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RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES FÍSICOS

Marcos Barbosa Horta – Engenheiro de Segurança

TEMPERATURAS
EXTREMAS
RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES FÍSICOS
Marcos Barbosa Horta – Engenheiro de Segurança

AGENTES FÍSICOS
Definição:

 Agentes físicos são diversas formas


de energia que ocorrem no ambiente
de trabalho a que possam estar
expostos os trabalhadores, tais
como, ruído, calor, frio, vibrações etc.
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TEMPERATURAS EXTREMAS

 FRIO => temperaturas abaixo de 15ºC

 CALOR => temperaturas acima de 25ºC


RISCOS DE EXPOSIÇÃO AOS AGENTES
FÍSICOS
Marcos Barbosa Horta – Engenheiro de Segurança

 Para evitar que o calor recebido do ambiente e o


produzido internamente devido a atividade física
realizada desestabilizem a temperatura corporal, o
organismo utiliza processos físicos e fisiológicos para
dissipar o excesso de calor.
Os mecanismos físicos são os seguintes:
• Radiação: é a troca de calor que se produz através
de ondas eletromagnéticas entre corpos com diferentes
temperaturas. A perda ou ganho de calor por radiação
depende da temperatura superficial dos corpos.

• Condução: é a troca de calor que acontece entre


corpos em contato. A perda ou ganho de calor por
condução depende da temperatura dos corpos.

• Convecção: é a troca térmica entre a pele e o ar que


a rodeia. A perda ou ganho de calor por convecção
depende da temperatura e da velocidade do ar.

•Evaporação: a evaporação do suor é o único dos


mecanismos que só implica em perda de calor, essa
perda depende da umidade e da velocidade do ar.
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Sobrecarga térmica ou conforto térmico


No estudo do calor é importante diferenciar
conforto térmico de sobrecarga térmica;
Conforto possui um conceito subjetivo, que
depende de sensibilidade das pessoas, grupos
étnicos, situação geográfica, aspectos climáticos
etc.
Já o conceito de sobrecarga térmica parte de
aspectos técnicos bem definidos, uma vez que a
natureza humana é a mesma em qualquer parte do
mundo;
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 Conforto possui um conceito subjetivo, que


depende de sensibilidade das pessoas;
 O organismo também gera calor interno, chamado
calor metabólico, por causa da atividade celular;
 Para o equilíbrio térmico ser mantido, a carga
térmica metabólica deve ser dissipada para atingir o
equilíbrio;
 O organismo, portanto, pode perder ou ganhar calor
de acordo com as condições ambientais, através dos
mecanismos de transmissão de calor;
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O calor permite fazer experiências interessantes.


Cientistas se colocaram dentro de fornos com o
termostato ajustado para mais de 100 graus Celsius.
Ficou provado que, com hidratação suficiente, o
organismo suporta essas condições desde que não haja
contato com o fogo. O tempo de exposição não pode ser
muito prolongado, claro.

Lembre que a evaporação da água do suor rouba calor


da pele, diminuindo nossa temperatura; já a vermelhidão
é provocada pelo aumento da circulação periférica para
que parte do calor transportado pelo sangue seja
perdida.
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 Um programa de controle da exposição dos


trabalhadores ao calor deve atender no mínimo às
questões abaixo:

a). Qual o ciclo de trabalho adequado?


b). Quais são os níveis aceitáveis para o ciclo de
trabalho?
c). Qual a intensidade de sobrecarga térmica
calculada?
d). Quais as medidas de controle a serem implantadas?
e). Qual o critério de monitoramento médico?
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CONFORTO TÉRMICO
O calor e a ergonomia
De acordo com a NR-17, da Portaria 3214 do MT, nos
locais de trabalho onde são executadas atividades que
exijam solicitação intelectual e atenção constantes são
recomendadas as seguintes condições de conforto:
- índice de temperatura efetiva entre 20 e 23ºC;
- velocidade do ar não superior a 0,75 m/s;
- umidade relativa do ar não inferior a 40%.
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CRITÉRIOS PREVENTIVOS BÁSICOS

• Conforto térmico
• Proporcionar condição térmica agradável à maioria dos ocupantes do local
através de sistemas de ventilação e climatização.

• Reduzir a transmissão de calor através do telhado, das paredes e das


janelas.

• Adequar as variáveis ambientais (temperatura, umidade, temperatura


radiante média e velocidade do ar) à atividade física realizada.

