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Capítulo I – Som e Luz

1. Produção e transmissão do som


1.1 Produção, propagação e recepção do som
1.2 Ondas sonoras
1.3 Características da onda
1.4 Propriedades do som
1.5 Os sons que ouvimos
1.6 Propagação do som
1.7 Reflexão, absorção e refracção do som

2. Propriedades e aplicações da luz


2.1 O que nos permite ver os objectos
2.2 O que é a luz
2.3 Luz e cor
2.4 Raios luminosos
2.5 Reflexão da luz
2.6 As imagens que os espelhos nos fornecem
2.7 Refracção da luz
2.8 As lentes e as sua aplicações
2. Propriedades e aplicações da luz

A luz é essencial para termos a percepção do mundo que


nos rodeia através da visão.

A beleza de um barco A misteriosa sensação


reflectido na água... proporcionada pelo arco-
O alegre e variado colorido das flores e dos frutos...

...só são possíveis enquanto a luz do Sol chegar até


nós.
A luz constitui também um importante meio de comunicação
para a humanidade desde os tempos mais remotos.
O teu Ponto de Partida
Só podemos ver se houver luz.
Como sabes, o Sol é a nossa fonte de luz por excelência. Mas, à noite
torna-se necessário recorrer a outras fontes de luz: lâmpadas,
candeeiros a gás e a petróleo, velas... e temos também a luz de
estrelas longínquas!
São fontes de luz todos os corpos que emitem a sua
própria luz pelo que lhes chamamos corpos
luminosos (os corpos luminosos têm luz própria).
A luz emitida pelos corpos luminosos ilumina os que
a recebem, que se chamam corpos iluminados. Os
corpos iluminados emitem parte da luz que recebem
(os corpos iluminados não têm luz própria).

A Lua emite parte da luz Estes objectos emitem


que recebe do Sol e há parte da luz que recebem
2.1 O que nos permite ver os objectos
Triângulo da
visão
Vemos os corpos luminosos - fontes de luz - quando chega
aos nossos olhos a luz que eles emitem.
Vemos os corpos iluminados quando:
- recebem luz de um corpo luminoso;
- reenviam total ou parcialmente a luz que recebem;
- chega aos nossos olhos a luz reenviada,

Vemos a Lua quando o


Sol a ilumina e aos
nossos olhos chega a luz
que a superfície da Lua
reenvia.

Vemos o livro quando


um candeeiro o ilumina
e chega aos nossos olhos
a luz que o livro reenvia.
A luz emitida pelas fontes de luz é recebida pelos corpos
iluminados e reenviada por eles até aos nossos olhos.

A fonte de luz, um corpo iluminado e os nossos


olhos constituem o triângulo de visão:
Materiais transparentes, translúcidos e opacos

Há materiais, como o ar, o vidro polido e a água límpida,


que se deixam atravessar praticamente pela totalidade da
luz que neles incide - são materiais transparentes.
Podemos ver com nitidez os objectos através dos materiais
transparentes.

A luz passa através dos Vê-se com nitidez o peixe no


materiais transparentes. aquário porque o vidro é
transparente.
Alguns materiais, como o vidro fosco e o papel vegetal,
apenas se deixam atravessar parcialmente pela luz que neles
incide - são materiais translúcidos.
Através destes materiais, também é possível ver os objectos,
mas sem nitidez.

Apenas uma parte da luz Não se vê com nitidez a pessoa


passa através dos materiais que está atrás do vidro fosco
translúcidos. por ser translúcido.
Muitos materiais, como a madeira, o granito e os metais,
não se deixam atravessar pela luz - são materiais opacos.
Não é possível ver os objectos através dos materiais opacos.

A luz não passa através dos Não se vê o tronco da árvore


materiais opacos. porque o muro é opaco.
Os nossos olhos
Os nossos olhos são detectores de luz. Funcionam como
uma máquina fotográfica.

A luz que provém dos objectos atravessa a córnea, passa


através de um orifício - a pupila - e chega ao cristalino, que
é uma lente.
O cristalino muda o trajecto da luz, produzindo na retina,
que contém células sensíveis à luz, uma imagem invertida e
mais pequena.

