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A DEFESA DA
DIGNIDADE
HUMANA.
 OS DESAFIOS QUE ESTÃO COLOCADOS, NA
ATUALIDADE.
A Constituição Federal de 1988 atualmente representa a defesa e
realização dos direitos fundamentais do indivíduo e da coletividade,
assegurando o exercício dos direitos sociais e individuais, assim como o
bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça social. O valor
supremo entre todos os direitos fundamentais no nosso Estado
democrático de direito é a dignidade da pessoa humana, incorporada
expressamente ao texto constitucional (Art. 1º, III da Constituição
Federal). Alguns doutrinadores afirmam “nunca ter havido uma época em
que o homem esteve separado de sua dignidade, mesmo que ainda não
a reconhecesse como um atributo ou como uma qualidade inata da
pessoa”. Em outros trechos da constituição, este valor supremo também
é mencionado, como, por exemplo, no artigo 5º, III (não submissão à
tortura), VI (inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença), VIII
(não privação de direitos por motivo de crença ou convicção), X
(inviolabilidade da vida privada, honra e imagem), XI (inviolabilidade de
domicílio), etc.
Baseado na soberania popular, no respeito e na garantia dos direitos e
liberdades fundamentais e no pluralismo de expressão e organização
política democráticas, que tem por objetivo assegurar a transição para o
socialismo mediante a realização da democracia econômica, social e
cultural e o aprofundamento da democracia participativa (Reale, 2013,
p.99).
A essa noção de Estado se acopla o conteúdo das Constituições, através
do ideal de vida baseado nos princípios que apontam para uma mudança
no status quo da sociedade. Assim, no Estado Democrático de Direito, a
lei (Constituição) passa a ser um instrumento de ação do Estado na
busca do alvo apontado pelo texto constitucional. Para Streck & Morais
(2013), o Estado Democrático de Direito representa, assim, a vontade
constitucional de realização do Estado Social. É nesse sentido que ele é
um plus normativo em relação ao direito promovedor-intervencionista
próprio do Estado Social de Direito.
Observamos, pois, que o Estado Democrático de Direito se funda
na legitimidade de uma Constituição, emanada da vontade
popular que, dotada de supremacia, vincula todos os poderes e
os atos deles provenientes, com as garantias de atuação livre da
jurisdição constitucional. Dessa forma, é possível apontar alguns
princípios norteadores do Estado Democrático de Direito, que de
acordo com Streck & Morais são:
Constitucionalidade: tendo por base a supremacia da constituição,
vinculando o legislador e, todos os atos estatais à constituição,
estabelecendo o princípio da reserva da constituição e, revigorando a
força normativa da constituição, instrumento básico da garantia jurídica;
Organização Democrática da Sociedade; Sistema de direitos
fundamentais, tanto individuais como coletivos seja como Estado de
Distância, por que os direitos fundamentais asseguram ao homem a
autonomia frente aos poderes públicos, seja como um Estado
antropologicamente amigo, pois respeita a dignidade da pessoa humana
e empenha-se na defesa e garantia da liberdade, da justiça e
solidariedade; Justiça Social como mecanismos corretivos das
desigualdades; Igualdade não apenas como possibilidade formal, mas,
também, como articulação de uma sociedade justa; Divisão dos poderes
ou de funções; Legalidade que aparece como medida de direito, isto é,
através de um meio de ordenação racional, vinculativamente prescrito,
de regras, formas e procedimentos que excluem o arbítrio e a
prepotência; Segurança e certeza jurídicas (p.93).
 A Constituição de um Estado que abre as perspectivas de
realização social profunda pela prática dos direitos sociais que
ela inscreve e pelo exercício dos instrumentos que oferece à
cidadania e que possibilita concretizar as exigências de um
Estado de justiça social fundado na dignidade da pessoa
humana.
 
A pandemia escancarou, mais uma vez, o péssimo quadro da
desigualdade social e econômica no Brasil. Durante a primeira onda do
coronavírus, no ano passado, mais de 30% dos 211,8 milhões de
residentes nos 5.570 municípios brasileiros tiveram de ser socorridos na
etapa inicial do auxílio de R$ 600 aprovado pelo Congresso, segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados
em julho de 2020.
