Comunicações sem Fios Acesso sem fio em longa distância: 3G e LTE • Cada vez mais, dispositivos como iPhones, BlackBerrys e dispositivos Android estão sendo usados para enviar e-mail, navegar na Web, tuitar e baixar música enquanto se movimentam. Esses dispositivos empregam a mesma infraestrutura sem fios usada para a telefonia celular para enviar/receber pacotes por uma estação-base que é controlada pela operadora da rede celular. Diferente do Wi-Fi, um usuário só precisa estar dentro de algumas dezenas de quilômetros (ao contrário de algumas dezenas de metros) da estação-base. As empresas de telecomunicação têm investido enormemente na assim chamada terceira geração (3G) sem fio, que oferece acesso remoto à Internet por pacotes comutados a velocidades que ultrapassam 1 Mbit/s. Porém, até mesmo tecnologias de acesso remotas de maior velocidade — uma quarta geração (4G) — já estão sendo im plantadas. LTE (de “Long -Term Evolution”, um candidato ao prêmio de Pior Acrônimo do Ano, PAA) tem suas raízes na tecnologia 3G, e tem potencial para alcançar velocidades superiores a 10 Mbits/s. Taxas downstream LTE de muitas dezenas de Mbits/s foram relatadas em implementações comerciais. Veremos os princípios básicos das redes sem fio e mobilidade, além de tecnologias Wi -Fi, 3G e LTE (e mais!) no Capítulo 6. Redes sem fios • A comunicação digital sem fios não é uma idéia nova. Em 1901, o físico italiano Guglielmo Marconi demonstrou como funcionava um telégrafo sem fio que transmitia informações de um navio para o litoral por meio de código morse (afinal de contas, os pontos e traços são binários). Os modernos sistemas digitais sem fios têm um desempenho melhor, mas a idéia básica é a mesma. Em uma primeira aproximação, redes sem fios podem ser divididas em três categorias principais: • 1. Interconexão de sistemas. • 2. LANs sem fios. • 3. WANs sem fios. • A interconexão de sistemas significa interconectar os componentes de um computador usando rádio de alcance limitado. Quase todo computador tem um monitor, um teclado, um mouse e uma impressora, conectados por cabos à unidade principal. É tão grande o número de novos usuários que enfrentam grande dificuldade para conectar todos os cabos aos pequenos orifícios corretos (embora em geral eles sejam codificados com cores) que a maioria dos fabricantes de computadores oferece a opção de enviar um técnico à casa do usuário para fazê-lo. Conseqüentemen te, algumas empresas se uniram para projetar uma rede sem fio de alcance limitado chamada Bluetooth, a fim de conectar esses componentes sem a utilização de fios. A rede Bluetooth também permite a conexão de câmeras digitais, fones de ouvido, scanners e outros dispositivos a um computador, simplesmen te trazendo-os para dentro do alcance da rede. Nada de cabos, nada de instalação de drivers; basta juntá-los, ligá-los e eles funcionarão. Para muitas pessoas, essa facilidade de operação é uma grande vantagem. • Em sua forma mais simples, as redes de interconexão de sistemas utilizam o paradigma de mestreescravo da Figu ra 1.11(a). A unidade do sistema é normalmente o mestre, comunicando-se com o mouse, o teclado etc., que atuam como escravos. O mestre informa aos escravos que endereços usar, quando eles podem transmitir, por quanto tempo po dem transmitir, que freqüências podem usar e assim por diante. Discutiremos a rede Bluetooth com mais detalhes no Capítulo 4. • A próxima etapa em redes sem fios são as LANs sem fios. Elas são sistemas em que todo computador tem um modem de rádio e uma antena por meio dos quais pode se comunicar com outros sistemas. Freqüentemente, existe uma antena no 38teto que permite a comunicação das máquinas, como mostra a Figura 1.11(b). Porém, se os sistemas estiverem próximos o bastante, eles poderão se