• Garantir que o sistema de distribuição de ar está equilibrado, de modo que


as vazões de ar e sua velocidade não causem desconforto e moléstias
devido as correntes de ar.
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O calor e a insalubridade
De acordo com a NR-15, Anexo 3, o índice de sobrecarga utilizado
para a avaliação do calor é o IBUTG.

O IBUTG é calculado conforme abaixo:

IBUTG= 0,7 tbn + 0,3 tg p/ambientes sem carga solar

IBUTG= 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs p/ambientes com sol

Onde: tbn – temperatura de bulbo úmido natural


tg – temperatura de globo
tbs – temperatura de bulbo seco
Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de
trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local de
trabalho - Quadro I

REGIME DE TRABALHO Tipo de Tipo de Tipo de


INTERMITENTE atividade atividade atividade

LEVE MODERADA PESADA

Trabalho contínuo Até 30,0 Até 26,7 Até 25,0

45 minutos de trabalho 30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9


15 minutos de descanso

30 minutos de trabalho 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9


30 minutos de descanso

15 minutos de trabalho 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0


45 minutos de descanso

Não é permitido o trabalho sem medidas Acima de 32,2 Acima de 31,1 Acima de 30,0
adequadas de controle
Quadro III - Taxas de Metabolismo por tipo de atividade

Tipo de Atividade Kcal/h


Sentado em repouso 100
Trabalho leve
1. Sentado 125
2. Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (dirigir) 150
3. De pé, trabalho leve em máquina ou bancada 150
Trabalho moderado
1. Sentado, movimento vigorosos com braços e pernas 125
2. De pé, trabalho leve em máquinas ou bancadas 175
3. De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada 220
4. Em movimento moderado, levantar ou empurrar 300

Trabalho pesado
1. Intermitente de levantar, empurrar, arrastar peso (remoção com pá) 440
2. Trabalho fatigante 550
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Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de


trabalho intermitente com períodos de descanso em outro local de
trabalho - Quadro II
M (Kcal/h) Máximo IBUTG

175 30,5

200 30,0

250 28,5

300 27,5

350 26,5

400 26,0

450 25,5

500 25,0
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Cálculo do M (metabolismo) médio e do IBUTG médio

Onde: M= MtXTt + MdXTd e IBUTG= IBUTGtXTt + IBUTGdXTd


60 60

Mt = taxa de metabolismo no local de trabalho


Tt = tempo no local de trabalho
Md = taxa de metabolismo no local de descanso
Td = tempo no local de descanso
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso
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Exercício
Um operador gasta 3 minutos para carregar o forno e aguarda 4
minutos para a carga atingir a temperatura esperada. Em seguida
gasta outros 3 minutos para descarregar o forno. Durante o
tempo em que aguarda a elevação da temperatura da carga ( 4
minutos ), o operador fica fazendo anotações, sentado à mesa,
localizada em outro ambiente, mas na mesma área. Esse ciclo de
trabalho é repetido durante toda jornada de trabalho em recinto
fechado sem carga solar. As temperaturas encontradas nos locais
foram:
No local de descanso: tg= 28ºC tbn= 20ºC
No local de trabalho (forno ): tg= 54ºC e tbn= 22ºC
Calcular o IBUTG
O LT foi ultrapassado?
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Solução:
Fórmula a ser usada: IBUTG= IBUTGtXTt + IBUTGdXTd
60
IBUTG (Forno)= 0,7 X 22 + 0,3 X 54 = 31,6 ºC
IBUTG ( Descanso ) = 0,7 X 20 + 0,3 X 28 = 22,4 ºC

Ciclo de trabalho para 60 minutos


Trabalho: 6min X 6 = 36 minutos
Descanso: 4min X 6 = 24 minutos

IBUTG = 31,6 X 36 + 22,4 X 24 = 27,9 ºC


60

Analisando o Quadro nº I, o LT foi ultrapassado e deve haver 30 minutos de descanso


para 30 minutos de trabalho junto ao forno.
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Sintomas e Efeitos do Calor


1. Hipertermia
2. Símcope do calor (exaustão)
3. Prostação térmica
4. Cãimbras de calor
5. Enfermidade das glândulas sudoríparas
6. Edema pelo calor
7. Catarata
8. Desidratação
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Medidas para eliminar ou minimizar a


exposição ao calor
1. Limitar o tempo de exposição
2. Adotar medidas de proteção coletiva
3. Realizar treinamento
4. Realizar levantamento ambiental
5. Efetivar controle médico periódico
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The end

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