pois têm um
conjunto mais limitado. Estes direitos têm de estar previstos na lei. Por outro lado, não só o aspeto de
previsão como o respetivo conteúdo. Há certos limites legai então destes direitos reais.
A ordenação que a lei estabelece relativamente aos direitos de gozo é uma indicação de ordem crescente. O
direito mais denso a seguir à propriedade é o de usufruto. Art. 1439º - no usufruo devemos distinguir dois
tipos de normas: as normas que delimitam e caracterizam estes direito que são imperativas e outras normas
ás quais a lei confere alguma liberdade ao titular. Contudo, esta liberdade não vai ao ponto de as partes
poderem fugir ao modelo legal. Quer os direitos

Usufruto simultâneo ou usufruto sucessivo. No primeiro não há renovação, não há violação dos limites
máximos, já no sucessivo pode haver. O usufruto pode ser constituído a favor de uma ou mais pessoas. O
usufruto só se extingue quando morrer o usufrutuário. No usufruto sucessivo é constituído a benefício de
varas pessoas, há uma ordem de sucessão e aqueles que estão colocados em 2º, 3º ou 4º grau so são titulares
do direito de usufruto quando direito dos anteriores se extinguir, podendo extinguir-se pelo prazo depois de
passado ou pela morte. O caracter pleno do usufruto permite dispor dele, onerá-lo. Esta oneração extingue-se
quando se extinguir o usufruto. As normas anteriores ao art. 1445º são normas imperativas. Todas as normas
do art. 1446º são normas relativas, so as aplicamos se não forem afastadas por outras, podem ser afastadas
total ou parcialmente. Um dos limites ao direito do usufruto tem a ver com a o dever de administrar, de gerir
o usufruto como faria um bom pai de família. Esta norma pode ser afastada. Estes poderes do usufrutuário
terão de atuar no sentido de salvaguardar a forma e substancia do bem, quer por ação ou omissão.

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Relativamente ao direito de usufruto devemos atender a duas normas devendo ser enquadradas no âmbito
dos direitos reais: art. 1451º e art. 1452º.
 O art. 1415º sobre as coisas consumíveis – noção no art. 208º - isto é o contrário da salvaguarda da
forma e substância – estamos perante uma anomalia? Claro que haveria forma de proibir o usufruto
de coisas consumíveis mas a proibi-lo estaria a lei a proibir um negócio jurídico importante, visto
que a ideia de vender esta ligada à do estabelecimento comercial. Assim sendo, proibir o usufruto é
proibir o usufruto de estabelecimento comercial. O que quer dizer coisas terem sido estimadas?
Serem acauteladas, conservadas, quando se devolva o valor. Este tipo de coisas consumíveis ou há
a devolução das coisas se for possível ou há a devolução do valor – como estamos no âmbito de
direito patrimoniais há igualdade de interesses.
 O art. 1416º sobre as coisas deterioráveis – são coisas suscetíveis de se diminuírem com o uso,
sendo parcialmente consumíveis.

Art. 1455º - Usufruto de matas e árvores de corte – aqui a lei estabelece uma espécie de divisão.
Art. 1456º - Usufruto de plantas de viveiro

Art. 1457º a 1459º - está-se a explorar a mina ou a pedreira ou as águas, não se está a utilizar o prédio, mas
apenas a pedreira ou a mina. Isto só e admissível do ponto de vista jurídico pois não é possível explorar-se
uma mina sem explorar-se o terreno. Assim, a lei admite esta figura com base numa ficção jurídica, com
base num desmembramento. A mina é tratada como um direito distinto do direito de propriedade da pedra,
passa a ter um titular diferente do propriedade. Não são frutos, o bem vai perdendo o valor, mas a
constituição ou a admissibilidade de usufruto de minas pressupõe um desmembramento da propriedade do
subsolo. Há um desmembramento jurídico entre a pedra e o solo.

Art. 1460 º - constituição de servidões – são servidões apenas, extinguem-se com a extinção do usufruto.

Art. 1462º - usufruto de universalidades e animais. As universalidades são um conjunto de coisas que
pertencem ao mesmo bem, mas esse conjunto de bens moveis destina-se ao mesmo fim. Ex: biblioteca, ..
esta ideia de unidade de fim talvez não seja suficientemente densa para dai extrairmos que é uma coisa
simples.

26 de março
Caso nº1
2000
A B D

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comodato
2002
furto 2005
CV

A que era possuidor, faz um empréstimo de um bem móvel a B em 2000 – comodato. C em 2002 furta o
bem móvel a B e em 2005 vende (transmite) a D.

Sendo A possuidor em nome próprio (podendo ser originária ou derivada)


A – B – como o contrato é de comodato (relação creditícia), o direito real não foi transferido, logo será
detentor, não possuidor.
B – C - aquisição originária por usurpação – art. 1263º - requisitos da usurpação verificados; para C
adquirir temos de verificar os requisitos da usucapião
C – D – aquisição derivada por tradição real explicita material ou simbólico. Como anterior possuidor – C
– foi possuidor de má fé, o prazo para adquirir por usucapião na lei é de 6 anos – 2ª parte do art. 1259º. 3
anos de boa fé estão para 6 anos de má fé – então 3 de má fé estão para x  x= 1,5 anos de boa fé

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