comunicar diretamente um com o outro em uma configuração não hierárquica. As LANs sem fios estão se tornando cada vez mais comuns em pequenos escritórios e nos lares, onde a instalação da Ethernet é considerada trabalhosa demais, bem como em antigos edifícios comerciais, cantinas de empresas, salas de conferências e outros lugares. Existe um padrão para LANs sem fios, chamado IEEE 802.11, que a maioria dos sistemas implementa e que está se tornando bastante difundido. Discutiremos esse assunto no Capítulo 4. Figura 1.11. (a) Configuração da Bluetooth (b) LAN sem fios • O terceiro tipo de rede sem fio é usada em sistemas geograficamente distribuídos. A rede de rádio utilizada para telefonia celular é um exemplo de sistema sem fio de baixa largura de banda. Esse sistema já passou por três gerações. A primeira geração era analógica e usada apenas para voz. A segunda geração era digital e apenas para voz. A terceira geração é digital e se destina a voz e dados. Em certo sentido, as rede s celulares sem fios são semelhantes às LANs sem fios, exceto pelo fato de que as distâncias envolvidas são muito maiores e as taxas de bits muito mais ba ixas. As LANs sem fios podem operar em velocidades de até 50 Mbps, sobre distâncias de dezena s de metros. Os sistemas celulares operam abaixo de 1 Mbps, ma s a distância entre a estação base e o 39computador ou telefone é medida em quilômetros, e não em metros. Teremos muito a dizer sobre essas redes no Capítulo 2. • Além dessas redes de baixa velocidade, também estão sendo desenvolvidas redes sem fios geograficamente dist ribuídas de alta largura de banda. O en foque inicial é o acesso à Internet de alta velocidade sem fios a partir dos lares e de empresas comerciais, sem a utilização do sistema de telefonia. Esse serviço é chamado com freqüência serviço de distribuição local multiponto. Nós o estudaremos mais adiante no livro. Também fo i desenvolvido um padrão para esse serviço, chamado IEEE 802.16. Examinaremos o padrão no Capítulo 4. • Quase todas as redes sem fios se conectam à rede de fiação em algum ponto, a fim de fornecer acesso a arquivos, bancos de dados e à Internet. Existem muitos modos de realizar essas conexões, depend endo das circunstâncias. Por exemplo, na Figura 1.12(a), representamos um avião com várias pessoas utilizando modems e telefones instalados nos assent os para se comunicar com o escritório. Cada chamada é independente das outras. Porém, uma opção muito mais eficiente é a LAN móvel da Figura 1.12(b). Aqui, cada assento é equipado com um conector Ethernet, ao qual os passageiros podem conectar seus computadores. Um único roteador na aeronave mantém um link de rádio com algum roteador no chão, trocando os roteadores à medida que o vôo prossegue. Essa configuração é simplesmente uma LAN tradicional, exceto pelo fato de que sua conexão para o mundo exterior é um link de rádio, em vez de uma linha de fiação. Figura 1.12. (a) Computadores móveis individuais (b) Uma LAN móvel • Muitas pessoas acreditam que as redes sem fios são a onda do futuro (por exemplo, Bi et al., 2001; Leeper, 2001; Varshey e Vetter, 2000), mas existe pelo menos uma voz discordante. Bob Metcalfe, o inventor da Ethernet, escreveu: "Os computadores móveis sem fios são co mo banheiros móveis sem tubulação — verdadeiros penicos portáteis. Eles serão comuns em veículos, construções e em shows de rock. Meu conselho é que as pess oas instalem a fiação em suas casas e fiquem lá" (Metcalfe, 1995). A história de verá registrar esse comentário na mesma categoria da explicação dada em 1945 pelo presidente da IBM, T. J. Watson, ao discorrer sobre o motivo pelo qual a IBM não estava entrando no ramo de computadores: "Quatro ou cinco computadores devem ser suficientes para o mundo inteiro até o ano 2000".