— O Brasil está entre os dez países mais desiguais do mundo — afirma
o sociólogo Luis Henrique Paiva, coordenador de estudos em seguridade
social do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Como mostrou a revista Radis da Fundação Oswaldo Cruz, “a expansão
da pandemia de Covid-19 pelas favelas, periferias e interiores do Brasil
escancarou a perversa desigualdade social e econômica entre as
classes sociais, naturalizada e aceita por grande parte da sociedade e
das instituições do Estado”, o que representaria uma barreira às
recomendações de higiene básica, distanciamento físico e permanência
em casa.
Bem caracterizado o impacto da pandemia sobre os mais pobres,
notadamente autônomos, sem contrato de trabalho, restou clara a
necessidade de amparo dessas pessoas, que tiveram seu sustento
praticamente subtraído. Inobstante algumas teses genocidas de que a
solução seria não suspender as atividades econômicas, com a não
adoção das medidas de isolamento social, o governo teve que propor um
auxílio, fixado em 600 reais pelo parlamento brasileiro. Prevaleceu a ideia
de que, em situações como a da pandemia, o Estado deve intervir
promovendo a proteção social das pessoas em situação vulnerável.
Garantir proteção social para as populações em situação de
vulnerabilidade, no contexto da pandemia, é também uma forma de
promover saúde. “Tem pessoas, pelo tipo de trabalho que exercem, que
serão muitíssimo afetadas, porque não só diminuirá como poderá acabar
totalmente a sua forma de subsistência”, avalia Moysés Toniolo. Para
ele, esses grupos incluem desde as prostitutas e outros trabalhadores do
sexo até as diaristas e empregadas domésticas e vendedores do
comércio informal. Pensar saídas de cuidado e subsistência para essas
pessoas é também tirá-las do esquecimento. “A gente não pode
esquecer essas populações e temos que zelar para que elas tenham a
atenção do Estado”, enfatiza o conselheiro de saúde e integrante da
Anaids.
A pandemia do coronavírus trouxe mudanças em todas as áreas para
toda a população mundial e a educação não ficou de fora. Com a
imposição de decretos de isolamentos sociais, as escolas tiveram que
fechar as suas portas, mantendo assim os alunos distantes das salas de
aulas. O site SAE Digital (1) informou, de acordo com a Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que
a pandemia da COVID-19 já impactou os estudos de mais de 1,5 bilhão
de estudantes em 188 países – o que representa cerca de 91% do total
de estudantes no planeta.
Dentro os desafios surgidos nessa nova forma de ensino, podemos citar
um dos principais e mais evidentes: o despreparo das escolas, dos
professores e dos alunos em relação às atividades online. A maioria das
escolas de ensino fundamental e médio não conta com o suporte
tecnológico necessário para oferecer o ensino à distância, suporte este
que é mais frequente em instituições do Ensino Superior. Fora isso,
poucos são os professores capacitados para lecionar a distância, afinal,
o ensino online requer ferramentas e dinâmicas totalmente diferentes
das do ensino presencial. Por fim temos os alunos: milhares de crianças
e adolescentes tiveram que se disciplinarem e forjarem uma rotina de
estudos totalmente diferente da que tinham antes.
O direito a educação é assegurado para todos os cidadãos e está
positivado na nossa Constituição no seu Art. 6° como um direito social,
logo, é dever do Estado, mediante políticas públicas, atuar para que esse
direito seja alcançado por todos. Logo, é de extrema importância que o
Legislativo elabore leis que assegurem o acesso à internet e a aquisição
de aparelhos eletrônicos aos alunos de baixa renda para manter o fluxo
educacional enquanto as aulas ocorrerem de maneira remota. É
importante também que os alunos contem com a ajuda e a compreensão
dos seus professores e familiares, a fim de que estes não desanimem
ainda mais em relação aos estudos, evitando, assim a evasão escolar. 
O fato é que o cenário atual requer a adaptação a esses tipos de
mudanças, mas também se faz necessário um apoio maior aqueles que
não possuem as mesmas oportunidades e recursos que os demais.
Nestes casos, vemos a igualdade material em ação: tratar os iguais com
igualdades e os desiguais na medida das suas desigualdades.
REFERÊNCIAS
file:///C:/Users/Ana%20Luiza/Documents
/Downloads/Downloads/O%20NEGACIONISMO%20E%20O%20DIREIT
O%20%C3%80%20VERDADE%20-%
20PDF.pdf
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S2175-25912019000300011
https://portal.fiocruz.br
/noticia/desigualdade-social-e-economica-em-tempos-de-covid-19
https://unieducar.org.br/blog/educacao-em-tempos-de-pandemia-
desigualdade-social-ainda-mais-em-evidencia

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