As ramificações do nervo óptico que chegam à retina enviam


sinais ao cérebro, que interpreta a imagem, permitindo-nos
ver os objectos como realmente são.
Como funcionam os nossos olhos.
Doenças de visão:
Qualquer máquina fotográfica é constituída essencialmente
por:

Quando o diafragma abre, a luz proveniente dos objectos vai


impressionar a película fotográfica, na qual se forma uma
imagem menor que o objecto e invertida.
Foi em 1822 que Joseph Niepce tirou a primeira fotografia.
2.2 O que é a luz
Ondas luminosas
A luz, tal como o som, consiste em ondas.
As ondas luminosas resultam da propagação de
vibrações electromagnéticas através de
diferentes meios como o ar, a água e...também no
vazio.
A velocidade de propagação das ondas
electromagnéticas é muito grande e o seu valor
depende do meio onde se propagam:

Velocidade de propagação da
luz no ar e no vazio
300 000 000 m/s ou 300 000
 As ondas luminosas são transversais pois as
vibrações ocorrem perpendicularmente à direcção
de propagação:
A amplitude das ondas luminosas relaciona-se com
a intensidade da luz emitida:
- maior amplitude das ondas luminosas
corresponde a maior intensidade da luz:

- menor amplitude das ondas luminosas


corresponde a menor intensidade da luz:
Todas as ondas luminosas têm comprimento de
onda, , muito pequeno. Até se usa um submúltiplo
do metro, o nanómetro, nm, para exprimir o seu
valor.

1 nm = 0,000 000 001 m, ou seja, 10-9 m

1 m =1 000 000 000 nm, ou seja, 109 nm


A frequência f das ondas luminosas é muito
grande, pois, como sabes, quanto menor é o
comprimento de onda maior é a frequência.
Quanto maior é a frequência de uma onda luminosa
mais energia ela transporta.

A luz azul, mais quente, A luz vermelha, mais


é constituída por ondas fria, é constituída por
com maior frequência. ondas com menor
Espectro luminoso
Chama-se luz visível a todas as ondas luminosas
perceptíveis pelo olho humano.

Mas também fazem parte da luz ondas que nós não vemos:
- ondas de f < 4x1014 Hz, que formam a luz infravermelha;
- ondas de f > 8x1014 Hz, que constituem a luz ultravioleta.
2.3 A luz e a cor
A luz visível
À luz visível emitida pelo Sol e por uma lâmpada de
incandescência chama-se luz branca.
branca
Isaac Newton, em 1969, chegou à conclusão que a
luz branca é constituída por luzes de várias cores.
Isaac Newton explicou este fenómeno do seguinte modo: as
várias cores que se observam após a luz atravessar o
vidro ou a água da chuva são as que existem na
constituição da luz branca.

A luz que é formada por A luz que é formada por


luzes de cores diferentes uma só cor chama-se
chama-se policromática. monocromática.

Como no ar todas se propagam com a mesma


velocidade, estão misturadas e os nossos olhos não
as distinguem.
À separação da luz branca nas suas diferentes cores
chama-se decomposição ou dispersão da luz.
luz

Espectro da luz visível


A cor dos objectos
A cor de um objecto resulta da luz que ele reenvia
para os nossos olhos, a qual depende:
- do material de que é feito;
- da cor da luz com que está iluminado.

 Quando iluminado com luz branca:

- um objecto é preto se o
material de que é feito absorve
todas as cores contidas na luz
branca. Nenhuma luz é
reenviada pelo objecto.
- um objecto é branco se o
material de que é feito não
absorve qualquer uma das
cores contidas na luz branca.
Toda a luz é reenviada pelo
objecto.
- um objecto é vermelho se o
material de que é feito absorve
todas as cores contidas na luz
branca, excepto o vermelho. A
luz vermelha é reenviada pelo
objecto até aos nossos olhos.
Mas um objecto que é vermelho quando iluminado
com luz branca:
 torna-se preto se for iluminado,
por exemplo, com luz verde. Isto
deve-se ao facto de o objecto
absorver toda a luz, que o ilumina,
uma vez que só consegue reenviar
o vermelho.

 Também se tornará preto se


for iluminado, por luz azul.

 Mas voltará a ser vermelho


quando iluminado, por exemplo,
com uma mistura de luz verde e
vermelha.
2.4 Raios luminosos
Propagação rectilínea da luz
Num meio transparente e homogéneo, a propagação
da luz faz-se em linha recta.
Certamente já observaste esta propagação rectilínea quando
uma réstia de luz entra através de uma abertura da porta.
Algumas consequências da propagação rectilínea
da luz:
A formação das
sombras
Quando a luz, proveniente de uma fonte
luminosa, encontra um objecto opaco é impedida
de continuar o seu trajecto.

A luz que passa fora do objecto continua a sua


trajectória rectilínea até encontrar a parede.
Os pontos da parede que não recebem luz
formam a sombra do objecto.

