Da Grande Ilusão Pandectística, segundo Orestano, à
teoria Imanentista da Ação de Savigny: o direito
subjetivo como foco da formação do conceito de ação. A grande Ilusão:
• Tentar transpor do plano filosó fico jus-naturalista para o
plano jurídico a ideia de sujeito de direitos, com todos os seus atributos e predicados e pretender construir sobre o poder de querer o sistema jurídico. Pressupostos: • O Sujeito pode afirmar-se portador de atributos originá rios e autô nomos. • Existência de uma estrutura ló gica na qual o sujeito é essência e se resolve em suas qualidades e predicados, independentemente do direito objetivo. Problemas enfrentados pela teoria:
• A teoria nã o se adequa a situaçõ es concretas (que nã o sã o
individuais e sim relacionais), sendo necessá rio o direito objetivo. Nã o é possível a norma submeter-se a uma mera posiçã o. • O momento histó rico e atmosfera cultural de seu surgimento (Criticismo Kantiano, idealismo, romancismo, historicismo) levaram a reavaliaçã o do conceito de grupo, sociedade, naçã o, Estado, passando a defender uma ordem objetiva que se incumbia do indivíduo. Como harmonizar o individualismo e a nova ordem social? • Surge a tentativa de fundir o direito objetivo e o direito subjetivo, transpondo esquemas do racionalismo para conciliar a ordem objetiva com o poder de querer do indivíduo. Problema: • Direitos subjetivos nã o admitem fracionamentos ou concessõ es que tomem por referência o direito objetivo ou que o coloque como uma de sua premissas. • Ao invés de uma harmonia com um primado do direito privado, insere-se uma contradiçã o insanável. Conclusão de Orestano:
• O direito subjetivo nã o tem valor em si mesmo, seu valor
atribuído pelo direito objetivo. • A histó ria das ciências jurídicas do século XIX se nos apresenta como a histó ria da redescoberta do direito objetivo com todas as implicaçõ es e pressupostos que comporta. Ruptura entre direito e processo e o problema da ação : • Visã o unitá ria do direito publico e privado – suficiência das formulaçõ es romanas. • Idade Média: Já há nú cleo de distinçã o entre direito substancial de açã o, sem romper com a visã o unitá ria do direito: - Piacentino já identifica obrigaçã o e açã o. - Azzone considera a obrigaçã o a mã e da açã o. - Gloza contrapõ e-se a Azzone com a ideia de açã o como direito meio. - Discutia-se também se a açã o seria faculdade legítima, poder, faculdade legítima e poder, ou ainda mero fato. - Havia também discussã o sobre a abstraçã o do direito de açã o. O direito de perseguir em juízo:
• Pertence a outra ordem conceitual: ao modo do processo.
• Processo para seus fins é instrumento de garantia de direito privado • .Processo como organizaçã o é um sistema de princípios e normas consideradas estranhas e assim contrapostas aos princípios e fundamentos do sistema privado. Pertence ao direito pú blico. Alternativas do Pandectismo do século XIX e ciências jurídicas derivadas:
Fundir o direito objetivo ao processo ou
construir a açã o como direito autô nomo. Classificação dos direitos de Savigny :
• Direito político (ou público) composto do direito
processual civil, processual penal e penal = manifestaçã o orgâ nica do povo, destinado à defesa da ordem jurídica. • Direito processual: mera forma de fazer valer o direito. • Direito privado: conjunto das relaçõ es que tratam da vida dos indivíduos. Teoria da ação de Savigny:
• É um resultado da evoluçã o do pensamento privatista de
Savigny. • Busca uma fusã o entre o direito subjetivo e direito objetivo. • É construída sob o perfil de violação de direitos: o direito quando violado se modifica e entra em estado de defesa, transformando-se. • Da violaçã o nasce a relaçã o entre ofendido e ofensor. • O conteú do da relaçã o é a faculdade de pedir reparaçã o. A relaçã o é o direito de agir ou a açã o em sentido substancial. • Açã o no sentido formal é atividade (o procedimento) pela qual se faz valer seu direito. A ação no sistema de direitos
• A doutrina da açã o passa a ser construída sobre a estrutura
do direito subjetivo. Em que pese alguma variaçã o dos conceitos, todos reafirmam a teoria Savigny, como demonstra quadro sistemá tico apresentado pelo autor na pá gina 82, com base na reconstruçã o histó rica feita por Orestano. • “As diversas teorias privatistas compreendem a açã o como uma transformaçã o em uma reaçã o do pró prio direito que, violado, se põ e em luta para auto afirmar-se.”
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