A sombra aparece sempre do lado oposto ao da


incidência da luz.
Os eclipses
Quando a Lua se interpõe entre o Sol e a
Terra, devido à propagação rectilínea da luz, a
sombra da Lua projecta-se na Terra. Ficamos
assim impedidos de ver o Sol – Eclipse do Sol

Quando a Terra se interpõe entre o Sol e a


Lua, devido à propagação rectilínea da luz, a
sombra da Terra projecta-se na Lua e deixamos
de a ver – Eclipse da Lua
A inversão da imagem da câmara escura
Quando olhamos para a face oposta ao orifício
por onde passa a luz observamos uma imagem
invertida.

É que a luz proveniente, por exemplo, do ponto


A, ao propagar-se rectilineamente, vai originar
o ponto A' e a luz proveniente de B origina o
ponto B'. Os pontos A' e B' ficam exactamente
ao contrário dos pontos A e B que os
originaram.
Propagação rectilínea da luz
Um raio luminoso corresponde à direcção segundo a
qual a luz se propaga.

Um conjunto de raios luminosos constitui um feixe


luminoso. Que podem ser:
Exemplificando:
2.5 Reflexão da luz
Reflexão e difusão

Sempre que a luz proveniente de uma fonte


luminosa incide na superfície dos objectos, volta
em parte ou totalmente para trás. Chama-se a
isto reflexão da luz.
Na reflexão regular ou, simplesmente, reflexão,
um feixe paralelo de luz incidente origina um feixe
também paralelo de luz reflectida, praticamente
com a mesma intensidade:

É a que origina as imagens que observamos quando


olhamos para um espelho.
Na reflexão irregular ou difusão, um feixe paralelo
de luz incidente origina um feixe de luz reflectida
em diferentes direcções - um feixe difuso e com
menor intensidade de iluminação:

É a que nos permite ver os objectos.


Leis da Reflexão
Vais agora aprender o trajecto correcto de um raio luminoso
após encontrar a superfície de um espelho.
Antes, porém, precisas de saber o significado de algumas
designações muito habituais no estudo da reflexão:
Quando um raio luminoso incide num espelho, as direcções do
raio incidente e do raio reflectido obedecem a duas leis - as
leis da reflexão:
As leis da reflexão:

1ª lei - o raio incidente, o raio reflectido e a normal ao


espelho no ponto de incidência estão no mesmo plano.

2ª lei - o ângulo de incidência é igual ao ângulo de


reflexão.

As figuras que se seguem mostram a comprovação destas


leis para três raios diferentes que incidem num espelho
plano.
2.6 As imagens que os espelhos nos fornecem
Espelhos planos
magem fornecida pelos espelhos planos é:
 virtual, pois parece que existe atrás do espelho,
quando na realidade nada lá está.

 direita e do mesmo tamanho do objecto;

 simétrica do objecto em relação ao espelho, pois a


imagem e o objecto estão um para o outro como a mão
direita está para a mão esquerda;

 forma-se à mesma distância do espelho que o


objecto.
Um espelho fornece uma só imagem de cada
objecto. Dois espelhos fazendo um
determinado ângulo fornecem-nos várias
imagens do mesmo objecto.
Quanto menor for o ângulo formado pelos
espelhos, maior é o número de imagens.

Espelhos curvos

Em muitas feiras de diversão,


encontramos espelhos curvos que
produzem imagens distorcidas do
nosso corpo e nos fazem rir.
São muitas as situações do dia-a-dia que nos mostram a utilidade dos
espelhos curvos:
Os espelhos esféricos são porções de superfícies esféricas
perfeitamente polidas. As superfícies internas originam espelhos
côncavos, as exteriores originam espelhos convexos:
Nos espelhos côncavos e convexos deve-se identificar:
Os espelhos côncavos fazem convergir a luz que neles incide.
Quando os raios luminosos incidem paralelamente ao eixo
principal de um espelho côncavo, os raios reflectidos
convergem num ponto que fica a meio da distância entre o
centro C e o vértice V. Esse ponto chama-se foco F. O foco
dos espelhos côncavos é real.
Os espelhos convexos fazem divergir a luz que neles
incidem.
Quando os raios luminosos incidem num espelho convexo
paralelamente ao seu eixo principal, os raios reflectidos
divergem.
Os prolongamentos imaginários dos raios reflectidos para
trás do espelho convergem num ponto imaginário chamado
foco. O foco dos espelhos convexos é virtual.
As imagens que os espelhos esféricos produzem

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